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Vida após a morte: o lado atani da coisa

Goba

luszt
Vida após a Morte: o lado atani da coisa

Uma indagação constante que vem dos ledores mais novos até os mais antigos é qual seria o destino que Eru lhes reserva após a morte, e qual o sentido exato da sua vida em Arda. O que muitas vezes passa desapercebido nesses dois questionamentos aparentemente distintos é sua relação extremamente próxima.

Vamos antes ao que os humanos fazem em Arda, qual sua função nela; muito já foi escrito pelo Professor sobre qual seria o papel dos eldar dentro de Eä, mas nunca muito foi dito sobre os homens. Portanto, para chegar à tal conclusão precisamos analisar friamente suas características e seus feitos em geral.

A vida dos homens era relativamente curta em comparação à vida élfica, mas creio que a vida dos homens era, digamos, suficiente. Nessa vida, eles não se apegavam às memórias, ou tinham feridas sentimentais que nunca passavam. Sua vida era uma constante mudança e, de certo modo, uma constante aventura. Os homens apreciavam andanças e aventuras, eles tinham sede por conhecer a Terra-Média e por sempre inovar. Levando em conta que Eru queria um mundo onde o tempo fluísse e que junto com ele mudanças acontecessem, os elfos, os “embelezadores” e apreciadores de Arda, não muito a mudariam; portanto, nasceram os homens e sua sede da descoberta para mudar o mundo.

Vemos claramente que os homens ansiavam por mudanças e evolução, tanto pela sua natureza como pelo fato que eles tiveram que aprender, praticamente sozinhos, como viver na Terra-Média. Ao despertarem, não receberam nenhuma assistência dos Valar; apenas mais tarde alguma ajuda mais considerável dos elfos.

Eles foram muito ameaçados pelos servos de Morgoth e sofreram bem mais os efeitos dessa ameaça do que os elfos, que os assistiram mais tarde; mas eles praticamente aprenderam a viver através de instintos adquiridos ao longo da terrível experiência “solitária” deles. Mas isso tinha um propósito, como será explicado.

De tudo isso, concluímos que os homens foram feitos para mudar e inovar a obra de Eru Ilúvatar. A questão é: como isso lhes serviria para definir o propósito dos homens pós-morte? Vamos aos poucos.

No capítulo I d’O Silmarillion, ‘Do início dos tempos’, temos a seguinte passagem:

“Pois diz-se que, depois da partida dos Valar, houve silêncio, e, por uma eternidade, Ilúvatar permaneceu sentado, meditando. Falou ele então e disse: - Olhem, eu amo a Terra, que será uma mansão para os quendi e os atani! Mas os quendi serão as mais belas criaturas da Terra; e irão ter, conceber e produzir maior beleza do que todos os meus Filhos; e terão a maior felicidade neste mundo. Já aos atani concederei um novo dom. Ele, assim, determinou que os corações dos homens sempre buscassem algo fora do mundo e que nele não encontrassem descanso; mas que tivessem capacidade de moldar sua vida, em meio aos acasos do mundo, fora dos alcances da Música dos Ainur, que é como o destino de todas as outras coisas; e por meio de suas atuações tudo deveria, em forma e de fato, ser completado; e o mundo seria concluído até o último e mais ínfimo detalhe.

Ilúvatar sabia, porém, que os homens, colocados em meio ao torvelinho de poderes do mundo, se afastariam com freqüência do caminho e não usariam seus dons em harmonia; e disse: - Esses também, no seu tempo, descobrirão que tudo o que fazem resulta no final em glória para minha obra.”

O que temos a retirar de toda essa passagem é o seguinte: os homens não estão satisfeitos em Arda, mas tentarão estar, mesmo que em certo momento usem seus dons em desarmonia. Vemos, então, que Arda não é o lugar onde os homens viveriam em eterna alegria e regozijo. Em absolutamente nenhum lugar de Arda Desfigurada os homens encontrariam paz e descanso. Com os elfos isso era diferente. Os Valar levaram os elfos para Aman, e lá eles tinham felicidade eterna e bem-aventurança infinita. Aman era sua real “Terra Abençoada”, a terra prometida dos quendi, onde eles viveriam para todo o sempre em harmonia com o Mundo. E sim, para todo o sempre, pois eles não morreriam quando fosse cantada Arda Curada, pois Aman fora tirada fora dos Círculos do Mundo, se livrando do possível Ragnarök que atingiria Arda Desfigurada.

Demos agora um grande passo em direção ao propósito do dom de Ilúvatar concedido aos homens. Vou apontá-lo agora para você: a reconstrução de Arda como um mundo perfeito para os atani. Os elfos já o tinham, e os homens o queriam. Isso é confirmado pela seguinte passagem:

“A morte é seu destino, o dom de Ilúvatar, que, com o passar do tempo, até os Poderes hão de invejar. Melkor, porém, lançou sua sombra sobre esse dom, confundindo-o com as trevas; e fez surgir o mal do bem; e o medo, da esperança. Outrora, no entanto, os Valar declararam aos elfos em Valinor que os homens juntarão suas vozes ao coro na Segunda Música dos Ainur; embora Ilúvatar não tenha revelado suas intenções com relações aos elfos depois do fim do Mundo; e Melkor não as tenha descoberto.”

Nesse trecho vemos aí o destino dos homens já traçado e dito aos elfos. Porém Ilúvatar não revelara nada sobre seus propósitos para os elfos, pois esses propósitos estava ocorrendo: um mundo belo, uma obra de arte. Eru criou os elfos para que eles fossem uma obra de arte, e criou os Ainur para garantir isso, além de ajudar o desenvolvimento de toda Arda.

Os homens, como já dito, obtiveram muito pouca assistência nos primórdios de sua existência. Essa foi dada em alguns momentos por Ulmo, Manwë e, mais tarde, pelos Ístar (além da ajuda dos elfos). Porém, os homens aprenderam muito sozinhos, sem a ajuda de ninguém, o que os fez criaturas mais resistentes e experientes para a vida longa que teriam em Arda, e também para que, quando cantando a Segunda Música ao lado dos Ainur, eles tivessem em mente erros que deveriam corrigir, para que Arda Curada fosse sua morada perfeita. Para esse propósito, os atani tinham em sua natureza a sede pela mudança, pela evolução: a cura de Arda. A mudança, a inovação, buscavam um lugar onde eles viveriam bem, onde eles estariam satisfeitos, o que não era possível em Arda Desfigurada, mas seria possível em Arda Curada. Sua sede pela mudança faria isso possível na Segunda Música dos Ainur.

Porém, logo em mente, vem a indagação: os elfos não teriam nenhuma parcela de participação na Segunda Música dos Ainur? Sim e não. Diretamente, eles não fariam nada, mas eles muito ensinaram os homens em suas empreitadas por Arda, e serviriam de conselheiros para que os edain fizessem um mundo onde os erros cometidos, também pelos elfos, não se repetissem. E assim ia se criando uma nova Arda, onde os atani viveriam em eterno júbilo e bem-aventurança.

É importante dizer que esse estudo tem muitos aspectos especulativos, em especial sobre o papel dos elfos na reconstrução de Arda. Porém, tais especulações foram feitas baseadas em fatos das obras de Tolkien, em especial do texto Ainulindalë. Cabe a você examiná-lo e decidir se a interpretação lhe é válida ou não.

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Pessoal, deêm uma comentada, por favor. Eu recebi até agora apenas duas ou três opiniões à respeito do texto, e gostaria de saber mais. Mas bah, leiam e falem o que pensam, ou nem se deêm ao trabalho... :twisted:

Navaer! :D
 
Legal o texto Goba 8-)

Para esse propósito, os atani tinham em sua natureza a sede pela mudança, pela evolução: a cura de Arda.

Opa, nem tanto, alguns queriam apensas arruina-la mais e outros desfrutar dela levianamente, sinceramente, eu não acho q a natureza humana era lutar pela cura de Arda
 
Riff disse:
Opa, nem tanto, alguns queriam apensas arruina-la mais e outros desfrutar dela levianamente, sinceramente, eu não acho q a natureza humana era lutar pela cura de Arda.

De certo que sim, Riff. Mas a natureza mais primitiva dos homens era a mudança. Mesmo os corrompidos queriam mudar, do modo deles, eles queriam evoluir, ao modo deles. Mas agora eu percebi que deixei uma lacuna, que vou ter que trabalhar: e os homens corrompidos, como eles teriam um papel na Segunda Canção? É difícil saber se seus hröa iriam fazer temas dissonantes, ou se eles se arrependeriam na presença de Eru...

É, eu escrevo alguma coisa e coloco aqui. E obrigado pelos elogios! :obiggraz:
 
os homens corrompidos tem o papel de mostrar os "erros" que não deveriam mais ser cometidos... eh por isso que Eru diz q mesmo esses fazem parte da gloria da obra dele...
 
Otimo texto!! :clap:

Bom, acho que quando Tolkien diz que nunca encontraram felicidade (acho que essa é a palavra certa) em arda é uma critica de Tolkien à vida do homem moderno, tentando cada vez mais buscar felicidades em coisas modificando e inovando tudo a sua volta em busca de felicidade, ou no caso o contamento em Arda, enquando essa paz podia ser encontrada nas coisas mais simples do mundo (isso que representam os Hobbits e em parte os Elfos), por isso os homens tem a benção de morrer pois essa seria a unica "saída" para uma vida de descontentamentos, ao contrario os elfos que sabiam "viver em paz". Bom, no caso de trabalhar para a mudança de arda isso tambem é outra critica, pois nós trabalhamos para melhorar uns a vida dos outros e dos nossos descendentes, sem ao menos nos lembrar que vamos morrer e que não devemos dar nossa vida em vão.
Isso para nos fazer refletir o que estamos fazendo realmente aqui

Agora falando em Tolkien, bem, segundo ele os homens só estariam ali para servirem os elfos, errando e acertando em sua busca pela felicidade fazendo com que os eslfos ficassem mais sabios. Mais seriam mesmo, os homens servos de elfos? peões de Eru para um novo mundo? acredito que não..
 
Agora falando em Tolkien, bem, segundo ele os homens só estariam ali para servirem os elfos, errando e acertando em sua busca pela felicidade fazendo com que os eslfos ficassem mais sabios.

Onde isso aparece? :?
 

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