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V de Vingança (V for Vendetta, 2005)

Boreli disse:
Contudo, se o seu maior problema com o filme for ver o povo como Vs, então você realmente não deve gostar da adaptação.

não o meu problema são os irmãos Wacko.. preferia que fossem os irmãos Warner... polca ia bem.

Assim como em Constantine meu maior problema foi o Keanu Reeves, e o resto gostei.
 
Primula disse:
não o meu problema são os irmãos Wacko.. preferia que fossem os irmãos Warner... polca ia bem.

Assim como em Constantine meu maior problema foi o Keanu Reeves, e o resto gostei.

Eu acho que te entendo perfeitamente em relação aos Wacho... Vamos ver se eles cagaram muito ou pouco a obra do velhote. Que aliás deu uma entrevista ontem a BBC:

cs_alan_moore360x202.jpg







Agora do Constantine, deixa ver aqui. Hmmm... Nada me agrada. Nem Reeves, nem a adaptação como um todo. E ainda fecharam o filme com um BINGO! Aquele chiclete foi um desrespeito até para a pessoa mais tola que não sabe o que é uma graphic novel... Moore pode ser 100% chato, mas tem razão quando disse que queria se afastar.

Depois fica aquele retardado e estúpido do Sadovski dizendo essas coisas:
http://www2.uol.com.br/heroi/kapow/ler.shtml?id=70024

[EDIT] Link para a entrevista:
http://www.youtube.com/watch?v=h8xRfzo9rIE&search=alan moore
 
Última edição:
Review do D'Angelo:

http://www.lasvegasweekly.com/2006/03/16/cinema1.html

Basicamente ele disse que o filme é uma adaptação muito superficial do trabalho do Moore, e que o V funciona no papel, mas não no cinema.

"Moore's work is dense, allusive, prodigiously literary—often constructed as a series of parallel narratives that almost imperceptibly converge, or as a Chinese puzzle box of stories within stories. Try to stuff all that into two hours and what you wind up with is E for Exposition."
 
Pouca grana de bilheteria (esperado), mas MUITA coisa rolando.

Desde críticos atacando e rebaixando a lixo, até outros botando no pedestal de obra de arte do ano. Os fãs, de todos os tipos: fãs 100% Alan Moore, fãs mais relaxados em relações à adaptações e etc. Em tudo que é lugar que entro na net. Pessoas que nunca leram a GN amando o filme, outras indignadas com o assunto da história...

E pelo que li, estou realmente curioso para saber a opinião do pessoal aqui do tópico. Alguns já até imagino... :lol:
 
Bem... já me preocupei mais, mas pelo que tenho lido ainda num da pra ter uma pré-opinião formada... to esperando pra ver no que vai dar... e se der merda vou ficar tranquilo... no dia seguinte irei lê-lo denovo, pra apagar algum resquicio ruim que ficar na minha memoria.
 
Assisti ao filme. Trata-se, na minha opinião, de uma obra hipócrita e de poucos culhões. Não há nada de revolucionário (quem dirá "anárquico") na narrativa, nada mobilizante.
OK, ok, ok... ponto-de-vista-de-terrorista-nos-dias-atuais. Mas não faz muita diferença, pois vemos o V como mais um herói fantasiado.
É uma história contada, não parece ter sido levado em consideração suas sensações e significados. Aparentemente, quando os Wachowski pensaram em adaptar o quadrinho, o que realmente planejavam era gozar um orgasmo nerd de ver alguém fantasiado de V proferindo as palavras de tanto impacto (oh, as palavras!) criadas pelo Mr. Moore.
A hq foi muito mal trabalhada. Grande parte das mudanças não atrapalha, mas algumas coisas que ficaram de fora fazem muita falta. E,
a inserção de amor entre V e Evey é a coisa mais incoerente e contraditória do último mês.
e tal...
 
Última edição:
A minha opinião difere um pouco da do Kiwi.

Como todos já devem estar suspeitando se trata de uma adaptação pobre dos quadrinhos do Alan Moore, assim como todas as mensagens sejam passadas apenas superficialmente e que a personagem principal V esteja deveras descaracterizada. Como o próprio D´Angelo deixou claro é que transmitir toda a obra e mensagem de Moore é impossivel em duas horas de duração e esse é apenas um filme que passa por cima.

A essência (símbolo) de V foi bem retrada, estava viva, conseguiram transmitir o que parecia impossível nas telas, ele em dados momentos é frio, mas sem perder o sarcasmo e etiqueta. De certa maneira o que pode desagradar está nas (várias) mudanças que houveram ou como o próprio spoiler do Kiwi.
a relação de amor que é mostrada entre V e Evey, e diga-se de passagem não é uma relação que é sútil, ela é descarada chegando a ter até mesmo beijo na máscara e uma declaração piegas.

A retratação da pedofilia, racismo, antisemitismo e a manipulação da população através do medo com ajuda da televisão estão presentes no filme. A cena de muitos V, para mim, foi bem justificada e não foi apenas jogada (e há apenas um cena em Bullet Time).

Fazer um filme onde o terrorismo é exposto como uma arte, sim V faz parecer uma arte, é o que faz ser um filme bom, não excelente, mas bom.

65
 
Tô com o Knolex. Até é capaz de eu gostar um pouco do filme, se seguir o que o Mullets falou, mas quando eu presenciar a cena do spoiler, minhas entranhas vão se cozer um pouco.
 
Isabela Boscov da Veja:






B de Bobagem

Com V de Vingança, os irmãos Wachowski
ilustram a ignorância que a cultura pop
cultiva sobre o "sistema

Num dos filmes mais antigos de James Bond, do fim dos anos 70, há uma cena que fazia a delícia das platéias brasileiras: o 007 entrava com sua lancha por um rio da Amazônia e saía, sem mais, pelas cataratas do Iguaçu. Menos a diversão, é assim também que seguem os raciocínios de V de Vingança (V for Vendetta, Estados Unidos, 2006), que estréia nesta sexta-feira no país – o ponto de partida não tem nenhum parentesco com o ponto de chegada, e o caminho que se percorreu de um ao outro é um mistério. Exemplo: o mascarado V (Hugo Weaving), em luta solitária e secreta contra o regime totalitário que domina a Inglaterra de 2020, ensina à sua pupila Evey (Natalie Portman) que os homens não precisam de edifícios, e sim de idéias. Donde, conclui ele num salto de imaginação ainda mais acrobático que o da lancha de James Bond, mandar o Parlamento pelos ares certamente irá encher de idéias a cabeça de seus contemporâneos. Nem vale a pena gastar espaço argumentando sobre a falta de modos de um filme que tem como herói um terrorista carregado de explosivos. O que chama atenção em V de Vingança são sua ignorância obstinada e a afiliação irrefletida ao pensamento de que o "sistema", seja ele qual for, é corrupto e nocivo. Ainda mais curiosa que a lógica de V, por exemplo, é o homem que ele imita na vestimenta e na máscara: Guy Fawkes, um católico que, em 1605, planejou dizimar a aristocracia protestante explodindo a Câmara dos Lordes. Fawkes foi flagrado nos porões do Parlamento com 36 barris de pólvora e enforcado, proporcionando aos ingleses uma brincadeira parecida com a malhação de Judas. Todo 5 de novembro, data da chamada Conspiração da Pólvora, bonecos de Fawkes são enforcados e queimados e fogos de artifício pipocam por toda a Inglaterra. Que, em 2006 ou 2020, alguém ache Fawkes uma figura inspiradora é intrigante. Quatrocentos anos atrás, o edifício do Parlamento era um símbolo do absolutismo. Hoje, ao contrário, ele representa outro tipo de "sistema" – o constitucionalismo, e numa de suas versões mais bem-sucedidas. É difícil também imaginar que, em 2400, americanos venham a se divertir malhando efígies de Osama bin Laden. Se Fawkes se presta a brincadeiras é porque não teve a competência de sua contrapartida saudita para cometer um assassinato em massa. Mas bem que tentou. Grande antídoto seu exemplo poderia ser, então, contra o regime de crise permanente instituído pelo ditador e "big brother" Adam Sutler (que, numa escolha que os produtores devem ter achado o supra-sumo da ironia, é interpretado por John Hurt, justamente o protagonista e vítima do Grande Irmão em 1984). Os irmãos Andy e Larry Wachowski, de Matrix, escreveram e produziram V de Vingança (a direção foi entregue a um subalterno deles, um certo James McTeigue), e respondem pela maior parte das tolices que se vêem em cena. Mas a idéia não partiu deles, e sim do quadrinista inglês Alan Moore, um ídolo do gênero (que, aliás, exigiu que não houvesse menção ao seu nome nos créditos do filme). Moore e o ilustrador David Lloyd começaram a publicar a série V de Vingança no primeiro mandato de Margaret Thatcher e encerraram-na no terceiro e último termo da primeira-ministra. Os quadrinhos V de Vingança transbordam o sentimento de violência e violação com que boa parte dos britânicos atravessou a desconstrução thatcherista – e transpiram também um certo obscurantismo. Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta. A liberdade econômica é, assim, um requisito para outras liberdades mais valorizadas, como a política, a social e a de costumes. A pegadinha é que, até hoje, o único ambiente em que ela floresceu de fato é o capitalista. E, até por uma questão de cultura e de décadas de fantasia marxista, é mais comum enxergar-se no capitalismo um "sistema" destinado a criar e propagar injustiça do que um regime regulado, de maneira em grande parte espontânea, pela mútua vantagem e dependência. A cultura pop – e V de Vingança é um exemplar legítimo dela – prefere simplesmente partir do pressuposto de que esse sistema é ruim; se se interessasse em debatê-lo, ela talvez se visse diante da constatação desconcertante de que não tem alternativas a propor (e bombardear o Parlamento ou assassinar primeiros-ministros não são alternativas). Felizmente, nem todo Estado é assim tão desafeito ao debate, e alguns deles, como o próprio inglês e os escandinavos, desenvolveram instrumentos eficazes para minimizar as injustiças que, sim, são da natureza do capitalismo. E felizmente também nem todos os cineastas que abordam esse tema vivem tão satisfeitos com sua própria ignorância quanto os irmãos Wachowski. Descontadas algumas simplificações, filmes como Wall Street, O Jardineiro Fiel, Syriana, O Informante ou mesmo Robocop oferecem opiniões pertinentes e sagazes sobre o mundo do qual se originaram. Uma coisa, porém, eles têm em comum com V de Vingança: todos eles, os bons e os ruins, foram feitos do jeito que seus produtores bem entenderam, sem interferência de Estados ou governos. É tentar repetir o feito em Cuba ou na China para entender, em primeira mão, o que é verdadeiramente um regime totalitário."
 
Cabei de ler a matéria da Veja e vim aqui postá-la, mas vejo que alguém se adiantou.
Estou curioso pra saber o que o próprio V irá dizer, heheh
 
Khansc disse:
Vocês ainda acompanham a Boscov?
Eu leio a Veja toda semana, e normalmente passo batido pela coluna dela, mas o título dessa vez pediu pra eu parar.
 
Essa comunidade é tão idiota quanto a resenha. Toda revista abriga pessoas idiotas. Na veja temos a Isabela Boscov e Lya Luft, que quando acerta é incompreendida.
 

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