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Tengwar - Pontuação

Conteúdo

Introdução

As muitas amostras de Tegwar onde sinais de pontuação são usados demonstram que existe um sofisticado sistema de pontuação em Tengwar; mais que no Sarati, onde a pontuação em uso corrente é limitada a algumas poucas pausas completas (mas, usualmente, até essas são deixadas de lado). Não se sabe muito sobre as origens deste sistema de pontuação, como foi desenvolvido e a quais culturas era relacionado. Fragmentos aparecem em diferentes documentos, permitindo que os coloquemos juntos numa panorama geral, mas é impossível dizer se estes fragmentos como um todo representam partes de um único e coerente sistema de pontuação.

Entretanto, é claro que este sistema transcede os limites dos “modos”, desde que apareceu, com pequenas variações, em documentos de origens supostamente diferentes e escritos em muitos modos diferentes. Parece provável que alguns elementos são de fato muito antigos, possivelmente parte da invenção original de Feanor. Com certeza havia diferentes “escolas” de escrita, especialmente em centros de aprendizado e administração tal como a corte de Gondor.

Usualmente não há uma correspondência um-a-um entre os sinais de pontuação Romanos e os Tengwar. Assim como o ponto final, vírgula, ponto-e-vírgula e dois-pontos Latinos, muitos sinais de pontuação Tengwar indicam pausas de intensidade variante dentre uma escala vagamente definida. Além disso, alguns sinais Latinos, como o dois-pontos, podem indicar várias nuances de significado, que podem ou não estar presentes nos sinais de pontuação Tengwar usdo para transcrevê-los (e vice versa). Alguns sinais podem, portanto, serem transcritos de várias formas diferentes.

Ao contrário dos sinais de pontuação em textos latinos, os sinais usados no Tengwar são usualmente precedidos de um espaço, de modo que fiquem igualmente espaçados dos tengwa precedente e subsequente.

Sistemas de Pontuação

A tabela abaixo mostra um resumo dos sinais de pontuação e como eles são transcritos em alguns poucos documentos significativos. Um sinal de parágrafo < ¶ > indica que o sinal é encontrado no fim de parágrafos ou textos. Uma análise mais detalhada da pontuação existente é dada abaixo.

Fonte Ponto baixo Ponto mediano Ponto duplo Ponto triplo Ponto duplo mais mediano Quatro pontos em diamante Quatro pontos em quadrado
DTS 10:1   , .      
DTS 10:2 ,   .      
DTS 19-20   , ; .      
DTS 50-51   , ; : ; .        
DTS 45, 48, 49 ,   , ; : . : . : . .¶  
DTS 71     .        
Fonte Traço simples Traço duplo Linhas verticais duplas Traços verticais duplos Nota Tironiana Ponto de Exclamação Ponto de Interrogação
DTS 10:1              
DTS 10:2   -          
DTS 19-20           ! ?
DTS 50-51       ( ) &    
DTS 45, 48, 49     ( )        
DTS 71 ; : ( )        

Sinais Pontuais

Exemplos: DTS 5, DTS 8, DTS 10, DTS 19, DTS 20, DTS 21, DTS 29, DTS 30, DTS 31, DTS 32, DTS 33, DTS 34, DTS 45, DTS 48, DTS 49, DTS 50, DTS 56, DTS 69, DTS 71

Ponto duplo O ponto duplo é de longe o sinal de pontuação mais comum encontramos em amostras de Tengwar. Com o formato de dois-pontos, este sinal indica uma pausa ou uma interrupção no texto. Usualmente, é transcrito com uma parada completa < . > e, algumas vezes, como ponto-e-vírgula < ; >. Nos documentos da carta do Rei (DTS 45, 48, 49) normalmente corresponde, na transcriação, a uma vírgula < , > (apesar destes documentos também utilizarem um ponto simples como vírgula).

Parece bem provável que a palava Quenya pusta ‘na pontuação uma parada completa’ (Etym) refere-se a este sinal (pusta também denota um diacrítico; veja Nomes Tengwar).

Exemplos: DTS 10, DTS 19, DTS 20, DTS 21, DTS 50, DTS 51, DTS 57

Ponto mediano Um ponto simples é normalmente usado para indicar uma pausa ou uma interrupção mais fraca ou mais breve do que aquela marcada por um ponto duplo; usualmente, o ponto simples é transcrito como uma vírgula < , >. A disposição mais comum para o ponto simples é a meia-altura (similar ao “interponto” Romano ou ponto mediano < · >).

Nos poemas publicados em Quenya e Sindarin no The Road Goes Ever On (DTS 20, 21), o ponto é usado para indicar o fim de cada linha poética quando não há outra pontuação indicando interrupções na posição requerida (os poemas são escritos como prosa sem quebras de linha).

Numa inscrição da palavra Quenya lúmenn’ (DTS 57), um ponto é usado para indicar a terminação omitida a, correspondendo então a um apóstrofo <  >. Neste caso, o ponto é disposto sem espaçamento entre ele a letra precedente. Entretanto, em outra inscrição da mesma palavra, a vogal omitida não é indicada por qualquer sinal. (DTS 62).

Exemplos: DTS 7, DTS 10, DTS 45, DTS 48, DTS 49, DTS 55, DTS 68

Ponto baixo Alguns documentos trazem o ponto disposto na linha base ao invés de a meia-altura, notavelmente a Inscrição do Rei (DTS 7) e os documentos da carta do Rei (DTS 45, 48, 49). Nestes documentos o ponto é mais frequentemente disposto perto da letra precedente.

Amostra: DTS 48

Ponto triplo Em uma versão da carta do Rei, um sinal de ponto-triplo (três pontos numa linha vertical) é usado para transcrever um dois-pontos < : >. Podemos presumir que este sinal, além de indicar uma pausa, também informa ao leitor que a sentença seguinte é uma explicação ou elaboração da anterior.

Exemplos: DTS 10, DTS 48, DTS 49

Ponto duplo mais mediano Um ponto duplo seguido de um ponto simples a meia-altura é usado em alguns domcumentos para indicar uma interrupção ou uma pausa mais forte do que aquela indicada apenas com um ponto simples. Em dois dos textos da carta do Rei (DTS 48, 49), nos quais um ponto duplo usuamente corresponde a uma vírgula, este sinal é equivalente a um ponto final.

Na segunda saudação-tengwa de Brogan (DTS 10:2), um texto que segue a convenção do Westron, este sinal é usando para marcar o término da sentença final, correspondendo ao sinal de quatro pontos usando no texto seguinte escrito no uso geral (ver abaixo).

Exemplos: DTS 45, DTS 48, DTS 49

Quatro pontos em diamante Nos documentos da carta do Rei, quatro pontos em formato de diamente são usados para indicar uma pausa forte. Os términos dos textos são indicados por este sinal na maioria das versões. Além disso, duas versões (DTS 45:2, 49:2) têm essa marca onde outras tem o ponto triplo (ver acima).

Exemplos: DTS 10, DTS 19, DTS 20

Quatro pontos num quadrado Dois pontos duplos sucessivos (ou quatro pontos em formato quadrangular) são usados em dois textos para indicar uma pausa forte ou o fim de um texto. No Namárie este sinal é usado no fim da primeira estrofe, e depois da pergunta na linha seguinte (mas não no fim do poema como um todo).

Na primeira saudação-tengwa de Brogan (DTS 10:1), escrita no uso geral, este sinal corresponde ao sinal três-pontos usado para sinalizar o término de um texto que segue a convenção Westron (ver acima).

Exemplo: DTS 5

Na página título de O Senhor dos Anéis, Tolkien marca o fim do texto em Tengwar com um ponto duplo seguido de um traço.

Traços

Exemplos: DTS 71

Um traço simples horizontal a meia-altura é encontrado duas vezes no testamento de Bilbo* onde são cercados por parênteses. Eles correspondem a ponto-e-vírgula < ; > na transcrição Romana.

*Nota do tradutor: o documento deixado para Frodo sob a lareira em Bolsão no capítulo 'Uma Festa muito Esperada'.

Na página título de O Senhor dos Anéis, um ponto duplo é seguido por sinais de traço no fim do texto (ver acima).

Exemplos: DTS 10, DTS 55, DTS 71

traço duplo Em dois textos (DTS 10, 55), traços duplos são usando como hífens onde palavras são dividas em duas linhas. Em outros documentos, entretanto, palavram foram dividas em duas linhas sem qualquer indicação (DTS 20, 45, 48, 49).

No testamento de Bilbo (DTS 71), um traço duplo parece corresponder a um dois-pontos no texto transcrito.

Amostras: DTS 45, DTS 48, DTS 49, DTS 71

Linhas verticais duplas Duas linhas verticais paralelas são usadas como parênteses < ( ) >, na carta do Rei. Um forma menos elaborada é encontrada no testamento de Bilbo.

Exemplo: DTS 51

Double vertical dashes Uma outra forma dos parênteses é encontrada na segunda versão do manuscrito de Edwin Lowdham, onde o primeiro parêntese é sobrescrito e o segundo e subescrito. Devemos notar que os parênteses neste documento cercam palavras isoladas, enquanto os parênteses “plenos” na carta do Rei e no testamento de Bildo cercam frases longas.

Sinais Funcionais

Exemplos: DTS 19, DTS 20

Ponto de Exclamação No Namárie, uma linha vertical ondulada é usado como um ponto de exclamação, ocorrendo depois de palavras e frases exclamatórias (apesar de não exatamente nos mesmos lugares da transcrição Romana). Em uma ocasião, o ponto de exclamação é seguido por um ponto simples que indica o fim de uma linha poética, sugerindo que o ponto de exclamação pode ser combinado com outros sinais pontuais se necessário (cf. o pontos de interrogação).

É digno de nota que o texto Sindarin A Elbereth (DTS 21), que foi publicado junto com o Namárie e que contém diversas exclamações, não faz uso do ponto de exclamação. Isto pode indicar que o sinal não era usado em Sindarin ou no modo de Beleriand, ou então que era específico do Quenya ou do modo clássico.

Exemplos: DTS 19, DTS 20

Ponto de Interrogação O único exemplo de um ponto de interrogação é encontrado no Namárie. O ponto de interrogação, provavelmente, é em origem o sarat representativo de ma no Uso do Quenya: em consonância com SF (nota 18), ma é um “elemento interrogativo” no Quenya. Se esta identificação estiver correta, o ponto de interrogação é provavelmente muito antigo. Já que o Sarati é virtualmente desconhecido na Terra-média, parece provável que o sinal de interrogação foi incorporado no Tengwar ainda em Aman, talvez pelo próprio Feanor.

Em nosso solitário exemplo, o ponto de exclamação é imediatametne seguido por dois pontos duplos indicando uma pausa forte. Isto sugere que o ponto de interrogação também pode ser combinado com outros sinais pontuais se necessário (cf. o ponto de exclamação).

Exemplos: DTS 41, DTS 50, DTS 51

Nota Tironiana Um sinal que representa “e” é encontrado em três documento. Este sinal, que não é verdadeiramente um sinal de pontuação, é chamado de “nota Tironiana”, usado originalmente pelos escribas Romanos como uma abreviatura para et ‘e’. É provavelmente significativo que os três documentos contendo este sinal não foram escritos em Élfico, mas em Inglês Antigo e Latin – línguas ancestrais do mundo-primário.

Pontuação dos escritos latinos

Um certo número de documentos faz uso da pontuação comum aos escritos Latinos. Enquanto muitos desses foram produzidos no início da carreira de Tolkien, pelo menos dois deles foram escritos enquanto Tolkien trabalhava no O Senhor do Aneis. Um deles até seria incluído no livro: a página do Livro de Marzabul (DTS 13).

A tabela abaixo traz os sinais de pontuação do escrito Latino que são atestados em documentos Tengwar.

Fonte Sinais de pontuação
DTS 13 .   :          
DTS 16 .     ;        
DTS 17 . , : ; ‘ ’   !  
DTS 18   , : ; “ ”   ! ?  
DTS 23 . , :       ! ?
DTS 24 .   :   ‘ ’