Leia cinco páginas da tradução dele que você percebe na hora
Aproveitando-me de alguns exemplos do
Alfredo Monte, você encontra palavras na tradução dele como: “cordissentidos”, “pluvirociada”, “marifrígidos”, “frescamaciadas”, “oculivacuna”, “cintibrilhichispeantes”, “subobscurainfra”, “cheiilambigrudosos”. O processo de tradução dele das palavras-valise é complexo e se utiliza de radicais incomuns, lembrando também aqueles neologismos herméticos do Odorico Mendes em suas empreitadas tradutórias.
Em outras passagens o Houaiss também adiciona neologismos (em Joyce eles são chamados de "palavras-valise") onde não constam no original. Não tenho exemplos em mãos; veja mais sobre isso os ensaios do Augusto de Campos sobre a tradução do Houaiss, reunidos no "Panorama do Finnegas Wake", onde ele destaca o radicalismo de suas soluções e o repreende por algumas razões, dentre elas essa de adicionar o que não existe no texto.
Mas existem pessoas que elogiam e admiram o trabalho do Houaiss, dentre elas eu e o Ivo Barroso:
Mas, hoje em dia, com duas traduções bem mais legíveis do Ulisses, a tendência é que a tradução do Houaiss vá se tornando mais e mais jurássica.