Marcio Scheibler
Usuário
O melhor poema erótico que já li:
PROFANA
Lentamente dissipou-se o véu
vencido pelo clarão da manhã.
Os meus reinos ardiam em chamas
palácios, coxias, cocheiras
mergulharam à mercê dos saques.
Um vento nervoso, ofegante
lambia a rosa do seio
eu me exibia
navegando nua
nas profundezas do espelho
abissal, abissínio, abismal.
O centurião das sombras
penetrava-me
e um fogo úmido escorria
pelos súditos das minhas carnes.
Trêmula a barriga da perna
soçobrava
sobre a leveza dos lençóis.
Ventre, púbis, ilíacos
rodopiavam aguados
no pântano morno das secreções.
Os brancos continentes da pele
derretiam-se
ao leve toque da labareda.
Meus orifícios sucumbiam
esvaídos de orgias e pelos.
As coxas torneadas comprimiam
o feroz exercício do desejo.
Uma corte toda rezava
e os súcubos aplaudiam.
A igreja e o santo ofício
queimavam gravetos e lenhas
não vim para ser Maria
Joana, Ifigênia
deixarei apenas vestígios
de profana...
PROFANA
Lentamente dissipou-se o véu
vencido pelo clarão da manhã.
Os meus reinos ardiam em chamas
palácios, coxias, cocheiras
mergulharam à mercê dos saques.
Um vento nervoso, ofegante
lambia a rosa do seio
eu me exibia
navegando nua
nas profundezas do espelho
abissal, abissínio, abismal.
O centurião das sombras
penetrava-me
e um fogo úmido escorria
pelos súditos das minhas carnes.
Trêmula a barriga da perna
soçobrava
sobre a leveza dos lençóis.
Ventre, púbis, ilíacos
rodopiavam aguados
no pântano morno das secreções.
Os brancos continentes da pele
derretiam-se
ao leve toque da labareda.
Meus orifícios sucumbiam
esvaídos de orgias e pelos.
As coxas torneadas comprimiam
o feroz exercício do desejo.
Uma corte toda rezava
e os súcubos aplaudiam.
A igreja e o santo ofício
queimavam gravetos e lenhas
não vim para ser Maria
Joana, Ifigênia
deixarei apenas vestígios
de profana...