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O advogado da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, Luís Roberto Barroso, fala sobre aborto de anencéfalos (Foto: Agência Brasil)
Com orações e uma pequena procissão, manifestantes contrário ao aborto protestaram em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta quarta-feira (11). O tribunal julga ação que pede a liberação do aborto em caso de feto com anencefalia.
Muitos dos manifestantes rezaram Ave Maria e Pai Nosso. Mais cedo, eles chegaram a carregar a imagem de Nossa Senhora de Fátima e deram algumas voltas na Praça dos Três Poderes, como numa procissão.
Os manifestantes rejeitam a argumentação de que a interrupção de gravidez é possível nesses casos, uma vez que não há chances de sobrevivência fora do útero.
- Assim, vamos tirar a vida dos idosos, dos deficientes. É o mesmo argumento - contestou Marcos Marinho, morador de Brasília.
Entre os grupos mais numerosos, estavam os fiéis de Anápolis (GO). Anápolis é a cidade em que a Câmara de Vereadores, em decisão unânime, proibiu a rede pública de saúde de realizar os procedimentos do chamado aborto legal, caso em que a gravidez é fruto de estupro ou que a mãe corre risco de morte. A votação em Anápolis ocorreu no início do mês passado sob forte pressão da igreja Católica.
- A posição nossa é bem clara. Somos contrários ao aborto de anencéfalos. Seja por princípio religiosos, seja por princípios dos direitos humanos. Qualquer ser humano tem direito à vida - disse o padre André Fernandes, de Anápolis.
Já Antônio Lauriano, fiel da Diocese de Guarulhos, diz que a liberação da interrupção da gravidez nos casos de fetos anencéfalos pode ser o primeiro passo para a liberação do aborto.
- É algo tendencioso, uma porta para a abertura do aborto. Isso é só o princípio. O objetivo é o aborto.
Alguns manifestantes conversaram com um estudante de direito, que defendeu o ponto de vista do relator, o ministro Marco Aurélio Mello, o primeiro a votar, a favor. Para o ministro, o correto é falar em antecipação terapêutica do parto, uma vez que não há chances de sobreviver fora do útero.
- E se você fosse abortado? - questionou a manifestante.
- Mas isso não é aborto - respondeu o estudante.
Reprodução/ Agência Brasil
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