Artigos Valinor
Usuário
Eis que um dia, em uma grande festa élfica aos pés do Taniquetil, dois Eldar brandiam suas canecas, cheias de miruvórë, e brindavam ao magnífico luar do continente abençoado.</P>
— Quais são as novidades de sua terra, meu caro mellon? — perguntava Yondolimpë.</P>
— Fora minha boa e velha caneca de miruvórë, nada de novo… — respondeu Lanconárë, com seu sotaque valinoriano que já estava retardado pelo efeito da bebida.</P>
— Já ficaste sabendo sobre as *hic* pedrinhas especiais do Fëanor?</P>
— Pois sim! — Lanconárë pensou um pouco e prosseguiu — Ah, se elas fossem minhas! Eu as penduraria perto da porta de meu quarto!</P>
— Ora, seu laman! — exclamou Yondolimpë, apontando o dedo torto para o amigo — Se tu colocasse-as perto do quarto não conseguirias dormir, *hic* pois a luz delas é mais forte que uma tingilyë!</P>
— Mas pelos menos eu manteria os insetos longes de mim enquanto descanso! — Lanconárë agitou os braços com sua caneca, derramando parte do líquido em suas faces.</P>
— De nada adianta discutirmos... me disseram que esse tal Fëanor poderia derrubar Melkor com as próprias mãos!</P>
— Grande coisa esse aí! Eu também o derrubaria *hic*, com uma mão amarrada aos pés!</P>
— É claro! Basta soltares teu bafo nele, que cairia duro no chão!</P>
— Olha aqui, seu safado! Ninguém me ofende e se safa facilmente. Agora recitarei um lairë de minha própria autoria. — e subiu em uma cadeira, chamando a atenção de todo o povo ao redor, começando a falar alto, porém, atrapalhado:</P>
</P>
No alto daquele tildë</P>
Plantei um pé de roseira</P>
O súrë no tildë bate</P>
A rosa no tildë cheira</P>
Quando cai a mistë</P>
Salpicos no tildë me caem</P>
Lagartos no tildë entram</P>
Nieri do tildë saem</P>
Quando cai o raumo</P>
Nén no tildë desce</P>
Rossë no tildë brilha</P>
E o mato no tildë cresce</P>
Quando cessa a lúrë</P>
No tildë volta a alegria</P>
Pois torna a brilhar novamente</P>
O Anar que no tildë ardia</P>
</P>
— Cale-se! Farei um lairë muito melhor que o seu agora. Na verdade é uma lindalë:</P>
</P>
“Estão dizendo que miruvórë é nén!</P>
Miruvórë não é nén não!</P>
Miruvórë vem do alambique,</P>
E nén vem do sirë!”</P>
</P>
Engajaram-se em uma intensa discussão sobre qual poema era melhor, e decidiram perguntar à confusa platéia qual era o favorito. Pois todos os quendë à quem perguntavam desviavam o olhar, assustados, e fingiam não terem ouvido a pergunta. E então os dois passaram a apresentar comportamento mais agressivo. Neste momento, uma grande figura vestida de branco apareceu e expulsou-os do local por perturbarem a paz da montanha sagrada.</P>
Perto daquele lugar ficava uma praia deserta, além da luz das árvores, e era iluminada pelas estrelas de Varda. Para lá foram, onde decidiriam a discussão.</P>
Quando chegaram à praia, pisando cambaleante na branca e pura areia de Valinor, apoiados um no braço do outro, entreolharam-se e puseram-se a pensar.</P>
— O que nós viemos fazer aqui mesmo, meu amigo?</P>
— Bah! Sabe que eu até já esqueci!</P>
— Então te senta aí e vamos beber em homenagem à Varda!</P>
Passou-se alguns momentos até que Lanconárë pensou e fez um comentário:</P>
— Já imaginou se no futuro um servo de Melkor dominasse a terra e uma criatura de um metro e vinte centímetros de altura, junto com seu fiel amigo, salvassem todo mundo?</P>
— Ora, não seja ridículo! Já bebeste demais!</P>
E os dois amigos riram juntos e gozaram de prosperidade por um bom tempo na terra abençoada de Valinor.
</P>
— Quais são as novidades de sua terra, meu caro mellon? — perguntava Yondolimpë.</P>
— Fora minha boa e velha caneca de miruvórë, nada de novo… — respondeu Lanconárë, com seu sotaque valinoriano que já estava retardado pelo efeito da bebida.</P>
— Já ficaste sabendo sobre as *hic* pedrinhas especiais do Fëanor?</P>
— Pois sim! — Lanconárë pensou um pouco e prosseguiu — Ah, se elas fossem minhas! Eu as penduraria perto da porta de meu quarto!</P>
— Ora, seu laman! — exclamou Yondolimpë, apontando o dedo torto para o amigo — Se tu colocasse-as perto do quarto não conseguirias dormir, *hic* pois a luz delas é mais forte que uma tingilyë!</P>
— Mas pelos menos eu manteria os insetos longes de mim enquanto descanso! — Lanconárë agitou os braços com sua caneca, derramando parte do líquido em suas faces.</P>
— De nada adianta discutirmos... me disseram que esse tal Fëanor poderia derrubar Melkor com as próprias mãos!</P>
— Grande coisa esse aí! Eu também o derrubaria *hic*, com uma mão amarrada aos pés!</P>
— É claro! Basta soltares teu bafo nele, que cairia duro no chão!</P>
— Olha aqui, seu safado! Ninguém me ofende e se safa facilmente. Agora recitarei um lairë de minha própria autoria. — e subiu em uma cadeira, chamando a atenção de todo o povo ao redor, começando a falar alto, porém, atrapalhado:</P>
</P>
No alto daquele tildë</P>
Plantei um pé de roseira</P>
O súrë no tildë bate</P>
A rosa no tildë cheira</P>
Quando cai a mistë</P>
Salpicos no tildë me caem</P>
Lagartos no tildë entram</P>
Nieri do tildë saem</P>
Quando cai o raumo</P>
Nén no tildë desce</P>
Rossë no tildë brilha</P>
E o mato no tildë cresce</P>
Quando cessa a lúrë</P>
No tildë volta a alegria</P>
Pois torna a brilhar novamente</P>
O Anar que no tildë ardia</P>
</P>
— Cale-se! Farei um lairë muito melhor que o seu agora. Na verdade é uma lindalë:</P>
</P>
“Estão dizendo que miruvórë é nén!</P>
Miruvórë não é nén não!</P>
Miruvórë vem do alambique,</P>
E nén vem do sirë!”</P>
</P>
Engajaram-se em uma intensa discussão sobre qual poema era melhor, e decidiram perguntar à confusa platéia qual era o favorito. Pois todos os quendë à quem perguntavam desviavam o olhar, assustados, e fingiam não terem ouvido a pergunta. E então os dois passaram a apresentar comportamento mais agressivo. Neste momento, uma grande figura vestida de branco apareceu e expulsou-os do local por perturbarem a paz da montanha sagrada.</P>
Perto daquele lugar ficava uma praia deserta, além da luz das árvores, e era iluminada pelas estrelas de Varda. Para lá foram, onde decidiriam a discussão.</P>
Quando chegaram à praia, pisando cambaleante na branca e pura areia de Valinor, apoiados um no braço do outro, entreolharam-se e puseram-se a pensar.</P>
— O que nós viemos fazer aqui mesmo, meu amigo?</P>
— Bah! Sabe que eu até já esqueci!</P>
— Então te senta aí e vamos beber em homenagem à Varda!</P>
Passou-se alguns momentos até que Lanconárë pensou e fez um comentário:</P>
— Já imaginou se no futuro um servo de Melkor dominasse a terra e uma criatura de um metro e vinte centímetros de altura, junto com seu fiel amigo, salvassem todo mundo?</P>
— Ora, não seja ridículo! Já bebeste demais!</P>
E os dois amigos riram juntos e gozaram de prosperidade por um bom tempo na terra abençoada de Valinor.
</P>