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Visconde de Taunay

Katrina

Usuário
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Alfredo D’Escragnolle Taunay, ou Visconde de Taunay, nasceu no Rio de Janeiro em 22 de Fevereiro de 1843. Estudou Humanidades no Colégio Pedro II, e em 1859 matriculou-se na Escola Militar, onde se diplomou em Ciências Físicas e Matemáticas. Foi engenheiro do Exército, tenente do Imperial Corpo de Engenheiros, participando da Guerra do Paraguai e da expedição do Mato Grosso. Largou a vida militar ainda no posto de major para se dedicar à política e às letras. Dedicou-se às artes, ao jornalismo e à crítica. Mesmo com a influência francesa de seus pais, soube ser um escritor brasileiro. Seu primeiro romance foi ‘A Mocidade de Trajano’ (1871), publicado sob o pseudônimo de Sílvio Dinarte, um dos muitos que usaria durante sua vida literária, outros são: Anapurus, André Vidal, Carmotaigne, Eugênio De Melo, Flávio Elísio, Heitor Malheiros, Múcio Escoevola e Sebastião Corte Real. No mesmo ano, publica em francês suas impressões sobre um episódio decisivo da Guerra do Paraguai, ’A Retirada da Laguna’, e em 1872 publica sua obra-prima: ‘Inocência’. Foi senador por Santa Catarina e presidente da Província de Santa Catarina e Paraná. Afastou-se da política como senador em 1889, por fidelidade à monarquia.

Crítico das influências da literatura francesa, Taunay buscava promover a arte brasileira no exterior. No dia 21 de agosto de 1883 propõe à câmara dos deputados a autorização de uma soma para a realização de uma sinfonia por Leopoldo Miguez em Paris, nos Concerts-Collone. Anteriormente fora responsável pela promoção de Carlos Gomes no exterior.

Taunay foi um autor prolífico, produzindo ficção, sociologia, música (compondo e tocando) e história. Na ficção, a obra Inocência é considerada pelos críticos como seu melhor livro. Faleceu diabético no dia 25 de janeiro de 1899.

Foi oficial da Imperial Ordem da Rosa e cavaleiro das imperiais ordens de São Bento de Avis e de Cristo.

Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira n.° 13, que tem como patrono Francisco Otaviano.

Bibliografia:
Mocidade de Trajano (romance - 1870)
A Retirada da Laguna (narrativa de campanha – 1872)
Inocência (romance - 1872)
Lágrimas do Coração (romance - 1873)
Histórias Brasileiras (contos - 1874)
Ouro sobre Azul (romance - 1875)
Narrativas Militares (contos - 1878)
Céus e Terras do Brasil (evocações - 1882)
Estudos Críticos, 2 vols. (1881 e 1883)
O Encilhamento (romance - 1894)
No Declínio (1899)

Teatro
Da Mão à Boca se Perde a Sopa (1874)
Por um Triz Coronel (1880)
Amélia Smith (1886)

Obras Póstumas
Reminiscências (1908)
Trechos de Minha Vida (1911)
Viagens de Outrora (1921)
Visões do Sertão (descrições - 1923)
Dias de Guerra e do Sertão (1923)
Homens e Coisas do Império (1924)

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfredo_d'Escragnolle_Taunay
http://pt.shvoong.com/books/biography/1660813-visconde-taunay-vida-obra/

Dele só li a sua obra mais famosa (Inocência) e sinto vergonha de dizer que nem sequer tinha ouvido falar de suas outras obras. Inclusive A Retirada da Laguna foi uma que muito me interessou e da qual irei atrás.

Inocência

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"Inocência" é um marco do Romantismo e também um dos melhores exemplos de literatura regionalista, revelando detalhadamente a vida sertaneja do interior do Mato Grosso na metade do século passado. Fiel à tendência romântica, o romance possui no seu núcleo uma história de amor impossível: a jovem cabocla Inocência está prometida por seu pai ao rude sertanejo Manecão, mas apaixona-se pelo forasteiro Cirino, gerando uma série de conflitos devido ao rigoroso código de honra da época.

Umas das coisas que mais gostei quando li o livro, foi o fato dele se passar no sertão do Mato Grosso (minha terra natal). A professora foi esperta em indicar esta obra, a obra cativou os alunos que gostavam de fatos históricos. A temática é a clássica dos romances da período do Romantismo, para o qual alguns torcem o nariz, mas que eu adoro.
 
Se já tinha vontade de ler antes...agora então fiquei com mais vontade ainda. Parece se assemelhar bastante com a proposta de algumas obras do José de Alencar.
 
Sim, o forte do José de Alencar são os romances indianistas. Parece-me que para Taunay o forte é a vida do sertanejo, até pelo fato dele ter passado boa parte de sua vida aqui pelos sertões do Centro-oeste.

Prólogo do livro A Retirada da Laguna:

É o assunto deste volume a série de provações por que passou a expedição brasileira, em operações ao sul de Mato Grosso, no recuo efetuado desde a Laguna, a três e meia léguas do rio Apa, fronteira do Paraguai, ate o rio Aquidauana, em território brasileiro, trinta e nove léguas, ao todo, percorridas em trinta e cinco dias de dolorosa recordação.
Devo esta narrativa a todos os meus irmãos de sofrimento, aos mortos ainda mais do que aos vivos.
Em todas as épocas largo interesse se ligou às retiradas, não só por constituírem operações de guerra difíceis e perigosas, como nenhuma outra, mas ainda porque os que as executam, já sem entusiasmo nem esperanças, freqüentemente entregues ao desânimo, ao arrependimento de erros ou das conseqüências de erros, precisam arrancar ao espirito, assim preocupado, os meios de enfrentar a fortuna adversa, que a cada passo os ameaça, com todos os seus rigores. Em tais contingências requer-se o verdadeiro cabo de guerra: ali há de se lhe revelar o característico essencial: a inabalável constância.
Vive a Retirada dos Dez Mil em todas as memórias. Colocou Xenofonte na plana dos primeiros capitães. Nos tempos modernos várias ocorreram não menos notáveis: a de Altenheim, pelo marechal de Lorge, após a morte de Turenne, seu tio, e que ao grande condé fez declarar que lha invejava; a de Praga, enaltecedora da nomeada do Conde de Belle Isle; a de Plaffenhofen, por Moreau, tida como um dos mais belos feitos d´armas, efetuados por Turenne; já em nossos dias; a de Talavera, que levou lorde Wellington, triunfante, a Lisboa; a que honrou o funesto regresso de Moscou e em que o príncipe Eugênio e o marechal Ney rivalizaram, em heroísmo; a de Constantina pelo marechal Clausel e outras menos célebres; mas que, no entanto, pela variedade dos perigos e das misérias, chamam a atenção da história.
Resta-nos solicitar a maior indulgência para esta narrativa cujo único mérito pretende ser o dos fatos expostos. Tiramo-los de um diário escrito em campanha.
Assim, nela hão de abundar as incorreções, demasias e repetições; cremos dever deixá-las; são indícios da presença da verdade.
ALFREDO D'ESCRAGNOLLE TAUNAY
Rio de Janeiro, outubro de 1868.

Me interessei muito pelo livro, o qual inclusive está disponível no Portal Domínio Público: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2015

Um prato cheio para os apreciadores de fatos históricos.
 
[align=justify]Legal, vou conferir sim, pode deixar. O engraçado também é que José de Alencar tem um livro que se chama O Sertanejo, que explora a vida (pelo menos na concepção dele) do sertanejo, dando contornos épicos para seus feitos mais cotidianos e banais. Parecia que estava se construindo uma espécie de brasilidade que precisava, através da Literatura, por exemplo, resgatar e trazer ao conhecimento das pessoas, dos leitores ao menos, outros "tipos" brasileiros, como os índios, sertanejos, gaúchos (José de Alencar tem um livro chamado O Gaúcho também, XD). É como se eles estivessem fazendo um balanço sobre a população brasileira.[/align]
 

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