Fúria da cidade
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Dando sequência, segue a lista da Lissa.
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Introdução por @Melian
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Comentário Inicial de @Lissa :
1. O Garoto no Convés (John Boyne)
Sim, eu amo histórias náuticas. E eu amo o estilo do John Boyne, que escreve ficção histórica e mescla de maneira tão perfeita os fatos históricos com seus personagens fictícios que fica praticamente impossível duvidar que suas histórias não são rememorações ou reconstruções fidedignas dos acontecimentos reais. O livro mais famoso dele, O Menino do Pijama Listrado, foi o primeiro que li, gostei muito, e me enfiei de cabeça em ler tudo que ele publicava. Foi aí que dei de cara com essa obra prima, que junta uma riqueza de detalhes históricos, contextos, cenários e personagens maravilhosos, inclusive os reais.
A história conta sobre o famoso motim do Bounty, um navio inglês encarregado de levar mudas de fruta-pão do Tahiti para as colônias britânicas nas Américas. O capitão e alguns homens fiéis a ele passaram semanas à deriva em um bote, e o julgamento polêmico que se deu após a chegada deles em terra até hoje divide opiniões. Bom, eu pesquisei por fora a história real e eu concordo 100% com o julgamento do Boyne sobre essa história e quem é o verdadeiro vilão.
2. Prólogo de Amor (Taylor Caldwell)
Um livro desses antigos da Seleções Reader's Digest, que vinham em coleções, sabe qual é? Pois é, não dava nada por ele. Aí eu li, despretensiosamente, e PLAU! A voadora da arte. Livro simples, enredo simples, porém uma reflexão que me assombra até hoje e tem um impacto profundo sobre como o mundo capitalista, a vida na cidade, o conflito maquiavélico de "é melhor ser amado ou ser temido?", as relações entre dinheiro e família... Tudo isso consta nessa história super simples, porém bastante densa e, de certa forma, complexa. Porque te deixa pensando sobre os dilemas da protagonista. Eu sofri com ela desde o início e sofri mais ainda no final.
3. Mabinogion (autores anônimos)
A maior e melhor coletâneas de mitologia céltica galesa/irlandesa! É até mesmo considerado livro sagrado para algumas vertentes religiosas da bruxaria tradicional reconstrucionista celta. Tem tudo aqui: lendas sobre os Tuatha Dé Danann, a corte Arturiana, Taliesin, Cerridwen, Gwydion, Branwen, Blodeuwedd... Minha cara, né? Pois é. Eu simplesmente cultuo vários dos deuses mencionados no Mabinogion, então nada mais justo que colocar o livro que me possibilitou conhecê-los.
4. O Lobo do Mar (Jack London)
Mencionei ali que amo histórias náuticas, né? E Jack London entrega TUDO aqui. Tem naufrágio, tem termos náuticos, tem engenharia naval, tem tempestade em alto-mar, tentativa de motim... mas o que faz esse livro ser FODA são os diálogos entre os dois protagonistas. Um é um culto homem das letras, bem playboyzinho e cheio de nove horas; o outro é, literalmente, um lobo do mar brutamontes que é, à primeira vista, uma caricatura do capitão malvado e cruel com sua tripulação. SÓ QUE esse capitão é também um cara muito inteligente, que tem uma citação literária pra tudo, e muito convicto de suas opiniões. Aí que Jack London entrega tudo: nos embates filosóficos entre os dois, que são super opostos, porém que te deixam embasbacado com as proposições, opiniões, debates... A convicção do capitão é tanta que a gente muda de opinião junto com ele, praticamente, mesmo algumas coisas sendo pura abobrinha. Como eu disse, Jack London entrega TUDO.
5. O Silmarillion (J. R. R. Tolkien)
"Ai, mas uma idiota que coloca Tolkien na lista"... NÃO GOSTOU, MANDA UM E-MAIL. Poderia colocar a trilogia SdA, mas O Silmarillion é tudo pra mim. Me fez sentir ódio genuíno por Fëanor, me fez sentir amor profundo por Túrin e me fez ansiar por ler, em sequência, O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Tolkien fecha aqui o meu top 3 autores preferidos, os JJJ: John Boyne, Jack London e J. R. R. Tolkien. Nem tem muito o que dizer d'O Silmarillion num fórum de Tolkien, né? Quem ainda não leu, é poser.
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Introdução por @Melian
É possível ser algoz e vítima, depende do ponto de referência a partir de qual se olha um fato. John Jacob Turnstile foi os dois, e quantos de nós, seres humanos, não o fomos? É possível ser insolente e inocente, e quem há de nos dizer que ambos os comportamentos não são legítimos? Onde estiver a sua lealdade, aí estará o seu propósito de vida. Eis o grande enigma da existência, que perpassa mitologias, crenças, descrenças e, claro, gerações.
Eis a mais harmônica canção — diriam, ou melhor, cantariam os Ainur — presente em O Silmarillion e, não raro, no modo como nos relacionamos uns com os outros. De um modo ou de outro, o fio que conduz a lista da Lissa é o diálogo, ou a falta dele, e talvez, isso evidencie a própria maneira que a Lissa escolheu estar no mundo, por meio da palavra, seja ela cantada, falada ou transformada em imagens, por intermédio dos desenhos, das pinturas, que faz e nada ficam devendo às telas de Vairë. Que esta possa nos brindar com a decoração de um amanhecer colorido, porque após passarmos tanto tempo na escuridão, precisamos de um pouco de luz, mesmo que tenhamos de forjá-la com nossas próprias mãos.
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Comentário Inicial de @Lissa :
Já começo dizendo que foi MUITO difícil compilar essa lista porque eu sou desmemoriada e me dá brancos abissais reunir itens para formar listas, quaisquer que sejam. Até mesmo lista de compras, que é algo que eu preciso pra sobreviver. Então, demorei bastante para lembrar os títulos. Talvez possam me acusar de não ter preferidos, ou então eles estariam frescos na minha mente, certo? ERRADO. A minha memória é assim bizarra e zoada, posso fazer nada![]()
1. O Garoto no Convés (John Boyne)

Sim, eu amo histórias náuticas. E eu amo o estilo do John Boyne, que escreve ficção histórica e mescla de maneira tão perfeita os fatos históricos com seus personagens fictícios que fica praticamente impossível duvidar que suas histórias não são rememorações ou reconstruções fidedignas dos acontecimentos reais. O livro mais famoso dele, O Menino do Pijama Listrado, foi o primeiro que li, gostei muito, e me enfiei de cabeça em ler tudo que ele publicava. Foi aí que dei de cara com essa obra prima, que junta uma riqueza de detalhes históricos, contextos, cenários e personagens maravilhosos, inclusive os reais.
A história conta sobre o famoso motim do Bounty, um navio inglês encarregado de levar mudas de fruta-pão do Tahiti para as colônias britânicas nas Américas. O capitão e alguns homens fiéis a ele passaram semanas à deriva em um bote, e o julgamento polêmico que se deu após a chegada deles em terra até hoje divide opiniões. Bom, eu pesquisei por fora a história real e eu concordo 100% com o julgamento do Boyne sobre essa história e quem é o verdadeiro vilão.
2. Prólogo de Amor (Taylor Caldwell)
Um livro desses antigos da Seleções Reader's Digest, que vinham em coleções, sabe qual é? Pois é, não dava nada por ele. Aí eu li, despretensiosamente, e PLAU! A voadora da arte. Livro simples, enredo simples, porém uma reflexão que me assombra até hoje e tem um impacto profundo sobre como o mundo capitalista, a vida na cidade, o conflito maquiavélico de "é melhor ser amado ou ser temido?", as relações entre dinheiro e família... Tudo isso consta nessa história super simples, porém bastante densa e, de certa forma, complexa. Porque te deixa pensando sobre os dilemas da protagonista. Eu sofri com ela desde o início e sofri mais ainda no final.
3. Mabinogion (autores anônimos)

A maior e melhor coletâneas de mitologia céltica galesa/irlandesa! É até mesmo considerado livro sagrado para algumas vertentes religiosas da bruxaria tradicional reconstrucionista celta. Tem tudo aqui: lendas sobre os Tuatha Dé Danann, a corte Arturiana, Taliesin, Cerridwen, Gwydion, Branwen, Blodeuwedd... Minha cara, né? Pois é. Eu simplesmente cultuo vários dos deuses mencionados no Mabinogion, então nada mais justo que colocar o livro que me possibilitou conhecê-los.
4. O Lobo do Mar (Jack London)

Mencionei ali que amo histórias náuticas, né? E Jack London entrega TUDO aqui. Tem naufrágio, tem termos náuticos, tem engenharia naval, tem tempestade em alto-mar, tentativa de motim... mas o que faz esse livro ser FODA são os diálogos entre os dois protagonistas. Um é um culto homem das letras, bem playboyzinho e cheio de nove horas; o outro é, literalmente, um lobo do mar brutamontes que é, à primeira vista, uma caricatura do capitão malvado e cruel com sua tripulação. SÓ QUE esse capitão é também um cara muito inteligente, que tem uma citação literária pra tudo, e muito convicto de suas opiniões. Aí que Jack London entrega tudo: nos embates filosóficos entre os dois, que são super opostos, porém que te deixam embasbacado com as proposições, opiniões, debates... A convicção do capitão é tanta que a gente muda de opinião junto com ele, praticamente, mesmo algumas coisas sendo pura abobrinha. Como eu disse, Jack London entrega TUDO.
5. O Silmarillion (J. R. R. Tolkien)

"Ai, mas uma idiota que coloca Tolkien na lista"... NÃO GOSTOU, MANDA UM E-MAIL. Poderia colocar a trilogia SdA, mas O Silmarillion é tudo pra mim. Me fez sentir ódio genuíno por Fëanor, me fez sentir amor profundo por Túrin e me fez ansiar por ler, em sequência, O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Tolkien fecha aqui o meu top 3 autores preferidos, os JJJ: John Boyne, Jack London e J. R. R. Tolkien. Nem tem muito o que dizer d'O Silmarillion num fórum de Tolkien, né? Quem ainda não leu, é poser.
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