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Ungoliant, o 'buraco negro' da Terra Média

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Quanto mais tímida, mais apimentada, meu caro. Sei do que falo :mrgreen: .

PS: Eis aí um senhor campo para fan fictions adultas, Melkor e Ungoliant desde o seu primeiro encontro [quando ele saiu batendo perna pelo vazio e a achou (aí é necessário vê-la como o espírito da escuridão)] até quando ela o deixou.

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Rejeitado por Varda e em um caso com Ungoliant, parece que Melkinho (copyright by Ilmarinen) conseguia ser algo além de um moleque mimado.

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Chava Tinuviel, esse seu spoiler foi um tesouro que deixei de ver com mais atenção e agora pude ler com tranquilidade.
Infelizmente, o link que você disponibilizou não funciona mais... Mas o artigo vale ouro. Você conhece a autoria dele, ou mais referências de onde podemos encontra-lo?

Isso confirma, com bases ainda mais sólidas o que temos discutido aqui: a complexidade de Ungoliant vai muito além de sua fugaz participação nos planos de Melkor, e nos dá uma nesga do grande conhecimento do professor sobre física, metafísica, mitologia e astronomia, incluindo a mecânica dos buracos negros. Tudo indica também sobre o conhecimento do professor do que veioa ser a Teoria das Cordas conjugada à criação de matéria e antimatéria.

Nesse texto, ele lida claramente sobre o choque de forças antagônicas - bem e mal - e o que foi criado 'a partir deste choque'. Tal uma prévia da teoria da criação do Universo, descrita pela Teoria das Cordas, onde o choque de dois ou mais universos tenha gerado energia suficiente para criar matéria que daria origem ao Universo. Ungoliant, ao que parece, não seria uma figura-pensamento de Melkor somente, mas a materialização deste 'choque', com consciência e vontade própria. Como não foi criada com um propósito definido - ela veio a ser usada nos intentos de Melkor posteriormente - daí veio a alegoria do enorme vazio que ela carrega dentro de si, impossível de ser preenchido.

Tudo indica, entretanto, que realmente o professor tinha em mente um Buraco Negro ao criar Ungoliant.
É um personagem de delicada complexidade física e emocional: uma dimensão vazia suspensa dentro de um veículo semifísico, que a permite interagir com a matéria, porém sem perder a capacidade de manifestar sua vontade por poderes não-mágicos.
 
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Aquele ensaio é de autoria do Ilmarinen, Seiko-Chan. Tornou-se referência sobre o tema. Merecidamente, diga-se de passagem.

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Aranhas tímidas, bondage, filho de Melkor e Ungoliant... O que aconteceu aqui, pessoal? Entramos no buraco negro (sem piadas sobre fio-terra, plz) e nem percebemos? Se bem que o sexo com a aranha faz sentido e... deixa pra lá.

Depois eu faço o meu post. Estou tentando voltar para a nossa dimensão ainda.
 
Ter um caso com a aranha, jemte... que zoofilia!! :lol:

Na Desciclopédia tem uma piada sobre Melkor e Ungoliant terem gerado o Spider Man!!! :mrgreen:

MAS PERAÊ... na minha fic o Sauron é filho (adotivo, mas é) do Melkor...

MAS PERAʲ... e se eles geraram o Sauron?? 8-O

Tá na hora do Gardenal da Lynn, FUI!!

EDIT: a briga então foi por causa do divórcio? :mrgreen: Primeiro divórcio litigioso ever?? XD
 
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Tudo indica, entretanto, que realmente o professor tinha em mente um Buraco Negro ao criar Ungoliant.
É um personagem de delicada complexidade física e emocional: uma dimensão vazia suspensa dentro de um veículo semifísico, que a permite interagir com a matéria, porém sem perder a capacidade de manifestar sua vontade por poderes não-mágicos.

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Ou seja, se Ungoliant tivesse engolido as Simarilli, elas não poderiam ser recuperadas matando a dita cuja e abrindo a sua barriga, ela não era Carcharoth, era algo muito superior. Uma vez consumidas, as jóias deixariam este plano material e passariam para outra dimensão de (in)existência.

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Isso confirma, com bases ainda mais sólidas o que temos discutido aqui: a complexidade de Ungoliant vai muito além de sua fugaz participação nos planos de Melkor, e nos dá uma nesga do grande conhecimento do professor sobre física, metafísica, mitologia e astronomia, incluindo a mecânica dos buracos negros. Tudo indica também sobre o conhecimento do professor do que veioa ser a Teoria das Cordas conjugada à criação de matéria e antimatéria.


Ungoliant, além de incorporar a física em torno dos Buracos Negros e Horizonte de Eventos, parece ter, como era o caso da Negaesfera de antimatéria de Lensman que foi publicado já no fim dos anos 30 ( antes da conjugação teórica entre o Horizonte de eventos e os Buracos Negros) ter influência dos Oceanos de Dirac.

Ela seria, nesse ponto, análoga ao Leliel, o anjo da noite, que aparece como um Oceano de Dirac senciente no animê Neon Genesis Evangelion.

Uma sugestão: o poder de Ungoliant não tinha a propriedade de fazer as coisas "parecer deixar de sê-lo", ou seja, afetava o tecido da realidade? Ela não criava um tipo "de efeito buraco negro" ou Oceano de Dirac sugando toda a luz como um dos "anjos" de Neon Genesis Evangelion( Leliel , o anjo da noite , assim como Ungoliant é encarnação da "Noite" primordial? Pois, então, pra mim, Ungoliant e sua Antiluz, potencializada pela energia roubada e , talvez, com a ajuda ou direção de Melkor , provavelmente, criava "Buracos de minhoca", warps, encurtando extremamente as distâncias e permitindo a ela e Melkor atravessarem o Helcaraxë de maneira ultra-rápida. É possível que ela tenha "carregado" Melkor consigo. A manipulação do tempo-espaço de Galadriel em volta de Lothlórien não tinha tido um efeito aparente de encurtar as distâncias pro exército de Eorl no Contos Inacabados?

As they drew nearer they saw that the white mist was driving back the glooms of Dol Guldur, and soon they passed into it, riding slowly at first and warily; but under its canopy all things were lit with a clear and shadowless light, while to left and right they were guarded as it were by white walls of secrecy.

"The Lady of the Golden Wood is on our side, it seems ,” said Borondir.
"Maybe," said Eorl. "But at least I will trust the wisdom of Felaróf.
28He scents no evil. His heart is high, and his weariness is healed: he strains to be given his head. So be it! For never have I had more need of secrecy and speed."
Then Felaróf sprang forward, and all the host behind followed like a great wind, but in a strange silence, as if their hooves did not beat upon the ground*. So they rode on, as fresh and eager as on the morning of their setting-out, during that day and the next; but at dawn of the third day they rose from their rest, and suddenly the mist was gone, and they saw that they were far out in the open lands. On their right the Anduin lay near, but they had almost passed its great eastward loop, and the Undeeps were in sight.
It was the morning of the fifteenth day of Víressë, and they had come there at a speed beyond hope.

30 In nine days they had covered more than five hundred miles in a direct line, probably more than six hundred as they rode**. Though there were no great natural obstacles on the east side of Anduin, much of the land was now desolate, and roads or horse-paths running southward were lost or little used; only for short periods were they able to ride at speed, and they needed also to husband their own strength and their horses," since they expected battle as soon as they reached the Undeeps. [Author's note.]

*Muito parecido ao efeito da Antiluz de Ungoliant, escondendo Melkor e ela das vistas dos Valar. Sigilo e velocidade.

**(900 kms em dez dias A CAVALO e sem cavalgar muito rápido porque o terreno era inapropriado!!!!)

Dobra espacial das "fadas", na certa, também chamado "portal"...

http://www.observatorio.ufmg.br/pas68.htm

Exatamente o que a Sombra da Noite da DC e a Estrela Negra da Marvel) fazem ao manipularem a "Força Negra" pra criar portais ou gerar teleporte sem desmaterialização do corpo transportado já que ali a coisa de dá por "dobratura do espaço".

 
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Gostei muito desta sacada de que a Antiluz também tinha a propriedade de ser um "atalho" entre grandes distâncias. A bem da verdade, é muito mais fascinante do que a ideia de uma nuvem preta supersônica.

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Ungoliant, além de incorporar a física em torno dos Buracos Negros e Horizonte de Eventos parece ter, como era o caso da Negaesfera de antimatéria de Lensman que foi publicado já no fim dos anos 30 ( antes da conjugação teórica entre o Horizonte de eventos e os Buracos Negros) ter influência dos Oceanos de Dirac.

Ela seria, nesse ponto, análoga ao Leliel, o anjo da noite, que aparece como um Oceano de Dirac senciente no animê Neon Genesis Evangelion.

Eu tinha me esquecido desse anjo. Boa sacada, Ilmarinen!
Creio que o que temos 'dentro da barriga' de Ungoliant seja semelhante a isto mesmo: a própria antiluz servindo de ponte e atalho para os wormholes e o próprio vazio interdimensional dentro dela - o que explica realmente como Manwë não podia enxergar Melkor enquanto envolto pelas teias de antiluz produzidas por ela. Na verdade, Manwë o perdia totalmente de vista porque os dois simplesmente deixavam essa dimensão, vagando em suspensão nessa dobra espaço-tempo, e percorrendo através dela longas distâncias a velocidades inimagináveis.

E como o EVA saiu de dentro do anjo foi mais ou menos a ideia que descrevi numa postagem anterior, se Melkor fosse engolido por ela: vagaria confuso durante um tempo, mas a rasgaria de dentro para fora para conseguir sair. Cena dantesca, hein?
 
E como o EVA saiu de dentro do anjo foi mais ou menos a ideia que descrevi numa postagem anterior, se Melkor fosse engolido por ela: vagaria confuso durante um tempo, mas a rasgaria de dentro para fora para conseguir sair. Cena dantesca, hein?


Eu diria que é antes Lovecraftiana.

Eu DESCONFIO que, caso tivesse sido mesmo devorado por Ungoliant, Melkor, àquelas alturas do campeonato, não teria mais força pra dar uma "shinjada" como em Evangelion, mas, isso, claro, graças à equipe SWAT balroguiana terá que ficar sempre no terreno da especulação.
 
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E como o EVA saiu de dentro do anjo foi mais ou menos a ideia que descrevi numa postagem anterior, se Melkor fosse engolido por ela: vagaria confuso durante um tempo, mas a rasgaria de dentro para fora para conseguir sair. Cena dantesca, hein?

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Bom, se tivesse sido devorado por Ungoliant, Melkor teria o seu hröa devidamente processado e sua energia vital passaria para ela, não creio que seu espírito (ou o de quem quer que seja) conseguiria retornar para nossa dimensão.

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Eu diria que é antes Lovecraftiana.

Eu DESCONFIO que, caso tivesse sido mesmo devorado por Ungoliant, Melkor, àquelas alturas do campeonato, não teria mais força pra dar uma "shinjada" como em Evangelion, mas, isso, claro, graças à equipe SWAT balroguiana terá que ficar sempre no terreno da especulação.

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Bom, se tivesse sido devorado por Ungoliant, Melkor teria o seu hröa devidamente processado e sua energia vital passaria para ela, não creio que seu espírito (ou o de quem quer que seja) conseguiria retornar para nossa dimensão.

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Mas o hröa de Melkor era feito de luz? Pois ela 'engole' tudo, mas só converte a luz como elemento a ser processado.
Se os balrogs conseguissem chegar a ela, poderiam rasgar sua barriga com os chicotes de fogo e tirar o menino de lá... Questão a se pensar.
 
Mas o hröa de Melkor era feito de luz? Pois ela 'engole' tudo, mas só converte a luz como elemento a ser processado.
Se os balrogs conseguissem chegar a ela, poderiam rasgar sua barriga com os chicotes de fogo e tirar o menino de lá... Questão a se pensar.

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Após ter transferido parte de seu poder a ela, o fána de Morgoth transformou-se de vez em hröa, e mesmo corpos de matéria orgânica detêm energia (imagine então o de um vala). Penso que ungoliant era "oca", sendo o seu interior a "porta de entrada" desta dimensão entre a existência e a inexistência.

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E parece que Tolkien, nessa de definir o que eram Trevas Exteriores ( Outer Darkness), que foi encarnada como Ungoliant, foi influenciado pela leitura da metafísica no The First and Last Things (1908). Expressões como "Void" e "Outer Darkness", no contexto de equivalerem a abstrações teológicas/filosóficas, parecem ter vindo de lá.

E tem outro livro do autor onde ele cita "Undying Fire (1919)" que é um análogo de Chama Imperecível. Esse último, inclusive, começa com uma descrição bem ainulindalëana de um encontro (a la Livro de Jó) entre Jeová e Satã onde ambos são descritos com uma linguagem bem ficção-científica New Wave.

É, penso, praticamente certo que Tolkien leu e foi influenciado por esses dois livros e o Prólogo no Céu do Undying Fire parece ter, também, influenciado o conto do Guimarães Rosa recém publicado no Antes das Primeiras Histórias, Kronos Kai Ananke.

Metaphysics

Book One of First and Last Things: A confession of faith and rule of life-1.7. NEGATIVE TERMS


Let me try and express how in my mind this matter of negative terms has shaped itself. I think of something which I may perhaps best describe as being off the stage or out of court, or as the Void without Implications, or as Nothingness, or as Outer Darkness. This is a sort of hypothetical Beyond to the visible world of human thought, and thither I think all negative terms reach at last, and merge and become nothing. Whatever positive class you make, whatever boundary you draw, straight away from that boundary begins the corresponding negative class and passes into the illimitable horizon of nothingness. You talk of pink things, you ignore, as the arbitrary postulates of Logic direct, the more elusive shades of pink, and draw your line. Beyond is the not-pink, known and knowable, and still in the not-pink region one comes to the Outer Darkness. Not blue, not happy, not iron, all the NOT classes meet in that Outer Darkness. That same Outer Darkness and nothingness is infinite space and infinite time and any being of infinite qualities; and all that region I rule out of court in my philosophy altogether. I will neither affirm nor deny if I can help it about any NOT things. I will not deal with not things at all, except by accident and inadvertence. If I use the word "infinite" I use it as one often uses "countless," "the countless hosts of the enemy"--or "immeasurable"--"immeasurable cliffs"--that is to say as the limit of measurement, as a convenient equivalent to as many times this cloth yard as you can, and as many again, and so on and so on until you and your numerical system are beaten to a standstill.

H.G.Wells talvez, não tão por acaso, tem um conto sobre aranhas gigantes, o Vale das Aranhas de 1903*.

*Isso além das que aparecem no Alimento dos Deuses(nome sugestivo, hein?), a história prototípica de experimento de humanos resultando em insetos, camundongos e aracnídeos gigantescos, a avó de Aracnofobia o filme.

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Interessantemente, e eu só estou sabendo disso agora,o Vale das Aranhas pode ser interpretado como uma alegoria da aquisição de maturidade sexual masculina no período da puberdade, mais ou menos como um A Companhia dos Lobos pra machos, e, nesse sentido, parece ter influenciado o recente romance premiado de ficção científica do Samuel R. Delany, Através do Vale do Ninho das Aranhas ( huuuuuummmmmmm, de repente a história do Beren atravessando as montanhas das Ered Gorgoroth antes de chegar ao "cinturão" de castidade de Doriath* ganha matizes interessantes...).

* lembrando que Gorgoroth era, também, o nome de um planalto em Mordor através do qual se entrava através do vale de Morgul e pelo passo de Cirith Ungol ( "Passo da Aranha"),
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Through the Valley of the Nest of Spiders

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PathToTheNestOfSpiders.jpg

Eu já tinha suspeitado dessa noção simbólica ter desempenhando alguma função, talvez totalmente subconsciente, na história de Beren e Lúthien quando vi a justaposição de "metáforas" possíveis: o "Vale das Aranhas" e o "Cinturão" de Melian em Doriath antes de encontrar com o amor verdadeiro selado no meio de um círculo de proteção mágico...

Esse aí escreveu um fanfic sobre o tema, uma das (errrr...) ... "vistas inatingíveis" do Tolkien...

E, sim entendo sua crítica à paixonite do Beren, mas, veja só: perdeu a família toda, viu sua terra ser destruída e incendiada, atravessou montanhas do horror infestadas de aranhas peludas devoradoras de luz(arrrghhh!!) ( quão mais freudianos podemos ser do que isso hein?) e, mulambento e esfarrapado, atravessou o "cinturão de castidade" que cercava Doriath e Lúthien e, quando ouviu Lúthien cantar, foi que nem a cena do pobre príncipe Felipe no desenho da Disney, vítima da sonsa da princesa Aurora ( o demônio da floresta!!! :P).

Lembremos as passagens do Silmarillion descrevendo a região de Gorgoroth e suas implicações pra história. Lembrando que entre as Ered Gorgoroth e Doriath ficava Nan Dungortheb ( o "Vale da Morte Terrível" ( ahá!! :P)que era infestado com a progênie de Mamãe Ungwë)

Aconteceu, porém, de se aproximar o fim da bem-aventurança, e de a tarde ensolarada de Valinor chegar ao seu crepúsculo. Pois, como foi dito e como todos sabem, por estar escrito nos registros das tradições e por ter sido cantado em muitas obras poéticas, Melkor abateu as Árvores dos Valar com o auxílio de Ungoliant e escapou, voltando para a Terra-média. Muito ao norte ocorreu o confronto entre Morgoth e Ungoliant; mas o terrível grito de Morgoth reverberou por toda a Beleriand, fazendo toda a sua gente encolher de medo. Pois, embora não soubessem o que o grito prenunciava, o que estavam ouvindo era o arauto da morte. Pouco depois, Ungoliant fugiu do norte e entrou no reino do Rei Thingol, e um terror de escuridão a cercava. Contudo, pelo poder de Melian, foi impedida de prosseguir, e não entrou em Neldoreth, mas permaneceu muito tempo à sombra dos precipícios pelos quais Dorthonion se estendia em direção ao sul. E esses passaram a ser conhecidos como Ered Gorgoroth, as Montanhas do Terror, e ninguém ousava ir até lá ou passar por perto. Ali, a vida e a luz eram sufocadas; e todas as águas, envenenadas. Morgoth, porém, como já se relatou, voltou para Angband e a reconstruiu. E acima de seus portões ergueu as torres fumegantes das Thangorodrim. E os portões de Morgoth estavam a apenas setecentos e cinqüenta quilômetros da ponte de Menegroth: distantes e, entretanto demasiado próximos. (...)

À margem esquerda do Sirion ficava Beleriand Oriental, que na sua maior largura media quinhentos quilômetros, do Sirion até o Gelion e às fronteiras de Ossiriand. Em primeiro lugar, entre o Sirion e o Mindeb, ficava a terra deserta de Dimbar, à sombra dos picos de Crissaegrim, morada de águias.

Entre o Mindeb e o curso superior do Esgalduin ficava a terra de ninguém de Nan Dungortheb; e essa região era impregnada de medo, pois, de um dos lados, o poder de Melian fechava o marco setentrional de Doriath, mas, do outro, os abruptos precipícios das Ered Gorgoroth, as Montanhas do Terror, despencavam das alturas de Dorthonion. Para ali, como foi relatado anteriormente, Ungoliant fugira dos açoites dos balrogs; e ali ela viveu por um tempo, enchendo os desfiladeiros com sua escuridão fatal; e ali ainda, quando ela se foi, sua prole abominável se escondia e tecia suas teias nefastas. E os fios da água que escorriam das Ered Gorgoroth eram contaminados e perigosos, pois o coração de quem os provasse se enchia de sombras de loucura e desespero.

Todos os seres vivos evitavam essa terra; e os noldor passavam por Nan Dungortheb somente em caso de grande necessidade, por trilhas próximas à fronteira de Doriath e à maior distância possível das colinas mal-assombradas. Esse caminho fora aberto muito antes, na época em que Morgoth ainda não voltara a Terra-média. E quem seguisse por ele iria para o leste até Esgalduin, onde, no tempo do Cerco, ainda havia a ponte de pedra de Iant Iaur. Dali, o viajante atravessaria Dor Dínen, a Terra Silenciosa, e, cruzando os Arossiach (que significa os Vaus do Aros), chegaria às fronteiras setentrionais de Beleriand, onde viviam os filhos de Fëanor.

(...)
Toda essa terra estava agora impregnada do mal; e tudo que era limpo dali se afastava. E Beren foi tão perseguido, que afinal foi forçado a fugir de Dorthonion. No tempo do inverno e da neve, ele abandonou a terra e o túmulo de seu pai e, escalando as regiões mais altas de Gorgoroth, as Montanhas do Terror, descortinou ao longe a terra de Doriath. Ali entrou em seu coração o desejo de penetrar no Reino Oculto, onde nenhum mortal até então havia pisado.

Terrível foi essa viagem para o sul. Íngremes eram os precipícios das Ered Gorgoroth, e a seus pés havia sombras ali dispostas antes do surgimento da Lua. Mais além, ficavam os ermos de Dungortheb, onde os feitiços de Sauron e o poder de Melian se enfrentavam, e o horror e a loucura andavam a solta. Ali moravam aranhas da cruel raça de Ungoliant, tecendo suas teias invisíveis, nas quais todos os seres vivos eram apanhados, e monstros por ali vagavam, nascidos nas longas trevas anteriores ao Sol, caçando, silenciosos, com seus muitos olhos.

Nenhum alimento para elfos ou homens havia naquela terra assombrada, apenas a morte. Essa viagem não é considerada o menor dentre os grandes feitos de Beren; mas ele não falava a ninguém a respeito dela, para que o horror não voltasse a sua mente. E ninguém sabe como ele encontrou um caminho e assim chegou, por trilhas nas quais nenhum homem ou elfo jamais ousara pisar, às fronteiras de Doriath. E atravessou os labirintos que Melian havia criado em torno do reino deThingol, exatamente como ela própria previra; pois um grande destino lhe estava reservado.

Conta a Balada de Leithian que Beren chegou trôpego a Doriath, grisalho e encurvado, como por muitos anos de sofrimento, tal havia sido seu tormento na viagem. Entretanto, perambulando no verão pelos bosques de Neldoreth, ele deparou com Lúthien, filha de Thingol e Melian, a certa hora da noite antes do nascer da Lua, quando ela dançava na relva perene nas clareiras junto aoEsgalduin

Voltando a falar do conto do Wells eu acabei de deduzir por causa dessa interpretação do conto que ele é uma das inspirações* pro romance do Delany mas ainda não confirmei se mais pessoas sacaram isso tb. ( Edit: ainda não)

*junto com o "The Path to the Nest of Spiders", A Trilha dos Ninhos de Aranha, do Italo Calvino, acho que a piadinha fica óbvia no titulo compósito do livro do Delany em inglês.

Hilariamente, se o Vale das Aranhas do H.G.Wells desempenhou mesmo algum papel no delineamento da psicologia implícita nas histórias de Tolkien onde Melkor, Beren, Bilbo e Frodo/Sam se viram às voltas com Aranhas, e esse elemento alegórico do conto se infiltrou lá, é de se cogitar se o subtexto sexual do Chamado de Cthulhu e do ser octopóide que se esgueira "babosamente" ("slobberingly") para a luz ( simbolismo apontado pelo King entre outros ) por sua vez, não tinha algo a ver com os Invasores do Mar ( The Sea Raiders de 1896 ) OUTRO conto do Wells onde um bando de seres cthulhianos, vagamente antropóides com cabeça de lula ou polvo, acossam as costas da Inglaterra vitoriana...


25 FEBRUARY 2011
Book Review: The Valley of Spiders (23 September 2001)


I wrote the following analysis of H. G. Wells' short story "The Valley of Spiders" during my senior year of high school. Reading it now, I'm impressed with the creativity it took to reframe Wells' story within the context of sexual maturation. As I recall, the assignment was a pretty standard book report. My reinterpretation was a self-imposed academic exercise that proved to me that you can find just about anything in your source material if you look hard enough for it.

The Intricate Web of Pubescent Adolescence

H. G. Wells’ “The Valley of Spiders” is more than a story; it is a psychological throwback to life as a pubescent youth. Hidden behind every page is the drawing out of long-hidden memories from a man’s sexual evolution.

Each and every surrounding and setting presented as a backdrop in the story is subconsciously both stimulating and suggestive. The countryside backdrop creates a sense of wonder with a young man’s growing testicles. “Seeming indeed to hang in the blue were the snow-clad summits… that grew larger and bolder.” As the details surrounding the riders’ journey deepen, so does the pubescent source material. “…prickly twisted bushes [pubic hair] and strange dry shapes of horny branches [stimulated male organ] that grew amongst the rocks [testicles], into the level below.” This manner of description both rounds out the story and allows for further development of the youth’s sexuality.

The changes in setting serve to advance and present new and different experiences underwent during puberty. Perhaps analogous to the newfound experience of wet dreams, the narrator observes “the leader saw a smear… where the girl may have trod… He started out of his dream.” As the attitude of one changes during puberty from confusion to that of more curiosity, so does the descriptive tone of the story. Frequent erections come about, sometimes undesired, sometimes pleasantly. “It filled him with a momentary pleasure to see a wry stick of purple black flash out into the form of a snake [stimulated male organ], and vanish amidst the brown [pubic hair].” Hand-in-hand with the personal bodily developments so pivotal to the pubescent experience arises the discovery of the opposite sex. Referring to this discovery, “the man had whole cityfuls of people to do his basest bidding - girls, women! Why in the name of passionate folly this one in particular?”

As the actual plot begins to unfold, parallels to puberty persist. As the horsemen first observe the huge balls which carry the spiders, we are actually observing the fear and amazement at newly hyperactive male gonads. The men are both fascinated and afraid of these huge swirling balls, and do not know how to react to the changes that now face them. “What do these things matter? How can they matter?” These sentiments echo through the minds of many unsure of how to cope with the newly discovered changes in their body, hormonal and physical.

As the men in “The Valley of Spiders” struggle to combat their challenges, we gain insight into the struggles and reactions of those dealing with advances in their sexuality. Some, like the gaunt man, blindly barrel through the raging torrent simply hoping to survive it. Others, like the little man, try to cling to the way things were and not think about how things are changing for them. And still others, like the master, set their teeth, grip their bridle, lower their head, and spur their horse forward, determined to embrace these new emotional changes, determined to learn about and appreciate their different body.

And yet, even the master at times requires comfort amidst the emotional turmoil that comes with puberty. Just as he feels as though he is alone in his troubles, a “reassuring voice” comes to him. When they converse, it is discovered that both men went through the same situation, both men had similar problems. And yet, as he is emerging from his gall of bitterness, he regains control of his emotions and slays, both literally and metaphorically, his only source of comfort. He lashes out at his one friend, as so often the ones most loved become the ones most hurt by those experiencing emotional imbalance, more prone to violent turnabouts in behavior and appreciation.

As the story concludes, so does the journey through puberty. It is realized that it was all for the good of things, and nothing horrible came from it. “Their time had passed… these things… could do him no evil.” As the journey paralleling that of puberty comes to a close, the narrator, the master, and we come to the understanding that a young man’s sexual evolution is not something to be taken lightly, nor something to be misunderstood. It is not something to be feared, as the spiders, but rather faced, and embraced, head on.
Posted by Your Old Buddy Sam at 16:58
 
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