*Lothiriel*
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Tolkien, As Duas Torres e ....
Bem, voltei ao cinema hoje para novamente assistir As Duas Torres. Concordo com o New York Times que o mundo esta dividido entre os que leram (ou assistiram) ao SDA e aos que não tiveram contacto com a sua obra.
Não vou falar das cenas em que não se entende porque Aragorn consegue escutar os orcs a quilometros de distancia apressando o passo e não se dá conta do exercito de Éomer se aproximar a poucos metros dele, de Legolas e Gimli.
Quero mencionar aqui a maravilha, pois não se sai do cinema sem se estar literalmente “embasbacado”, com esta obra.
Já se sabe que Tolkien tirou a inscrição do anel de uma obra chamada Kelevala, um repositório de canções épicas finesas, publicadas em 1835 por Lönnrot. Não se contentando, criou seu mundo próprio. Fazendo uma retrospectiva história, Tolkien colocou em pólos opostos a vida dos pequenos hobbits, seres que escavavam suas casinhas nos relevos dos terrenos tendo a grama como telhado, confrontando-a com o mundo subterrâneo de Mordor, poluído, enfumaçado, opressivo (tal qual uma imagem da Birmigham fabril da qual Tolkien foi vizinho quando adolescente). Há no SDA inúmeras referencias a lenda renana do Anel de Nibelungos, na qual um anãozinho de nome Alberich roubara e guardara um anel mágico que permitia a invisibilidade e a possibilidade maligna de quem o tivesse de poder vir a dominar o mundo.
O SDA também reflete as fobias e paranóias dos ingleses daquela época (anos 50), não surpreendendo que O Hobbit e a trilogia do DAS tenham sido editadas no momento histórico em que o império britânico (chamado por Tolkien de Middle-Earth) começou a fazer água, ameaçado por todos os lados (desde a insurgência irlandesa até os crescentes motins da África e Índia). Por isso Boromir, um dos cavaleiros que acompanha Frodo na jornada fez com que, no momento de sua agonia final, flechado por nativos a mando do mal, seus companheiros jurassem defender a Montanha Branca ameaçada de desaparecer para sempre. Curiosamente, esta narrativa se tornou nos anos 60-70 objeto de cult entre os americanos, entendida como um manual de vida alternativa. Os hippies (e me incluo nesta turma) adoraram aquela gente conduzida por um mago de nome Gandalf, que pitava ervas estranhas, falando esquisito e vivendo num mundo sem chaminés, nem prestação, em meio a paisagens inebriantes. Começamos a ler Tolkien para nossos filhos e agora o cinema mostra-o para o mundo.
Bem, voltei ao cinema hoje para novamente assistir As Duas Torres. Concordo com o New York Times que o mundo esta dividido entre os que leram (ou assistiram) ao SDA e aos que não tiveram contacto com a sua obra.
Não vou falar das cenas em que não se entende porque Aragorn consegue escutar os orcs a quilometros de distancia apressando o passo e não se dá conta do exercito de Éomer se aproximar a poucos metros dele, de Legolas e Gimli.
Quero mencionar aqui a maravilha, pois não se sai do cinema sem se estar literalmente “embasbacado”, com esta obra.
Já se sabe que Tolkien tirou a inscrição do anel de uma obra chamada Kelevala, um repositório de canções épicas finesas, publicadas em 1835 por Lönnrot. Não se contentando, criou seu mundo próprio. Fazendo uma retrospectiva história, Tolkien colocou em pólos opostos a vida dos pequenos hobbits, seres que escavavam suas casinhas nos relevos dos terrenos tendo a grama como telhado, confrontando-a com o mundo subterrâneo de Mordor, poluído, enfumaçado, opressivo (tal qual uma imagem da Birmigham fabril da qual Tolkien foi vizinho quando adolescente). Há no SDA inúmeras referencias a lenda renana do Anel de Nibelungos, na qual um anãozinho de nome Alberich roubara e guardara um anel mágico que permitia a invisibilidade e a possibilidade maligna de quem o tivesse de poder vir a dominar o mundo.
O SDA também reflete as fobias e paranóias dos ingleses daquela época (anos 50), não surpreendendo que O Hobbit e a trilogia do DAS tenham sido editadas no momento histórico em que o império britânico (chamado por Tolkien de Middle-Earth) começou a fazer água, ameaçado por todos os lados (desde a insurgência irlandesa até os crescentes motins da África e Índia). Por isso Boromir, um dos cavaleiros que acompanha Frodo na jornada fez com que, no momento de sua agonia final, flechado por nativos a mando do mal, seus companheiros jurassem defender a Montanha Branca ameaçada de desaparecer para sempre. Curiosamente, esta narrativa se tornou nos anos 60-70 objeto de cult entre os americanos, entendida como um manual de vida alternativa. Os hippies (e me incluo nesta turma) adoraram aquela gente conduzida por um mago de nome Gandalf, que pitava ervas estranhas, falando esquisito e vivendo num mundo sem chaminés, nem prestação, em meio a paisagens inebriantes. Começamos a ler Tolkien para nossos filhos e agora o cinema mostra-o para o mundo.