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ELEGIA DE UM NÃO-PINTOR

Talvez eu fosse aquarela,
Mas sou apenas um tosco poeta.

Talvez estivesse em Guernica,
Mas testemunho --- todos os dias ---
Florescerem vítimas de banalizadas chacinas
No gigantesco tropical Paraíso do Pré-Sal
E das commodities agrícolas.

Talvez presenciasse
As pinceladas catárticas de Frida,
Mas meu ser se limita
A derramar copiosas lágrimas das vistas.

Talvez vivesse como um viçoso ébano
Que pisasse em sementes de café nos anos vinte ou quarenta
Do evo passado,
Mas me descubro um preto de pés pneumáticos
O qual --- no século XXI --- engendra
Versos natimortos na sua cabeça de asno.




Talvez pudesse dizer a Van Gogh
O quão cultuada e lucrativa
Tornou-se a sua Pintura Impressionista,
Mas somente consigo escrever
--- sobre a folha do caderno Tilibra ---
Letras de aparência carrancuda,
Abjeta: dantesca grafia!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
 
Nada a ver. Cabeça de asno? Usando palavras difíceis?

Muito bom o poema. Atual e brasileiro, de um jeito que no futuro talvez o leitor das novas gerações não entenda. De um jeito que talvez o leitor das novas gerações nos entenda. Precisamos marcar o nosso tempo.
 
"Talvez estivesse em Guernica,
Mas testemunho --- todos os dias ---
Florescerem vítimas de banalizadas chacinas"

Também gostei desse poema Jesse, vc foi feliz na elaboração e comparação do quadro de Picasso e as chacinas banalizadas no Brasil.:sim:Mandou bem!
 

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