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Livros e glamour: estaríamos exagerando?

acho que vc não me entendeu o que eu quis dizer. não era sobre se sentir obrigada a falar bem - nunca me senti obrigada. é de pessoas assumirem que se eu elogiei um livro que elas não curtiram só pode ser porque eu tinha parceria. é uma lógica bem obtusa, mas lembro que nos tempos do meia era bastante recorrente. volta e meia aparecia alguém nos comentários com um "claaaaro que você elogiou, você tem parceria com a companhia/intrínseca/record/whatever". isso para não falar de resenhas de livros de autores brasileiros. se elogiávamos ou era porque éramos amigos dos caras ou porque éramos puxa-sacos. pessoal não sabe lidar com opinião diferente, aparentemente.

O que a @Ana Lovejoy disse é fato, @Galford Strife . Se você for conferir a seção de comentários de um site como o Omelete, por exemplo, apenas porque o filme ganhou três/quatro/cinco ovos e eles tão anunciando já vem a acusação de jabá. Cuidado aí com o site de vocês porque sempre vai ter um pra encher o saco.

entendi, entendi... mas pessoas assim sempre irão existir... infelizmente.
 
Eu não costumo assistir vídeos, nem ouvir podcast, e resenhas eu só leio se me interessei por algum livro e não encontrei nenhuma informação sobre ele comentada aqui ou nos grupos sobre livros que eu participo no fb, principalmente porque, quando eu quero uma opinião sobre livros, quero uma opinião de uma pessoa "confiável" ou pelo menos alguém que eu sei que tem um gosto parecido com o meu.
Eu costumo postar fotos de livros que eu compro/ganho e às vezes do livro que estou lendo. Faço isso justamente porque sempre recebo comentários dos amigos leitores e gosto de ler esses comentários e discutir com quem já leu o livro ou tem interesse em ler, e como eu participo de alguns grupos de leitores, sempre tem alguém que, como eu, quer uma opinião sobre o livro antes de pegar pra ler ou comprar, justamente como o Mavericco falou:
Mas aí fui lendo os comentários e me toquei: se um colega meu me contasse que ele fez isso, eu iria me interessar numa coisa idiota dessas. Assim como nós nos interessamos no Calib, por exemplo, comprando mais uma edição da Ilíada ou no Bruce se segurando pra disfarçar as evidências dracconianas.

Claro que isso não os isenta de críticas sobre a qualidade das resenhas que fazem ou mesmo do excesso de vídeos no estilo "um pouco mais sobre minha vida". Mas ler para essas pessoas, assim como para qualquer um de nós aqui, é uma coisa legal. E compartilhar coisas que achamos legais é algo normal.
Quanto aos livros que mantenho, eu era bem apegada, pensava: "poxa, eu gastei minha grana nesse livro e agora vou dar?", solucionei isso trocando pelo skoob ou sebo e mesmo vendendo alguns, porque aí eu acabo recuperando um pouco da grana ou mesmo conseguindo outros livros que eu quero.
Mas tenho sim, livros que eu não empresto. Simplesmente pelo fato de que, muito livro que eu queria guardar pra reler ou mesmo pra que as meninas um dia lessem se tivessem interesse, eu perdi nessa de emprestar. Emprestei pra pessoa, que emprestou pro amigo, que emprestou pro primo do amigo do tio e no fim das contas o livro se perdeu e eu me lasquei.
Hoje em dia, os livros que eu efetivamente guardo, são aqueles que eu tenho interesse em reler algum dia, e esses eu só empresto pra pessoas que eu conheço e sei que não vão terceirizar o empréstimo e vão me devolver o livro nas condições que eu entreguei.
Mas em todas as coisas que eu citei, já vi sim, gente que exagera. Compra aquele monte de livro toda semana e nunca lê nenhum. Fica se exibindo com os livros só pra dizer que tem e exagera no "não empresto, não dou e adoro cheirar meus livros" :roll: esse tipo de coisa é bem comum, principalmente nos grupos de leitores.
 
Eu penso que a glamorização em livros, muitas vezes tem muito haver com a necessidade da pessoa buscar adquirir e ostentar os livros mais clássicos e/ou os mais badalados, mesmo que a maioria destes nem seja do seu gosto pessoal.

Já o apego é uma outra discussão e aí vai da preferência de cada um. Eu tenho uma linha de pensamento que livro não foi feito pra ser um objeto estático que apenas enfeita ou ocupa espaço em uma estante e precisa circular. Como a minha relação com eles é totalmente desapegada materialmente e justamente na parte que o vlogueiro comentou sobre isso, pelo menos nesse quesito concordo integralmente com ele: doar e estar desapegado é muito bom!
 
Socorro Acioli acho o booktubing o máximo. Clica pra ler na fonte.

Booktubers
28 julho 2015, 3:20 pm


Por Socorro Acioli



Há alguns anos acompanho o fenômeno dos booktubers — leitores que criam canais no YouTube para postar vídeos sobre livros. A proposta é simples: eles sentam diante da câmera e conversam informalmente com a audiência sobre impressões de leitura. São vídeos opinativos, em sua maioria, e que não pretendem fazer o papel de critica literária especializada. Ao contrario, muitos costumam reforçar que são apenas leitores e que fazem o canal por diversão, nada mais.

Sempre que vejo esses canais, penso no Sr. Hans Robert Jauss, que no dia 13 de abril de 1967 proferiu sua famosa conferência na Universidade de Constanz, “A história da literatura como provocação à teoria literária”.

Jauss propôs uma mudança de enfoque na arte e na literatura e nascia ali a Estética da Recepção em seu berço alemão, difundida e ampliada por vários pesquisadores na mesma universidade e por outros países.

O enfoque de Jauss era pesquisar e atentar não só para o autor e texto, mas sim para o que ele chamou de “terceiro estado”: o leitor. Nas suas famosas sete teses, ele provoca a abertura de uma nova vereda de pesquisa sobre como a leitura é recebida pelo público, como modifica sua existência. Os frutos das investigações que abraçaram a Estética da Recepção no mundo são inúmeros.

Fico imaginando o quanto o Sr. Jauss gostaria de viver um dos movimentos mais positivos da internet. Acompanhando os canais dos booktubers nacionais temos um retrato da leitura do jovem brasileiro. Um retrato recortado, é claro. Estamos falando de um grupo grande de pessoas com boa escolaridade, acesso à compra ou empréstimo de livros, de faixa etária mais ou menos homogênea e com poder aquisitivo razoável. Ainda não é um espectro amplo, mas uma fonte impressionante de informações.

Os booktubers costumam contar o motivo da escolha de cada livro, a forma de aquisição, tempo de leitura, além de opinar sem reservas sobre o texto, capa, projeto gráfico. Descobri, por exemplo, o hábito de comprar vários livros iguais porque a editora lançou uma capa mais bonita. Os gêneros preferidos de cada canal pode variar muito. O grupo mais jovem foca nos livros Young Adults, mas existem booktubers que determinam metas de ler e reler clássicos, ou autores nacionais, ou só mulheres. Os canais conversam entre si e criam as famosas tags, que são roteiros pré-estabelecidos para os vídeos. E maratonas, desafios, encontros ao vivo, clubes de leitura, participações de um nos canais dos outros e outros tipos de parcerias, formando uma forte rede de leitura.

Quanto ao estilo, existem os seríssimos, os engraçadinhos, os que resumem os livros, os que arriscam uma análise mais profunda, os organizados, os caóticos e os chatos, é claro. A qualidade técnica, de vídeo e edição, também varia muito. É difícil listar os melhores, porque certamente você vai gostar mais daqueles que escolhem livros parecidos com as suas leituras.

O fato é que o movimento dos booktubers é um material precioso para quem tem interesse na literatura e nas diversas facetas do mundo editorial sob o ponto de vista de quem compra e lê muito. Nesse momento confuso, quando o mercado precisa se reinventar, nada mais importante do que ouvir os leitores reais. Atentamente. Canal por canal. Sem preconceitos, sem torcer o nariz para uma bobagem ou outra que escapa de vez em quando, sem pose. Afinal de contas, livros precisam de leitores. Eles estão falando e vale a pena parar e escutar.

* * * * *
Socorro Acioli nasceu em Fortaleza, em 1975. É jornalista e doutora em estudos de literatura pela Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Foi aluna do prêmio Nobel Gabriel García Márquez na oficina Como Contar um Conto, em Cuba, e publicou diversos livros, entre eles A bailarina fantasma (editora Biruta) e Ela tem olhos de céu(editora Gaivota), que recebeu o prêmio Jabuti de literatura infantil em 2013. Em 2014, publicou seu primeiro romance para o público adulto pela Companhia das Letras, A cabeça do santo.
 
Esses book hauls de edições que as editoras dão de graça e os caras querem ostentar são uma piada, vejam os book hauls do Henrique Junio, o cara comprava dezenas e dezenas de livros da Cosac isso é ostentar kkk.
Tirando isso tem sim canais bacanas como o do Livrada,Gisele Ebersparcher e Mell Ferraz, tem que saber procurar e ter noção que na maioria das vezes o cara vai fazer so uma resenha e não um crítica literária profissional.
 
Quanto ao Henrique Junio citado acima, já não sei mais qual a minha impressão sobre ele. Realmente, o muleque compra coisa pra caramba, lembro do Yuri do Livrada! comentando que ele era o "duque da ostentação" (foi falado em um bom sentido). Mas... há uns meses ele fez o mês da leitura mágica (era isso ou qualquer nome porcaria do tipo) quando leu em torno de uns 30 livros, então sei lá. O piá num mês leu praticamente o que eu li no ano, fica meio feio eu dizer que ele tá aí só pela ostentação. Ele até que lê bastante coisa interessante Homero, Bolaño, Dostoievski, as opiniões não são lá essas coisas mas nada que soe ofensivo. O que me perturba mais é que ele acha tudo lindo e tudo é o "livro da vida" ou coisa do tipo, raramente fala mal de alguma obra, pelo menos até onde eu acompanho.
 
Vô lê esse monte de respostas não. Vou dar minha opinião assim, meio por cima (e só vi o início do vídeo... já deu pra ter uma ideia do que ele quis dizer).

Eu acho que os livros já foram uma coisa 'de elite' no passado, quando pouquíssimas pessoas eram alfabetizadas e destas um número ainda menor se interessava, de fato, por leitura. Se lesse em mais de uma língua então... Leitores eram considerados intelectuais, cultos, pessoas muito acima da média.

Hoje - em boa parte graças à pratica das editoras que ele justamente critica - a leitura está cada vez mais popularizada e bem menos glamourizada.
Eu vejo muitos criticarem a necessidade de ter o livro físico... que quem quer ler realmente pode encher o tablet de ebooks, sem precisar de ter (e ostentar) uma biblioteca em casa. Bom, eu sou das antigas... acho que o ebook NÃO substitui bem o prazer de ter o livro físico. Ainda por cima cresci no meio e trabalho com artes visuais e gráficas, então pra mim uma capa com relevo e/ou verniz localizado faz toda a diferença. Um encarte em um CD faz diferença. Uma caixa especial no box do DVD faz diferença. Eu não compro apenas pelo arquivo em si, mas pelo conjunto todo. É o tal do "agregar valor ao produto". Eu já sinto falta, por exemplo, das revistas especializadas em certos temas.
Eu vejo o ebook como uma ferramente muito útil: como não gosto de tirar meus livros de casa para evitar perder ou estragar (já aconteceu), ter o arquivo no tablet quando estou na rua e sei que vou pegar trânsito ou fila me permite continuar a leitura e evitar fadiga. Mas eu TENHO que ter o livro físico quando vou ler em casa. Tem alguns que eu li só em ebook e ainda pretendo comprar o livro físico.
Também é útil adquirir só o ebook quando estou em dúvida se vou gostar ou não do livro.

Eu faço questão de e GOSTO de ter minha biblioteca e minha videoteca, que cresce lindamente a cada dia (mas tá faltando estante, rs).

O que eu acho estupidez... e aí concordo com ele... é a necessidade do povo de se EXIBIR nas redes sociais (acho que não tem coisa mais enfadonha que vídeo de book haul). Muita gente compra livro pra mostrar que é culto, inteligente, antenado, blá blá blá... mas não lê metade do que compra. Ou só compra livros de qualidade duvidosa. Acho válido comprar todo tipo de livro... afinal, só dá pra criticar mesmo depois de ler. O problema é quem se restringe a somente um certo estilo ou tipo de livro. Um leitor voraz e culto de fato, na minha opinião, é eclético e mente aberta e gosta de desafios (textos que podem parecer difíceis à primeira vista).
Eu gosto de ter minha biblioteca por gosto pessoal e não para exibição. Não fico tirando fotos pra postar em redes sociais. Se livros se tornam produto exclusivamente de ostentação... tal qual uma jóia, um óculos ou uma roupa de grife... aí sou obrigada a concordar com ele!

Outra coisa que considero estupidez e concordo com ele é comprar diversas vezes o mesmo título só porque mudou a capa (afff...).
Quando ainda há conteúdo diferente, ok (eu, por exemplo, to querendo uma nova edição de HP por 2 motivos: ter o texto inglês original e vem com conteúdo extra do Pottermore). Mas mesmo assim não vejo qual a necessidade de acumular diversas edições da mesma história porque uma capa dura, outra tem outro desenho, outra tem comentários de não sei quem, uma é inglês, outra é francês, outra é latim...
Eu tenho uma Wish List de 275 livros. Não vou gastar dinheiro comprando livro repetido.

Quanto às edições especiais: já disse que sou apaixonada pelo trabalho gráfico, pelos detalhes.... mas quando vou comprar eu vejo se a história merece tudo aquilo. Se é uma história "mais ou menos", eu compro a versão econômica mesmo. Agora se for um grande clássico que eu sei que vale a pena ou algo do qual sou grande fã... aí eu faço questão dessas edições de luxo. Estou louca faz um tempo, por exemplo, pelas edições capa dura (acho que é da Zahar, mas não tenho certeza) de Três Mosqueteiros, Conde de Monte Cristo e Os Miseráveis. Ainda não os li, mas conheço as adaptações pro cinema e sei que são histórias que merecem esse tratamento especial.
Um dos meus livros favoritos é O Morro dos Ventos Uivantes que li em uma edição muito antiga capa dura da minha mãe. Bem simples, apesar de ser capa dura. Eu queria comprar uma edição pra mim, mas desisti quando vi o que fizeram com ele e me recuso a comprar aquela edição (vocês sabem o que to falando...). O livro não merece aquilo. Fico esperando o dia que sair uma super edição de luxo decente, ou ao menos uma bela capa dura digna, pra comprar!
Em contrapartida há livros que recebem um tratamento belíssimo da editora sem ter um conteúdo que mereça. Um exemplo é o box (1ª edição) de Dragões de Éter: apesar de ser um material frágil, com capa brochura, a capa tem um relevo lindo. Mas a história e a escrita deixam MUITO a desejar.

Em suma, por mim eu quero que tenhamos cada vez mais editoras caprichosas por aqui como a DarkSide, a Aleph, a Zahar e outras... editoras que sabem mimar seu público.
Mas sim... é uma pena que alguns usem esse material pra ostentar ao invés de SER.

EDIT:

Esqueci de alguns pontos:

- Não confio na maioria de boocktubers e blogueiros literários porque a maioria tem parecerias com editoras e GANHAM os livros e são pagos pra falar bem deles, independente da qualidade. Só vi resenhas positivas sobre Inverno das Fadas e decidi comprar. Enquanto lia só crescia a vontade de jogá-lo na parede.

- Meus livros são meus bebês SIM, não empresto NÃO nem pra pessoa mais próxima... porque foi justamente uma pessoa dessa que me devolveu meu Cálice de Fogo (que estava NOVO) em estado tão lastimável que nem o cara do sebo queria. Prefiro DAR o livro de presente (não o meu. Se for alguém próximo eu compro - nem que seja uma edição de bolso - pra pessoa).
Mas essa é outra vantagem dos ebooks: diminuiu muito a necessidade de empréstimos.

Se eu lembrar de mais alguma coisa edito de novo, rs
 
Última edição:
Pois é... fui ler agora os comentários aqui do tópico e houve uma certa crítica a quem, como eu, desconfia de blogueiros e youtubers com parceria. Mas como você pode ver, eu tenho SÉRIOS MOTIVOS pra tal desconfiança.

Citaram até o Omelete em relação aos filmes e séries e aqui vou entrar num meio off-topic: eu tbm achava uma bobagem o pessoal falar que eles só elogiavam certas produções por Jabá. ATÉ QUE... veio Ep VII. Sem mais...
 

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