[angellisa] [epitáfio de quem não foi - 3ª parte já está aí]
PARTE 1
22/09/2045
E eram tantos andares que enquanto caia tentava contar as janelas, mas outros pensamentos insistiam em tomar sua mente. Principalmente aqueles que a motivaram a subir até ali, a olhar para baixo, a subir na borda, a levantar um pé e dar o último passo para frente.
Mesmo assim, tudo continuava injusto. Até nos seus últimos momentos toda aquela dor invadia seu corpo! Como ainda doía saber que aquilo tudo ainda doía.
Que angústia era essa que fazia o vento em suas costa queimar? E tudo isto a quebrava, já era capaz de ver os anjos com suas asas negras e as faces vermelhas do choro derramado em todas as noites anteriores.
E o inesperado aconteceu, a pior coisa, o mais dolorido e triste: ela sobreviveu. Estava completamente preparada para morrer e sobreviveu?!
Agora já não sabia mais o que fazer com aquilo que mais desprezava.
Quem poderia querer a sua vida se nem ela a queria?
PARTE 2
25/09/2045
Branco. Tudo branco. Leve. Era como se o conceito de peso desaparecesse, ou nunca tivesse existido ali. Seria aquele o lugar depois da vida? Mas algo dizia que ela não havia morrido. Fechavam os olhos e chegavam à sua mente as luzes vermelhas, a mulher gritando desesperada, sua sacolas com frutas se espalhando no chão molhado. A dor continuava e a dor carnal era a mais importante naquele instante... Veio, então, a agulha, fina, profunda. O líquido se espalhava rapidamente em seu corpo. Dormira.
Abriu os olhos e tudo voltava a ser branco e vazio. Ela estava dormindo. Não conseguia saber onde seu corpo estava, se quer sabia o que restara de seu corpo. Ali, não sentia mais dor, sentia-se sozinha. Tinha que saber mais coisas: como sair dali? Por que estava ali? Ela se jogou ou jogaram-na de algum lugar?
Fechava novamente os olhos e lembrava de tudo escuro, da tontura de uma voz que dizia ser Sexta, Setembro e o mais curioso estavam em 2045. O tempo não fazia sentido, lembrava apenas dos seus 20 anos, mas isso parecia tinha sido ontem! E ontem, era 22/09/2043!
Calma é preciso pensar.
PARTE 1
22/09/2045
E eram tantos andares que enquanto caia tentava contar as janelas, mas outros pensamentos insistiam em tomar sua mente. Principalmente aqueles que a motivaram a subir até ali, a olhar para baixo, a subir na borda, a levantar um pé e dar o último passo para frente.
Mesmo assim, tudo continuava injusto. Até nos seus últimos momentos toda aquela dor invadia seu corpo! Como ainda doía saber que aquilo tudo ainda doía.
Que angústia era essa que fazia o vento em suas costa queimar? E tudo isto a quebrava, já era capaz de ver os anjos com suas asas negras e as faces vermelhas do choro derramado em todas as noites anteriores.
E o inesperado aconteceu, a pior coisa, o mais dolorido e triste: ela sobreviveu. Estava completamente preparada para morrer e sobreviveu?!
Agora já não sabia mais o que fazer com aquilo que mais desprezava.
Quem poderia querer a sua vida se nem ela a queria?
PARTE 2
25/09/2045
Branco. Tudo branco. Leve. Era como se o conceito de peso desaparecesse, ou nunca tivesse existido ali. Seria aquele o lugar depois da vida? Mas algo dizia que ela não havia morrido. Fechavam os olhos e chegavam à sua mente as luzes vermelhas, a mulher gritando desesperada, sua sacolas com frutas se espalhando no chão molhado. A dor continuava e a dor carnal era a mais importante naquele instante... Veio, então, a agulha, fina, profunda. O líquido se espalhava rapidamente em seu corpo. Dormira.
Abriu os olhos e tudo voltava a ser branco e vazio. Ela estava dormindo. Não conseguia saber onde seu corpo estava, se quer sabia o que restara de seu corpo. Ali, não sentia mais dor, sentia-se sozinha. Tinha que saber mais coisas: como sair dali? Por que estava ali? Ela se jogou ou jogaram-na de algum lugar?
Fechava novamente os olhos e lembrava de tudo escuro, da tontura de uma voz que dizia ser Sexta, Setembro e o mais curioso estavam em 2045. O tempo não fazia sentido, lembrava apenas dos seus 20 anos, mas isso parecia tinha sido ontem! E ontem, era 22/09/2043!
Calma é preciso pensar.