Oi Elessar!
Pois é, podemos sim comparar (há as diferenças e também as semelhanças) e falar que Aman esteja no mundo sem precisar ser como o nosso mundo mortal uma vez que os poderes e habilidades de Ainur e elfos se obrigavam a permanecer contidos no mundo eles estavam num estado preservado, puro e (em consequência disso) mais livres para agirem num lugar que se guardou da Ira de Melkor. A terra e todas as coisas que lá ficaram de longe eram muito menos aprisionadas ou maculadas do que as das terras mortais conferindo a tudo, inclusive aos habitantes com talentos que os aproximam do mundo espiritual e os tornam seres bem aventurados.
Possivelmente essa parte sobre Aman ficaria dentro da pesquisa de Tolkien em fontes que detalhavam as arquiteturas espirituais e celestiais de várias culturas na época em que ele esteve trabalhando textos do Silmarillion.
Autores como Swedenborg (junto do material relacionado que veio depois tipo William Blake), literatura grega (Círdan que cumpre o papel daqueles guardiões da porta nas passagens para um mundo oculto ou dos mortos que para gregos era em Hades, com a diferença que Círdan não seria um maligno cão do inferno havendo guardas para lugares bons e para lugares ruins) e romana (o catolicismo trazia formação a partir do Latim);
Parte das fontes então parece respirar influência de conhecimento presente nas principais religiões do mundo como os Seven Heavens (Os Sete Céus) que aparece no Hinduismo, Islã, Judaísmo, Gnosticismo e Hermeticismo.
http://archangels-and-angels.com/misc/seven_heavens.html
Se você se interessa em ler o assunto talvez você conheça o esquema abaixo (uma cópia da cópia da cópia) que explica as moradas espirituais após a morte. Segundo os textos do assunto quando a pessoa morre ela enxerga uma luz num tubo que seria na verdade a boca ou interior de um túnel que conduz em linha reta a outro mundo, com leis físicas um pouco diferentes, e cada vez mais livres em relação as leis físicas materiais. O mundo seguinte também não seria a parada final já que a pessoa tem um caminho longo por vários mundos até estar pronto antes de poder se encontrar finalmente com Deus (que seria Eru em Tolkien) e que chama os mortais desde o lado de fora do mundo.
A sucessão de mundos lembra a evolução do mundo espírita. De fato, os relatos de Experiência de Quase Morte (EQM) falam que após a morte, a abertura desses portais tende a “puxar” a pessoa para o lado de lá com uma semelhança muito grande do que poderia ser “um convite dos Valar” ou mesmo, no espiritismo de um guia espiritual (tipo a Botan de Yuyu Hakusho) no melhor estilo da série de TV “Dead Like Me” aonde as pessoas são “puxadas para cima”. O “chamado para o oeste” dos casos de EQM também estão presentes nesses relatos. Muitos falam de "figuras de autoridade" com uma mensagem de enorme importância para seguir caminho e não ficar “penando” aqui (as janelas de oportunidade só se abririam de tempos em tempos pois no cosmo cada coisa teria sua hora).
Se perderem a hora, ficam as almas vagando como o capítulo da Passagem da Companhia Cinzenta. No Japão muita gente morreu no Tsunami porque voltou não para salvar os documentos, mas para salvar o Butsudan, que é tipo uma “placa contrato” com os espíritos antepassados. Mortas as pessoas os espíritos ficaram presos vagando sem os contratantes. Pelo que se conta muito tempo se passa antes que a oportunidade se abra novamente. Talvez tenha a ver mesmo com o que falam na astrologia, que as constelações devem estar na posição certa porque apesar de esses mundos não serem visíveis eles possuem posicionamento em relação ao nosso e o acesso precisa obedecer as leis naturais.
Tanto nas fontes de Tolkien quanto em Tolkien o fluxo de pessoas entre os "mundos de Ea" (vivos ou “mortos” sempre é um assunto severo. Então os Valar quase nunca deixam pessoas voltarem do jeito que saíram.
Nesses textos o material é farto, desde arrebatamentos dos discípulos (levados aos céus igual o barco da rota plana), dos governantes de cada céu (hostes angelicais iguais aos Valar responsáveis por uma área), etc... Tudo falando de controle administrativo dessas rotas entre mundos.
Acredito que Tolkien teve que procurar numa quantidade enorme de livros. Por exemplo, casos de EQM estão distribuídos por todo tipo de literatura em todo tipo de religião, medicina, filosofia, etc, e só uma parte pequena filtra por cada denominação ou orientação. É muito instrutivo conforme atesta a pesquisa de Tolkien nos livros e os casos que poderiam servir de fonte na época hoje aparecem em livros
bons mas pouco conhecidos pelo pessoal tipo esse aqui:
Sobre "Policiar as Fronteiras do Mundo" - Histórias Verdadeiras de Tiras e o Paranormal:
Best selling author of over 50 books, retired cop Loren W. Christensen asked men and women in uniform--police officers, sheriff deputies, SWAT,command, correction officers, and MPs--to convey their experiences with the paranormal. These are veteran officers that have been there and done that, but on one occasion they were confronted with the unexplained ...
https://www.amazon.com/Cops-True-St...86794582&sr=8-1&keywords=book+cops+paranormal
Enfim, a rota plana é isso e muito mais. Segundo Ciro O Grande em Xenofante no momento de sua morte, citado por Cícero declara o seguinte trecho sobre os homens:
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...E a alma do adormecido manifesta claramente sua natureza divina: em repouso, relaxada, esta prevê com freqüência o futuro. Isto nos dá uma ideia do que ela será no dia em que estiver totalmente livre de sua prisão corporal...
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