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Um clássico, um café e um papo

Melian

Período composto por insubordinação.
A inspiração para este tópico surgiu de uma descontraída conversa entre o Éomer, a Arringa Hrívë e eu, no tópico Censo Valinor 2010. Começamos, de forma leve, a falar sobre alguns escritores clássicos da Literatura: James Joyce, Homero e Machado de Assis.

A proposta do tópico é falarmos, de maneira bem informal, por meio de uma escrita automática (termo que peguei emprestado dos surrealistas), nossas impressões sobre os clássicos, nossas dificuldades, nossas curiosidades, entre outros.

É um lugar para falarmos coisas que, em outros tópicos, talvez fossem consideradas HERESIAS (sim, pessoas, vocês podem dizer que odiavam Machado de Assis. Nem amaldiçoarei a família de vocês Haha), mas que, aqui, ganharão o status de algo que se diz em um bate-papo enquanto se bebe um bom café (para quem não bebe café, pode ser chá, para quem não bebe chá, pode ser suco, para quem não bebe suco... ah! Vai beber água, vai!).

Não gosta dos clássicos por que não sabe por qual começar? Peça sugestões. Não gosta de um livro clássico por que não entendeu? Fale o quê não entendeu, talvez alguém aqui possa te ajudar. Não gosta de um livro clássico por que não leu? Olha, quer um resuminho? :lol: Não gosta de um livro clássico por que não gostou da estética? Pode falar, ninguém vai te julgar.

Falemos sobre nossa primeira vez com a leitura de clássicos. Falemos sobre termos abandonado a leitura dos clássicos por dificuldades com a linguagem, falemos sobre os clássicos abandonados (e nunca mais retomados, que nos assombram!), entre outros.

Para começar, vou quotar o último post da Arringa, no Censo Valinor 2010, respondendo o que achou da Leitura de Machado de Assis:

hahaha
Sinceramente, Odisséia e outros livros de Homero, co mtoda a escrita Lírica e antiga é mais fácil de entender do que a escrita de Machado de Assis no Início.

Amei, Machado de Assis não é o que dizem na escola.
É uma escrita difícil, é complicada quando não se está acostumada. Mas depois de um tempo se torna mais simples. Me apeixonei pelo modo que Machado de Assis escreve. De suas histórias, a crítica por trás de cada história, de cada conto. É maravilhoso, saí indicando para Deus e o Mundo, mas todos riram e disseram

-Endoidou de vez!!!
hahahaha
Tu gosta?

Eu amo Machado de Assis. Ele é (ao lado do Rosa), meu escritor preferido. E amo, ainda mais, quando consigo convencer alguém a ler Machado e perder o medo que fazia com que esse alguém se escondesse embaixo da mesa só de ouvir o nome "Machado de Assis". Medo que, muitas vezes, é resultado da forma pela qual os clássicos são apresentados (cobrados!) na escola.


Vocês, aí, cheguem mais! Escolham um livro clássico, peguem um café, e vamos bater um papo.
 
Adorei o tópico Melian! :obiggraz:

Desde que me entendo por gente sou meio traça de livros, então, quando a lista de livros recomendados para leitura nos foi entregue no Ensino Médio, a professora passou uma lista imensa e pediu-nos que escolhêssemos dois livros para serem lidos. Bem, eu li quase todos os livros da lista, foi nessa época que conheci Machado de Assis, José de Alencar entre outros grandes escritores da literatura brasileira e adorei! Mesmo o tom piegas de Alencar me cativou, ainda que o meu livro favorito dele seja aquele em que ele mais deixou esse tom de lado (Lucíola), também foi nessa época que o Machado se tornou um dos meus escritores favoritos, sempre digo e repito eu simplesmente adoro a ironia que ele imprime em seus personagens!
 
Adorei o tópico Melian! :obiggraz:
Que bom que você gostou, Katrina. :yep:

A minha primeira vez (ui!) com Machado foi bem diferente. Ninguém tinha me falado sobre ele, ainda. Ninguém tinha reclamado das obras dele perto de mim. Eu, desde que era pequena, gostava de ficar olhando os livros, na biblioteca da escola. As obras ficavam divididas em ordem alfabética. Então, um dia, olhando o "M", encontrei "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Antes de ler a sinopse, fiquei alguns minutos olhando para a capa, que me chamou a atenção. Era esta capa:

Mem%C3%B3rias+Postumas+de+Br%C3%A1s+Cubas.jpg

Então, antes de ler a sinopse, fui correndo perguntar à bibliotecária "o que é póstumas?" :lol: E ela, toda gentil, me explicou. E, depois, falou: "Você tem certeza de que vai levar esse livro? Ele pode ser meio complicado para a sua idade". Pronto, quando ela pronunciou o 'complicado para a sua idade', eu já estava decidida a ler o livro. Fiz um gesto afirmativo com a cabeça e, depois, passamos para os trâmites do empréstimo.

Eu nunca tinha usado tanto o dicionário na minha vida, até ler, pela primeira vez, Memórias Póstumas. Na verdade, acredito que eu tenha aprendido, efetivamente, a usar o dicionário enquanto lia Memórias Póstumas. :hihihi:

Não vou dizer que 'oh! eu tive um insight e fiz uma leitura memorável, e compreendi todas as artimanhas machadianas', porque não foi assim. Mas o livro foi importante o suficiente para me deixar intrigada, e, dois anos mais tarde, quando reli, já consegui compreender muita coisa que não tinha compreendido na primeira leitura. E assim é até hoje. Todas as vezes em que releio Memórias Póstumas (ou quaisquer obras do Machado), aprendo muito.


Depois conto minha SAGA com Camões. :lol:
 
Última edição por um moderador:
A primeira vez que li Machado de Assis foi quando eu estava na sétima série. Meu primo, que estava no segundo grau, tinha de entregar um resumo de Memórias Póstumas de Brás Cubas e era o estudante mais folgado e vagabundo do mundo. Então eu simplesmente fiz o resumo, cobrei pelo serviço e acabei conhecendo um escritor fantástico. Memórias Póstumas é de uma ironia e um pessimismo à toda prova. Um livro daqueles que acabam sendo um divisor de águas na vida de qualquer leitor. Logo depois eu li os Contos, Quincas Borba e Dom Casmurro. Mas Memórias acaba sendo sempre o meu preferido e o único que eu releio com freqüência.

P.S Por um acaso eu realmente estou tomando um café enquanto leio esse tópico. :rofl:
 
Última edição:
Aaah, Brás Cubas! Meu favorito do Machado.

A primeira vez que eu li, foi de forma semelhante à da Melian: me senti desafiado. A professora de português vivia falando que era um livro complicado para quem tinha 13 anos entender etc. E foi bem aí que eu fui lá na biblioteca e peguei o dito cujo. E foi uma leitura bem marcante. Com certeza naquela época deixei de entender muita coisa, mas foi inevitável gostar da leitura e surpreender-me com a qualidade do Machado. E era a primeira obra completa que eu lia dele.

Daquela época até hoje reli duas vezes o livro, e sempre é uma leitura de muita satisfação.
 
gosto de machado de assis, ja li muitos livros dele, principalmente na época do vestibular, mas confesso que hoje venho me interessando mais por autores estrangeiros

mas realmente eu nao gostei de machado de assis no começo, eu tava na 7ª ou 8ª série, não conseguia entender muito bem os livros e acabava me perdendo na historia, mas la pelo 2ª ano eu começei a gostar, mas acabei lendo tantos livros dele e decorar as historias para o vestibular que depois que entrei na faculdade nunca mais li um livro dele

eu não sei se essa imposição do vestibular em cobrar tanto machado de assis é bom ou ruim, o lado bom é que todos acabam lendo e conhecendo um autor importante, no entanto acaba meio que assustando as pessoas por causa da cobrança, pois é diferente você ler um livro por vontade própria e ler um livro com obrigação de decorar cada virgula
 
Última edição:
P.S Por um acaso eu realmente estou tomando um café enquanto leio esse tópico. :rofl:
:lol: Eu também.
E seu primo saiu perdendo duas vezes, hein? Perdeu o dinheiro que te pagou e o prazer de ler Memórias Póstumas.


Fëanor disse:
Aaah, Brás Cubas! Meu favorito do Machado.
O meu também.

Fëanor disse:
A primeira vez que eu li, foi de forma semelhante à da Melian: me senti desafiado.
O frustrante é que essa técnica do 'é difícil para você' funcionou comigo, mas nunca funcionou quando tentei aplicar. As pessoas não gostam de sair do seu 'porto seguro', por isso não aceitam um desafiozinho literário. :disgusti:

Beorzenni apontou uma questão importante: os clássicos literários e a educação básica. E eu concordo com o beorzenni quando ele diz que a obrigação de ler os clássicos é um fator que desestimula qualquer um. Também não acredito que exista uma fórmula para se apresentar os clássicos nos ensinos Fundamental e Médio. Acho que a abordagem deve ser feita, guardando as particularidades etárias dos alunos, com base em um diagnóstico do professor; diagnóstico que mostre qual é a relação dos alunos com a leitura, o que esses alunos sentem prazer em ler (ou se não sentem prazer em ler nada), entre outros, para, então, o professor utilizar das ferramentas pedagógicas de que dispõe para incentivar (e não obrigar, e não PRESCREVER) o gosto pela leitura.


P.S.: Feliz Dia do Leitor para nós. :joy:
 
Última edição por um moderador:
Eu gosto muito de Machado de Assis, mas infelizmente (ainda!!!) li muito pouco do que ele escreveu.

Minha crítica vai para Balzac. Li metade do Ilusões Perdidas e parei. Em vários momentos ele de fato é genial, e eu não queria mais parar de ler; mas na maior parte do tempo eu achei ele enfadonho e sem um pingo de criatividade, de forma tal que não achei no momento que ele fosse digno sequer de ocupar uma das melhores posições na literatura francesa. Depois de um tempo que desisti de ler o livro soube que ele não é dos mais fáceis, para um iniciante em Balzac. Por isso ainda irei dar uma nova chance a ele, e talvez acabe virando fã; mas o processo de desintoxicação continua, rs. Dos franceses, prefiro Julio Verne.

Meu entusiasmado elogio vai para Fiódor Dostoiévski, escritor russo. Li pouca coisa dele, mas com um entusiasmo avassalador: uma das maiores experiências literárias que tive foi ler Crime e Castigo. Cheguei a ficar perturbado diante do poder desse gênio que considero o maior escritor russo, e um dos maiores da Humanidade, em todos os tempos.

E, por fim, uma recomendação: leiam Sófocles. Infelizmente, de todos os cento e poucos livros que escreveu, somente 7 chegaram completos até os dias atuais. Recomendo particularmente uma das mais desconhecidas peças suas, Filoctetes. É uma obra-prima do começo ao fim.


[]'s!
 
Brás Cubas! Meu favorito do Machado. [3]

Meu primeiro contato com os livros do Machado foi com Dom Casmurro. Iríamos fazer um debate na escola sobre o livro e como eu fui escolhido como um dos principais da banca, meio que fui obrigado a ler a obra inteira (sim, meio obrigado, pois eu não lia tanto quanto hoje). Acabei gostando do livro e tive ótimas idéias durante o debate, tanto que nossa banca acabou vencendo no final (:mrgreen:).

Brás Cubas eu só conheci na época do vestibular e foi outra ótima surpresa. Li o livro e acabei gostando, assim como tantos outros que eram obrigatórios. Acabei assistindo bastante palestras no cursinho sobre a obra e eles sempre puxavam para alguns detalhes interessantes da obra.

Hoje eu prefiro muito mais Literatura Estrangeira. Sempre que entro em uma livraria, logo vou para lá olhar os títulos. Ainda tenho alguns outros títulos em casa de Literatura Portuguesa, por exemplo, que não cheguei a ler. Minha tia que foi bibliotecária, chegou a me dar bastante títulos, mas estão parados na estante ainda. Quem sabe um dia não os tire dela.
 
Eu não li todas as obras clássicas de Machado de Assis então não tenho como opinar qual é a melhor ou que mais gostei.

Confesso que só a partir da terceira leitura Memórias Póstumas é que finalmente apreciei a obra.

Mas o escritor brasileiro o qual inicialmente mais detestava e paradoxalmente depois de ler quase tudo hoje eu tenho o maior apreço é Érico Veríssimo. Jamais enjoô lendo "Um Certo Capitão Rodrigo". Quanto eu mais leio, mais eu gosto. É incrivel.
 
Meu processo de iniciação balzaquiana veio com o mais conhecido livro dele A mulher de trinta anos. E eu tenho de agradecer, mais uma vez, ao Machado, porque foi quando li Missa do Galo, com os meus treze anos, que ouvi falar em mulher balzaquiana. Na coletânea, tinha um pequeno comentário sobre cada conto. E eu li o termo e fiquei intrigada.

Então, como irremediável curiosa que sou, procurei minha professora de Português, da época, e perguntei o que significava 'mulher balzaquiana'. Ela deu uma explicação do tipo 'mulher mais velha'. Não me contentei, juntei as pratinhas, fui a uma lan house, e, então, procurei o significado.

No Matal, uma vizinha perguntou o quê eu queria ganhar. Respondi, sem pestanejar, "o livro A mulher de trinta anos, de Honoré de Balzac".

E o papo fica cada vez melhor. Dostô e Erico Verissimo também vieram para tomar um café. Só não converso com vocês, agora, meus caros escritores, porque vou ali ver Flamengo x América-MG, porque estou sêca em um joguinho de futebol. :joy:
 
Última edição por um moderador:
Olha, vou ter que confessar: de Brás Cubas eu só li o resumo para fazer a prova do colégio. :oops: Eu tentei, juro que tentei, mas o pessimismo intenso dele me desagradou demais, e a leitura não era fluida.

Sou bem avessa a regras que existem por si só, despóticas e inexplicáveis. Quando recebi a lista de livros de leitura obrigatória (não gosto muito deste termo hehe) e fui na biblioteca pegar o Memórias Póstumas a bibliotecária disse "nossa, Patricia, você TEM. QUE. LER. esse livro, sem ele você não vai passar em vestibular nenhum", aí quando perguntei o porquê ela disse "ah, sei lá, é um clássico, todo mundo TEEEM QUEE LEEER". Peguei o livro meio ressabiada (afinal, não TEEENHO QUEE FAZEER nada só porque alguém disse isso), tentei uma, tenei duas, tentei três, fui vencida pelo azedume do Brás Cubas e, bem, passei em dois vestibulares para faculdades públicas, em épocas diferentes, sem ter lido o livro :g:

Agora uma obra que li na mesma época que Brás Cubas, me tocou e ainda hoje é meu livro brasileiro predileto é Macunaíma, do Mário de Andrade. Achei o máximo Macunaíma ter um irmão adulto e um velho, e como Mário colocou a diversidade racial brasileira através do encontro dos três irmãos com uma poça embranquecedora:

Uma feita a Sol cobrira os três manos duma escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de tomar banho. Porém no rio era impossível por causa das piranhas tão vorazes que de quando em quando na luta pra pegar um naco de irmã espedaçada, pulavam aos cachos pra fora d'água metro e mais. Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d'água. E a cova era que nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.

Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo. Macunaíma teve dó e consolou:

— Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.

Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na água santa. Macunaíma teve dó e consolou:

— Não se avexe, mano Maanape, não se avexe não, mais sofreu nosso tio Judas!

E estava lindíssima na Sol da lapa os três manos um louro um vermelho outro negro, de pé bem erguidos e nus.

Fui criada no interior de São Paulo, fronteira com Mato Grosso do Sul, no meio de bosques e animais, lendas e sendas, então encontrar um clássico escrito com o português falado, cheio de bichos e folclore, protagonizado por um curumim preguiçoso me pegou de jeito. Eu me vi criança no Macunaíma quando ele fugiu do Curupira... Perto de casa tinha um bosque, meu pai contava que lá morava um saci, uma caipora e um curupira e meu morria de medo. :hihihi:


"pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são"
<3
 
Pim, você leu outros romances de Machado ou ficou traumatizada com Memórias Póstumas e nunca mais tentou ler nada do Bruxo? E contos, você leu alguns contos dele?

Das nossas chamadas 'obras que podem ser classificadas como Literatura de Fundação', Macunaíma é a que mais gosto, por ser a mais completa e complexa.

Macunaíma é, realmente, muito bom. Mário de Andrade fez um trabalho excepcional. Ele recolheu uma grande quantidade de lendas e mitos, recortando-os e colando-os em um novo plano interpretativo, o que confere à sua obra uma dimensão rapsódica. É fascinante o pout-pourri de memórias alheias que ganham destaque pela arte citacional.
 
Macunaína é outro livro do qual tive que ler para fazer o vestibular. :mrgreen:

É muito boa a leitura do livro. Gostei bastante da história. No começo eu achei meio chatinho, pensei que iriam ficar contando apenas de sua vida na floresta, mas depois ganhou um outro ar.

O começo do livro é bem legal, com aquele ar mitologico, de uma grande história e um grande nascimento que está para acontecer, mas que no final meio que você dá risada.
 
Muito bacana o tópico!!

Em relação aos clássicos posso dizer que li muito poucos.
Machado de Assis tem que me perdoar, mas não li nenhum livro dele. Apenas vi peças de teatro, as quais gostei muito. Mas posso falar de 4 clássicos nas minhas experiências de leitura.

Crime e Castigo do Dostoiévski foi um dos muitos livros que comecei a ler e não terminei. Achei a escrita pesada, arrastada, não me acrescentava em nada. Mas a história sempre me deixava curiosa.

O Apanhador no Campo de Centeio do J. D. Salinger, também foi outro livro que não terminei de ler, a história sempre me chamou atenção desde quando tinha 16 anos, a mesma idade do personagem do livro, resolvi ler a pouco tempo, mas por um motivo ou outro acabei não terminando. Mas acredito que esse livro vale a pena ler. Não sei se é um clássico, o curioso é que assassino de John Lennon tinha tirado inspiração do livro pra cometer o crime. O conteúdo do livro parecia forte, ainda mais com uma curiosidade dessa.

O Processo do Franz Kafka, esse eu terminei de ler, é o que posso considerar uma literatura absurda. O personagem passa a história toda tentando descobrir porque estava do que estava sendo acusado, e não descobre!! É um absurdo mesmo. Sem falar na ordem dos capítulos, parece que não tinha uma sequência correta. Uma confusão! Acredito que ele tenha tentado explicar como era a justiça na época (incomunicável).

Os sofrimentos do jovem Werther do Goethe, esse livro eu ganhei quando tinha doze anos. Ao ler o prefácio e descobrir que alguns jovens alemães com seus amores impossíveis ou coisa do gênero haviam cometido suicídio após ler a obra, resolvi deixar pra depois, achava que não tinha idade pra isso (maior comédia). Por fim quatro anos depois acabei lendo e adorando. A linguagem não era lá essas coisas, achei um pouco complicada, mas pela época que foi escrita era de se esperar. O jovem Werther vive um amor não correspondido, menino profundo, que por fim profundamente apaixonado acaba cometendo suicídio.


O legal, que mesmo não gostando de alguns clássicos que li e outros que nem terminei, eles deixaram impressões únicas.
 
Pim, você leu outros romances de Machado ou ficou traumatizada com Memórias Póstumas e nunca mais tentou ler nada do Bruxo? E contos, você leu alguns contos dele?

Romances mesmo eu não li mais nenhum, na época fiquei com receio de entrar de cara n'outro que não seria do meu agrado, e preferi esperar a maturidade. Desde então não tento ler Machado novamente mais por falta de oportunidade mesmo... Leio muitos livros técnicos que me tomam tempo, e os não técnicos vou lendo aos pouquinhos, 2 por vez, e tenho uma lista enorme de "próximas leituras".

Sobre contos, li não muito tempo atrás O Alienista e A Cartomante. Este achei meio wtf, e aquele me agradou, mas não tanto. Temo não ter pego o tom do Machado ainda... :think:
 
Eu tenho dificuldade com Machado de Assis. Li Dom Casmurro, me apaixonei pelo livro e fui ler Memórias Póstumas por exigência da escola e simplesmente não foi impossível. Detestei cada linha. Um processo idêntico aconteceu com os livros de José de Alencar. Adorei Lucíola e odiei Iracema. O resultado disso é que fiquei com preguiça de Machado de Assis e de José de Alencar.

Meu pai era fã dos contos do Machado, então eu comprei justamente os contos para ver se eu entro em sintonia com ele, mas José de Alencar e aquele indianismo romântico todo, ainda continua me dando muita preguiça.

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Um livro que considero um clássico nacional é O Tempo e o Vento, a forma como Erico Verríssimo dá vida a Santa Fé é tão real, tão crível, que, pelo menos para mim, é como se tudo aquilo existisse de verdade. O que muda e o que não muda entre 1745 e 1945, entre o Continente e o Arquipélago, e a forma como isso é escrito é genial.
 
Eu tenho dificuldade com Machado de Assis.

Idem!
Tenho dificuldade com Machado...agora, não tanta: consegui ler alguns contos, mas não consigo ler mais que isso. Também li Casmurro, mas foi só pra eu desgostar do autor mais ainda!

Mas Machado merece toda fama controversa que tem: uns odeiam, outros o amam, a ponto de o colocar como o melhor escritor da Literatura Brasileira, junto com alguns outros. Sou eu que não consigo lê-lo.
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Ele não é muito lembrado em conversas sobre autores nacionais, o que é um pecado: João Cabral de Melo Neto.


Alguém Gosta?!
 
Eu nunca achei o Machado um escritor com um texto difícil de ler. O texto dele eu considero até bem acessível principalmente os contos. E ele tem uma ironia em um pessimismo que fazem toda a diferença.
Idem!

Mas Machado merece toda fama controversa que tem: uns odeiam, outros o amam, a ponto de o colocar como o melhor escritor da Literatura Brasileira, junto com alguns outros. Sou eu que não consigo lê-lo.

Eu não gosto muito desse negócio de colocar escritores em um páreo, mas diria que ele não é só o maior escritor brasileiro como um dos maiores de toda a literatura universal.
 
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