Não, ela não poderia ter vindo saudável; seria outra pessoa. Essa embrião era defeituoso, não tinha como ele nascer saudavel. Ele poderia não ter nascido, isso sim.
Sim. Partindo do pressuposto de que cada embrião dá origem a uma pessoa diferente, então o fato deles escolherem o embrião "defeituoso" no final das contas estaria salvando a vida dessa pessoa...
O Fusa, sempre espertalhão, reparou bem nesse ponto, eu confesso que não havia pensado nisso.
Mas ainda existe uma questão ético-religiosa aí (só ética para quem não é religioso), só que ela é de fato mais abrangente. Se refere não só ao fato dos pais escolherem o embrião defeituoso, e sim ao fato dos pais estarem selecionando estes embriões e descartando os outros (que sempre acontece no processo de inseminação artificial - e causa aquela confusão com a Igreja, células tronco, etc), somente para poder manter o gene defeituoso no filho, que foi o que a reportagem deu a entender.
Afinal, uma coisa é usar a inseminação artificial porque algum dos pais tem algum problema que afete a reprodução, outra é fazer unica e exclusivamente para selecionar um tipo de qualidade (ou defeito) no filho. Neste caso, o "correto" seria conceber a criança da forma "natural" e deixar a natureza se encarregar do processo, como disse o Calimbadil acima.
Não deixa de ser bizarro nascer e saber que você podia ter sido um dos embriões descartados. E o pior, que se seus pais tivessem te concebido da forma "natural", exisitia alguma chance de você nascer sem a falha genética.
A questão pra mim, está justamente aí.