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Érico Veríssimo

Eu tenho um projeto pessoal de ler todos os livros do Veríssimo (e é Erico sem acento no E) em ordem cronológica de lançamento ou de escrita, inclusive os que já li. Eu sou apaixonada por ele e no momento estou Olhai os Lírios do campo.
 
Erico Verissimo é um dos escritores que mais gosto. Olhai os lírios do campo... Como que a gente não se apaixona pela Olívia? Plagiando o famoso samba, "Olívia é que era mulher de verdade..."
 
A única obra que li do meu conterrâneo gaúcho foi UM CERTO CAPITÃO RODRIGO, que pode ser lido separadamente de O TEMPO E O VENTO.

Realmente uma história muito interessante, apresentando um personagem típico do folclore sulriograndense, com costumes arraigados!!!!
 
Recentemente li "Saga", que junta as personagens de "Clarissa", "Música ao Longe", "Caminhos Cruzados", "Olhai os Lírios do Campo" e "O Tempo e o Vento", e fiquei surpreso com a sacada do Erico: tornar uma saga não apenas os acontecimentos externos, mas principalmente a transformação que Vasco sofre entre a Guerra Civil Espanhola e a decisão pela vida bucólica, assim justificando o título do livro ao tornar épica a jornada do homem em busca de iluminação e paz interior.

"Incidente em Antares" foi um dos melhores livros que eu já li, fluido e reflexivo. A estrutura lembra os romances antigos, com aquela ideia de estabelecer o cenário e sua história logo nos primeiros capítulos, para melhor situar o leitor - ele devia estar lendo James Michener ou José de Alencar nessa época, rs.

E "Um Certo Capitão Rodrigo"... O que dizer de um livro tão franco sobre a história gloriosa e absurda do nosso país? Surpreso que ninguém enchesse o saco do Erico por ter criado Rodrigo Cambará.
 
Segundo um professor de cursinho meu: Capitão Rodrigo era o personagem mais macho de toda a nossa literatura.
O vice era o Riobaldo.

Não posso concordar com ele, ainda, por falta de leitura. :(
 
Segundo um professor de cursinho meu: Capitão Rodrigo era o personagem mais macho de toda a nossa literatura.
O vice era o Riobaldo.

Não posso concordar com ele, ainda, por falta de leitura. :(

O Rodrigo impressiona por ser muito autônomo, muito vivo. Taí uma personagem que parece que ganha vida própria quando lemos o livro.
 
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Nhá. Reli semana passada o Capitão Rodrigo, no início é só admiração mas depois na parte final do livro o Rodrigo dá umas desapontadas, sei lá se foi só comigo. Sei lá, acho que depois de certa altura o jeito do Rodrigo começa a me cansar.

Como quando ele tá jogando cartas, e uma das filhas dele passa muito mal, a Bibiana manda chamar o Rodrigo mas ele tá muito bêbado pra se lembrar dela ou das crianças, a guria morre e depois ele vem chora em cima
 
pode ser que relendo hj em dia eu pense diferente, mas a sensação que eu tive na época é que o legal do capitão rodrigo é que ele é tão apaixonante que vc até "perdoa" pelas cagadas dele.
 
Nhá. Reli semana passada o Capitão Rodrigo, no início é só admiração mas depois na parte final do livro o Rodrigo dá umas desapontadas, sei lá se foi só comigo. Sei lá, acho que depois de certa altura o jeito do Rodrigo começa a me cansar.

Como quando ele tá jogando cartas, e uma das filhas dele passa muito mal, a Bibiana manda chamar o Rodrigo mas ele tá muito bêbado pra se lembrar dela ou das crianças, a guria morre e depois ele vem chora em cima

Ah, mas esse é o típico macho gaúcho, tchê! Ele é apaixonante, como disse a Anica, porque ele exala a testosterona, um bugre que vive atrás de peleja e chinas. É impossível para ele ficar parado - sabe-se lá se é por motivo de trauma ou jeito de ser. A forma como ele trata a esposa ao voltar pra casa não é das mais românticas também. E talvez seja isso que agrade tanto o público: o fato de que temos ali um verdadeiro heroi nacional, um ser humano de carne e osso e sentimentos e sensações e falhas com quem é possível se identificar, ao contrário de Peri, de "O Guarani", que só faltava andar sobre as águas e transformar água em vinho. :lol:
 
O Cap. Rodrigo era um sedutor, daquelas personagens que conquistam o leitor e do qual nos perdoamos todas as cagadas. Se eu não me engano a um comentário do Juvenal Terra (cunhado do Cap.) que diz isso, que por mais que ele aprontasse era impossível ficar aborrecido com ele por muito tempo.

Mas as duas maiores personagens dessa estória são Bibiana Terra e Maria Valéria. Botam todos os homens do livro no chinelo. :grinlove:
 
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Capitão Rodrigo é o apelido do meu irmão, e eles são mesmo parecidos, mas, graças ao meus pais e a mim, ele não é tão inconsequente.

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O Cap. Rodrigo era um sedutor, daquelas personagens que conquistam o leitor e do qual nos perdoamos todas as cagadas. Se eu não me engano a um comentário do Juvenal Terra (cunhado do Cap.) que diz isso, que por mais que ele aprontasse era impossível ficar aborrecido com ele por muito tempo.

Mas as duas maiores personagens dessa estória são Bibiana Terra e Maria Valéria. Botam todos os homens do livro no chinelo. :grinlove:

Ana Terra também :grinlove:
 
Acho ele um autor interessante, mas muito com pouca profundidade e inovação, embora tenha a competência do padrão de seus similares nacionais. Gosto de algumas coisas que ele fez, ele tinha um talento dramático, mas não gosto da temática provinciana, isto eu lamento na verdade.
 
Acho ele um autor interessante, mas muito com pouca profundidade e inovação, embora tenha a competência do padrão de seus similares nacionais. Gosto de algumas coisas que ele fez, ele tinha um talento dramático, mas não gosto da temática provinciana, isto eu lamento na verdade.

Rio Grande é o Mundo, meu caro. Todas as personagens que ele criou apresentam características as mais diversas e, se você reclama que há pouca profundidade e inovação, é porque não leu "Saga", "Destinos Cruzados", "Olhai os Lírios do Campo", "Noite". Ainda temos um thriller que discute a política na América do Sul - igual a Graham Greene -, "O Senhor Embaixador". As questões humanísticas que ele aponta em "Incidente em Antares" e nas obras que formam a linha que vai de "Clarissa" à "Saga" são herdadas de Somerset Maugham e Aldous Huxley.
 
"O dia mais importante da minha vida foi aquele em que, recordando todos os meus erros, achei que já chegara a hora de procurar uma nova maneira de ser útil ao próximo, de dar novo rumo às minhas relações humanas.

Que era que eu tinha feito senão satisfazer os meus desejos, o meu egoísmo? Podia ser considerada uma criatura boa apenas porque não matava, porque não roubava, porque não agredia? A bondade não deve ser uma virtude passiva.

No dia em que achei Deus, encontrei a paz e ao mesmo tempo percebi que de certa maneira não haveria mais paz para mim. Descobri que a paz interior só se conquista com o sacrifício da paz exterior. Era preciso fazer alguma coisa pelos outros.

O mundo está cheio de sofrimento, de gritos de socorro. Que tinha eu feito até então para diminuir esse sofrimentos, para atender a esses apelos? Eu via a meu redor pessoas aflitas que para se salvarem esperavam apenas uma mão que as apoiasse, nada mais que isso. E Deus me dera duas mãos! Pensei em tudo isso numa noite de insônia. Quando o dia nasceu senti que tinha nascido de novo com ele."

e mais esse:

Quero que abra os olhos, Eugênio, que acorde enquanto é tempo. Peço-te que pegues a minha Bíblia que está na estante de livros, perto do rádio, leias apenas o Sermão da Montanha. Não te será difícil achar, pois a página está marcada com uma tira de papel. Os homens deviam ler e meditar esse trecho, principalmente no ponto em que Jesus nos fala dos lírios do campo que não trabalham nem fiam, e no entanto nem Salomão em toda sua glória jamais se vestiu como um deles.

Está claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar deitados à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.
Pedaços da carta que Olivia deixou para Eugênio em Olhai os Lírios do Campo.
:amor:

Livro favorito.
 
Do Érico Veríssimo "Um Certo Capitão Rodrigo" é o meu livro preferido

Mas não posso deixar de dar menção pra "As aventuras do avião vermelho" que na literatura infantil foi um dos primeiros livros que li na infância. É o autor entre os maiores do Brasil que mais tempo leio suas obras.
 

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