Izze.
What? o.O
Uma trilha de sinais inunda o chão de uma casa. Passando por portas e cômodos do lugar, ela termina em um quarto, saindo dos ouvidos de um homem que acabou de chegar ao lar. Ele está esvaziando sua cabeça de tudo o que viu no trabalho, no ônibus, nas ruas, na fila do banco. Todas as músicas que tocaram nos alto-falantes dos celulares, todas as fofocas sobre novelas e os papos sobre futebol. E ao chegar em casa, a primeira coisa que faz é se livrar desses vestígios da cidade grande, de tanto barulho e poluição visual, para poder dormir em paz e abrir espaço para novas coisas que irá ouvir e ver no dia seguinte. Não, isso não é explicitamente narrado por Rafael Sica em seu livro lançado pelo selo Quadrinhos na Cia. Essa é a minha interpretação da primeira tirinha de Ordinário, um trabalho que fala de coisas corriqueiras, digamos simples, mas complexas ao olhar atento do leitor.
O livro reúne as tiras publicadas por Sica em seu blog desde 2009. Sem o menor traço de diálogo, um balãozinho sequer, o autor abre as portas para a imaginação de quem acompanha diariamente as suas criações. Ele entra com o material, o leitor com a história. Nenhuma tirinha possui um significado certo, é algo mutante, que se molda à bagagem do próprio leitor – estranho se referir a “leitor” quando não há letras. Mesmo quem pouco entende de desenho – eu – percebe que os traços de Sica oscilam entre o suave e o pesado: hora rabiscos que remetem à confusão, hora limpos e calmos. E assim como o próprio traço parece mudar de tirinha a tirinha, o efeito delas sobre o leitor também tem seus momentos de alegria e tristeza.
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O livro reúne as tiras publicadas por Sica em seu blog desde 2009. Sem o menor traço de diálogo, um balãozinho sequer, o autor abre as portas para a imaginação de quem acompanha diariamente as suas criações. Ele entra com o material, o leitor com a história. Nenhuma tirinha possui um significado certo, é algo mutante, que se molda à bagagem do próprio leitor – estranho se referir a “leitor” quando não há letras. Mesmo quem pouco entende de desenho – eu – percebe que os traços de Sica oscilam entre o suave e o pesado: hora rabiscos que remetem à confusão, hora limpos e calmos. E assim como o próprio traço parece mudar de tirinha a tirinha, o efeito delas sobre o leitor também tem seus momentos de alegria e tristeza.
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