Por Felipe Mônaco e Érico Borgo
27/3/2003
Símbolo de sua geração, o boneco Falcon foi objeto de desejo de milhares de garotos no início da década de 80.
Versão brasileira do clássico G.I. Joe norte-americano, brinquedo cuja primeira edição data de 1964, o Falcon fazia brilhar os olhos da molecada, pela diversidade de modelos e acessórios realistas.
No auge da febre, coitados dos pais que não dessem um Falcon de presente para seus filhos no natal ou no aniversário. Até as meninas queriam um boneco do tipo... afinal, ele era o namorado ideal pra Barbie ou Susi, visto que os mauricinhos Bob, Ken ou Beto não tinha articulações - ou masculinidade - suficientes.
Falcon, o aventureiro
Na segunda metade da década de 70, a série reinava absoluta nas lojas de brinquedos e nas mãos de seus felizes proprietários. Dava até para descer ladeira montado no resistente jipe do herói, ou acertar a cabeça da irmã com as potentes hélices do seu helicóptero! Ouvir os coloridos discos de vinil com aventuras e sair correndo por aí fingindo ser o personagem também fazia parte da brincadeira.
Com roupas de tecido, cabelinho sintético e os famosos "olhos de águia" - novidade surgida nos anos 80 -, havia Falcons para todas as ocasiões. Seus modelos incluíam safari de gorilas e águias (mais politicamente incorreto, impossível), médico de combate, alpinista, soldado, pesca submarina (o tubarão e a arraia eram clássicos), piloto de "turbo-cóptero", escafandrista, especialista em explosivos etc.
Alguns anos depois, abandonou a linha militar e ficou com um estilo futurista. Na época, também ganhou um vilão à altura. Torak, obviamente influenciado por Darth Vader de Star wars, tinha aspecto robótico, garra no lugar da mão direita, raio mortal (uma lanterninha) no peito e capa, segura por uma correntinha de verdade. Para enfrentar a ameaça, Falcon ganhou um aliado. Condor, o andróide, vinha com espada e capacete que, quando removido, revelava uma face formada por circuitos eletrônicos.
O fim do herói
Infelizmente, sua produção foi descontinuada em 1984. O preço era alto demais, a produção complicada e o conceito dos "bonecões" começava a perder força. Além disso, a Estrela pouco fazia para melhorar a qualidade do produto, que passou a figurar entre os mais freqüentes nos 'hospitais de brinquedos'.
O sucessor natural do boneco foi a linha Comandos em Ação. Eram como seu antecessor, mas sem os detalhes e materiais distintos, portanto, de produção muito mais econômica. Logo surgiu o desenho da televisão, o que, aliado ao preço mais convidativo do brinquedo, acabou por enterrar de vez o heróico Falcon.
Houve até algumas tentativas de relançar o boneco, mas não deram certo. Talvez pela ausência dos acessórios e detalhes realistas ou por peculiaridades do mercado atual. Não se sabe. Todavia, lembrados com carinho por quem pôde brincar com eles na infância, hoje os clássicos Falcon são bastante valorizados em leilões e preservados com cuidado por colecionadores ávidos... aqueles mesmos garotos que passaram a infância em tão poderosa companhia.
Para mais sobre o Falcon, acesse o site
www.loucoporbonecos.com.br , criado por Felipe Mônaco, o co-autor deste artigo.
Fonte: Omelete