O que já era mais que óbvio aconteceu. O que significa isso? Qualquer um que conheça ao menos três disco do Running Wild já deve ter entendido a frase.
Rolf Kasparek(guitarra/vocal), o dono da banda, consegue ser um dos seres mais trues (ao Metal) que já existiu(e existe). Primeiro, porque nesses mais de 20 anos de carreira o Running Wild jamais fez um disco que fugisse do estilo que se prestou a tocar: Heavy Metal. Segundo, que ele além de ter só produzido discos bem do jeito que os verdadeiros headbangers mais fiéis gostam, ele conseguiu fazer todos com uma qualidade e um equilíbrio jamais visto em nenhuma outra banda de todo o estilo. Terceiro, que sempre soube escolher bons músicos para tocar com ele (vide Jörg Michael, Jens Becker, Ian Finlay, etc). E por final, Rock'n'Rolf como já disse uma vez em uma entrevista na Roadie Crew(se eu não me engano) não gosta de baladas, por isso até hoje o Running Wild nunca gravou algo além de intros mais calmas.
Após essa longa explicação está mais que respondida a primeira frase da resenha. Enfim, o que interessa é o Rogues en Vogue: Novo disco da melhor banda de Heavy Metal IMHBO. Apesar de só lançar disco no mínimo ótimos, muitos andaram desgostando dos dois últimos discos da banda. Tinham uma produção bem diferente dos outros além de umas músicas com um ar meio Hard Rock. No Rogues en Vogue, não diria que a banda retorna as origens, mas sim inicia uma nova fase com elementos tanto dos discos clássicos da banda, que estão em músicas como Born Dead, Dying Worse; Skeleton Dance; Black Gold. Ainda com uma influencia grande dos últimos nas músicas Draw The Line; Soul Vampires; Winged & Feathered; Dead Man's Road, e ainda digo que para mim as composições dessas últimas estão bem superiores a maioria das músicas do seu sucessor(Brotherhood).
Mas as músicas que mais me chamaram atenção foram justamente as que não seguem muito esse padrão de ser muito influenciadas aos discos anteriores. Digo de Angel of Mercy, com sua levada estilo Gamma Ray de ser. A faixa-título de inicia de maneira expetacular e com certeza é uma das mais belas músicas que o Running Wild já produziu nos últimos discos(a #3 melhor do disco para mim). Na já clássica Skulls & Bones (para mim) que seu início nos lembra a belissíma Ballad of William Kidd(Melhor música de Metal para mim), e segue fantástica até o final que fecha tão foda como abre a melhor música do Rogues en Vogue com ainda o melhor refrão do disco, mas ainda sim devo ressaltar que o álbum está cheio de ótimos refrões, é mais um ponto alto deste.
A épica The War deve ser comentada por último, pois é a que exige maiores detalhes. A música que fecha o Rogues en Vogue é a canção longa mais diferente do Running Wild. Porque? Inícia com riffs soando, eis que começa bem denso uma levada de marcha de guerra, eu realmente me senti marchando no batalhão do Rolf
. Aliás esse que consegue fazer a música ser mais empolgada ainda com seu vocal "feliz". Mas não é só isso se difere a música das épicas, ainda há um momento apesar para o baixo onde ele separa a música praticamente em sua partes, ambas excelentes... a volta da bateria e da guitarra para a segunda parte é sensacional, a música fica mais densa ainda e o Rolf dessa vez canta mais sério onde há um solo maravilhoso. Enfim, a música já entrou entre as minhas cinco épicas favoritas do Running Wild. Por sinal esse ano está complicado de épicas, todas que eu ouvi tão muito alto nível.
Claro que nem tudo é perfeito, e o álbum tem lá suas fraquezas como NOVAMENTE uma bateria bastante artificial para os ouvidos de qualquer um... como se estivesse programada, mas essa problema na banda não é de hoje... desde o Victory a bateria já havia soando meio diferente de uma "normal". Nesse disco podemos notar que o bom Rock'n'Rolf não canta mais aquilo tudo que em seus tempos de Death or Glory ou até do Brotherhood, seu vocalista está menos agressivo e rasgado na maioria das músicas. E por fim, acho que diminuiram o som da guitarra... WTF? Todos discos do Running Wild a guitarra é bem alta a voz do Rolf fica "quase" em segundo plano.
Mas ainda sim, Rogues en Vogue é superior ao Brotherhood, tanto nas composições, quanto na energia. Tá bom que The Ghost(Brotherhood) é superior a The War, aí que prova como o RW faz só discos excelentes, pois no dito álbum mais fraco da banda saiu uma das melhores músicas. Como eu disse no outro post, tenho tanta certeza que Running Wild só vai fazer discos ótimos até o fim da sua carreira quanto o Metallica nunca mais volte a fazer algo Thrash.
Nota: 10