Vanagristiel disse:
Uma população como a nossa que troca votos por uma cesta básica, e onde a maioria dos jovens não tem uma consciência política?? Pode... e fácil!!!
Vana, eu não vou repetir o que disse neste post, OK?

é que já escrevi tantas vezes e parece que eu falo sozinha...
http://forum.valinor.com.br/showpost.php?p=1222199&postcount=14
É como minha sugestão para a democratização da universidade do Brasil, onde ninguém do forum gostou... *
*é que sou contra cotas... sou a favor da competência. Então minha sugestão era a seguinte. Façamos o vestibular como sempre - ou seja, sem identificação etc - primeira teste e segunda dissertativa fases.
Aí quem tirasse MÉDIA nas duas provas ACIMA de 7,5 (nas matérias básicas) e acima de 5 (para inglês), você concorda que o sujeito não é um idiota completo? (por isso a dissertativa) Ou seja, minha sugestão não é a famigerada nota de corte. É um corte das pessoas que vão ter condições de entender o professor sem ter de voltar e explicar geometria, biologia básica (se nossos médicos já são ruins...

)
Em engenharia, medicina, direito, onde a gracinha da "nota de corte" é coisa impossível para meros mortais do ensino público, selecionar os que tem competencia de cursar já ajuda.
Oh, mas não temos vagas para todo o pessoal que tirou entre 7,5 e 8,5 de média. (e até 5 de inglês... ei, eu tirei 2 em inglês e entrei na USP)
Eu sei... aqui que vem a parte aleatória... temos MUITA gente capacitada e poucas vagas. Por mérito, só entrariam as melhores notas e com isso o pessoal da escola pública continuará excluido.
Então vamos sortear entre os capacitados.
E aqui o pessoal chiou, oras... porque no fundo não queremos perder nossa vaga para alguém com nota menor que a nossa. E esse sujeito não necessariamente é da escola pública. Pode ser apenas o aluno mediano da particular também, "o que não se matou como eu", etc..
E a coisa engraçada é que nem o melhor aluno da escola pública pode ter sua vaga garantida... pode perder para o mediano da escola particular, por uma simples questão de falta de sorte!
Nas carreiras menos prestigiadas isso não vai mudar muita coisa.
Mas faz uma diferença danada nas mais prestigiadas, como direito e medicina!
As cotas são uma forma horrível de minar de vez o amor próprio dos alunos. Antes de piorar a qualidade de ensino das federais, usp unicamp, etc., o que eu normalmente vejo com o aluno MEDIANO tipo eu, é DESISTIR porque não aguenta. É muita coisa que não entendia no primeiro ano, tipo eu achava que era aluna nota 10 e de repente reprovo em mais de 10 matérias no primeiro ano.
Imagina baque que sentirão os "alunos cota"?
Mas fora isso tem o fator psicológico na própria sociedade. Mesmo quem é a favor da cotas, com o tempo vai surgir um ressentimento e ojeriza a esse pessoal...
Tipo, os meninos fazendo malabarismo no farol... No começo todo mundo achou divertido, ficou com pena, dava uns trocados. Me chamavam de sem-coração por não dar um trocado (entendiam que se eu me recusava a dar esmola eu não tinha pena deles)
E agora? Não vejo uma pessoa que goste da aproximação dos franelinhas com seu detergente limpando o carro (principalmente depois de pagar 10 reais para lavar), ou dos malabaristas fazendo seus shows.
E eu retruco: mas quem os incentivou a ficar no farol?
As cotas são algo parecido. É como se fosse um desencargo de consciência para não ver o miserável na janela de seu carro. E depois o miserável acha que você tem OBRIGAÇÃO de dar esmola para ele, aí você fica com raiva.
Eu não desenvolvi raiva, porque não tive pena. Raiva na verdade de SI MESMO. Por isso que quem tinha pena antes, quem chorava por esmola antes, hoje tem raiva. Mas estão ambos equivocados. Não é o cara do outro lado da janela o culpado (seja ele motorista ou pedinte), mas todos nós a começar por EU/ego mesmo.