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Western Movies

Orion disse:
Quando os Homens São Homens [McCabe & Mrs. Miller, de Robert Altman. EUA 1971] 53

Taí um filme que me decepcionou, quando vi que existia um faroeste dirigido pelo Robert Altman pensei: puxa deve ser legal. Mas quando vi não me agradou, a cena final da nevasca é boa, o melhor momento do filme, mas no geral não empolga mesmo.
 
Achei bem ruim mesmo. Roteiro bem fraquinho, numa tentativa de anti-western que foi válida, mas a sua execução foi meio infeliz. As atuações são interessantes, mas o maior problema IMO, é o roteiro simplista e as complicações bestas. A sequência final, porém, é memorável, a mudança de caráter do protagonista naquela cena é bem interessante, a melhor do filme pra mim.

Eu só vi por causa do nome "Altman" também. :mrgreen:

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Pois é, alguns escorregam na casca de banana mesmo. O escritor brasileiro A.C. Gomes de Mattos (autor do livro A História do Western) disse uma vez que o diretor de cinema tem que ser muito incompetente para conseguir fazer um western ruim porque o gênero é o cinema por excelência: reúne os dois elementos essenciais da sétima arte: a fotogenia e o movimento.

Mas o Altman é assim mesmo, tem altos e baixos.
 
Assisti mais dois hoje.

MATAR OU MORRER [High Noon, de Fred Zinnemann. EUA 1952] 80

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Matar Ou Morrer é um faroeste mais do que interessante, porque ele é antes de tudo um western que esplora os dilemas morais e um caráter de complexidade psicológica de seu protagonista, o xerife William Kane. Toda a preparação da história para um furioso confronto final entre o xerife e um bandido que este havia prendido 5 anos antes é trabalhada em um incrível roteiro, onde este procura aliados para enfrentar os antagonistas. Mas a verdade é que o verdadeiro antagonista desse filme é o relógio. O filme se passa em tempo real - isso é espetacular - e o xerife procura ajuda e preparação para o confronto final.

As definições das forças de interação entre os personagens são ótimas e os conflitos nunca ficam em aberto. Destaque também para a canção High Noon que percorre todo o filme e para uma atuação maravilhosa de Gary Cooper, que vive um xerife altero, realista, mas bastante corajoso, porque tudo ali se passa em um sentimento de uma sociedade covarde querer se ver livre deste e este enfrentar o dilema de fugir com a esposa ou fazer jus a seu lema como xerife, nos moldes dos faroestes clássicos, da defesa da honra e da moral. Grande filme. Destaque para os brilhantes planos que Fred Zinnemann faz, como na cena em que Kane fica sozinho, abandonado pela sua mulher - que também vive um dilema - e por todos de sua cidade, onde a câmera sai do rosto combalido do xerife e faz um plongée monstruoso ampliando o fato deste estar sozinho. Não vá esperando um faroeste de ação completa aqui nos moldes mais comuns do bangue-bangue. A diferença é que a ação aqui é mais verbal e psicológica num protagonista que é complexo e interessante.

e

POR UM PUNHADO DE DÓLARES [Per Un Pugno Di Dollari, de Sergio Leone. ITA 1964] 73

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Inspirado no filme japonês Yojimbo, de Akira Kurosawa, Por Um Punhado de Dólares revolucionou o gênero do western como um todo. Os spaghetti western já existiam na itália - filmes de baixo orçamento, com protagonistas sujos, violentos e assassinos - mas foi com Por Um Punhado de Dólares, filme que abre a Trilogia do Homem Sem Nome que os spaghetti westerns ficaram conhecidos mundialmente. Trazidos para a Itália numa tentativa de repetir os sucessos de bilheteria dos faroestes norte-americanos, os spaghetti western revolucionaram o gênero porque quebraram violentamente o padrão clássico dos faroestes tracionais, como é até o caso - mas não sendo um exemplo perfeito - de High Noon.

O protagonista de High Noon é casado, um xerife, e portanto um homem da lei, vive dilemas morais e quer manter a ordem e a sua honra. Já o Homem Sem Nome, Blondie ou o Americano, como é chamado o personagem sem nome de Clint Eastwood ao longo da trilogia é um homem sujo, violento e que busca riqueza, dinheiro. Simples assim. Tão simples que o gênero passou a ser revisto a partir daí. Justamente como o samurai sem nome de Yojimbo, o personagem do filme de Leone chega a uma cidade sem lei e sem dono, onde dois grupos rivais se confrontam pelo domínio da região. O protagonsita é beberrão, irônico, extremamente sarcástico e um mercenário. Este chantageia e engana ambos os grupos e faz com que estes lutem entre si pelo predomínio do local, ao mesmo tempo em que enche o bolso com as suas recompensas.

Algumas coisas eu não gostei em Por Um Punhado de Dólares, porém. Apesar de a produção ter custado apenas 100.000 dólares, o que não é quase nada comparado ao que seria gasto nos outros dois filmes, o maior problema foi o roteiro. Ao contrário de Yojimbo, que tem um roteiro coeso e muito poderoso, aqui temos algumas falhas. Como na cena incial de apresentação do protagonista, onde este foge sob uma revoada de tiros, coisa que seu caráter prova que este nunca viria a fazer. Também com relação a seu relacionamento com a "mulher" de Ramón, o que não existia em Yojimbo e que criou um "quê" desnecessário neste ponto. O mesmo vale para a sequência em que os Baxter estão sendo assassinados e Leone romantiza o ato, desmitificando o que este tinha construído dos Baxter anteriormente, ficando, IMO, forçado. A iluminação também complica em determinadas cenas, mas é claro que o apuro visual não é o maior elemento aqui e sim a inventividade e a criatividade de Leone, nos closes, diálogos cheios de acidez e crítica e em suas memoráveis sequências de ação e tiroteiro, acompanhadas por uma edição genial e por uma trilha incrível de Ennio Morricone, levado ao sucesso pelas composições da trilogia.

Apesar de alguns problemas, o filme é mais do que interessante e uma apresentação digna de um personagem anti-herói, o quase oposto de William Kane que seria mais desenvolvido nos outros dois filmes da Trilogia.
 
Orion disse:
Trazidos para a Itália numa tentativa de repetir os sucessos de bilheteria dos faroestes norte-americanos, os spaghetti western revolucionaram o gênero porque quebraram violentamente o padrão clássico dos faroestes tracionais, como é até o caso - mas não sendo um exemplo perfeito - de High Noon.

Outro motivo que forçou os Italianos a começarem a produzir westerns em torrentes foi porque o gênero estava em franca decadência nos EUA no começo dos anos 60, a quantidade de produções reduzirau bastante; e os italianos e europeus em geral adoravam westerns; e resolveram por conta própria (já que os americanos não estavam com o mesmo pique) filmarem westerns. Deram muita sorte que um diretor de um talento descomunal resolveu tomar a frente.

Resultado: a coisa toda se inverteu. E os americanos voltaram a produzirem westerns já totalmente influênciados pelo estilo de Leone e italiano em geral. A prova disso são os filmes do gênero que Sam Pekinpah, Dom Siegel e o próprio Ewastood fizeram a partir do final dos 60 - início dos 70.

Bem, sobre "Por um Punhado de Dólares" é realmente o elo mais fraco da trilogia, que melhoraria muito na sequência Por Uns Dólares a Mais e chegaria no status de obra-prima com Três Homens em Conflito. Mas isso em absoluto não faz de Por Um Punhado... um filme fraco, pelo contrário. É uma obra de importância fundamental na história do cinema, pelos elementos usado pela primeira vez e que seriam copiados à exaustão por diveros diretores em vários gêneros.

E aquela musiquinha do assovio de Morricone hein? Sensacional :mrgreen:
 
Morricone detona... o melhor compositor para filmes que já existiu, IMO.

Por Um Punhado... não é tão bom quanto Yojimbo, mas é um divertido spaguetti western. Eu acho que nos dois primeiros filmes da Trilogia dos Dólares a história ainda não tem certa profundidade e nem ambição, que depois Três Homens em Conflito adquiriu com veemência. São ótimos filmes, mas os outros do Leone(Trê Homens..., Era Uma Vez.... Oeste e America) são as principais obras dele.

Entre Por um Punhado e Por Uns Dólares, eu prefiro o primeiro.
 
Meus amigos, assisti a um belo filme agorinha mesmo e fiquei estagnado, louco para falar para vocês e tentar descobrir PORQUE DIABOS NINGUÉM FALOU DELE ANTES.

Sim, o filme é americano. E, sim, é do John Ford e tem o John Wayne no elenco.

O Homem que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valence, 1962)

Este grande western reune três lendas do cinema americano: John Wayne, John Ford e James Stewart. A história é sobre um advogado(James Stewart), que se muda para uma cidade de zona livre no oeste. Na ida, a carruagem é assaltada pelo bandido Liberty Valence(Lee Marvin) que espanca o advogado por proteger uma senhora dos assaltantes. O advogado é resgatado pelo fazendeiro Tom Doniphon(John Wayne) e levado para a casa de sua pretendente, interpretada por Vera Miles. Ali, ele jura prender o homem. Aos poucos, ele vai se integrando na sociedade local, e a história se desenrola.

Um excelente filme, passou a ser um dos meus favoritos westerns, por ter um estilo diferente do clássico americano e do spaghetti italiano, mais melancólico, com menos ação, e mesmo assim com personagens interessantes e uma história que tem como fundo a integração de um Estado no oeste. Grandes atuações e excelente nas partes técnicas.

Recomendo à todos, e quem já viu, comente! :mrgreen:
 
não vi ainda e descobri que a fita não conseguiu gravar Nascido Em 4 de Julho, o que é um lixo.

estou com Rastros de Ódio e No Tempo das Diligências aqui. Facínora tou pra alugar há meses.
 
Eu ainda não vi este Fosco. Já ouvi muito falar dele vou ver se acho na minha locadora, e colocar na minha lista de pendentes :D É que ultimamente estou mais inclinado na direção dos spaghetti.

Bem, gosto muito dos westerns com Jonh Wayne, acho que ele tem uma presença de cena incrível, que compensa qualquer deficiência dramática que alguns detratores injustamente falam dele; também pudera o cara é fisicamente bem curioso: gigante, anda todo engessado, cheio de maneirismos etc. O Lee Marvin é outro ator que eu considero muito, assim como o Wayne ele tem presença constante nos filmes de Ford.

Fosco disse:
Meus amigos, assisti a um belo filme agorinha mesmo e fiquei estagnado, louco para falar para vocês e tentar descobrir PORQUE DIABOS NINGUÉM FALOU DELE ANTES.

Ehehe, é assim mesmo Fosco, tem tanto western bom, que a gente sempre esqueçe de falar de um. Mas falando sério, este filme é considerado pelos entendidos um dos três melhores do Ford.

Falando em Jonh Wayne, algúem aqui já viu RIO LOBO?. É um western muito bom com o ator gradalhão e é dirigido por outro grande nome do gênero, o Howard Hanks.
 
Ehehe, é assim mesmo Fosco, tem tanto western bom, que a gente sempre esqueçe de falar de um. Mas falando sério, este filme é considerado pelos entendidos um dos três melhores do Ford.

Falando em Jonh Wayne, algúem aqui já viu RIO LOBO?. É um western muito bom com o ator gradalhão e é dirigido por outro grande nome do gênero, o Howard Hanks.

Ele é muito melhor que o No Tempo das Diligências, mas disputa pau a pau com Rastros de Ódio.

Não vi Rio Lobo, eu tava fim de ver do John Wayne o Rio Vermelho, o Roger Ebert fala muito bem dele.
 
Achei Rio Lobo muito ruim.

Howard Hawks caduco e Jonh Wayne gordo, sem a mesma preença de antes, roteiro meia-boca demais.
 
O Homem que Matou o Facínora (The Man Who Shot Liberty Valence, 1962)

Eu acho que já falei dele aqui, e como considero uma obra-prima e meu western favorito. Só não sei se foi nesse tópico. A maneira como o John Ford constrói os personagens de James Stewart e John Wayne é tão fantástica que o final se prova tão potente que eu tive que apertar pause pra respirar um pouco. Ele também trabalha na questão do verdadeiro herói e da justiça: James Stewart acha que o certo é resolver tudo através da lei, e o errado, através do tiro - o exato contrário de John Wayne. Ah sim, Ford filma que é uma beleza.

E ainda tem a frase final: "This is thw west, sir. When the legend becomes fact, print the legend." 8-)

Esses dias também assisti Johnny Guitar (foda como Nicholas Ray esquece que tá fazendo um faroeste pra se concentrar na relação entre Johnny e Vienna e tudo mais) e Josey Wales: o Fora da Lei (faroeste do Clint Eastwood, com ele atuado, personagem dele fortíssimo, filmado idemmente, quero ver outros filmes dele).
 
Achei Rio Lobo muito ruim.

Howard Hawks caduco e Jonh Wayne gordo, sem a mesma preença de antes, roteiro meia-boca demais.

Realmente não é dos melhores do Howard Hanks, mas sobre o John Wayne eu achei justamente o contrário, mesmo já meio velho e (muito) fora de forma ele conseguiu manter bem a pose e segurar legal o filme.
 
Em Rio Lobo eu só achei genial a sequência do trem, aquela sequência inicial, trunfo total do roteiro e um grande trabalho de direção do Hawks, mas de resto eu achei o filme bem entediante, sem nada demais.
 
acho que dentro do western, o que posso dizer que curto mesmo é Sergio Leoni... o resto, pouco conheço... até por falta de interesse.

e ah, alguém sabe se existe filme sobre o personagem de Sérgio Bonelli, Tex Willer?
 
Mais um spaghetti:

KEOMA (KEOMA; Itália, Espanha, 1976) – Com Franco Nero, William Berger, Wood Strode, Olga Karlatos, Donald O’ brien, Giovanni Cianfriglia, Orso Guerrini e Gabriella Giacobbe. Escrito por Enzo Castellari e Franco Nero. Dirigido por Enzo Castellari.

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De 1976, este filme é considerado o marco final dos Spaghetti Westerns, neste ano as produções do tipo já estava realmente em seu crepúsculo e inesperadamente o diretor de filmes b de ação italianos Enzo Catellari se junta a Franco Nero e concebe um improvável filmaço seminal de western.

O que chama atenção na projeção quando acabamos de assisti-la é como puderam renegar Castellari a filmes de baixo orçamento e roteiro duvidoso. Keoma é talvez o seu filme mais pessoal e livre de interferências e o resultado foi este: uma obra magnificamente bem dirigida, caótica em sua estrutura mais consciente e incrivelmente segura em suas convicções e na história que narra.

Keoma conta a saga do personagem título, um mestiço que teve a sua aldeia massacrada, e em seguida é tomado pelo pai branco que resolve cria-lo como filho legítimo em meio aos seus três filhos “puros”, que não medem esforços para discrimina-lo e maltrata-lo. Estas cenas de infância por meio de flashbacks e são muito curiosas, de uma liberdade estética impressionante, onde os atores velhos “adentram” no mesmo espaço de suas personalidades jovens, como se interagissem com eles. O tempo passa, Keoma abandona a cidade para ingressar na guerra de secessão e retorna muito anos depois para encontrar um cenário apocalíptico: um povoado de pessoas doentes, casas amontoadas como destroços e subjulgada por um bandido perverso e seu bando. Tudo com uma tensa conivência dos meio-irmãos de Keoma que agora são xerifes da cidade. Logo o protagonista percebe que tem a obrigação de por ordem na situação. O clima e ambientação da cidadela beira ao gótico e ao surreal, tudo é sinistro, isolado e agressivo. No caminho do pistoleiro ainda irão passar uma mulher grávida salva por ele, outra mulher - uma espécie de bruxa que pontua a trama em momentos-chave e um antigo amigo negro interpretado por Woody Strode, verdadeira lenda dos westerns de John Ford.

Voltando ao método de direção de Castellari percebemos como através de roteiro simples, até mesmo perneta, se pode extrair o máximo da cinematografia: as câmeras lentas pipocam nos momentos mais brutais, no melhor estilo Sam Peckimpah. Os enquadramesnots são emblemáticos, feitos por detrás de cercas, escadas, entre pernas de cavalos e até mesmo por buracos de balas recém feitos em uma placa de madeira. Planos longos são também utilizados, como na tranquila conversa de Keoma com seu seu pai onde a câmera realiza uma viagem tremida e sem pressa de um lado a outro da varanda onde ambos estão sentados; é um momento estético de uma beleza sensacional. E ainda de quebra temos uma das cenas de tiroteio mais longas e brutais da história dos westerns, onde dezenas de pessoas são mortas uma a uma, em uma verdeira ode à violência; uma seqüência de tortura física e pisicológica em câmera lenta que leva o filme a um clima de auto-catarse e um duelo final curiosíssimo, onde o som do acontecimento final é suprido em nome de outra ocorrência paralela.

Um filme pessimista, duro, sem humor e até mesmo deprimente eu diria, mais de uma liberdade criativa notória e muito atípica. De resto fica na cabeça é mesmo a tomada final, um Franco Nero cavalgando loucamente pelos desertos da Espanha ao som da bela música dos irmãos DeAngelis (que toca muito durante o filme), levando consigo toda a sua tristeza e junto todo um gênero de cinema louco e fantástico que foram estes westerns spaghetti. Imperdível.

Nota: 9/10
 
assisti foi Tres Homens em conflito....me deixou salivando pelos outros do Sergio(por um punhado e por uns dolares) 11 de 10..... a trilha é sensacional, me arrepiei com o achado do cemiterio!
 
Eu vi Rastros de Ódio do John Ford, e fiquei com uma má impressão, não gostei muito do filme. Ele é bem pouco interessante e não me envolveu muito como a maioria dos westerns que eu já tinha visto. SPOILER ------>Aquele final do John Wayne com a menina foi meio ridículo, não?
 

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