Jorge Leberg
Palavras valem por mil imagens
Também já me questionei por essas veredas da obra
shakespeariana/shakesperiana, Ana e Tiberius. Mas vale ressaltar que a dúvida, referente à veracidade da loucura de Hamlet, consiste no fato de que o fantasma pode ser uma projeção dos viscerais desejos de vingança dele, e não realmente um fantasma no sentido estritamente sobrenatural. Daí, surge a questão: ele já sabia que Claudius era o assassino e apenas "criou" a figura além-túmulo do pai, para confirmar a si mesmo o direito de vingar-se? É como você, Ana, falou: a relação de honra pai-filho e, consequentemente, o filho que é assombrado pela figura paterna (Hamlet poderia ter relações conflitantes e frustrâneas com o pai, e a vingança serviu de ensejo para imacular a sua honra, resolver-se com o vulto do pai, etc). E também não podemos olvidar o fato de que Hamlet entrechocou-se na dúvida cruel de vingar a morte do pai ou não, se é preferível suicidar-se a ter que enfrentar um destino fadado a matar - e a morrer.
E aí também adentra-se a delicada relação edipiana - ou melhor será dizer essencialmente shakesperiana? Hamlet ama a mãe mais do que deveria, e sente-se culpado por isso. Matar o tio usurpador, que cometeu um "crime" que ele também cometeria, com o intuito de casar-se com a esposa do outro, seria um modo de sobremaneira render a si próprio, ou negar as aspirações "vis" de sua mente "impoluta" - ledo engano! É tudo tão complexo em Shakespeare, tantos debates a suscitar.
Também já editei meu texto anterior. Estava muito bagunçado.
shakespeariana/shakesperiana, Ana e Tiberius. Mas vale ressaltar que a dúvida, referente à veracidade da loucura de Hamlet, consiste no fato de que o fantasma pode ser uma projeção dos viscerais desejos de vingança dele, e não realmente um fantasma no sentido estritamente sobrenatural. Daí, surge a questão: ele já sabia que Claudius era o assassino e apenas "criou" a figura além-túmulo do pai, para confirmar a si mesmo o direito de vingar-se? É como você, Ana, falou: a relação de honra pai-filho e, consequentemente, o filho que é assombrado pela figura paterna (Hamlet poderia ter relações conflitantes e frustrâneas com o pai, e a vingança serviu de ensejo para imacular a sua honra, resolver-se com o vulto do pai, etc). E também não podemos olvidar o fato de que Hamlet entrechocou-se na dúvida cruel de vingar a morte do pai ou não, se é preferível suicidar-se a ter que enfrentar um destino fadado a matar - e a morrer.
E aí também adentra-se a delicada relação edipiana - ou melhor será dizer essencialmente shakesperiana? Hamlet ama a mãe mais do que deveria, e sente-se culpado por isso. Matar o tio usurpador, que cometeu um "crime" que ele também cometeria, com o intuito de casar-se com a esposa do outro, seria um modo de sobremaneira render a si próprio, ou negar as aspirações "vis" de sua mente "impoluta" - ledo engano! É tudo tão complexo em Shakespeare, tantos debates a suscitar.
Também já editei meu texto anterior. Estava muito bagunçado.
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