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Valsa com Bashir

Anica

Usuário
ATENÇÃO: Esse tópico é sobre a Graphic Novel baseada na animação. Se quiser comentar sobre a animação, já temos um tópico no Meia Palavra para isso -> http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php?tid=2266

Já descrito como uma mistura de "Persépolis", a graphic novel da quadrinista Marjane Satrapi sobre sua infância na Revolução Iraniana, com "Nascido para matar", filme de Stanley Kubrick sobre o impacto psicológico do serviço militar na mente dos jovens americanos, "Valsa com Bashir" é capaz de sensibilizar e perturbar o espectador mesmo que não traga necessariamente todos os lados da delicada situação no Oriente Médio.

Aproveitando o lançamento nos cinemas, a editora L&PM coloca nas prateleiras do Brasil a história em quadrinhos do filme. Publicada em cores e em formato de livro, a HQ foi produzida diretamente com os frames do longa-metragem, reproduzindo em papel os desenhos de David Polonsky e o roteiro escrito por Folman.

Fonte: G1

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Se a hq conseguir preservar metade das qualidades da animação, é realmente imperdível. Só que tem coisa que eu acho que infelizmente acaba se perdendo na troca de mídias. Enfim, vou numa livraria dar uma fuçada e se valer a pena comprarei.
 
Conferi nas livrarias, é EXATAMENTE o que tem na animação. Tipo como se cortassem a animação quadro a quadro e fizessem a HQ a partir disso.
 
Queria muito ver tanto a animação quanto a HQ...
Mas vou ter que esperar pelo DVD e quanto a HQ, ainda não sei quando lança por aqui.
 
Ari Folman usa o termo "documentário animado" para descrever "Valsa com Bashir". Ele utiliza o vocábulo, por se tratar de uma experiência que ele passou em 82, quando soldados israelenses patrulhavam a cidade de Beirute e membros da milícia cristã invadiram os campos de refugiados, iniciando o massacre de centenas de palestinos. Folman foi um dos soldados da Guerra do Líbano.

A obra perpassa momentos da vida de um roteirista, que esteve presente durante o massacre em Sabra e Chatila. Permeado por diversas explicações semióticas e, consequentemente psicanalíticas, a obra circunda a vulnerabilidade da memória e o poder de exclusão, que o subconsciente usa como forma de defesa, de modo que certas lembranças não fiquem retidas de forma explícita, para não agredir nossos padrões indenitários conscientes.
O resultado é uma minuciosa investigação sobre a inconfiável natureza da memória e, sobretudo, uma poderosa denúncia da estupidez das guerras.

Folman utiliza as rememorações de outros personagens para criar o conflito. Um homem que, após ser procurado por um combatente da época, atormentado por pesadelos frequentes, passa a questionar sobre a própria experiência de guerra. Para justificar-se, a personagem utiliza as memórias de guerra do pai, explicando como este tipo de conflito sempre esteve presente em sua vida, de forma a parecer lógica a sua participação no incidente. Uma passagem interessante se encontra na página 62, quando ironicamente, são demonstrados jovens jogando um videogame de guerra e o autor comenta que quando ele era criança, as questões de guerrilha ficavam suspensas. De certa forma, nada havia mudado, além do fato que agora não eram mais os pais na linha de frente. O ex-combatente tenta desvendar o motivo de ter esquecido os tempos de combate, que, segundo seu amigo psiquiatra, pode ser explicado pela culpa que ele sentiu ao disparar os sinalizadores para iluminar o cenário de morte, além dos prédios onde os soldados se situavam.

-O texto critica ferozmente o sistema e seus aspectos cruéis, que permitem a morte de outros seres humanos, justificam-se conflitos, levados a tona por questões nacionalistas e de outras milhões de forma de segregação; uma moralidade tão grossa quanto uma casca de ovo.-

De qualquer forma, aqueles que permitem e usam a guerra para qualquer fim que seja, jamais sujam suas mãos. O sistema hierárquico apodrece a mente humana, que se preocupa sempre com o poder e se sujeita a diversas questões por almejar, de certa forma, estar em um posto alto e pensar que um dia poderá fazer o mesmo com outros.

As ilustrações são lindas e as cores muito bem escolhidas, como não poderia ser diferente, as imagens são muito simbólicas. O texto não é pesado, apesar da criticidade, mas a leitura é agradável e rápida. O livro termina com cenas inesperadas e as críticas positivas fazem jus ao trabalho bem executado de roteiro e ilustração.
 

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