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Uber (notícias e novidades em geral)

Fúria da cidade

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O que você precisa saber sobre o protesto

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Protesto contra Uber está marcado para vários locais do mundo Imagem: Getty Images

Parte dos motoristas da Uber no Brasil resolveu aderir ao movimento iniciado nos Estados Unidos e fará greve por aqui nesta quarta-feira (8). Entidades, associações e condutores independentes estão recomendando que quem está incomodado com a empresa fique o dia todo com a plataforma desligada. A diretriz é que todos desliguem o app entre a 0h de quarta (7) e a 0h de quinta (8).


A intenção é chamar a atenção para que o motorista passe a ganhar mais, em meio à abertura de capital da Uber na Bolsa de Valores - a empresa deve fazer seu aguardado IPO até o fim desta semana.

Abaixo, separamos tudo o que você precisa saber sobre a greve de motoristas:

Quem vai parar?

A decisão de parar partiu de motoristas da Uber em meio à abertura de capital da empresa na Bolsa de Valores dos Estados Unidos. A intenção é chamar a atenção para os ganhos dos condutores, que estariam desvalorizados.

Algumas entidades já protestaram há algumas semanas no Brasil após a 99 mudar a forma de pagamento de motoristas. Agora, essas entidades e outras associações se uniram em apoio à paralisação internacional.


Quanto tempo vai durar a greve?

No Brasil, a instrução é que motoristas da Uber desliguem o aplicativo entre a 0h de terça (7) e a 0h de quarta (8). Após esse período, haverá um balanço mundial dos atos para saber que caminho seguir.

Onde haverá paralisação?

Nos Estados Unidos, a paralisação, também em protesto contra a Lyft, atingirá várias regiões, entre elas Nova York, Los Angeles, Filadélfia, Washington, Chicago, San Francisco, Boston, San Diego, Connectcut e Atlanta. Cidades do Reino Unido e da Austrália também confirmaram que participarão da paralisação, que deve incluir ainda outros países globalmente.

Já no Brasil associações ao menos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minais Gerais, Rio Grande do Sul. Tocantins, Pernambuco, Espírito Santo e Bahia apoiaram a paralisação dos motoristas insatisfeitos. Como a conversa é feita por WhatsApp e redes sociais, é possível que a abrangência da paralisação seja maior.

Outros aplicativos vão ser afetados?

Sim. A greve toma como base a abertura de capital da Uber, mas a orientação é que todos os aplicativos sejam desligados pelos condutores, já que os motoristas acreditam que há uma defasagem na tarifa em todos. Ou seja, 99, Cabify e outros também podem ser afetados. Táxis, obviamente, não farão parte da mobilização,

Por que motoristas fazem a greve?

A greve é motivada, principalmente, pela exigência de que os motoristas recebam pagamentos melhores. No Brasil, por exemplo, condutores pedem que a tarifa básica seja aumentada em ao menos R$ 2, além de que o valor do quilômetro rodado também aumente. Há também o pedido de que a taxa cobrada pela Uber de cada motorista em corrida seja reduzida para algo entre 15% e 20%.

Os motoristas brasileiros ainda solicitam mais segurança da Uber. Entre as exigências está um cadastro mais rigoroso de passageiros na plataforma, com conferência de documentos e fotos de quem solicita carros.

Não terá motorista trabalhando?

Não é bem assim. Os próprios motoristas não sabem qual será a abrangência da greve nesta quarta (8). O protesto é repassado principalmente por redes sociais e grupos de aplicativos de mensagem, não chegando a todos os motoristas. As associações também lembram que há condutores que estão satisfeitos e outros que nem sequer saberão da paralisação. Por isso, é possível que o passageiro não sinta tanto os efeitos em algumas cidades.


"Acredito que a paralisação vai ter uma grande adesão porque basta desligar o celular. Não tem como ter uma temperatura. Pode ser que o passageiro não tenha problema, as entidades não conseguem chegar a todos os motoristas. Tem motorista que nem vai saber de nada amanhã", diz Eduardo Lima, presidente da Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo).

Haverá protestos físicos?


Sim. O principal ato físico está marcado para ocorrer no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, na manhã desta quarta - os condutores deverão seguir até a Bolsa de Valores da capital. Um dos organizadores é Paulo Reis, presidente da CoopDrivers. Além de São Paulo, estão previstos atos para Sorocaba (SP), Campinas (SP), Guarulhos (SP), Limeira (SP), Rio de Janeiro, Recife, Acre, Brasília e Bahia.

"Quatro caravanas do interior virão para São Paulo para o Vale do Anhangabaú. A reivindicação é o reajuste do valor pago aos motoristas. Os passageiros já pagam mais caro desde o ano passado, mas a Uber paga menos para motoristas. Queremos reajuste do pagamento aos motoristas", diz Paulo.

O que é o IPO da Uber?

É a aguardada abertura de capital da empresa na Bolsa de Valores. Como é uma das maiores companhias do mundo da atualidade, o IPO é cercado de expectativa. A companhia pode ser avaliada em US$ 90 bilhões e estima-se que seu IPO seja o maior desde o realizado pelo Alibaba, em 2014. A abertura de capital deve ocorrer até o fim desta semana, após anos de especulação.

O que diz a Uber sobre a manifestação?

O UOL Tecnologia procurou a assessoria de imprensa da Uber no Brasil na última terça (7), mas ainda não recebeu um posicionamento sobre o movimento. Fora do Brasil, a companhia diz que irá trabalhar para melhorar a experiência de motoristas no serviço.

"Motoristas são o coração do nosso serviço - não podemos ser bem-sucedidos sem eles - e milhares de pessoas trabalham na Uber todos os dias focados em como fazer a experiência melhor, dentro ou fora das ruas. Seja ganhos mais consistentes, proteções de seguro mais fortes ou cursos de quatro anos financiados para motoristas e suas famílias, nós vamos continuar trabalhando para melhorar a experiência para e com os motoristas", afirmou a Uber nos Estados Unidos.


https://noticias.uol.com.br/tecnolo...tas-da-uber-tudo-o-que-voce-precisa-saber.htm
 
Mais um caso curioso no fenômeno mundial da precarização do trabalho. Os argumentos liberais ainda não me convenceram de que a economia não tende à concentração: sem nenhum tipo de regulação, me parece que a tendência é quase sempre de formação de um ambiente inviável à competição (seja pelo monopólio de recursos, seja pela cartelização), que, assim como prejudica o consumidor, prejudica também o trabalhador/colaborador. O trabalho formal tem, ainda que deficiente, a proteção do Estado, com um punhado de leis que garantem um mínimo existencial; no trabalho informal, somente as incontroláveis leis do mercado condicionam o quanto a empresa estará disposta a pagar.

Como consumidor, não vou ser hipócrita e não admitir que o mercado informal - como o próprio Uber - é uma imensa mão na roda, mas me preocupa aonde vamos chegar com essa mudança de paradigma, que parece inevitável. A proteção ao mais fraco através do Estado foi uma longa batalha: se a gente concluir lá na frente que era mesmo o único jeito, terá que ser travada do zero novamente.
 
Eu sempre achei que um dia, mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer e confesso que até demorou mais do que imaginava.

Como usuário não nego que a chegada do Uber foi algo excelente e uso esporadicamente, mas como sou autônomo, eu nunca deixo de me colocar no lugar de quem está do lado do volante e que precisa diariamente trabalhar com isso seja como complemento de renda, ou então como sua única fonte de renda. A chegada desses aplicativos pode ter sido revolucionária e boa de um lado, mas é preciso que seja bom pra todos os lados do triângulo motorista/passageiro/empresa, onde o lado do motorista anda ficando renegado a um plano secundário, só que esquecem que esse é uma engrenagem essencial pra esse sistema funcionar perfeitamente.
 
Decisão muito bem vinda, não pelos 1,6k motoristas banidos mas pelo efeito educativo que gera sobre os demais. No fundo essas plataformas de gig economy são um baita estudo de caso sobre todos os caminhos que pessoas podem usar para tirar vantagem dos demais "no varejo". Vale para passageiros que denunciam motoristas fraudulentamente para ganhar estornar custos de corridas, entregadores de transportadoras uberizadas que marcam destinatário ausente para não desviar da rota [1], restaurantes dos aplicativos de comida cobrando por fora, as mini-máfias de exploração de trabalhadores que se formaram ao redor do ifood, etc. Basicamente tudo que pode dar errado numa relação comercial dá nessas plataformas! É bem diferente das empresas gigantes da área que tiram vantagem no atacado.



[1]: tenho um caso anedótico aqui da vez que eu estava para receber uma entrega pela Plimor e o motorista fez isso. Abri a reclamação no ato e no dia seguinte o indivíduo ainda teve a cara de pau de dizer que "o sistema" marcava automaticamente como destinatário ausente quando dava fim do expediente. Causo devidamente gravado e tal para anexar na reclamação, mas é óbvio que eu nunca tive resposta.
 
Última edição:
É chegado uma hora que o estado teria que intervir nisso, já que gostando ou não, os aplicativos deram uma bela agitada no mercado de trabalho.
 

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