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Vlog Literário

Credo gente... Ela só é uma FODÁSTICA TRADUTORA WITH LASERS, ora essa...

Mas não vou chegar aqui e falar que odeio tudo que ela posta... Vi uma resenha que ela fez pro Catch-22 e gostei. Acho que o problema é quando ela resolve pegar no pé de alguém... Eu também gosto muito da tradução do Houaiss e, sinceramente, ela alimenta meu espírito. Mesmo porque a tradução do Houaiss, como dizem os irmãos Campos, foi necessária. O que o Houaiss fez ao traduzir o Ulysses foi heroico, simplesmente... O cara traduziu numa época em que os estudos joyceanos eram muito esparsos. Por exemplo, o Houaiss não teve a ajuda de livros como um Ulysses Annotated do Don Gifford. E ainda conseguiu fazer isso num tempo ninja.

Agora nem tudo que ela fala ali tá errado. Acho que o principal problema foi que ela usou muitos termos errados... Mas, de resto, quando ela se queixa que o nome do tradutor às vezes é posto em maior relevo que o do autor da obra, ela não tá tão errada assim. Não vamos nos esquecer que o nome do Haroldo de Campos está mais destacado que o do Homero na sua tradução da Ilíada... E isso começou, tecnicamente, com as traduções de Baudelaire do Guilherme de Almeida, em que o nome do Baudelaire foi parar no título e o do Guilherme no espaço do autor.
 
O que realmente me incomoda nessa guria são as caras e bocas que ela faz, além desse senso de humor deslocado que dá quase vergonha alheia. E também não compartilho muito das mesmas opiniões que ela, mas com meu inglês manco prefiro ficar de cantinho na discussão.
Btw, também gostei dela falando de Catch-22.
 
Agora nem tudo que ela fala ali tá errado. Acho que o principal problema foi que ela usou muitos termos errados... Mas, de resto, quando ela se queixa que o nome do tradutor às vezes é posto em maior relevo que o do autor da obra, ela não tá tão errada assim. Não vamos nos esquecer que o nome do Haroldo de Campos está mais destacado que o do Homero na sua tradução da Ilíada... E isso começou, tecnicamente, com as traduções de Baudelaire do Guilherme de Almeida, em que o nome do Baudelaire foi parar no título e o do Guilherme no espaço do autor.

Veja bem: se ela questionasse isso de forma generalizada (citando os exemplos que vc usou), estaria ok. Mas ela reclama de uma coisa que NÃO acontece na tradução do Caetano. A capa não tem qualquer menção ao caetano. Tá lá, Ulysses - James Joyce. E só. As informações sobre o tradutor aparecem no lugar em que normalmente aparecem.
 
Acho que a questão não chega ao ponto de saber se ela tem ou não argumentos "válidos". Esses videozinhos dela "come learn from mama" são muito boçais, e a posição que ela assume pra si contamina qualquer coisa que constar no discurso dela. Acho que mesmo que ela tivesse defendendo as minhas ideias, com essa posição, eu teria que discordar dela. Como dizia o Bolaño: literatura + enfermedad = enfermedad.
 
Mas não vou chegar aqui e falar que odeio tudo que ela posta... Vi uma resenha que ela fez pro Catch-22 e gostei. Acho que o problema é quando ela resolve pegar no pé de alguém... Eu também gosto muito da tradução do Houaiss e, sinceramente, ela alimenta meu espírito. Mesmo porque a tradução do Houaiss, como dizem os irmãos Campos, foi necessária. O que o Houaiss fez ao traduzir o Ulysses foi heroico, simplesmente... O cara traduziu numa época em que os estudos joyceanos eram muito esparsos. Por exemplo, o Houaiss não teve a ajuda de livros como um Ulysses Annotated do Don Gifford. E ainda conseguiu fazer isso num tempo ninja.

Eu também gosto de algumas coisas que ela posta, principalmente de algumas dicas que ela dá em matéria de música e cinema. Contudo, ela foi infeliz na crítica ao Galindo - se ela queria elogiar a tradução do Houaiss, por que fazer isso em detrimento da tradução do Galindo, ou mesmo da Bernardina? O que o Houaiss fez não foi uma tradução per se, mas uma transcriação - vide que há vários pontos em que você lê a tradução do Houaiss e apenas balança a cabeça. Mas eu entendo a contribuição do Houaiss pra obra - de certo modo, o Schuler precisou recorrer à mesma abordagem em trechos de "Finícius Revém". O problema é que a guria não entende nada de tradução - uma obra relevante precisa de tantas quantas forem as traduções necessárias, porque, infelizmente, na maioria dos casos "da rosa do passado temos apenas o nome". Aceitando ou não, o Galindo teve mais ferramentas para fazer a tradução que o Houaiss - logo, a falácia da "tradução moderna" cai por terra.

Agora nem tudo que ela fala ali tá errado. Acho que o principal problema foi que ela usou muitos termos errados... Mas, de resto, quando ela se queixa que o nome do tradutor às vezes é posto em maior relevo que o do autor da obra, ela não tá tão errada assim. Não vamos nos esquecer que o nome do Haroldo de Campos está mais destacado que o do Homero na sua tradução da Ilíada... E isso começou, tecnicamente, com as traduções de Baudelaire do Guilherme de Almeida, em que o nome do Baudelaire foi parar no título e o do Guilherme no espaço do autor.

Na verdade, precisamos, sim, do nome do tradutor destacado - menor que o autor da obra, claro. Na maioria dos casos, o público em geral não entende a necessidade de haver diversas traduções - na verdade, mesmo em Letras há gente que não parece entender isso. Mas quando você tem o nome de um tradutor deixado claro, se você já conhece a obra, a relevância, o esmero e o cuidado do mesmo, fica mais fácil de ser seletivo na hora de escolher qual edição ler. Eu mesmo tenho a tradução do Lúcio Cardoso de "Orgulho e Preconceito", mas mais por carinho - foi a primeira tradução do romance de Austen que eu li, ainda no colegial - que por realização técnica - a cabeça de Austen relida por Cardoso soa um tanto estranha quando você tem acesso ao original. Traduções nunca serão suficientes porque os sentidos são incontáveis - e isso serve tanto pra Austen quanto pra Joyce. Se ela não conseguiu entender isso, deveria voltar a estudar, então.
 
E o vídeo começa...

- Metida (Metodista? nunca usou o Michaelis? E daí? O que eu aprendi estudando tradução na Unibero: dicionário nunca é demais.)

- "Algumas pessoas se ofenderam (e tem um ego "deste tamanho")" - fala da tradução do Houaiss. Minha querida, se você curte tanto o Houaiss, beleza, fica com ele. Mas reconheça: ele não é o melhor. Se você gosta de tradução por transcriação, vá lá, até te entendo - isso explicaria o gosto por Lia Wyler e Lenita Esteves, também -, mas admita isso em vez de tentar forçar a barra.

- "Tradutor bom desaparece no texto" - isso é o que o Houaiss não faz, Tatiana. Sinto muito. Contudo, "sair por aí dando entrevista" não tem nada a ver com isso. Se você vai falar sobre as características da obra, atenha-se à obra. A vida pessoal do tradutor pouco me interessa - a menos que isso interfira na tradução.

- "Já ouviram falar da professora Lenita?" - argumento de alguém metido à autoridade. Só conheceria a Lenita Esteves a turma da área de Letras - e mesmo nem todo mundo saberia. Ótima tradutora - gosto das traduções dela das obras de C.S. Lewis -, mas controversa, também.

- "Todos os livros do Tolkien foram traduzidos pela professora Lenita". Mas hein?! Guria, cê precisa aprender a pesquisar direito.

- "[A Lenita] nunca foi a lugar nenhum dizer que demorou uns 10 anos pra traduzir esses livros". Ah não? Porque eu me lembro de quando ela foi na minha faculdade dar palestra e falou da trabalheira que deu. Se não levou 10 anos, levou tempo - e sim, ela fala. Qualquer tradutor que se preze fala abertamente quanto tempo teria levado uma tradução. Por que? Ora, pra ninguém achar que é mamão-com-açúcar!

- "Você viu a 'Alice' do Monteiro Lobato?" - tia, se você fez mesmo tradução então deve saber que hoje temos que analisar criticamente traduções/adaptações feitas por Monteiro Lobato, Erico Veríssimo, Mário Quintana, Graciliano Ramos, etc. Por que? Porque não é nem transcriação, é recriação com base no texto original. Em vez de preocupar-se em dar voz ao autor, o texto fica deformado pela intervenção do tradutor que entregar prontinho ao leitor a história. Resultado: perda estilística. Quem fala não é mais o autor, mas o tradutor - e o Houaiss conseguiu fazer isso com "Ulisses".

- "Galindo". Ele é um ótimo tradutor. A disposição dele em falar abertamente sobre o processo é uma marca da competência dele. Não é à toa que ele está traduzindo David Foster Wallace. Que há de errado em privilegiar alguém que faz um trabalho bem feito?

- "Porque ele era filólogo". Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Na boa, guria, mas esse argumento faz tanto sentido quanto dar um romance de cavalaria para um especialista em culinária traduzir por inteiro. "Mas por que eu?" "Porque você entende de culinária." "Mas esse romance é de cavalaria! Não tem culinária nisso!" "Vê na página 22. O resto se ajeita." [:P] Até onde eu sei, o Galindo (e os amigos dele) conferiram o texto várias vezes, consultaram-se e a outros até chegar a um consenso.

- "Se você acha que o vocabulário do Houaiss é difícil..." - Não vai ser uma tradução do Galindo que vai simplificar Joyce. Perdeu uma boa oportunidade de ficar calada. Não parece conhecer o ofício.

- "Não deu tempo de nenhum crítico especializado..." - Me poupe, tia. Trechos do "Ulysses" traduzido pelo Galindo já estavam circulando antes do lançamento - as editoras fazem isso, sabe? Logo, outra oportunidade perdida de ficar calada.

- "Fazer uma nova tradução com outras 2 já existentes é sempre fácil..." - Dá vontade de dar uma bifa, e nem é pelo Galindo - é por qualquer tradutor que leve a sério seu trabalho! Eu fiz quatro anos de tradução - mais um ano de TCC - e estou no mercado de tradução técnica desde o início e olha, acompanhando meus professores e colegas e conhecidos que estão envolvidos no meio editorial, eu digo: MESMO PARA UMA NOVA TRADUÇÃO DE UMA P**** DE LIVRO QUE JÁ FOI TRADUZIDO UM ZIGALHÃO DE VEZES, NÃO É MAIS FÁCIL! P***, fala com conhecimento de causa, c******!

- Final bonzinho. Big deal. Não apaga toda a m**** que disse antes.


Treplica, por favor. :poke:

Ai sim teríamos sangue!
:devil:
 
Tentei o google mas só apareceram textos técnicos. Alguma alma bondosa me explica o que/como é "transcriação"? ><'
 
Tentei o google mas só apareceram textos técnicos. Alguma alma bondosa me explica o que/como é "transcriação"? ><'

De acordo com o que me foi passado na faculdade, é um processo de adaptação tradutório - não uma tradução literal. Considerando os neologismos, puns, verbos-transformados-em-substantivos (qual é o nome disso mesmo?), muitas vezes o tradutor precisa criar em cima de partes das palavras/expressões para deixar o texto mais claro ou, então, mais fluido. Vou citar um exemplo meu: em um sarau pra faculdade, fiz a tradução de um poema de C.S. Lewis, "Satan Speaks", do livro "Spirits in Bondage". Lá pelas tantas, aparecia o seguinte trecho:

"I am the flower and the dewdrop fresh / I am the lust in your itching flesh."


"Eu sou a gota fresca de sereno e a flor / Na coceira de sua pele eu não tenho nenhum pudor."

No segundo verso, tive que alterar a ordem do sujeito na frase pra que houvesse a rima - nesse caso, eu "alterei" o poema mas mantive o sentido. Contudo, é perdoável porque em português é mais fácil ver uma construção assim que em inglês (geralmente o sujeito + verbo auxiliar aparece sempre na frente). Essa é uma transcriação que eu defino como resultado de um choque cultural. Até aí nada de mais. Mas vamos a outro exemplo:

Em Harry Potter, temos quatro casas, certo? Sonserina, Lufa-Lufa, Corvinal e Grifinória. Em inglês, são respectivamente Slytherin, Hufflepuff, Ravenclaw e Gryffindor. Como resultaram nos nomes em português se são neologismos? Repare na lógica da tradutora Wyler:

Sly = dissimulado, malandro - a saber, faz-se de sonso. Logo, Sonserina.

Raven = corvo. Corvinal, então.

Gryff = grifo. Grifinória.

Hufflepuff, se não me engano, tem a ver com a sonoridade (uff - ufa). Posso estar enganado, me corrijam, please.

E o mesmo vai ocorrer com Tolkien (Baggins - Bolseiro), Lewis (Edmund - Edmundo), as traduções da Bíblia por conta das derivações do hebraico pro grego pro latim, etc. No caso do Houaiss, ele foi um pouco mais longe nesse processo - e considerando a falta de material que ele dispunha para uma análise mais criteriosa do texto original, gera dúvidas se a tradução dele é plenamente confiável ou a melhor do mercado.

Mais alguma pergunta sobre o assunto? :D
 
Última edição:
Ainda odeio a "Léia" Wyler pq em alguns livros ela traduzia nomes de personagens secundários e em outros livros não. ¬¬

Também acho que ela deveria ter traduzido tudo. Não faz sentido James virar Tiago se Harry não virar Henrique. :lol: De qualquer forma, seria melhor ela ter mantido os nomes originais mas ter modificado nomes de instituições, criaturas, locais, etc.
 
Pansy Parkinson é Violeta Parkinson em um ou dois livros só...

Mas voltando à nossa querida vlogueira, não consegui levar nada do que ela disse a sério a ponto de criticar ponto a ponto como Anica e Bruce fizeram.
No máximo eu iria dizer "ok, fala com minha mão" XD
E as caras e bocas dela são as piores, muito nojentinha que se acha superior.
 
Mas voltando à nossa querida vlogueira, não consegui levar nada do que ela disse a sério a ponto de criticar ponto a ponto como Anica e Bruce fizeram.
No máximo eu iria dizer "ok, fala com minha mão" XD
E as caras e bocas dela são as piores, muito nojentinha que se acha superior.

Olha, quando me falaram nesse vídeo, eu não acreditei no que me diziam. Contudo, quando comecei a assistir, não consegui acreditar no que ela estava dizendo. Meu Deus, quanta lorota num vídeo só! Se eu fosse analisar a faculdade pela qualidade de um aluno, a Metodista estaria mal no meu conceito.
 
Tem uma outra coisa nela que me irrita profundamente. Das duas uma, ou os tradutores de livros para o português inventam coisas que não aconteceram nos livros na língua original, ou ela tem um sério problema de interpretação, pq ela vai contando coisas que acontecem nos livros que tipo EI! SÓ QUE ISSO NÃO FOI O QUE ACONTECEU NO LIVRO! Assim ó, depois de ver as impressões dela de Harry Potter e Jogos Vorazes, nem pensar em ver outro video dela.
 
Última edição:
Pensando em gravar um vídeo rebatendo... mas 6 meses é muito tempo, sou noob e ia parecer desespero. :lol: Melhor falar mal pelas costas e rir de quem acha que pode enganar todo mundo apenas porque usa máscara de intelectual.
 
Só pra constar, a moça em questão tá com 13 mil assinantes no canal e rola uma "pressão" pra ela aparecer no Jô. Mundo estranho esse.
 
Só pra constar, a moça em questão tá com 13 mil assinantes no canal e rola uma "pressão" pra ela aparecer no Jô. Mundo estranho esse.

Uma coisa é certa: ela dá dicas interessantes. Ela tem um jeito estranho de comentar sobre as coisas - alguns diriam até "irritante" -, e eu mesmo a acho metida às vezes, ou então que ela menospreza o próprio público. Mas ela conseguiu vestir uma máscara de intelectual-disposta-a-ensinar-os-pobres-mortais, convencendo tanta gente da bondade dela, logo, não me surpreenderia se ela fosse chamada. :P
 

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