Douglas Prado
Você sabe ler? Espera aí, deve estar pensando que a resposta é muito óbvia, é claro que você sabe ler, não é mesmo? Se não soubesse não estaria lendo este texto! Mas afinal, o que é leitura?
O ato de ler está usualmente relacionado com a escrita, mas existem outros tipos de leitura, basta darmos atenção ao que acontece a nossa volta e conseguir ligar esses sinais a uma experiência, a uma fantasia ou a uma necessidade nossa. Em primeiro lugar, temos que compreender que o significado de leitura vai além do simples conceito de decifrar sinais gráficos. O ato de ler é uma atividade que significa interiorizar uma informação que é exterior ao leitor, por exemplo, quando assistimos a um filme estamos lendo, isto porque estamos decodificando uma mensagem que nos é transmitida, e codificando-a novamente de forma a assimilarmos e compararmos com conceitos e informações já apreendidas anteriormente. Outro significado de leitura pode ser compreender e interpretar textos. De maneira simplificada, texto seria um conjunto de informações que percebemos de três maneiras: sensorialmente, emocionalmente e racionalmente.
Desde o nosso nascimento começamos a compreender e a dar sentido ao que nos cerca, isto porque aprendemos por meio das experiências de confronto com nós mesmos e com o mundo. Aprendemos a ler lendo e vivendo, a partir do contexto social ao qual estamos inseridos. O importante é sabermos que o ato de ler sempre está ligado com a interação entre o contexto social - que é contraditório e conflituoso socialmente – e o indivíduo.
Propaganda de Incentivo à Leitura
O nível de domínio da leitura determina o tipo de leitor que você é, e se sabe realmente ler. Segundo Nelly Novaes Coelho, o leitor iniciante é aquele que está em fase de aprendizagem da leitura, período este em que ocorre o processo de sociabilização e de racionalização da realidade com a qual a criança entra em contato. O leitor em processo tem o domínio relativo do mecanismo da leitura e da agudização do interesse pelo conhecimento das coisas, com o pensamento lógico se organizando em formas concretas que permitem as operações mentais. Já o leitor fluente se caracteriza pela consolidação do domínio da leitura e da compreensão do mundo expresso por meio do texto, ou da realidade que é apresentada ao indivíduo. Finalmente, o leitor crítico é aquele que tem o total domínio da leitura, incluindo a da linguagem escrita, além de ter a capacidade de reflexão em maior profundidade, o que lhe permite ir mais fundo no texto e descobrir a visão de mundo ali presente, compreendendo as ideologias e as motivações sociais que levaram à construção do discurso.
Sabe-se que o conceito de leitura em nível do senso comum está ligado à separação entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, em que apenas os “letrados”, aqueles que supostamente seriam capazes de ler livros, seriam os únicos que teriam o “direito” de dar sentido ao mundo, restando aos demais a submissão. Muitos educadores apregoam a necessidade da constituição do “hábito de ler”, mas os livros escolares geralmente transmitem uma visão de mundo repleta de (pré)-conceitos sociais (ou falsa consciência), dando ao conceito de leitura um sentido restrito e puramente formal.
Ampliar a noção de leitura pressupõe transformações na visão de mundo em geral e na cultura em particular, isto porque ela é um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, que geralmente estão em um contexto sócio-cultural muito amplo, indo para além daquele em que o leitor vive imediatamente. A função do educador é o de ampliar a capacidade de leitura crítica de seus educandos, criando condições para que os mesmos realizem aprendizagens a partir de necessidades e fantasias individuais e coletivas, sob as demandas e exigências que a realidade lhes apresenta, permitindo dessa forma uma ação transformadora sobre o mundo. Assim, poderá ser possível pensamento e ação livres de idéias pré concebidas e “engessadas”.
Somente por meio de uma leitura crítico-transformadora do mundo poderemos alcançar liberdade, visto que a mesma não pode ser alcançada fora de um processo de desalienação individual e coletiva!
http://www.melhoracadadia.com/2008/12/voce-sabe-ler.html
Você sabe ler? Espera aí, deve estar pensando que a resposta é muito óbvia, é claro que você sabe ler, não é mesmo? Se não soubesse não estaria lendo este texto! Mas afinal, o que é leitura?
O ato de ler está usualmente relacionado com a escrita, mas existem outros tipos de leitura, basta darmos atenção ao que acontece a nossa volta e conseguir ligar esses sinais a uma experiência, a uma fantasia ou a uma necessidade nossa. Em primeiro lugar, temos que compreender que o significado de leitura vai além do simples conceito de decifrar sinais gráficos. O ato de ler é uma atividade que significa interiorizar uma informação que é exterior ao leitor, por exemplo, quando assistimos a um filme estamos lendo, isto porque estamos decodificando uma mensagem que nos é transmitida, e codificando-a novamente de forma a assimilarmos e compararmos com conceitos e informações já apreendidas anteriormente. Outro significado de leitura pode ser compreender e interpretar textos. De maneira simplificada, texto seria um conjunto de informações que percebemos de três maneiras: sensorialmente, emocionalmente e racionalmente.
Desde o nosso nascimento começamos a compreender e a dar sentido ao que nos cerca, isto porque aprendemos por meio das experiências de confronto com nós mesmos e com o mundo. Aprendemos a ler lendo e vivendo, a partir do contexto social ao qual estamos inseridos. O importante é sabermos que o ato de ler sempre está ligado com a interação entre o contexto social - que é contraditório e conflituoso socialmente – e o indivíduo.
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O nível de domínio da leitura determina o tipo de leitor que você é, e se sabe realmente ler. Segundo Nelly Novaes Coelho, o leitor iniciante é aquele que está em fase de aprendizagem da leitura, período este em que ocorre o processo de sociabilização e de racionalização da realidade com a qual a criança entra em contato. O leitor em processo tem o domínio relativo do mecanismo da leitura e da agudização do interesse pelo conhecimento das coisas, com o pensamento lógico se organizando em formas concretas que permitem as operações mentais. Já o leitor fluente se caracteriza pela consolidação do domínio da leitura e da compreensão do mundo expresso por meio do texto, ou da realidade que é apresentada ao indivíduo. Finalmente, o leitor crítico é aquele que tem o total domínio da leitura, incluindo a da linguagem escrita, além de ter a capacidade de reflexão em maior profundidade, o que lhe permite ir mais fundo no texto e descobrir a visão de mundo ali presente, compreendendo as ideologias e as motivações sociais que levaram à construção do discurso.
Sabe-se que o conceito de leitura em nível do senso comum está ligado à separação entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, em que apenas os “letrados”, aqueles que supostamente seriam capazes de ler livros, seriam os únicos que teriam o “direito” de dar sentido ao mundo, restando aos demais a submissão. Muitos educadores apregoam a necessidade da constituição do “hábito de ler”, mas os livros escolares geralmente transmitem uma visão de mundo repleta de (pré)-conceitos sociais (ou falsa consciência), dando ao conceito de leitura um sentido restrito e puramente formal.
Ampliar a noção de leitura pressupõe transformações na visão de mundo em geral e na cultura em particular, isto porque ela é um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, que geralmente estão em um contexto sócio-cultural muito amplo, indo para além daquele em que o leitor vive imediatamente. A função do educador é o de ampliar a capacidade de leitura crítica de seus educandos, criando condições para que os mesmos realizem aprendizagens a partir de necessidades e fantasias individuais e coletivas, sob as demandas e exigências que a realidade lhes apresenta, permitindo dessa forma uma ação transformadora sobre o mundo. Assim, poderá ser possível pensamento e ação livres de idéias pré concebidas e “engessadas”.
Somente por meio de uma leitura crítico-transformadora do mundo poderemos alcançar liberdade, visto que a mesma não pode ser alcançada fora de um processo de desalienação individual e coletiva!
http://www.melhoracadadia.com/2008/12/voce-sabe-ler.html