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[ENTREVISTA] Sacha Baron Cohen, criador de Borat, concede entrevista sem disfarces

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
Sacha Baron Cohen, o gênio cômico responsável pela criação de Borat, Ali G e Brüno, raramente concede entrevistas de cara limpa. Quando a reportagem recebe a confirmação da conversa com o ator por telefone, pensa que falará com o general Aladeen, personagem de Cohen em "O Ditador", que estreia no Brasil em 24 de agosto.

A resposta da assessora americana é rápida: "Será como Sacha. Aproveite."

O nervosismo bate. Como arrancar o máximo de um comediante conhecido por pregar peças em jornalistas desde que estreou como o rapper aloprado Ali G na TV inglesa, no fim dos anos 1990, e faz questão de esconder sua "face real" do público?

O que sabemos: Sacha Noam Baron Cohen, 40, é judeu, nasceu em Londres e estudou na Universidade de Cambridge. É casado com a atriz Isla Fisher ("Os Delírios de Consumo de Becky Bloom") e tem duas filhas. Suas poucas entrevistas em vídeo exibem um sujeito sério e inteligente.

Qualquer traço de ansiedade desaparece quando o repórter atende o telefone e ouve as seguintes frases, em português carregado de sotaque: "Tudo bem? Você tem lindos bumbuns e belos peitos. Eu precisa beijar sua boca".

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Sacha Baron Cohen passeia em Cannes vestido como o Admirável General Aladeen, seu personagem no filme "O Ditador"​

Folha - Como você aprendeu essas frases em português?
Sacha Baron Cohen
- Eu passei dez dias de férias no Brasil quando tinha 24 anos. Fui para Salvador, Rio e Foz do Iguaçu e, quando estava aí, me falaram que eu precisava saber essas duas frases (risos). Eu falei isso quando encontrei Gisele [Bündchen] na época em que ela namorava Leonardo DiCaprio. Ela não ficou feliz. Eu adoro o Brasil e estou com saudades, preciso fazer um personagem brasileiro, um supermodelo.

Por que conceder entrevistas fora dos personagens agora?
É uma boa pergunta. Provavelmente é um erro (risos). Olha, os meus filmes anteriores exigiam que eu me disfarçasse para funcionar. Já "O Ditador" é um projeto diferente, roteirizado e sem situações de encontro com pessoas reais. Então, decidi adotar uma postura diferente para divulgá-lo. Mas eu adoraria nunca dar entrevistas como eu mesmo.

Por que não?
Eu não acredito que as pessoas querem ver um filme porque conhecem melhor o ator. Eu desejo que as pessoas riam, mas não acho que vão achar as piadas mais engraçadas porque sabem mais detalhes a meu respeito. E eu falo isso mesmo sendo egoísta. Adoro os benefícios da fama (risos).

Você se disfarçava para proteger seus personagens no início da carreira. É impossível fazer um filme como "Borat" ou "Brüno" agora que é famoso?
Acho que que seria extremamente difícil. Todo mundo agora é jornalista, tem um iPhone, pode tirar foto e colocar no Facebook ou Twitter. E "Borat" e "Brüno" se apoiavam no fato de as pessoas não terem muito contato com as outras, até mesmo os políticos. No papel de Ali G, eu entrevistei todos os membros do gabinete do presidente Bush. Não teria funcionado se eles mandassem um e-mail de seus celulares avisando.

Essa foi a razão de filmar "O Ditador" de forma mais tradicional?
A razão principal é que eu não poderia entrevistar as pessoas e dizer: "Olá, eu sou o general Aladeen". Elas olhariam na internet na mesma hora e descobririam que não é real. "Borat" funcionou porque o Cazaquistão é um país de verdade e Borat era só um jornalista. Mas fingir que eu sou o líder de uma nação seria impossível. Além disso, a gente precisava ter uma história de amor.

Seu ditador se apaixona por uma mulher politicamente correta. Você está ficando leve?
Veja bem, a cena mais romântica do filme é quando os dois ficam de mãos dadas dentro do útero de uma mulher (risos) ajudando no parto. Então, sim, estou um pouco mais leve, mas não tanto.

Você soube do incidente, em março, no Kuwait, quando os organizadores de uma competição de tiro tocaram o hino de "Borat" quando a atleta do Cazaquistão venceu uma prova?
Sim, principalmente porque é meu irmão que canta o hino falso do país no filme. Ele gravou no banheiro por causa da acústica. A visão de uma atleta do Cazaquistão, em pé no pódio, com a bandeira sendo alçada e a voz do meu irmão no vaso ao fundo, me fez gargalhar.

Você estudou drama em Cambridge, onde há a tradicional companhia Footlights, embrião do Monty Python e responsável por revelar Stephen Fry, Hugh Laurie...
Sim, eu entrei em Cambridge por causa do Footlights, mas nunca me deixaram entrar no grupo. Não sei bem a razão de não ter sido aceito.

Na época em que estudei lá, as pessoas que comandavam a companhia eram elitistas, e eu era um judeu de classe média. Além disso, o grupo possui um humor tradicional, e eu apareci com um estilo diferente. Mas foi bom, porque pude atuar de verdade, interpretar Shakespeare, cantar em musicais.

Você gosta mais do humor estilo "Monty Python" ou "Seinfeld"?
Eu amo Monty Python e é minha inspiração. Quando eu tinha sete anos, eu vi "A Vida de Brian" e foi um grande momento na minha vida: foi a primeira vez que vi uma mulher nua na vida (risos). Mas adoro "Seinfeld".

Uma das inspirações para Aladeen foi Muammar Gaddafi, ditador da Líbia, que morreu em outubro do ano passado. Já tinha acabado de filmar?
Foi uma coincidência incrível. Terminamos o roteiro antes da Primavera Árabe e, de repente, tudo começou a mudar. Até me ligaram para perguntar se Gaddafi havia lido o roteiro. Quando escrevemos o filme, ele era um sujeito perigoso. Então, fizemos um comunicado dizendo que "O Ditador" era inspirado em Saddam. Não queria acordar com uma bomba na porta (risos). Fiquei aliviado quando Gaddafi foi assassinado.

É verdade que você viverá Freddie Mercury no cinema?
Sim. Estou neste momento preparando o roteiro e deixando crescer o bigode.

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O REI DO ABSURDO Os momentos mais chocantes de Sacha Baron Cohen​

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