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Você sabe ler?

Anderson N.

Órfão Meia Palavra
In Memoriam
Douglas Prado

Você sabe ler? Espera aí, deve estar pensando que a resposta é muito óbvia, é claro que você sabe ler, não é mesmo? Se não soubesse não estaria lendo este texto! Mas afinal, o que é leitura?

O ato de ler está usualmente relacionado com a escrita, mas existem outros tipos de leitura, basta darmos atenção ao que acontece a nossa volta e conseguir ligar esses sinais a uma experiência, a uma fantasia ou a uma necessidade nossa. Em primeiro lugar, temos que compreender que o significado de leitura vai além do simples conceito de decifrar sinais gráficos. O ato de ler é uma atividade que significa interiorizar uma informação que é exterior ao leitor, por exemplo, quando assistimos a um filme estamos lendo, isto porque estamos decodificando uma mensagem que nos é transmitida, e codificando-a novamente de forma a assimilarmos e compararmos com conceitos e informações já apreendidas anteriormente. Outro significado de leitura pode ser compreender e interpretar textos. De maneira simplificada, texto seria um conjunto de informações que percebemos de três maneiras: sensorialmente, emocionalmente e racionalmente.

Desde o nosso nascimento começamos a compreender e a dar sentido ao que nos cerca, isto porque aprendemos por meio das experiências de confronto com nós mesmos e com o mundo. Aprendemos a ler lendo e vivendo, a partir do contexto social ao qual estamos inseridos. O importante é sabermos que o ato de ler sempre está ligado com a interação entre o contexto social - que é contraditório e conflituoso socialmente – e o indivíduo.

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O nível de domínio da leitura determina o tipo de leitor que você é, e se sabe realmente ler. Segundo Nelly Novaes Coelho, o leitor iniciante é aquele que está em fase de aprendizagem da leitura, período este em que ocorre o processo de sociabilização e de racionalização da realidade com a qual a criança entra em contato. O leitor em processo tem o domínio relativo do mecanismo da leitura e da agudização do interesse pelo conhecimento das coisas, com o pensamento lógico se organizando em formas concretas que permitem as operações mentais. Já o leitor fluente se caracteriza pela consolidação do domínio da leitura e da compreensão do mundo expresso por meio do texto, ou da realidade que é apresentada ao indivíduo. Finalmente, o leitor crítico é aquele que tem o total domínio da leitura, incluindo a da linguagem escrita, além de ter a capacidade de reflexão em maior profundidade, o que lhe permite ir mais fundo no texto e descobrir a visão de mundo ali presente, compreendendo as ideologias e as motivações sociais que levaram à construção do discurso.

Sabe-se que o conceito de leitura em nível do senso comum está ligado à separação entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, em que apenas os “letrados”, aqueles que supostamente seriam capazes de ler livros, seriam os únicos que teriam o “direito” de dar sentido ao mundo, restando aos demais a submissão. Muitos educadores apregoam a necessidade da constituição do “hábito de ler”, mas os livros escolares geralmente transmitem uma visão de mundo repleta de (pré)-conceitos sociais (ou falsa consciência), dando ao conceito de leitura um sentido restrito e puramente formal.

Ampliar a noção de leitura pressupõe transformações na visão de mundo em geral e na cultura em particular, isto porque ela é um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, que geralmente estão em um contexto sócio-cultural muito amplo, indo para além daquele em que o leitor vive imediatamente. A função do educador é o de ampliar a capacidade de leitura crítica de seus educandos, criando condições para que os mesmos realizem aprendizagens a partir de necessidades e fantasias individuais e coletivas, sob as demandas e exigências que a realidade lhes apresenta, permitindo dessa forma uma ação transformadora sobre o mundo. Assim, poderá ser possível pensamento e ação livres de idéias pré concebidas e “engessadas”.

Somente por meio de uma leitura crítico-transformadora do mundo poderemos alcançar liberdade, visto que a mesma não pode ser alcançada fora de um processo de desalienação individual e coletiva!

http://www.melhoracadadia.com/2008/12/voce-sabe-ler.html
 
Tanto que, quando nos surge a oportunidade de ler uma obra, sobre determinado autor, que hoje por hábito, procuramos antes saber sobre sua vida para depois lermos, ela em sua leitura nos impacta. Lembro-me quando estava passando por um dos momentos de crise existencial, procurava alguma coisa que falasse exatamente sobre esse aspecto, então foi que um amigo, de maneira despropositada me recomendou para ler o Sidarta - Herman Hesse. Para mim foi um momento sem igual descrição, fiquei tão impactado, tão preso na leitura que li em 2 dias, porque falava exatamente sobre o momento que vivia, veio e muito a complementar sobre a leitura das coisas que estavam a minha volta, poderia dizer, ajudou minha interpretação das coisas. Tem situações como esta, que acontecem nas nossas vidas.
 

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