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Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Chatov

Usuário
Sinopse
Escrito em 1932, este livro é uma antevisão de um futuro no qual o domínio quase integral das técnicas e do saber científico produz uma sociedade totalitária e desumanizada. Esta ficção científica surpreende pela clareza do texto, pela lucidez do autor e pela atualidade das questões levantadas.

Minha Opinião
Gostei do livro. É o autor da distopia mais limpa e agradável. Gostaria de viver num mundo desses - se eu fosse das castas mais alta - é claro.

Recriei o tópico, devido aos problemas do servidor.

Quem quiser continuar aquela "discussãozinha", muito boa por sinal, sobre os selvages X moradores da cidade, estamos apostos.
 
-Arnie- disse:
Chatov disse:
Gostaria de viver num mundo desses - se eu fosse das castas mais alta - é claro.

É só ter calma, a gente tá quase chegando lá.

Acho que ainda vai demorar bastante. Um futuro limpo e sem violência? Bem, não sei quanto ao local onde você vive, mas por aqui é só colocar o pé na rua, que a pessoa tem que torcer pra não ser assaltada e tapar o nariz para não sentir o cheiro do esgoto pelo ar.
 
Chatov disse:
Acho que ainda vai demorar bastante. Um futuro limpo e sem violência? Bem, não sei quanto ao local onde você vive, mas por aqui é só colocar o pé na rua, que a pessoa tem que torcer pra não ser assaltada e tapar o nariz para não sentir o cheiro do esgoto pelo ar.


As coisas vão indo: a arte já morreu, as pessoas quase que totalmente pensam iguais, o ensino está apodrecido... Mas se for apenas pela paz e a boa vida, Japão já é quase o mundo de Huxley. Toda forma de arte lá é quase morta, há apenas o senso coletivo de progresso, uma vida feliz controlada por uns poucos.
 
-Arnie- disse:
As coisas vão indo: a arte já morreu, as pessoas quase que totalmente pensam iguais, o ensino está apodrecido... Mas se for apenas pela paz e a boa vida, Japão já é quase o mundo de Huxley. Toda forma de arte lá é quase morta, há apenas o senso coletivo de progresso, uma vida feliz controlada por uns poucos.

A arte morreu? Depende do que você considera arte. A imagem do meu avatar é um grafite de um artista de guerrilha chamado Bransk. Esse cara continua vivo e aprontando das suas. A pouco mais de um mês uma escultura (muito feia por sinal) foi comprada por milhões de euros.

Como assim a arte morreu? Se em um simples passeio pela cidade eu vejo grafites convivendo lado ao lado com arte clássica?
As pessoas pensam parecidas? Essa época de eleições nos vamos ver muito isso. Coloque um Petista e um PSDBista lado a lado e você verá se elas pensam iguais. Isso sem falar de futebol, filmes, e livros... Tudo é motivo para discussões.

Como assim as pessoas pensam iguais? Se elas brigam por qualquer besteira.

O ensino tá podre? Depende do local, o primeiro colocado do curso de sociologia da Universidade Federal do ceará veio de uma escola pública.
A escola pública não presta? É verdade, mas nem tudo está perdido. Existe ensino de qualidade por ai.

O Japão é uma a sociedade parecida com a de Huxley. Em partes, sim. Realmente eles são muito mais homogêneos que a sociedade brasileira. Mas se você for ver, a moda agora entre os jovens japoneses é se vestir como ocidentais(que coisa mais ridícula são aquele bronzeados toscos). O país está passando por uma crise econômica, quase em recessão, milhares estão perdendo o emprego.

Como assim o Japão é um sociedade perfeita e feliz? Se os jovens de lá não querem se vestir como a sua cultura, se o país está em dificuldades econômicas?

Huxley vem acertando em suas previsões, mas acho que ultimamente estamos dando uma guinada, no maior estilo 1984, para ditaduras e regimes totalitários pelo mundo. A união europeia em crise, os EUA em dificuldades econômicas, O Irã criando sua bomba atômica, a Ditadura chinesa crescendo assustadoramente, a esquerdalização da América latina... O futuro de imaginado por Orwell já aparece no nosso retrovisor, dando tchauzinho.
 
Tá, exagerei em falar que a arte morreu, não posso falar isso se não entendo de arte como um todo. Só posso ficar com aquilo que está próximo: música e literatura, que estão morrendo. Haverá livros, mas pra que?

Existem, ao meu ver, as três divisões: o artista, o trabalho e o terceiro, que é o alvo, e que vai apreciar a arte. Quatos dos teceiros existem hoje? Quantos, dentro de uma faculdade de letras, conseguem ler de verdade uma obra de Machado de Assis, sem ser levado pelas ideias pós-modernas? Huxley matou a charada, o que os nazistas e os facistas fizeram ainda hoje é feito; cinema de terceira que serve para, quando não emburrecer, injetar ideias torpes subjetivamente, e músicas cada vez mais planas, que não precisa de qualquer esforço mental para ouvir. Aqui no Brasil foi a ditadura que institucionalizou o regresso itelectual.

Na politica, quanta diferença! Todas essas idologias são um pano de fundo, veja que no fim estão todos lutando pela democracia. Essa coisa que nada mais é do que o governo da maioria. Que maioria? Aquela adestrada na frente da TV, que teve um ensino de terceira com professos pré-fabricados no senso comum. O ensio brasileiro é uma miséria: você muda de escola, mas a escola não muda. O que é aula de filosofia do ensimo médio senão estudar Francis Bacon e Auguste Comte, e ficar rodando em Marx e Foucault. Não falo só do ensino público - esse está morto há tempos - mas as próprias escolas particulares só completam tabela. Comparados com os jovens universitários do século XIX, os nossos são pouco mais do que animais letrados. Progresso? Só nas exceções.

Quanto ao Japão, acho que isso acontece com qualquer sociedade onde o estudo ciêntífico lógico esteja acima do humano. Tudo por lá é massificado e vendido para que as pessoas pensem cada vez menos. Não ha exaltação humana que não seja para o avanço tecnológico. Música japonesa é tabelada, muito mais do que aqui (são a segunda maior industria fonográfica do mundo), e é tudo manipulado de maneira tão intensa que deria um fime de ficção. Assunto grande demais, só fico com pena de gente como Ryuichi Sakamoto. Enfim. A moda lá sempre foi querer parecer com ocidental, aquela coisa de japonês tradição é mais para vender imagem. Opaís só é a segunda grande potência por causa disso,por que os jovens são passivos e não contestam. Jovem que contesta, que tem dúvidas, que não aceita a sociedade japonêsa, é visto quase como um comunista nos EUA. É um país que eu não duraria um mês, por causa dele eu tenho certeza que o mundo de Huxley não é pra mim, e que eu seria mais um Selvagem.

"O futuro já começou" A Globo sempre esteve certa, o futuro é agora. Do jeito que estamos, a não ser que aconteca uma grande revolução, a tendencia é o declinio intelectual, sempre maquiado e abafado pela voz do progresso. Viver, simplesmente viver, meu cão faz isso muito bem
 
-Arnie- disse:
Tá, exagerei em falar que a arte morreu, não posso falar isso se não entendo de arte como um todo. Só posso ficar com aquilo que está próximo: música e literatura, que estão morrendo.
Não entendo assim, no campo literário por exemplo, grandes obras são publicadas todos os anos. Clássicos não surgem do dia pra noite. Nada impede que obras desprezadas hoje venham ser admiradas no futuro (distanciamento).

-Arnie- disse:
Existem, ao meu ver, as três divisões: o artista, o trabalho e o terceiro, que é o alvo, e que vai apreciar a arte. Quatos dos teceiros existem hoje? Quantos, dentro de uma faculdade de letras, conseguem ler de verdade uma obra de Machado de Assis, sem ser levado pelas ideias pós-modernas? Huxley matou a charada, o que os nazistas e os facistas fizeram ainda hoje é feito; cinema de terceira que serve para, quando não emburrecer, injetar ideias torpes subjetivamente, e músicas cada vez mais planas, que não precisa de qualquer esforço mental para ouvir.
Somos produtos do meio (odeio essa frase!), uma interpretação pós-modernista não é mais certa ou errada que uma interpretação realista, por exemplo. Sempre tendemos a enxergar as coisas com os olhos de nosso tempo.

-Arnie- disse:
Na politica, quanta diferença! Todas essas idologias são um pano de fundo, veja que no fim estão todos lutando pela democracia. Essa coisa que nada mais é do que o governo da maioria. Que maioria? Aquela adestrada na frente da TV, que teve um ensino de terceira com professos pré-fabricados no senso comum. O ensino brasileiro é uma miséria: você muda de escola, mas a escola não muda. O que é aula de filosofia do ensino médio senão estudar Francis Bacon e Auguste Comte, e ficar rodando em Foucault. Não falo só do ensino público - esse está morto há tempos - mas as próprias escolas particulares só completam tabela. Comparados com os jovens universitários do século XIX, os nossos são pouco mais do que animais letrados.

Não há o que comentar, não é novidade a precariedade do ensino...em todos os níveis.



-Arnie- disse:
Progresso? Só nas exceções.
?????

-Arnie- disse:
Quanto ao Japão, acho que isso acontece com qualquer sociedade onde o estudo ciêntífico lógico esteja acima do humano. Tudo por lá é massificado e vendido para que as pessoas pensem cada vez menos. Não ha exaltação humana que não seja para o avanço tecnológico. Música japonesa é tabelada, muito mais do que aqui (são a segunda maior industria fonográfica do mundo), e é tudo manipulado de maneira tão intensa que deria um fime de ficção. Assunto grande demais, só fico com pena de gente como Ryuichi Sakamoto. Enfim. A moda lá sempre foi querer parecer com ocidental, aquela coisa de japonês tradição é mais para vender imagem. Opaís só é a segunda grande potência por causa disso,por que os jovens são passivos e não contestam. Jovem que contesta, que tem dúvidas, que não aceita a sociedade japonêsa, é visto quase como um comunista nos EUA. É um país que eu não duraria um mês, por causa dele eu tenho certeza que o mundo de Huxley não é pra mim, e que eu seria mais um Selvagem.
Não conheço o Japão tão a fundo. Porém dizer que o alto desenvolvimento das ciências exatas, é causador dessa alienação massiva descrita por você, é absurdo!

-Arnie- disse:
"O futuro já começou" A Globo sempre esteve certa, o futuro é agora. Do jeito que estamos, a não ser que aconteca uma grande revolução, a tendencia é o declinio intelectual, sempre maquiado e abafado pela voz do progresso.

Não enxergo como declínio intelectual, assim como tempos de repressão levaram a sublimação da arte, transformações radicais como vivemos hoje (tecnológicas principalmente) reinventam velhas formas de arte, não obstante criam novas possibilidades.
 
Clássicos não brotam do chão, disso eu sei, até falei que sempre teremos grandes escritores. Mas pra que? Quase todos hoje são semi-alfabetizados. Mas já de hoje percebe-se que são poucos os que conseguem contextulizar Eça de Queiroz, são poucos os que realmente leem e não apenas assimilam palavras. O futuro para autores como Camões e Dante é ainda mais obscuro, sendo admiradas por duas pequenas parcelas: as que realmente veem arte, e as que querem arrotar arte. É, igual a hoje, sendo que numa escalar maior.

Porém dizer que o alto desenvolvimento das ciências exatas, é causador dessa alienação massiva descrita por você, é absurdo!

Por quê? Eu não disse que a culpa é da matemática, isso é igenuidade. O sistema corporativo em que os japoneses vivem hoje é efeito da Segunda Guerra. A culpa é de quem adestra as pessoas a não reflexão, em apenas consumir.
 
-Arnie- disse:
Clássicos não brotam do chão, disso eu sei, até falei que sempre teremos grandes escritores. Mas pra que? Quase todos hoje são semi-alfabetizados. Mas já de hoje percebe-se que são poucos os que conseguem contextulizar Eça de Queiroz, são poucos os que realmente leem e não apenas assimilam palavras. O futuro para autores como Camões e Dante é ainda mais obscuro, sendo admiradas por duas pequenas parcelas: as que realmente veem arte, e as que querem arrotar arte.
Clássicos são feitos por poucos. É normal. Não são todos que atingem o mais alto escalão literário. Na época de Dante era assim, na época de Camões era assim, na nossa época é assim.

É, igual a hoje, sendo que numa escalar maior.
Sim... Temos mais pessoas no mundo. Mas os índices proporcionais continuam mais ou menos os mesmos. Dificilmente Dublin produzirá outro James Joyce, dificilmente Florença produzirá outro Alighieri. Mas isso não quer dizer que não se produza mais. É claro que o sistema está ficando cada vez mais complexo e intrincado, ganhando a ajuda de processos matemáticos e biológicos, criando um cerco intransponível -- a partir do dia em que o Estado controlar geneticamente as pessoas, teremos uma ditadura perfeita. Mas isso é também relativo. A história é cíclica, por mais que tentemos dizer que não... Ditaduras, quando demonstram-se falhas e faltas, são substituídas por outros modelos que caminham para outras ditaduras, explícitas ou implícitas. Se a que estamos vivendo (uma ditadura midiática e implícita) terá salvação ou não... Eu não sou Mãe Diná pra prever, então só posso ser otimista e caminhar em frente com o peito em riste.

Por quê? Eu não disse que a culpa é da matemática, isso é igenuidade. O sistema corporativo em que os japoneses vivem hoje é efeito da Segunda Guerra. A culpa é de quem adestra as pessoas a não reflexão, em apenas consumir.
Bem... Não tenho do que discordar. O consumismo e, por conseguinte, o capitalismo são mazelas do mundo que precisamos pulular (mas não de forma abrupta e plim-plim!-pílula. É um processo demorado, que provavelmente os filhos de nossos netos viverão... Mas que deve ser iniciado desde já...)
 
“Entraram. Com o perfume de âmbar cinzento e de sândalo, o ar parecia quente e pesado. No teto em cúpula da sala, o órgão de cores pintara momentaneamente um pôr-do-sol tropical. [...] Como gatos melodiosos ao luar, os sexofones gemeram, nos registros alto e tenor, como se estivessem desmaiando. Com uma riqueza prodigiosa de sons harmônicos, seu coro trêmulo se foi elevando a alturas mais sonoras, cada vez mais sonoras – até que, por fim, com um gesto da mão, o maestro desencadeou a arrasadora nota final de música do éter [...]. Fazendo evoluções de five-step com os outros quatrocentos pares no salão da Abadia de Westminster, Lenina e Henry dançavam, entretanto, em outro mundo – o mundo quente, cheio de cores vivas, o mundo infinitamente acolhedor criado pelo soma. Como todos eram bons, e belos, e deliciosamente divertidos! [...] E quando, esgotados, os Dezesseis depuseram os seus sexofones e o aparelho de Música Sintética começou a executar o que havia de mais moderno em Blues Malthusianos lentos, Lenina e Henry eram como dois embriões gêmeos, embalados docemente pelas vagas de um oceano de pseudossangue.”?

Neste que é um dos bons momentos de Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), o leitor do século XXI terá a viva impressão de que a balada do fim de semana foi sonhada por Huxley em 1931, e de que a Música Sintética que rege o lazer dos casais descompromissados é um nome antiquado para a música eletrônica. Que seja, a ficção científica é feita de sonhos que antecipam o absurdo do futuro. Mas talvez nem devêssemos ir tão longe: já o rock continha os elementos necessários para pintar o quadro da balada embalada por alucinógenos.

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