Melian
Período composto por insubordinação.
Quando não estava sendo vigiada, Lyra Belacqua tinha uma vida divertida. Conhecia todos os cantos da Faculdade Jordan e vivia aventuras incríveis nos telhados dessa faculdade. Entretanto, durante boa parte do dia, ela convivia com adultos. A menina fora criada por catedráticos, que não tinham muito jeito com crianças. Seu único parente, o tio Asriel, vivia viajando, e ela raramente o via. Contudo, em uma das visitas do tio, tudo mudou. Lyra presenciou algumas coisas que não deveria ter presenciado, ouviu o que não deveria ter ouvido - umas conversas estranhas e fascinantes sobre o Norte e o Pó - e, ao ter seu destino determinado por adultos, teve de se mudar.
No primeiro momento, ela estava animada com a ideia da mudança. Mas, quando Roger, seu melhor amigo, desapareceu, ela queria, desesperadamente, encontrá-lo. O amigo de Lyra não foi a única criança de Oxford a desaparecer. Uma criança gípcia também desapareceu e, ao que tudo indica, foi levada pelas mesmas pessoas que levaram Roger. Quem está roubando crianças, e por que Lyra é tão importante para essa história?
*=*=*=*
Gostei, bastante, do primeiro episódio. Foi um episódio corajoso e sóbrio, consciente do fato de que deveria situar o telespectador no ambiente em que se passa a história, mas o fez sem dar explicações desnecessárias e/ou antecipadas. Adorei o fato de que, já no primeiro episódio, a série falou claramente sobre o Magisterium. Sem dourar a pílula, a série já mostrou o cerne da crítica que pretende fazer à Igreja; e a ausência de um roteiro que privilegiasse as reflexões feitas nos livros sobre a Igreja foi um dos principais problemas da adaptação cinematográfica.
As adaptações que a série apresentou foram inteligentes, contribuíram para o bom andamento do roteiro e não prejudicaram, em nada, o desenrolar da história. Gostei de eles terem falado, en passant, sobre os daemons serem, naquele mundo, o equivalente à alma, no nosso mundo. Essa informação, que aparece no início da narrativa visual, ajuda a preparar o terreno para o fato de que as pessoas aparecerão acompanhadas por animais e conversarão com eles. No primeiro momento, é só isso que precisa ser revelado. O resto vai sendo construído com o desenrolar da história. Para nós, leitores, essa informação não veio assim, de mão beijada. Primeiro, soubemos que, quando as pessoas crescem, seus daemons não podem mais mudar de forma, mas ainda não sabíamos o que eram os daemons. Fomos juntando as pistas, mas a definição veio muito depois.
Embora eu tenha um carinho imenso pelo James McAvoy, inicialmente estranhei o fato de que ele não tem a estatura que Lorde Asriel tem no livro. Mas isso não diz muita coisa, já que, no filme (sim, aquele filme covarde, que não falou merda nenhuma sobre o Magisterium) tem o Daniel Craig, que, fisicamente, se parece mais com o Lorde Asriel, mas teve de atuar a partir de um roteiro fraco - e de uma direção deslumbrada - e acabou ficando mais canastrão do que interessante.
Diante disso, depois de alguns minutos de atuação do James McAvoy, eu já estava plenamente convencida de que ele era o Lorde Asriel. E eu achei tão sutilmente natural o modo com o qual ele demonstra afeto pela Lyra. Aquele olhar, severo e, ao mesmo tempo, de relance, afetuoso, é um trem bonito demais da conta.
As adaptações que a série apresentou foram inteligentes, contribuíram para o bom andamento do roteiro e não prejudicaram, em nada, o desenrolar da história. Gostei de eles terem falado, en passant, sobre os daemons serem, naquele mundo, o equivalente à alma, no nosso mundo. Essa informação, que aparece no início da narrativa visual, ajuda a preparar o terreno para o fato de que as pessoas aparecerão acompanhadas por animais e conversarão com eles. No primeiro momento, é só isso que precisa ser revelado. O resto vai sendo construído com o desenrolar da história. Para nós, leitores, essa informação não veio assim, de mão beijada. Primeiro, soubemos que, quando as pessoas crescem, seus daemons não podem mais mudar de forma, mas ainda não sabíamos o que eram os daemons. Fomos juntando as pistas, mas a definição veio muito depois.
Embora eu tenha um carinho imenso pelo James McAvoy, inicialmente estranhei o fato de que ele não tem a estatura que Lorde Asriel tem no livro. Mas isso não diz muita coisa, já que, no filme (sim, aquele filme covarde, que não falou merda nenhuma sobre o Magisterium) tem o Daniel Craig, que, fisicamente, se parece mais com o Lorde Asriel, mas teve de atuar a partir de um roteiro fraco - e de uma direção deslumbrada - e acabou ficando mais canastrão do que interessante.
Diante disso, depois de alguns minutos de atuação do James McAvoy, eu já estava plenamente convencida de que ele era o Lorde Asriel. E eu achei tão sutilmente natural o modo com o qual ele demonstra afeto pela Lyra. Aquele olhar, severo e, ao mesmo tempo, de relance, afetuoso, é um trem bonito demais da conta.