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Ziraldo

Katrina

Usuário
Já tem esse tópico aqui no Literatura Infanto Juvenil, mas como sugerido pela Anica...

...É uma oportunidade de criar uma galeria bem legal de autores nacionais, não só os mais famosinhos, mas os mais desconhecidos também, aqueles que você realmente aposta suas fichas e acha que todo mundo deveria conhecer.

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Ziraldo Alves Pinto nasceu no dia 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. Começou sua carreira nos anos 50 em jornais e revistas de expressão, como Jornal do Brasil, O Cruzeiro, Folha de Minas, etc. Além de pintor, é cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor.

A fama começou a vir nos anos 60, com o lançamento da primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor: A Turma do Pererê. Durante a Ditadura Militar (1964-1984) fundou com outros humoristas O Pasquim - um jornal não-conformista que fez escola, e até hoje nos deixa saudades. Seus quadrinhos para adultos, especialmente The Supermãe e Mineirinho - o Comequieto, também contam com uma legião de admiradores.

Em 1969 Ziraldo publicou o seu primeiro livro infantil, FLICTS, que conquistou fãs em todo o mundo. A partir de 1979 concentrou-se na produção de livros para crianças, e em 1980 lançou O Menino Maluquinho, um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil de todos os tempos. O livro já foi adaptado com grande sucesso para teatro, quadrinhos, ópera infantil, videogame, Internet e cinema. Uma sequência do filme deve ser lançada em breve!

Os trabalhos de Ziraldo já foram traduzidos para diversos idiomas, como inglês, espanhol, alemão, francês, italiano e basco, e representam o talento e o humor brasileiros no mundo. Estão até expostos em museu! Ziraldo ilustrou o primeiro livro infantil brasileiro com versão integral on-line, em uma iniciativa pioneira.

Obras:

Livros de A a Z

Coleções e Séries

Diversos

Fonte: http://www.educacional.com.br/ziraldo/

Dele já li alguns livros da série A Turma do Pererê

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A coleção O Menino Maluquinho

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O Planeta Lilás

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"E o espaço que era preto
de repente ficou todo colorido em seu painel.
E o bichinho exclamava: Eu sabia!
Eu sabia que outras cores haveria
além do roxo e do violeta do meu planeta lilás!"


Editado pela primeira vez em 1979, conta a história de um bichinho que vivia num planeta lilás e sai em uma espaçonave para explorar o Universo.

Série Mundo Colorido, da Editora Melhoramentos.

O Joelho Juvenal

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"O Juvenal era muito religioso!
Mas tinha um pequeno problema
com a Semana Santa (que vinha
logo depois das férias)."


Editado pela primeira vez em 1983, descreve irreverentemente, assim como os outros livros da coleção, a vida de uma parte do corpo; nesse caso, o Joelho Juvenal.

Coleção Corpim, da Editora Melhoramentos.

Tenho muita vontade de ler Flicts. :sim:
 
Poxa, de Ziraldo eu li "Uma professora muito Maluquinha", na época foi para um curso, mas adorei, fiquei encantada e queria ser como ela...rs! Acho que meus alunos acreditam nessa hipótese, o que me salva é que nenhum deles sabem dessa minha leitura...rs!
 
O Menino Maluquinho foi o primeiro livro que li na vida, segundo me lembro. Isso já é o suficiente para Ziraldo ter um lugar especial na minha estante. :)

Dele também indico O Menino Quadradinho, que li tempos atrás.
 
[align=justify]O Joelho Juvenal é um dos livros da minha infância. Espero que meus filhos possam ler esse livro. Nostalgia pura![/align]
 
"O pequeno planeta perdido" é o meu preferido do Ziraldo

É um grande nome da Literatura infantil sem dúvida, apesar de na minha infância não ter marcado tanta presença como eu gostaria. Só fui ler boa parte das obras dele bem depois de viver essa fase da vida.
 
Os 50 anos de Flicts
Como o primeiro livro infantil de Ziraldo se tornou um clássico até na Lua!

"Flicts", um dos marcos da literatura infantil no Brasil, completará 50 anos em 18 de agosto cheio de história para contar. O livro, escrito em dois dias por Ziraldo, mostra a cor Flicts (de um tom terroso bege), que se sente excluída por não ser tão forte quanto o vermelho, por não ter a imensidão do amarelo e nem a paz do azul.

O livro foi escrito no ano em que o homem pisou na Lua e Ziraldo sempre foi apaixonado pelos astros, planetas, estrelas e astronautas. A conquista do espaço foi a deixa para o artista escrever o final de seu livro. Flicts, que não tinha lugar na Terra, descobre ser a cor da Lua. E para não restar dúvidas disso, Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, confirmou a informação, autografando o livro com a frase: "A Lua é Flicts".

Ziraldo, no entanto, não deverá participar pessoalmente das comemorações do cinquentenário do livro. O cartunista afastou-se da vida pública após sofrer no final do ano passado três AVCs (Acidente Vascular Cerebral). Sua filha, a cineasta Daniela Thomas, tranquilizou os fãs e disse que ele está bem de saúde, porém com problemas em se lembrar de fatos recentes. "Ele se lembra de tudo dos anos passados, mas esquece das coisas que aconteceram nos últimos meses", contou.

Atualmente, tudo que diz respeito ao artista está sendo tocado por Daniela e por sua prima, Adriana Lins, que juntas organizaram duas exposições sobre Ziraldo, ambas em São Paulo. Uma delas fica na Casa Melhoramentos, na Vila Romana, que vai até o dia 29 de junho. A outra está no Sesc Interlagos e vai até 4 de agosto. A editora Melhoramentos planeja também lançar uma nova edição comemorativa dos 50 anos.

Para Daniela, foi com esse livro que seu pai descobriu que poderia ser um escritor infantil. Até então, Ziraldo era um respeitado cartunista, mas não era considerado um escritor. De "Flicts" surgiu outro grande sucesso do autor, "O Menino Maluquinho", que seria lançado mais de dez anos depois, em 1980, até hoje imbatível em vendas.
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Rafael Roncato/UOL
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Divulgação


Como "Flicts" surgiu?

Em 1969, Ziraldo queria lançar uma coletânea com os cartuns de seu personagem "Jeremias, o Bom" e procurou o editor Fernando de Castro Ferro. O editor, no entanto, tinha outra ideia, e queria um livro infantil.

"Ele perguntou para o meu pai se ele tinha um livro infantil pronto. Meu pai respondeu que sim, mas não tinha nada. Então, ele voltou para casa desesperado para escrever um livro porque se comprometeu a entregá-lo dois dias depois", disse Daniela.

Criar tantas ilustrações em tão pouco tempo seria uma tarefa impossível e foi por esse motivo que ele optou por usar cores como personagens. Deu certo e Fernando achou a ideia de não usar ilustrações uma inovação revolucionária, já que este seria também o primeiro livro a ser publicado totalmente a cores no país.

Daniela acompanhou de perto a criação e o lançamento do livro, inclusive participando de tardes de autógrafo ao lado do pai. "Mamãe conta que meu papai passou o final de semana recortando revistas e cartolinas coloridas para fazer o rascunho do livro", lembrou Daniela

O nome Flicts, por sua vez, foi escolhido a partir de uma interjeição da tirinha "The Supermãe", publicada por Ziraldo no Jornal do Brasil. A palavra foi escolhida porque o cartunista queria uma palavra que pudesse ter a mesma sonoridade em diferentes línguas.

"O livro fala de redenção. É poético. É uma maneira diferente de contar a história do patinho feio. É a pessoa que sofreu bullying dando a volta por cima", disse Daniela. E a redenção da cor Flicts aconteceu com a chegada do homem à Lua no dia 20 de julho de 1969.


Daniela Thomas fala sobre "Flicts"


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Reprodução

"Flicts" na Lua


Em outubro, três meses depois do homem pisar na Lua pela primeira vez, "Flicts" já era um sucesso editorial no Brasil, com sete mil exemplares vendidos. Foi, então, que o astronauta Neil Armstrong, como parte de um esforço de propaganda americana, veio para o Brasil.

No país, ele visitou diversas cidades, encontrou com o presidente, com governadores, diplomatas e desfilou em carro aberto. E conheceu o Ziraldo e Daniela Thomas, que tinha apenas 10 anos.

Esse improvável encontro foi organizado pelo chanceler Magalhães Pinto, que era mineiro como Ziraldo, e queria apresentar ao astronauta uma das personalidades mais importantes do seu estado natal. "O chanceler pediu para meu pai traduzir o livro para inglês e a editora imprimiu uma cópia às pressas para entregar para o astronauta", lembra Daniela.

Quando Armstrong chegou ao Rio de Janeiro, Ziraldo foi convidado a conhecê-lo e a entregar uma cópia do livro. O encontro ocorreu no Copacabana Palace e o escritor fez questão de levar a filha.

"Me lembro da excitação do meu pai. Ele sempre foi apaixonado por tudo que vem do espaço. Morávamos perto do hotel e fomos caminhando. Chegando lá, me lembro de Armstrong lendo o livro. Ele leu de verdade, estava muito interessado. Depois, meu pai perguntou para ele se a cor da Lua era mesmo flicts e Armstrong disse que sim. Então, ele pediu para o Armstrong escrever isso no livro. O astronauta escreveu "A Lua é Flicts!". Desde então, esse autógrafo aparece em todas as edições", lembra Daniela.

"Me lembro de olhar para o astronauta e pensar: 'Mas ele é tão comum, não parece com uma pessoa que pousou na lua'", contou Daniela.

"Meu 'edipianismo' pelo meu pai só aumentou, né? Imagine, ele escreveu um livro dizendo qual é a cor da lua, que só ele sabia qual era, e depois vem um astronauta e confirma?".

No livro, Ziraldo "profetizou" e escreveu em forma de poema antes mesmo de Armstrong confirmar com seu autógrafo:

Mas ninguém sabe a verdade (a não ser os astronautas) que de perto, de pertinho, a Lua é Flicts.


O autógrafo de Neil Armstrong


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Reprodução

O reconhecimento de Drummond


Daniela lembra que o pai, além de cartunista, sempre quis ser reconhecido também como um grande escritor.

"No início dos anos 2000, meu pai tentou entrar para Academia Brasileira de Letras. Ele não foi escolhido e isso foi uma frustração muito grande. Até hoje ele lamenta", contou. "'Flicts', para mim, é quase um livro de poesias", diz Daniela.

Mas, naquele ano de 1969, Ziraldo recebeu o reconhecimento de um de seus maiores ídolos, o escritor Carlos Drummond de Andrade, que escreveu uma crítica no jornal elogiando "Flicts".

Drummond escreveu:

O conto contado por Ziraldo só merece um adjetivo, infelizmente desmoralizado: 'maravilhoso'. Não há outro, e sinto a pobreza do meu cartuchame verbal, para definir 'Flicts'. Mas exatamente nisso está uma das maravilhas de 'Flicts': não carece de definição. É.

Carlos Drummond de Andrade


"Depois dessa crítica, meu pai procurou o Carlos Drummond e eles ficaram amigos, trocaram várias cartas. Foi um momento muito feliz na vida dele", lembra Daniela.
 
Lamento, lá se foi alguém que marcou o século XX brasileiro em várias frentes (E criou até uma fonte tipográfica própria!).
 
É triste um nome que deu uma grande contribuição pra literatura infantil ter sido ignorado pela miopia imortal da ABL.
 

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