Largo Cavafundo
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[Largo Cavafundo][Museu de Arte Moderna]
Êêêêê! Finalmente eu volto com um texto novo para vocês!
Eu queria há algum tempo colocar este continho aqui, pelo seguinte. Ele foi feito como resposta a uma proposta de redação no colégio, para a aula de Orientação Educacional. Quando eu recebi minha redação corrigida, descobri que tinha tirado 3,5 (em 10). Porém, a professora, ao contrário da corretora, havia gostado da redação e mudado a nota para um 7,0. Eu mostrei o texto a alguns amigos, e eles gostaram muito. Eu nem havia feito ele com muito esforço, mas fiquei encucado com a reação tão intensamente positiva deles e tão intensamente negativa da corretora. Então decidi colocar aqui. É pequenininho, então nada de preguiça de ler
Boa leitura!
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Museu de Arte Moderna
Não foi nada repentino, quando aconteceu. Dentre os vários processos pelos quais uma pessoa passa durante sua possivelmente extensa vida, aliás, pode-se dizer que esse foi um bastante demorado e gradual. Mas é justamente o gradual que engana por mais tempo o olhar humano, baseado nos extremos contrastes de luz e sombra, branco e preto. E, justamente por ser concretamente gradual, o acontecimento foi repentino para a percepção daquele homem. Um dia, percebeu-se amarelo.
Será doença? Mal repentino, contágio dum desses vírus novos que andam por aí? Mas não era amarelada a sua pele, como acontece com certos doentes. Era de uma cor verdadeira e completa, amarela como é amarela a gema do ovo, e não só a pele, mas os pêlos, as unhas, os lábios, os olhos, o mais profundo interior de seu corpo, o físico e a mente. De longe, pareceria que estava coberto da tinta mais densa que pode haver. De perto, tinha a aparência de uma estátua amarela, a cor fazia parte de sua essência.
E as pessoas criaram sua própria opinião, quando viram-no andando timidamente pela rua. Uns tinham pena, outros medo, repulsa, outros viam nele uma oportunidade de introspecção, Estas são raras hoje em dia, dizia sua mãe. Mas algumas outras pessoas olhavam-no com compreensão, uma compreensão talvez absurda. Afinal, não eram amarelos, mas apresentavam o corpo infeccionado pelo azul, pelo verde, pelo vermelho, o rosa, o lilás, o branco, o marrom, o turquesa, o violeta, o vinho, o laranja, o roxo, o beje.
Melhor estou eu, pensou sem pensar. Amarelo é a cor da alegria.
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Êêêêê! Finalmente eu volto com um texto novo para vocês!
Eu queria há algum tempo colocar este continho aqui, pelo seguinte. Ele foi feito como resposta a uma proposta de redação no colégio, para a aula de Orientação Educacional. Quando eu recebi minha redação corrigida, descobri que tinha tirado 3,5 (em 10). Porém, a professora, ao contrário da corretora, havia gostado da redação e mudado a nota para um 7,0. Eu mostrei o texto a alguns amigos, e eles gostaram muito. Eu nem havia feito ele com muito esforço, mas fiquei encucado com a reação tão intensamente positiva deles e tão intensamente negativa da corretora. Então decidi colocar aqui. É pequenininho, então nada de preguiça de ler
Boa leitura!
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Museu de Arte Moderna
Não foi nada repentino, quando aconteceu. Dentre os vários processos pelos quais uma pessoa passa durante sua possivelmente extensa vida, aliás, pode-se dizer que esse foi um bastante demorado e gradual. Mas é justamente o gradual que engana por mais tempo o olhar humano, baseado nos extremos contrastes de luz e sombra, branco e preto. E, justamente por ser concretamente gradual, o acontecimento foi repentino para a percepção daquele homem. Um dia, percebeu-se amarelo.
Será doença? Mal repentino, contágio dum desses vírus novos que andam por aí? Mas não era amarelada a sua pele, como acontece com certos doentes. Era de uma cor verdadeira e completa, amarela como é amarela a gema do ovo, e não só a pele, mas os pêlos, as unhas, os lábios, os olhos, o mais profundo interior de seu corpo, o físico e a mente. De longe, pareceria que estava coberto da tinta mais densa que pode haver. De perto, tinha a aparência de uma estátua amarela, a cor fazia parte de sua essência.
E as pessoas criaram sua própria opinião, quando viram-no andando timidamente pela rua. Uns tinham pena, outros medo, repulsa, outros viam nele uma oportunidade de introspecção, Estas são raras hoje em dia, dizia sua mãe. Mas algumas outras pessoas olhavam-no com compreensão, uma compreensão talvez absurda. Afinal, não eram amarelos, mas apresentavam o corpo infeccionado pelo azul, pelo verde, pelo vermelho, o rosa, o lilás, o branco, o marrom, o turquesa, o violeta, o vinho, o laranja, o roxo, o beje.
Melhor estou eu, pensou sem pensar. Amarelo é a cor da alegria.
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