Erendis
Master Pretender
Mais uma polêmica absurda, que não deveria nem virar polêmica, mas como eu vi um pessoal do fórum comentando sobre isso off fórum, quis trazer pra cá, pra ver se por aqui vai surgir alguma opinião de bosta discussão bacana sobre o assunto.
O que aconteceu?
O Matando Robôs Gigantes, do Jovem Nerd, postou um podcast sobre o Fim dos Tempos na DC, onde eles fizeram alguns comentários que, IMO são absurdos e de extremo mal gosto.
A Nanda Café do Blog Pac Mãe, postou um texto criticando essas opiniões.
A esposa do Diogo Braga, do MRG foi lá e comentou o tal post, rebatendo as críticas, particularmente achei que ela usou bons argumentos e em nenhum momento foi desrespeitosa ou partiu para ataques pessoais.
Mas, aí, que que aconteceu? O Affonso Solano postou esse texto na página pessoal dele, e isso causou um ataque generalizado de defensores dos frascos de comprido à moça que escreveu o texto em primeiro lugar, Nanda Café e ao Blog Pac Mãe em geral.
Começaram a se pronunciar dos dois lados e a coisa que poderia ter virado uma discussão bacana, acabou virando uma treta generalizada nas redes sociais.
Particularmente, na qualidade de mãe que amamentei minhas duas filhas enquanto pude, eu achei absurdas as colocações dos rapazes do MRG. Honestamente, não consigo entender uma pessoa que: 1) consegue sentir qualquer tipo de impulso sexual ao ver uma mãe amamentando seu filho, uma vez que aquilo é um ato de amor, que deveria parecer extremamente natural aos olhos de quem quer que veja; 2) sinta nojo de ver tal cena, afinal de contas, é um bebê sendo cuidado por uma pessoa da qual ele depende para sobreviver; 3) se sinta constrangido por tal cena - que absurdo! Você se sente constrangido com uma pessoa sentada num banco de praça comendo uma coxinha? Não. Então porque deveria se sentir constrangido por uma criança sendo alimentada? "Aí, porque a mulher fica mostrando os peitos enquanto faz isso." E daí? Não era nem pra você estar olhando.
Resumindo, eu concordo com absolutamente todo o post do Pac Mãe, não desmereço a opinião da esposa do Diogo, mas como ela disse, ela nunca amamentou em público porque ELA se sentia constrangida em fazer isso, ELA não gostava. Isso é uma coisa. Mas a decisão deve ser da mãe, do local que vai alimentar seu filho, se ela achar que é bacana e puder procurar um lugar mais reservado, beleza. Agora, se ela quiser tirar o peito pra fora, no meio da Sapucaí em dia de desfile de escola de samba e amamentar ali, ela pode e deve ter todo o direito de fazer isso.
O que aconteceu?
O Matando Robôs Gigantes, do Jovem Nerd, postou um podcast sobre o Fim dos Tempos na DC, onde eles fizeram alguns comentários que, IMO são absurdos e de extremo mal gosto.
A Nanda Café do Blog Pac Mãe, postou um texto criticando essas opiniões.
Blog | Como NÃO falar de amamentação
Posted on 25 de junho de 2015 by Nanda Café
1: – Você acha que o fim do futuro, ou o Fim dos Tempos da DC, é uma revista que você não consegue parar de olhar, tipo mãe amamentando?
2: – Cara, Diogo…
1: – Ah, você não consegue parar de olhar.
2: – Não, cara. Eu acho horroroso, cara.
1: – Mas tu não consegue… Cara, se tem uma mãe amamentando no local, você pode estar de costas, mas o seu sonar, ele tá captando ali.
2: – Diogo, isso é você cara. Às vezes tu entra no metrô e aí tem aquela mulher amamentando e é tipo ‘moça: guarde o seu peito, assim tipo, você está no metrô.’
1: – Eu também acho. Eu também acho. Mas é assim, tipo, isso, mas…
3: – Eu não acho não. Eu acho que é normal… Mas concordo com o Diogo que é muito difícil você não olhar seja por qual for a razão, porque isso tá no nosso DNA, a atração ali é super natural.
1: – Se você mulher acha que a gente tem que ser mais ‘ai, que babaquice’, desculpa. Tipo… (risos) não depende de escolha, pelo menos pra mim.
3: – Ah, dá vontade de olhar, ué. Fazer o que?
1: – Meu olho vai automaticamente.
3: – É tipo a atração gravitacional do decote.
2: – Eu acho meio bizarro porque é um momento de… É um momento de amamentar, é um momento de dar a vida, e, olhar com teor sexual eu vou confessar que eu nunca consegui não.
3: – Não, eu acho que você olha pelos dois, entende? Às vezes por um teor sexual, porque de repente a menina te atrai e natural pra você se você gosta daquilo, e de repente você olha por uma herança mesmo, memória, tipo, é instintivo o seio. Tipo, seio, BUM, você bate o olho. Até mulher tem isso, cara.
1: – Você na verdade afasta o olho por causa da lembrança erótica da parada. Você é atraído por outro motivo.
3: – É muito confuso, cara. É confuso como a DC Comics.
O diálogo acima foi transcrito, palavra a palavra, de um podcast brasileiro muito famoso. Este programa, que foi ao ar no dia 05 de junho, tinha como proposta discutir a HQ da DC Comics, Fim dos Tempos. Então se você, como eu fazia, tem o costume de ouvir podcasts enquanto amamenta, sugiro que pule o programa para o leite não secar.
Eu não sei nem por onde começar, porque sinto como se tivesse levado um soco no estômago. Sabem, é difícil ser mulher no meio nerd. É muito difícil ser mãe no meio nerd. E praticamente impossível ainda falar de temas como gravidez, parto e amamentação e manter o conteúdo ligado à cultura pop, como tentamos fazer aqui no Pac Mãe. E o diálogo acima ilustra perfeitamente os motivos pelos quais isso e tão difícil.
A transcrição não faz jus ao tom utilizado pelo apresentador para expressar seu horror pela amamentação. Sabem, aquela coisa realmente horrorosa de alimentar um ser humano que depende de você para tal? Aquela aberração que tem benefícios a longo prazo para as crianças alimentadas por leite materno nos primeiros meses de vida (e benefícios ainda maiores para os que continuam a ser amamentados depois)? Não é realmente terrível que transeuntes tenham que se submeter a um ato tão vil quanto uma mãe amamentando uma criança?
Mas claro, ele não consegue deixar de olhar. Porque é instintivo. Todos sabemos que seres humanos não são animais racionais e são incapazes de controlar seus instintos. Ao menos enquanto são… bebês. Quando eles são bebês, não conseguem controlar a hora em que vão sentir fome. E quando não conseguem controlar, bem, eles choram. Se coubesse ao excelentíssimo podcaster, a criança iria chorando durante todo o trajeto do metrô porque seus sensíveis olhos não podem ser agredidos pela horrorosa amamentação.
Sabem, matadores, essa desculpa do instinto é usada para diversos outros atos. Cantadas na rua, por exemplo. Ou estupros. Se vocês não conseguem controlar o campo visual de vocês com um simples ato de virar a cabeça, ou colocar dentro dela o fato de que a amamentação, sim, é instintiva e não tem nada a ver com você, o que mais vocês não conseguem controlar? Usar o instinto como justificativa é irresponsável e francamente, ridículo.
Vejam bem: eu estou perfeitamente ciente de que o podcast em questão é composto de opiniões de bosta. Embora eu concorde absolutamente com isso, não sou eu quem digo: são os próprios apresentadores. E apesar dessas opiniões de bosta serem em geral machistas, misóginas e preconceituosas, foi a gratuidade deste assunto em específico que me atingiu. Era um episódio sobre quadrinhos! A pororoca de chorume veio do nada, sem necessidade, passou incólume pela edição e chegou ao ouvido de milhares de jovens (em sua maioria homens).
Vocês querem falar de amamentação e quadrinhos? Excelente, eu também! Por exemplo, quando falei de The Walking Dead, fiz questão de lembrar que em um cenário pós-apocalíptico, a amamentação é a única forma de manter uma criança viva, assim como fizeram os autores:
Quando falei sobre Saga eu nem precisei lembrar da amamentação: ela está lá na capa. E não está lá para o deleite visual dos homens leitores, está lá, novamente, porque os protagonistas estão em um cenário onde a amamentação é o que? Isso mesmo: necessária.
Aliás, já que vocês manjam tanto de quadrinhos, devem lembrar que o Brian K. Vaughan, autor de Saga e recorrente nos prêmios Eisner, tende a colocar a amamentação em seus quadrinhos de forma absolutamente natural, porque como pai de dois filhos, ele entende o que o ato representa. A cena abaixo é um recorte de um quadro de Y: The Last Man.
Passaria despercebida por qualquer pessoa, mas não por uma mãe que amamentou. Sabem, a representação materna nas HQs é bastante problemática. Como eu disse, é extra-difícil ser mãe no meio nerd. E a representação não é o único problema: em eventos, raramente existem fraldários, banheiros familiares ou locais apropriados para a amamentação.
Não que sejam necessários, porque amamentar em público não deveria ser um problema.
Mas é. E parece que vai continuar a ser por muito tempo. Com a contribuição de vocês, formadores de opinião, produtores de conteúdo na internet, que fazem questão de perpetuar esses conceitos extremamente equivocados de que mulheres são objetos a serem olhados, seios são para uso exclusivamente sexual e que são nojentos quando não estão sendo utilizados para tal fim.
E o mais curioso é que duas semanas depois deste episódio eles lançam um conteúdo sobre feminismo. MRG: apenas pare!
Posted on 25 de junho de 2015 by Nanda Café
1: – Você acha que o fim do futuro, ou o Fim dos Tempos da DC, é uma revista que você não consegue parar de olhar, tipo mãe amamentando?
2: – Cara, Diogo…
1: – Ah, você não consegue parar de olhar.
2: – Não, cara. Eu acho horroroso, cara.
1: – Mas tu não consegue… Cara, se tem uma mãe amamentando no local, você pode estar de costas, mas o seu sonar, ele tá captando ali.
2: – Diogo, isso é você cara. Às vezes tu entra no metrô e aí tem aquela mulher amamentando e é tipo ‘moça: guarde o seu peito, assim tipo, você está no metrô.’
1: – Eu também acho. Eu também acho. Mas é assim, tipo, isso, mas…
3: – Eu não acho não. Eu acho que é normal… Mas concordo com o Diogo que é muito difícil você não olhar seja por qual for a razão, porque isso tá no nosso DNA, a atração ali é super natural.
1: – Se você mulher acha que a gente tem que ser mais ‘ai, que babaquice’, desculpa. Tipo… (risos) não depende de escolha, pelo menos pra mim.
3: – Ah, dá vontade de olhar, ué. Fazer o que?
1: – Meu olho vai automaticamente.
3: – É tipo a atração gravitacional do decote.
2: – Eu acho meio bizarro porque é um momento de… É um momento de amamentar, é um momento de dar a vida, e, olhar com teor sexual eu vou confessar que eu nunca consegui não.
3: – Não, eu acho que você olha pelos dois, entende? Às vezes por um teor sexual, porque de repente a menina te atrai e natural pra você se você gosta daquilo, e de repente você olha por uma herança mesmo, memória, tipo, é instintivo o seio. Tipo, seio, BUM, você bate o olho. Até mulher tem isso, cara.
1: – Você na verdade afasta o olho por causa da lembrança erótica da parada. Você é atraído por outro motivo.
3: – É muito confuso, cara. É confuso como a DC Comics.
O diálogo acima foi transcrito, palavra a palavra, de um podcast brasileiro muito famoso. Este programa, que foi ao ar no dia 05 de junho, tinha como proposta discutir a HQ da DC Comics, Fim dos Tempos. Então se você, como eu fazia, tem o costume de ouvir podcasts enquanto amamenta, sugiro que pule o programa para o leite não secar.
Eu não sei nem por onde começar, porque sinto como se tivesse levado um soco no estômago. Sabem, é difícil ser mulher no meio nerd. É muito difícil ser mãe no meio nerd. E praticamente impossível ainda falar de temas como gravidez, parto e amamentação e manter o conteúdo ligado à cultura pop, como tentamos fazer aqui no Pac Mãe. E o diálogo acima ilustra perfeitamente os motivos pelos quais isso e tão difícil.
A transcrição não faz jus ao tom utilizado pelo apresentador para expressar seu horror pela amamentação. Sabem, aquela coisa realmente horrorosa de alimentar um ser humano que depende de você para tal? Aquela aberração que tem benefícios a longo prazo para as crianças alimentadas por leite materno nos primeiros meses de vida (e benefícios ainda maiores para os que continuam a ser amamentados depois)? Não é realmente terrível que transeuntes tenham que se submeter a um ato tão vil quanto uma mãe amamentando uma criança?
Mas claro, ele não consegue deixar de olhar. Porque é instintivo. Todos sabemos que seres humanos não são animais racionais e são incapazes de controlar seus instintos. Ao menos enquanto são… bebês. Quando eles são bebês, não conseguem controlar a hora em que vão sentir fome. E quando não conseguem controlar, bem, eles choram. Se coubesse ao excelentíssimo podcaster, a criança iria chorando durante todo o trajeto do metrô porque seus sensíveis olhos não podem ser agredidos pela horrorosa amamentação.
Sabem, matadores, essa desculpa do instinto é usada para diversos outros atos. Cantadas na rua, por exemplo. Ou estupros. Se vocês não conseguem controlar o campo visual de vocês com um simples ato de virar a cabeça, ou colocar dentro dela o fato de que a amamentação, sim, é instintiva e não tem nada a ver com você, o que mais vocês não conseguem controlar? Usar o instinto como justificativa é irresponsável e francamente, ridículo.
Vejam bem: eu estou perfeitamente ciente de que o podcast em questão é composto de opiniões de bosta. Embora eu concorde absolutamente com isso, não sou eu quem digo: são os próprios apresentadores. E apesar dessas opiniões de bosta serem em geral machistas, misóginas e preconceituosas, foi a gratuidade deste assunto em específico que me atingiu. Era um episódio sobre quadrinhos! A pororoca de chorume veio do nada, sem necessidade, passou incólume pela edição e chegou ao ouvido de milhares de jovens (em sua maioria homens).
Vocês querem falar de amamentação e quadrinhos? Excelente, eu também! Por exemplo, quando falei de The Walking Dead, fiz questão de lembrar que em um cenário pós-apocalíptico, a amamentação é a única forma de manter uma criança viva, assim como fizeram os autores:
Quando falei sobre Saga eu nem precisei lembrar da amamentação: ela está lá na capa. E não está lá para o deleite visual dos homens leitores, está lá, novamente, porque os protagonistas estão em um cenário onde a amamentação é o que? Isso mesmo: necessária.
Aliás, já que vocês manjam tanto de quadrinhos, devem lembrar que o Brian K. Vaughan, autor de Saga e recorrente nos prêmios Eisner, tende a colocar a amamentação em seus quadrinhos de forma absolutamente natural, porque como pai de dois filhos, ele entende o que o ato representa. A cena abaixo é um recorte de um quadro de Y: The Last Man.
Passaria despercebida por qualquer pessoa, mas não por uma mãe que amamentou. Sabem, a representação materna nas HQs é bastante problemática. Como eu disse, é extra-difícil ser mãe no meio nerd. E a representação não é o único problema: em eventos, raramente existem fraldários, banheiros familiares ou locais apropriados para a amamentação.
Não que sejam necessários, porque amamentar em público não deveria ser um problema.
Mas é. E parece que vai continuar a ser por muito tempo. Com a contribuição de vocês, formadores de opinião, produtores de conteúdo na internet, que fazem questão de perpetuar esses conceitos extremamente equivocados de que mulheres são objetos a serem olhados, seios são para uso exclusivamente sexual e que são nojentos quando não estão sendo utilizados para tal fim.
E o mais curioso é que duas semanas depois deste episódio eles lançam um conteúdo sobre feminismo. MRG: apenas pare!
Àqueles que leram e lerão o post de Nanda Café.
Todos sabem que não costumo participar de nenhuma discussão em redes sociais, principalmente quando relativas ao MRG. Mas, pela primeira vez, sinto-me na obrigação moral de responder às acusações injustas e infundadas que a blogueira Nanda Café fez aos apresentadores do Matando Robôs Gigantes.
Talvez as pessoas ainda não tenham noção de que, atualmente, tudo que é postado na internet, para o bem ou para o mal, será eternizado. Por isso, estou me expondo agora, para que, sempre que alguém deparar com o texto de Nanda Café em seu blog, possa ter acesso aos verdadeiros fatos.
Nanda Café se apropriou de um diálogo apresentado no MRG em que se afirmava ser incômodo ficar diante de uma mulher que expõe o seio ao amamentar em público para acusar meu marido e os demais apresentadores de serem contra a amamentação com leite materno – o que, em momento algum, foi discutido no programa -, de terem uma postura misógina e machista. Tais acusações, além de muito sérias, são de uma leviandade sem tamanho, sobretudo quando feitas ao meu marido, que tem dois filhos.
Eu e Diogo somos pais do Bruno e do Pedro, como todos os ouvintes do MRG sabem. Meu marido e eu somos adeptos do parto normal, como aqueles que realmente nos conhecem sabem. O nascimento do Bruno, entretanto, foi por meio de cesárea, pois fomos enganados pela obstetra do plano de saúde. Por isso, no segundo filho, resolvemos gastar tudo que tínhamos guardado para pagar uma obstetra fora do plano de saúde e aumentar a chance de termos um parto normal. E assim ocorreu.
Meus dois filhos foram amamentados EXCLUSIVAMENTE com leite materno até os seis meses de idade porque eu e Diogo acreditamos que isso é o melhor para as crianças. O Bruno mamou leite materno até os 10 meses, quando desistiu do seio. O Pedro já fez um ano e continua mamando. Quis parar de dar leite materno para o Pedro quando ele completou 10 meses porque me sinto exausta acordando todas as noites. Mas o Diogo, apesar de não impor sua opinião, sempre afirmou ser contra. Acabou que resolvi que o Pedro ainda vai mamar mais um pouquinho. O Diogo quer que ele mame até desistir do peito.
Quando o Bruno nasceu, o Diogo passou 3 meses inteiros acordado todos dias até as seis horas da manhã com nosso filho no colo, pois só assim nosso bebê ficava um tempinho sem chorar e eu conseguia dormir. Quando o Pedro nasceu, o Diogo ficou quase que inteiramente responsável pelo Bruno. Passou muita noite em claro medindo febre, controlando vômitos e diarreias, porque eu tinha de amamentar o Pedro de duas em duas horas, às vezes de hora em hora.
O Diogo dá banho, troca fralda, dá remédios (aliás, é ele quem consegue convencer o Bruno a tomar qualquer remédio) e SEMPRE vai junto comigo aos médicos de nossos filhos. Se o Bruno tem que ir ao dentista e começa a chorar, o Diogo pede para que seja feito o procedimento nele primeiro, só para acalmar nosso filho. Se temos de tomar vacina da gripe, o Diogo toma a vacina primeiro para o Bruno se acalmar. Se vamos sair, o Diogo é quem SEMPRE se lembra de levar um casaquinho para as crianças (isso é até motivo de encarnação na família).
Quanto a mim, o Diogo sempre tentou reduzir meu cansaço, mesmo que isso o sobrecarregasse. E, quanto às transformações do meu corpo após duas gravidezes e duas amamentações, nunca recebi nenhum tipo de insinuação pejorativa, muito pelo contrário. E, sim, eu vejo que fisicamente as mudanças não foram para melhor.
Tudo isso é fato, tudo isso é facilmente confirmado por quem realmente conhece o Diogo, por quem já teve a chance de conversar com ele, de encará-lo nos olhos. Por isso, se o texto de Nanda Café tivesse usado o diálogo do MRG como mote para discutir se as mulheres precisam ou não expor o seio ao amamentar em local público e se as pessoas presentes precisam ou não se sentir constrangida com isso, ok. Pode até criticar a opinião deles, mas deturpar o que foi dito e acusar injustamente os apresentadores do MRG é lamentável, beirando o criminoso.
Sou mãe, amamentei meus filhos com leite materno e sempre fiquei desconfortável em me desnudar. Por isso, sempre escolhi locais resguardados para amamentar e, não sendo isso possível, sempre usei lenços para cobrir o seio (também não cobria meus filhos porque eles sentiam calor, mas um lenço cobrindo a mama e a boca do bebê não os faz suar). Também eu me sinto constrangida quando algumas mulheres expõem o seio ao amamentar em público, também meus olhos institivamente, AUTOMATICAMENTE (porque a acepção de instinto não necessariamente está relacionada a instinto animal, lascivo e libidinoso, como alguns falaram), vão diretamente para o seio, simplesmente por ser um tabu a nudez do seio ainda hoje. Isso não faz de mim uma pessoa contrária à amamentação, como os FATOS comprovam em minha vida pessoal. As mulheres têm todo o direito de amamentar seus filhos em locais públicos (em São Paulo até multa vai ter para estabelecimento que se mostrar proibitivo a isso), e o Diogo sempre foi favorável à amamentação materna, como os fatos comprovam; as mulheres têm todo direito de amamentar seus filhos desnudando seu seio sem constrangimento nenhum; e as pessoas que estão em volta e são obrigadas pelo contexto a encarar o seio desnudo têm todo o direito de se sentirem constrangidas com a imagem. Simples assim.
Enfim, não me importo em que critiquem as opiniões do meu marido, mas não posso permitir que denigram a imagem dele com falsas acusações e deturpações interpretativas.
Dona Maria
PS: Particularmente não gosto de imagens de super-heroínas com seus bebês porque, apesar de haver inúmeras interpretações para elas, na minha opinião de bosta, essas figuras só ratificam a ideia de que nós mulheres temos de dar conta de tudo, de salvar o mundo e ainda ficar com cara de que isso tudo é muito fácil. Não quero ser mulher-maravilha. Quero ter o direito de me sentir cansada, de não ter vontade de trocar fraldas, de não dar conta, porque sou humana. Felizmente, posso não ser super-heroína, porque meu marido, uma pessoa rara e especial, divide comigo a árdua tarefa de criar dois filhos e acredita que isso é igualmente responsabilidade dos dois. E, por incrível que pareça, ele é quem está sempre sorrindo e dizendo que está tudo bem, mesmo destruído pela exaustão.
Todos sabem que não costumo participar de nenhuma discussão em redes sociais, principalmente quando relativas ao MRG. Mas, pela primeira vez, sinto-me na obrigação moral de responder às acusações injustas e infundadas que a blogueira Nanda Café fez aos apresentadores do Matando Robôs Gigantes.
Talvez as pessoas ainda não tenham noção de que, atualmente, tudo que é postado na internet, para o bem ou para o mal, será eternizado. Por isso, estou me expondo agora, para que, sempre que alguém deparar com o texto de Nanda Café em seu blog, possa ter acesso aos verdadeiros fatos.
Nanda Café se apropriou de um diálogo apresentado no MRG em que se afirmava ser incômodo ficar diante de uma mulher que expõe o seio ao amamentar em público para acusar meu marido e os demais apresentadores de serem contra a amamentação com leite materno – o que, em momento algum, foi discutido no programa -, de terem uma postura misógina e machista. Tais acusações, além de muito sérias, são de uma leviandade sem tamanho, sobretudo quando feitas ao meu marido, que tem dois filhos.
Eu e Diogo somos pais do Bruno e do Pedro, como todos os ouvintes do MRG sabem. Meu marido e eu somos adeptos do parto normal, como aqueles que realmente nos conhecem sabem. O nascimento do Bruno, entretanto, foi por meio de cesárea, pois fomos enganados pela obstetra do plano de saúde. Por isso, no segundo filho, resolvemos gastar tudo que tínhamos guardado para pagar uma obstetra fora do plano de saúde e aumentar a chance de termos um parto normal. E assim ocorreu.
Meus dois filhos foram amamentados EXCLUSIVAMENTE com leite materno até os seis meses de idade porque eu e Diogo acreditamos que isso é o melhor para as crianças. O Bruno mamou leite materno até os 10 meses, quando desistiu do seio. O Pedro já fez um ano e continua mamando. Quis parar de dar leite materno para o Pedro quando ele completou 10 meses porque me sinto exausta acordando todas as noites. Mas o Diogo, apesar de não impor sua opinião, sempre afirmou ser contra. Acabou que resolvi que o Pedro ainda vai mamar mais um pouquinho. O Diogo quer que ele mame até desistir do peito.
Quando o Bruno nasceu, o Diogo passou 3 meses inteiros acordado todos dias até as seis horas da manhã com nosso filho no colo, pois só assim nosso bebê ficava um tempinho sem chorar e eu conseguia dormir. Quando o Pedro nasceu, o Diogo ficou quase que inteiramente responsável pelo Bruno. Passou muita noite em claro medindo febre, controlando vômitos e diarreias, porque eu tinha de amamentar o Pedro de duas em duas horas, às vezes de hora em hora.
O Diogo dá banho, troca fralda, dá remédios (aliás, é ele quem consegue convencer o Bruno a tomar qualquer remédio) e SEMPRE vai junto comigo aos médicos de nossos filhos. Se o Bruno tem que ir ao dentista e começa a chorar, o Diogo pede para que seja feito o procedimento nele primeiro, só para acalmar nosso filho. Se temos de tomar vacina da gripe, o Diogo toma a vacina primeiro para o Bruno se acalmar. Se vamos sair, o Diogo é quem SEMPRE se lembra de levar um casaquinho para as crianças (isso é até motivo de encarnação na família).
Quanto a mim, o Diogo sempre tentou reduzir meu cansaço, mesmo que isso o sobrecarregasse. E, quanto às transformações do meu corpo após duas gravidezes e duas amamentações, nunca recebi nenhum tipo de insinuação pejorativa, muito pelo contrário. E, sim, eu vejo que fisicamente as mudanças não foram para melhor.
Tudo isso é fato, tudo isso é facilmente confirmado por quem realmente conhece o Diogo, por quem já teve a chance de conversar com ele, de encará-lo nos olhos. Por isso, se o texto de Nanda Café tivesse usado o diálogo do MRG como mote para discutir se as mulheres precisam ou não expor o seio ao amamentar em local público e se as pessoas presentes precisam ou não se sentir constrangida com isso, ok. Pode até criticar a opinião deles, mas deturpar o que foi dito e acusar injustamente os apresentadores do MRG é lamentável, beirando o criminoso.
Sou mãe, amamentei meus filhos com leite materno e sempre fiquei desconfortável em me desnudar. Por isso, sempre escolhi locais resguardados para amamentar e, não sendo isso possível, sempre usei lenços para cobrir o seio (também não cobria meus filhos porque eles sentiam calor, mas um lenço cobrindo a mama e a boca do bebê não os faz suar). Também eu me sinto constrangida quando algumas mulheres expõem o seio ao amamentar em público, também meus olhos institivamente, AUTOMATICAMENTE (porque a acepção de instinto não necessariamente está relacionada a instinto animal, lascivo e libidinoso, como alguns falaram), vão diretamente para o seio, simplesmente por ser um tabu a nudez do seio ainda hoje. Isso não faz de mim uma pessoa contrária à amamentação, como os FATOS comprovam em minha vida pessoal. As mulheres têm todo o direito de amamentar seus filhos em locais públicos (em São Paulo até multa vai ter para estabelecimento que se mostrar proibitivo a isso), e o Diogo sempre foi favorável à amamentação materna, como os fatos comprovam; as mulheres têm todo direito de amamentar seus filhos desnudando seu seio sem constrangimento nenhum; e as pessoas que estão em volta e são obrigadas pelo contexto a encarar o seio desnudo têm todo o direito de se sentirem constrangidas com a imagem. Simples assim.
Enfim, não me importo em que critiquem as opiniões do meu marido, mas não posso permitir que denigram a imagem dele com falsas acusações e deturpações interpretativas.
Dona Maria
PS: Particularmente não gosto de imagens de super-heroínas com seus bebês porque, apesar de haver inúmeras interpretações para elas, na minha opinião de bosta, essas figuras só ratificam a ideia de que nós mulheres temos de dar conta de tudo, de salvar o mundo e ainda ficar com cara de que isso tudo é muito fácil. Não quero ser mulher-maravilha. Quero ter o direito de me sentir cansada, de não ter vontade de trocar fraldas, de não dar conta, porque sou humana. Felizmente, posso não ser super-heroína, porque meu marido, uma pessoa rara e especial, divide comigo a árdua tarefa de criar dois filhos e acredita que isso é igualmente responsabilidade dos dois. E, por incrível que pareça, ele é quem está sempre sorrindo e dizendo que está tudo bem, mesmo destruído pela exaustão.
Começaram a se pronunciar dos dois lados e a coisa que poderia ter virado uma discussão bacana, acabou virando uma treta generalizada nas redes sociais.
Particularmente, na qualidade de mãe que amamentei minhas duas filhas enquanto pude, eu achei absurdas as colocações dos rapazes do MRG. Honestamente, não consigo entender uma pessoa que: 1) consegue sentir qualquer tipo de impulso sexual ao ver uma mãe amamentando seu filho, uma vez que aquilo é um ato de amor, que deveria parecer extremamente natural aos olhos de quem quer que veja; 2) sinta nojo de ver tal cena, afinal de contas, é um bebê sendo cuidado por uma pessoa da qual ele depende para sobreviver; 3) se sinta constrangido por tal cena - que absurdo! Você se sente constrangido com uma pessoa sentada num banco de praça comendo uma coxinha? Não. Então porque deveria se sentir constrangido por uma criança sendo alimentada? "Aí, porque a mulher fica mostrando os peitos enquanto faz isso." E daí? Não era nem pra você estar olhando.
Resumindo, eu concordo com absolutamente todo o post do Pac Mãe, não desmereço a opinião da esposa do Diogo, mas como ela disse, ela nunca amamentou em público porque ELA se sentia constrangida em fazer isso, ELA não gostava. Isso é uma coisa. Mas a decisão deve ser da mãe, do local que vai alimentar seu filho, se ela achar que é bacana e puder procurar um lugar mais reservado, beleza. Agora, se ela quiser tirar o peito pra fora, no meio da Sapucaí em dia de desfile de escola de samba e amamentar ali, ela pode e deve ter todo o direito de fazer isso.