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Programa Mais Médicos

Lew disse:
Acho que você está confundindo as coisas, Pearl. A prova de proficiência é necessária para você comprovar que está apto a estudar numa língua que não é a sua língua materna, o que é muito justo e não se restringe somente aos países de língua inglesa

Lew eu posso estar confundindo mesmo. Estou confundindo por causa das pessoas que eu conheço que fazem doutorado com sanduiche e que não precisaram da proficiência, e os países que eu vi isso acontecer foi Espanha e França. Mas acho que deve existir alguma parceria específica que houve a liberação da obrigação da proficiência. Acho que tudo depende no caso da pós, por exemplo, eu escutei que o Japão estava formando a parceria com a CAPES com a condição que o aluno interessado deveria passar em um curso de 6 meses de japonês e ser aprovado.
 
Última edição:
O que o Grimnir pontuou é que, se um estudante brasileiro conclui um curso fora do Brasil, ele também precisa passar por um processo de validação do título quando volta. Isso de fato ocorre, não importando a área do sujeito. O que acontece é que, para a maioria dos cursos, alguma universidade brasileira faz a equivalência da titulação que a pessoa obteve lá fora com a daqui, sem ela precisar fazer nenhuma prova. A única etapa necessária é a análise de currículo mesmo.

É isso aí. :yep:
 
Off para a piada

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Vergonha de branco
(Por André Falcão)

Se você é incapaz de sentir um pingo que seja de alegria porque há profissionais da medicina que estão vindo de outros países para atender seus irmãos brasileiros desgraçados em lugares pobres e longínquos aonde nem um só médico quis ir... Sinceramente, você é uma vergonha para o meu país

Se você não sabe o significado da palavra solidariedade em sua vida mesquinha, egocêntrica, racista, fascista e xenofóbica;

se generosidade significa pra você apenas aquela esmolazinha “cala-consciência” (consciência?) de depois da missa dos domingos a que você, religiosamente (sem trocadilho), comparece numa tentativa certamente inútil de expiar os pecados que você imagina não ter;

se trabalho voluntário pra você não passa de algo distante que em um dia qualquer alguém de quem você não lembra mais te falou;

se o mais próximo que você sentiu da dor de estômago da fome alheia foi uma expressão de “pena” frente à foto de algum africano esquálido postada na internet ou na sua revista semanal ou televisão onde você talvez tenha muito aprendido a ser o que você, enfim, se transformou;

se não o incomoda a desassistência secular da saúde dos brasileiros seus irmãos esquecidos pelo tempo, pela vida, e por você — enquanto gente (gente?) e cidadão eleitor que vota na melhor das hipóteses fiel a seu preconceito ideológico que alguém um dia lhe pôs e você nunca chegou sequer a transformar em conceito, o que seria ruim, mas ao menos não seria tão ignorante quanto ser pre(conceito), ou pior, por interesse meramente pessoal, ou em troca de alguma vantagem, inclusive financeira, direta ou indireta, ou todas as (ou algumas das) alternativas juntas;

se você jamais se perguntou do porquê de o Brasil verdadeiro ter passado fome, seca e doenças por tantos séculos;

se você é incapaz de sentir um pingo que seja de alegria porque há profissionais da medicina que estão vindo de outros países para atender seus irmãos brasileiros desgraçados em lugares pobres e longínquos aonde nem um só médico quis ir, colega seu ou não;

se você é tão hipócrita que agora repentinamente lhe bateu uma preocupação com o que você acredita seja a escravidão que a “terrível” Cuba ― aquela de um dos melhores IDHs do mundo ― está impingindo aos médicos cubanos que estão aportando por aqui para ir tratar de seus irmãos brasileiros secularmente esquecidos e onde ninguém, nem um só médico quis ir, de qualquer outro país, inclusive, claro, do seu;

se essa inusitada “preocupação” com a “terrível” Cuba se estabelece e permanece mesmo quando você toma conhecimento de que a contratação dos médicos cubanos está sendo intermediada por uma entidade que tem mais de um século de existência e é respeitada no mundo inteiro, a OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde, e de que os médicos cubanos são reconhecidamente os mais humanitários do planeta terra, presentes em inúmeros países, desenvolvidos ou não, em dezenas de missões na área da saúde e da educação;

se você não consegue entender que não “revalidar” os diplomas dos médicos estrangeiros é condição inafastável, uma vez que o “revalida” confere ao profissional, por exemplo, o direito de atuar em qualquer lugar do país, o que inviabilizaria completamente o objetivo do programa governamental àqueles que estão sendo contratados para trabalhar nesses rincões do Brasil aonde colega seu, ou parente seu, ou alguém que você conheça e envergue um jaleco branco engomado e limpo não quis ir, porque se eles obtiverem o bendito “revalida” poderão ir trabalhar nos bons lugares onde você, ou seu parente, ou seu colega, ou alguém que você conheça trabalha, disputando, agora sim, com você, mas que existem outras formas também válidas de avaliar a competência desses médicos estrangeiros para atuar nos locais para onde você jamais irá (ou iria) e atender aos seus irmãos brasileiros como e onde você jamais fará (ou faria);

se você não percebe que deve ao seu país, e portanto a todos os brasileiros que pagam impostos, o seu curso gratuito numa universidade pública, e que o mínimo que você devia fazer, se não quer colaborar, seria não atrapalhar;

se a sua consciência ao menos não se aquieta ao constatar que há muitos lugares neste país, com ou sem condição hospitalar satisfatória, em que seus colegas médicos jamais iriam trabalhar, mas que outros, estrangeiros, farão isto por você, e isto é bom;

se você não consegue admirar os médicos cubanos que estão chegando ao seu país para fazer o que você não fez, não faria e não fará, e que eles estão felizes, dispostos e entusiasmados em servir aos seus irmãos brasileiros e ao Brasil, porque foram forjados na prática comunitária de servir ao próximo, porque atuam em programa de medicina que já atendeu e atende a mais de cem países, com baixíssimo (antes que você diga o contrário, no seu argumento tão sórdido quanto pueril e hipócrita), praticamente insignificante índice de deserção, apesar de serem, prazeirosamente — como lindamente o dizem —, médicos cubanos, nascidos num país pobre, com seus erros e acertos, asfixiado por uma política comercial e social cruel, e orgulhosamente socialista;

se você não se dá conta da alegria que é ver um país, o Brasil, de tantas desigualdades sociais, pela primeira vez em sua história tê-las reduzidas drástica e permanentemente;

se você desconhece que este fenômeno (contratação de médicos estrangeiros para fins semelhantes) acontece nos mais diversos países, inclusive nos seus adorados Estados Unidos e Inglaterra (vai, confessa que eu sei que você se pudesse morreria, soubesse que nasceria novamente num dos dois);

se você não se sente feliz em saber que aquelas crianças e velhos do Brasil esquecido durante tanto tempo estão sendo olhados agora com os olhos com que necessitavam sê-los, os olhos da urgência, da emergência, que só o amor, a solidariedade e a generosidade conseguem ver;

se você não sabe o que fazem por esse mundo os médicos cubanos, sua obra, sua humanidade, seu destemor, seu espírito coletivo, seu desapego às nossas vaidades, seu reconhecimento dos mais importantes organismos internacionais, a exemplo da UNESCO;

se você não consegue compreender que as pessoas não podem esperar e que um médico na comunidade é simplesmente fundamental;

se você prefere que os médicos cubanos não venham porque eles atenderão sem o “revalida”, mesmo sabendo porque não o serão, e que ainda assim serão avaliados por entidades de escol do Brasil;

se você sabe que das cerca de quinze mil vagas abertas e direcionadas exclusivamente aos médicos brasileiros, para apenas mil delas houve interesse de seus compatriotas, e que há centenas de municípios onde nem um só médico, não apenas brasileiro, mas não-cubano, se candidatou a ir trabalhar, mesmo pagando dez mil reais e ajuda de custo (moradia, etc.), e ainda assim você é contra o programa, não raro fervorosamente;

se você está “sinceramente” muito preocupado porque “acredita”, firmemente, que os cubanos estão sendo escravizados por Fidel, coitados;

se estranhamente você não ficou tão indignado quando os médicos estrangeiros de outros países por aqui aportaram, mas teve um surto histérico (chilique!) mal-educado, racista, fascista e xenofóbico quando na vez dos cubanos;

se na sua ignorância sórdida você não consegue nem perceber que eles não irão concorrer com você nem tirar o seu lugar e a sua vaga no “mercado”… Se você mesmo assim ainda torce contra… ainda quer vê-los longe daqui… ainda prefere que tudo fique neste país como sempre esteve… Se você apoia as vaias dos médicos brasileiros (meu Deus!) dirigidas aos médicos cubanos em Fortaleza… Sinceramente, você é uma vergonha para o meu país. E felizmente, não temos nada a ver um com o outro.

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/09/vergonha-branco.html
 
Li o texto inteiro e fico pensando se todos (*cof* Mercúcio *cof* *cof* Felagund *cof* Amon) leriam textos do Reinaldo Azevedo ou Rodrigo Constantino. Enfim, trocando em miúdos, parece que a conclusão so texto é que falta solidariedade àqueles que são contra a importação de médicos. Inclusive, acho eu, faltou coragem (ou colhões, perdoem o meu francês) para o autor verbalizar que ele considera os médicos brasileiros verdadeiros exemplos da falta de caráter.

Ao invés de interpretar o que o autor não escreveu, falemos do que ele escreveu:

e você não sabe o significado da palavra solidariedade em sua vida mesquinha, egocêntrica, racista, fascista e xenofóbica;

Vou ignorar completamente o discurso sobre a solidariedade, pois acho que não cabe aqui. Se ainda estivéssemos falando de uma campanha de conscientização da população sobre a importância da solidariedade - só que não estamos.

se você não consegue entender que não “revalidar” os diplomas dos médicos estrangeiros é condição inafastável, uma vez que o “revalida” confere ao profissional, por exemplo, o direito de atuar em qualquer lugar do país, o que inviabilizaria completamente o objetivo do programa governamental

Entendi. Então, se os médicos cubanos tiverem seus diplomas revalidados, isso representará um risco para o programa, pois eles poderão desejar não trabalhar no interior, assim como os médicos brasileiros. Onde estaria a solidariedade dos médicos cubanos? Eu respondo: No mesmo lugar da solidariedade dos médicos brasileiros. Só que os médicos trabalharão onde encontrarem salários e condições compatíveis com as suas necessidades. Agradeço o autor por dar o contra-argumento no seu próprio argumento.

se você é tão hipócrita que agora repentinamente lhe bateu uma preocupação com o que você acredita seja a escravidão que a “terrível” Cuba

Sinceramente, sou completamente indiferente aos acontecimentos em Cuba. O que acho preocupante é que se os pagamentos são feitos diretamente do governo brasileiro ao governo cubano, isso significa que o Poder Executivo realizou um tratado entre países. Adivinhem só: Isso é matéria do Poder Legislativo.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

se a sua consciência ao menos não se aquieta ao constatar que há muitos lugares neste país, com ou sem condição hospitalar satisfatória, em que seus colegas médicos jamais iriam trabalhar, mas que outros, estrangeiros, farão isto por você, e isto é bom;

Faltou o autor discutir pq esses lugares são carentes de infraestrutura, né? Mas isso é detalhe.

Entende pq ignorei o argumento da solidariedade? Se a moral desses médicos é algo do outro mundo, então pq o autor diz que a revalidação dos diplomas (exigida por lei) atrapalhará os objetivos da política? Texto muito passional e pouco racional.
 
Li o texto inteiro e fico pensando se todos (*cof* Mercúcio *cof* *cof* Felagund *cof* Amon) leriam textos do Reinaldo Azevedo ou Rodrigo Constantino.
Leria sim, mas não dá pra levar muita coisa de nenhum dos dois muito a sério. Aliás, eu costumo postar texto de professores e especialistas em temas específicos quando busco ilustrar melhor o que eu penso, não textinho de jornalista caça níquel que se preocupa mais em atacar (e atacar qualquer coisa) o governo do que realmente fazer uma análise.
 
Bem, já fiz as minhas críticas ao texto. Se alguém quiser defende-lo, be my guest. Agora, na boa, é um texto digno de "Péssimo", se o Mercúcio fosse o autor. :obiggraz:
 
O mal do texto é ser excessivamente sentimental e aderir à 'fascistologia' do naipe daquela VACA da Chauí.

De resto, se for para o debate ser político mesmo e ignorarmos questões mais pragmáticas da importação dos médicos, o melhor é criar um debate entre esquerda e direita enquanto eu vejo os subversivos de ambos os lados se estapeando.
 
Que texto tendencioso hein...

Talvez porque seja um texto efetivamente político.
O autor é advogado e não jornalista. E vem de uma publicação que assume o seu posicionamento de esquerda e não fica querendo posar de imparcial como algumas grandes publicações por aí.


Li o texto inteiro e fico pensando se todos (*cof* Mercúcio *cof* *cof* Felagund *cof* Amon) leriam textos do Reinaldo Azevedo ou Rodrigo Constantino. Enfim, trocando em miúdos, parece que a conclusão so texto é que falta solidariedade àqueles que são contra a importação de médicos. Inclusive, acho eu, faltou coragem (ou colhões, perdoem o meu francês) para o autor verbalizar que ele considera os médicos brasileiros verdadeiros exemplos da falta de caráter.

Os médicos brasileiros não. Não acho que seja falta de caráter ou tampouco de solidariedade não se dispor a trabalhar no Amapá, pra tomarmos um exemplo. Mas os médicos brasileiros que não querem ir para as áreas mais carentes e não querem que outros vão, esses com certeza são de uma mesquinharia notável. Puro preciosismo, xenofobia e direitismo da pior qualidade. Eu particularmente não sei qual o seu problema com o termo solidariedade uma vez que estamos falando de uma ação humanista de médicos estrangeiros.

Entendi. Então, se os médicos cubanos tiverem seus diplomas revalidados, isso representará um risco para o programa, pois eles poderão desejar não trabalhar no interior, assim como os médicos brasileiros. Onde estaria a solidariedade dos médicos cubanos? Eu respondo: No mesmo lugar da solidariedade dos médicos brasileiros. Só que os médicos trabalharão onde encontrarem salários e condições compatíveis com as suas necessidades. Agradeço o autor por dar o contra-argumento no seu próprio argumento.

Ué, e por que você acha problemático que o programa na forma como é implementado restrinja a ação dos médicos de modo a garantir que a demanda seja efetivamente cumprida? O discurso que vi ser abraçado pelos médicos foi justamente o seguinte: "Não precisamos de mais médicos (não?), precisamos de mais condições!" Então vamos lá! Queria ver qual seria a reação dos nossos "doutores" sabendo da criação de uma brecha para que haja concorrência com eles no tão visado centro-sul. A solidariedade dos cubanos está no saber quais serão as suas condições de trabalho e ainda assim se dispor a vir para cá. Saber que parte do dinheiro que receberão será enviado para a ilha, saber que trabalharão nas áreas onde não houve interesse de outros e sob supervisão.
É óbvio que todos quereríamos que houvesse condições e uma estrutura aceitável para a saúde nessas regiões. Mas isso não é algo que seja possível equacionar no curto ou mesmo no médio prazo, porque esbarra numa série de questões sociais, econômicas, históricas, etc. E não são apenas as condições difíceis de trabalho que tornam essas áreas pouco atrativas, né? E enquanto não se consegue transformar Roraima em São Paulo, deixamos sem atendimento médico essas populações?

Sinceramente, sou completamente indiferente aos acontecimentos em Cuba. O que acho preocupante é que se os pagamentos são feitos diretamente do governo brasileiro ao governo cubano, isso significa que o Poder Executivo realizou um tratado entre países. Adivinhem só: Isso é matéria do Poder Legislativo.

E sinceramente eu sou completamente indiferente a esse formalismo todo. :mrgreen:

Faltou o autor discutir pq esses lugares são carentes de infraestrutura, né? Mas isso é detalhe.

E por que esses lugares são carentes de infraestrutura, Grimnir?

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Ah, eu não quotei... mas sinta-se à vontade pra dar o Péssimo. :cerva:
Não escrevi o texto, mas o postei porque concordo com boa parte do que há nele, mesmo com toda essa carga emocional que ele traz.

Só não dou fail porque...

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Ou talvez porque quando pedi explicações sobre o FAIL em um outro texto que publiquei neste tópico, de uma professora da UFMG, você ignorou, né dona Patrícia?
Como eu disse na ocasião, não é nem pela qualificação. Afinal, os botões estão aí pra isso mesmo. Mas te perguntei sobre realmente queria saber que pontos do texto você considerou de tamanha baboseira e o porquê. :wink:
 
Meu FAIL agora foi por associar o egoísmo de certos médicos com 'direitismo'.

Isso se chama babaquice ideológica.

Quero ver se eu começar a associar aqui marxismo a genocídio, me baseando em fofos como o Stalin se não haverá choro e ranger de dentes.
 
Última edição por um moderador:
Puro preciosismo, xenofobia e direitismo da pior qualidade.

Concordo com o Paganus. Se eu começar a usar esquerdismo pra definir toda e qualquer ação autoritária, com certeza vai ter gente aqui que não vai gostar. Acho um péssimo uso da palavras, meu caro sertanejador.

Eu particularmente não sei qual o seu problema com o termo solidariedade uma vez que estamos falando de uma ação humanista de médicos estrangeiros.

Pq estamos discutindo política pública de saúde. Não estamos falando de uma campanha de conscientização. Certas coisas se confundem com muita facilidade.

Ué, e por que você acha problemático que o programa na forma como é implementado restrinja a ação dos médicos de modo a garantir que a demanda seja efetivamente cumprida?

Objetivamente: O autor diz que o revalida atrapalharia o programa, pois os médicos estrangeiros não desejariam trabalhar nas áreas carentes. Pq? Pq falta infraestrutura, de modo que os médicos estrangeiros tomariam as mesmas decisões dos médicos brasileiros.

Se os cubanos são tão solidários (e não estou sendo irônico ou questionando isso), o argumento do autor não faz sentido, pois a revalidação não mudaria a decisão dos médicos. Logo, além de ser um absurdo não revalidar pelo argumento de equiparação de diplomas, ainda por cima o autor não consegue ser consistente no argumento (pq é passional).

Mas isso não é algo que seja possível equacionar no curto ou mesmo no médio prazo, porque esbarra numa série de questões sociais, econômicas, históricas, etc.

E por que esses lugares são carentes de infraestrutura, Grimnir?

Entendi. Então, pq há anos o governo federal não consegue fazer o dever de casa e pq estamos numa situação insustentável, decisões arbitrárias e autoritárias (não revalidar e obrigar os formados a trabalhar onde não querem) são razoáveis. E nem estou aqui pra criticar PT, já que não acho PSDB solução pra nada.

Ainda não entendi como que esse argumento prático não serve pra nada:

 
Pragmatismo Político disse:
se você não consegue entender que não “revalidar” os diplomas dos médicos estrangeiros é condição inafastável, uma vez que o “revalida” confere ao profissional, por exemplo, o direito de atuar em qualquer lugar do país, o que inviabilizaria completamente o objetivo do programa governamental

Mas ué, isso deve ser muito fácil de resolver, e é um problema apenas burocrático. O Revalida per se autoriza o médico a trabalhar em qualquer lugar do Brasil. Mas, no que compete ao governo, é só emitir um visto especial, que só tenha validade enquanto o profissional estiver na área a que foi designada.
 
Objetivamente: O autor diz que o revalida atrapalharia o programa, pois os médicos estrangeiros não desejariam trabalhar nas áreas carentes. Pq? Pq falta infraestrutura, de modo que os médicos estrangeiros tomariam as mesmas decisões dos médicos brasileiros.

Mas às vezes eu fico me perguntando se essa cobrança relacionada ao Revalida não é mera desculpa dos Conselhos com agenda política própria. Convenhamos que o acinte da questão até o momento é o fato de haver médicos cubanos - há portugueses e espanhois, mas os cubanos é que são alvo da crítica. Por que será?

Entendi. Então, pq há anos o governo federal não consegue fazer o dever de casa e pq estamos numa situação insustentável, decisões arbitrárias e autoritárias (não revalidar e obrigar os formados a trabalhar onde não querem) são razoáveis. E nem estou aqui pra criticar PT, já que não acho PSDB solução pra nada.

Infelizmente nós precisamos de toda ajuda possível. Mas ocorre que o choque entre os Conselhos e o Governo Federal me parece mais político que prático - sim, eu também gostaria que eles fizessem o Revalida pra calar a boca dos críticos, mas o tempo todo surgem ataques pessoais e sociais à referida nacionalidade dos médicos que só consigo pensar em torcer pela seleção cubana no próximo mundial de vôlei. :lol:

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Mas ué, isso deve ser muito fácil de resolver, e é um problema apenas burocrático. O Revalida per se autoriza o médico a trabalhar em qualquer lugar do Brasil. Mas, no que compete ao governo, é só emitir um visto especial, que só tenha validade enquanto o profissional estiver na área a que foi designada.

E eu acho que é justamente esse o problema: autoriza o médico a trabalhar em qualquer lugar do Brasil. Vejo nisso uma faca de dois gumes, como o Voto Secreto aprovado ontem na Câmara.
 
Meu FAIL agora foi por associar o egoísmo de certos médicos com 'direitismo'.

Isso se chama babaquice ideológica.

Quero ver se eu começar a associar aqui marxismo a genocídio, me baseando em fofos como o Stalin se não haverá choro e ranger de dentes.

Concordo com o Paganus. Se eu começar a usar esquerdismo pra definir toda e qualquer ação autoritária, com certeza vai ter gente aqui que não vai gostar. Acho um péssimo uso da palavras, meu caro sertanejador.

Ê, mas vocês, hein? :lol:
Quando disse "direitismo da pior qualidade" eu tinha em mente um conjunto de posturas bem específicas que eu pensei que estivesse claro, porque com frequencia a reação a essa política tem buscado se legitimar em um espectro ideológico muito bem conformado, ecoando paradigmas da nossa imprensa mais reacinha e buscando reviver os fantasmas de um anti-comunismo um tanto banalizador. Por que a rejeição apenas aos cubanos, como foi perguntado aqui acho que pelo Ranza? Também há esquerdismo da pior qualidade, mimimizentos!!

E que chilique foi esse, Pagz? Por diversas vezes vi você usar termos como "esquerdalha" e derivados.

Vou almoçar e depois edito para comentar os outros pontos colocados.

Edit:

Pq estamos discutindo política pública de saúde. Não estamos falando de uma campanha de conscientização. Certas coisas se confundem com muita facilidade.

Eu ainda não entendo o porquê da restrição ao termo. O autor está se dirigindo à reação a uma política pública que envolve uma ação humanista de médicos estrangeiros. Solidariedade pode ser entendida num sentido mais orgânico de consciência social, não?

Objetivamente: O autor diz que o revalida atrapalharia o programa, pois os médicos estrangeiros não desejariam trabalhar nas áreas carentes. Pq? Pq falta infraestrutura, de modo que os médicos estrangeiros tomariam as mesmas decisões dos médicos brasileiros.

Se os cubanos são tão solidários (e não estou sendo irônico ou questionando isso), o argumento do autor não faz sentido, pois a revalidação não mudaria a decisão dos médicos. Logo, além de ser um absurdo não revalidar pelo argumento de equiparação de diplomas, ainda por cima o autor não consegue ser consistente no argumento (pq é passional).

Admito a fragilidade por você apontada, Grimnir.
Mas passando ao largo do texto mantenho o meu comentário anterior:

Ué, e por que você acha problemático que o programa na forma como é implementado restrinja a ação dos médicos de modo a garantir que a demanda seja efetivamente cumprida? O discurso que vi ser abraçado pelos médicos foi justamente o seguinte: "Não precisamos de mais médicos (não?), precisamos de mais condições!" Então vamos lá! Queria ver qual seria a reação dos nossos "doutores" sabendo da criação de uma brecha para que haja concorrência com eles no tão visado centro-sul. A solidariedade dos cubanos está no saber quais serão as suas condições de trabalho e ainda assim se dispor a vir para cá. Saber que parte do dinheiro que receberão será enviado para a ilha, saber que trabalharão nas áreas onde não houve interesse de outros e sob supervisão.
É óbvio que todos quereríamos que houvesse condições e uma estrutura aceitável para a saúde nessas regiões. Mas isso não é algo que seja possível equacionar no curto ou mesmo no médio prazo, porque esbarra numa série de questões sociais, econômicas, históricas, etc. E não são apenas as condições difíceis de trabalho que tornam essas áreas pouco atrativas, né? E enquanto não se consegue transformar Roraima em São Paulo, deixamos sem atendimento médico essas populações?

E retomo também trecho do texto da Professora Kátia Gerab Baggio:

Outro ponto central da polêmica refere-se ao chamado “Revalida”, o exame de revalidação de diplomas de Medicina emitidos por instituições de ensino estrangeiras. O Ministério da Saúde já se pronunciou sobre as razões pelas quais o Revalida não será exigido dos profissionais que irão trabalhar no programa Mais Médicos (durante um período de três anos, com possibilidade de renovação por mais três): a revalidação do diploma permitiria aos médicos formados no exterior, brasileiros ou estrangeiros, trabalhar em qualquer lugar do país e não só nas cidades distantes dos grandes centros e bairros periféricos que mais necessitam de profissionais. Caso os médicos queiram continuar a trabalhar no Brasil, depois do período de vínculo ao Programa, terão que ser aprovados no Revalida. Ou seja, é uma contratação, através de bolsa, com sentido emergencial, para atender populações que precisam de médicos com urgência. Mas a “grande” mídia e as associações médicas não têm informado a população adequadamente. E as informações estão no site do Ministério da Saúde — inclusive, com uma lista de perguntas e respostas muito didática e esclarecedora.

Vamos lembrar, também, que as universidades públicas brasileiras contam com um número crescente de professores, pesquisadores e estudantes estrangeiros, que são muito bem vindos, já que o intercâmbio de conhecimentos e experiências é fundamental para o desenvolvimento acadêmico e científico. E, segundo o projeto do Programa, as universidades públicas, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, irão supervisionar os médicos formados no exterior.


Entendi. Então, pq há anos o governo federal não consegue fazer o dever de casa e pq estamos numa situação insustentável, decisões arbitrárias e autoritárias (não revalidar e obrigar os formados a trabalhar onde não querem) são razoáveis.

Então falta infraestrutura nesses lugares porque há anos o governo federal não consegue fazer o dever de casa.
Isso é um tanto tautológico, não?
Situações emergenciais pedem medidas emergenciais. Não é uma provocação, é uma pergunta honesta: o que você proporia para equacionar o problema?
 
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