Depois que a moda do vampirismo voltou com força total, todo mundo quis fazer seu ganha pão encima do tema. Claro que na minha opinião, foram poucos os que realmente escreveram algo diferenciado do esquema "adolescente e vampiros" e valem apena serem destacados.
Corri atrás de material interessante sobre o tema e encontrei obras como Blood And Water e 30 Dias de Noite , porém nenhuma delas era contemporânea a nova saga de vampiros que estava invadindo os mercados e talvez por isso não fossem bons comparativos.
Bolinha vai, bolinha vem, acabo por ficar ciente que op Stephen King tentaria mudar um pouco de ares e escrever em conjunto, com mais dois nomes sendo um deles brasileiro, uma história sobre vampiros. Me animei, porque gosto do autor e achei que se alguém fosse escrever algo diferenciado, seria ele. Nesse ultimo final de semana tive a oportunidade de ler essa nova HQ chamada Vampiro Americano.
Antes de continuar o texto, gostaria de deixar bem claro que tentei ler com duas visões em mente: uma crítica como leitor de quadrinhos e outra como fã do autor. Vou tentar focar em pontos positivos e negativos dentro das duas visões para que não fique algo misturado e sem sentido.
Pontos positivos
Como leitor: A narrativa é o ponto forte. Não existe melodrama, não existe casal meloso beirando uma tragédia shakesperiana e a todo o momento somos jogados direto ao ponto. O texto é construído de uma forma que leva o leitor a continuar pela trama sem ficar cansado ou desmotivado.
Como fã: Sei que não é um trabalho só do King, mas fica evidente que existe uma assinatura dele pela obra. O texto é construído daquele jeitinho dele, em que o personagem faz parte de um cenário e se movimenta junto com ele.
Pontos negativos
Como leitor: Falta uma conexão maior entre os personagens e o leitor. Fica complicado torcer para alguém, porque os dois protagonistas iniciais são seres humanos muito comuns ou com perfis pouco heróicos.
Como fã: sinceramente não gostei da falta de explicação para a existência de vampiros evoluídos. Tudo bem que todos eles podem andar durante o dia desde que tomem os devidos cuidados, mas ficou desinteressante os protagonistas não terem uma fraqueza vampirica natural.
Até agora só li duas edições e espero que muito dos nós sem ponta sejam explicados logo, porque vai ficar complicado estender uma história de trama simples (vingança) por tantos números sem dar dados técnicos ou o chamado bla bla bla explicativo. Em suma é uma das HQs mais legais que li sobre os chupadores de sangue. Agora é ficar na torcida por mais números.
Segue uma pequena sinopse da obra:
O personagem principal é Skinner Sweet, um vampiro genuinamente norte-americano, diferente de seus assemelhados europeus. Sweet é uma espécie de mutação, pertence a um outro ramo da evolução genética dos vampiros, vive do sol, suas presas são como as de uma cascavel, suas unhas são diferentes, assim como seus poderes e fraquezas. Stephen King escreve a história de Sweet, enquanto Snyder fica com a personagem Pearl, na década de 1920.
Primeiramente vemos a história de Pearl, uma jovem morena inteligente e apaixonante que quer fazer a vida em Hollywood, que ainda dava seus passos a caminho da maior indústria de cinema do mundo na época (1925). Após este primeiro conto vamos à narrativa de King, que se passa exatos 45 anos antes e ainda brinca com a própria profissão do autor, já que este pequeno texto é narrado por um escritor que presenciou estes fatos em sua vida e os transformou num livro de ficção chamado Bad Blood. Seguindo o estilo gore do próprio King, na história temos mais uma noção de quem é Skinner Sweet (que também aparece na história anterior como o vizinho chato de Pearl e sua amiga).
“Adoro histórias de vampiro, e a ideia de acompanhar as peripécias de um vampiro decididamente americano excitou minha imaginação. A chance de mostrar a gênese do personagem foi um barato. Devo um enorme obrigado a Scott por permitir que eu divida sua ideia e beba de seu balde de sangue”, gracejou King no blog oficial da Vertigo.