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Turismo literário

Mercúcio

Usuário
Tópico para falarmos de turismo motivado pela literatura, pela experiência literária...

Algum livro que você leu já te motivou a fazer uma viagem para conhecer um determinado lugar?

Já planejou uma viagem motivada principalmente pelo desejo de percorrer as mesmas ruas que um personagem, de contemplar as mesmas paisagens, ou apreciar a arquitetura do cenário de um romance, ver-se no mesmo palco de uma narrativa ficcional que de alguma maneira tenha tido um sentido afetivo forte para você?

Já organizou uma viagem para visitar um museu ou uma exposição dedicada à obra de algum escritor que, por algum motivo, te interesse ou tenha te interessado? Ou uma livraria, uma biblioteca, um café no qual determinado escritor costumava escrever?

Se não chegou a fazer nenhuma viagem com esse fim, há alguma viagem que você desejaria fazer, nesse espírito?

Tópico para compartilhar vivências, dicas, quem sabe fotos?, roteiros, sonhos, tudo isso associado à experiência de leitor(a).

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PS: se flopar, eu boto a culpa num hacker (cof cof) que invadiu a minha conta pra postar... :dente:
 
Sinceramente, não... Sou farofeiro quando o assunto é viagem. Quero piscina, praia, forrar a pança, essas coisas. Gosto de visitar as livrarias, mas muito porque aqui em Goiânia não tem umas muito boas. Mas é no máximo isso.
 
Na minha lista 2.0 que tem A Volta ao Mundo em 80 dias de Júlio Verne, esse livro é sem dúvida o primeiro que mexeu comigo nessa temática.

A obra retrata como o mundo como era no final do século XIX e logicamente as cidades mencionadas na obra mudaram muito, mas o que mais despertou em mim nem foi tanto a vontade de conhecer as cidades e sim andar mais de trem e navio e partir dela criei gosto por andar nesses meios de transporte. No caso do Brasil, lamentavelmente existe uma escassez enorme de destinos com itinerários de longa viagem de trens com cabine, mas o pouco que tinha por aqui eu aproveitei ao máximo.

E ainda seguindo viagem nesses trilhos, o clássico de Agatha Christie: Assassinato no Expresso Oriente é outro que não poderia faltar. Esse sim fico com uma grande vontade de um dia fazer essa viagem.
 
Zeus me livre ir lá peregrinar pra ver a casinha onde o Rosa morava.
Tem até culto a ele na comunidade das Letras. Eu acho isso tão ridículo.
:lol:
Mas, se eu estivesse de bobeira lá por Portugal, se pá eu tirava uma selfie com a estátua de Camões.
E só. Também não me ligo nessas paradinhas.
 
Zeus me livre ir lá peregrinar pra ver a casinha onde o Rosa morava.
Tem até culto a ele na comunidade das Letras. Eu acho isso tão ridículo.
:lol:

Eu fui na casinha do Rosa ( aliás, recomendo! ), mas suponho que seja mais perto pra mim do que pra você... :lol:

Na minha lista 2.0 que tem A Volta ao Mundo em 80 dias de Júlio Verne, esse livro é sem dúvida o primeiro que mexeu comigo nessa temática.

A obra retrata como o mundo como era no final do século XIX e logicamente as cidades mencionadas na obra mudaram muito, mas o que mais despertou em mim nem foi tanto a vontade de conhecer as cidades e sim andar mais de trem e navio e partir dela criei gosto por andar nesses meios de transporte. No caso do Brasil, lamentavelmente existe uma escassez enorme de destinos com itinerários de longa viagem de trens com cabine, mas o pouco que tinha por aqui eu aproveitei ao máximo.

E ainda seguindo viagem nesses trilhos, o clássico de Agatha Christie: Assassinato no Expresso Oriente é outro que não poderia faltar. Esse sim fico com uma grande vontade de um dia fazer essa viagem.

Muito massa, @Fúria da cidade ! Esse do Verne eu não li, mas imagino que me daria muito esse estalo também, de querer correr o mundo, viajar de trem, etc.
 
Última edição:
Viagem por razões literárias fiz uma vez só, fui pra Worms, na Alemanha.
Worms era a capital do antigo reino burgúndio, um povo bárbaro germânico que se estabeleceu às margens do Reno durante a Idade Média.
É em Worms que se passa o poema épico A Canção dos Nibelungos. Existe na cidade um museu dedicado ao poema (The Nibelungen Museum). Morei lá perto e, em um sábado qualquer, sem nada pra fazer, com um clima bacana (raridade), resolvi conhecer Worms e o seu museu dos Nibelungos.

Não, não há obras históricas do período do poema (entre os sécs XI e XII). É um museu sobre a canção, não sobre os burgúndios. Está localizado dentro de uma muralha medieval, na qual existem duas torres. Ao entrar no museu você recebe um áudio-guia (tem em inglês) e é instruído a subir a primeira das torres. Conforme vai subindo, tem alguns objetos de arte apenas representativos, não são obras históricas, com umas plaquinhas com um texto curto indicando alguma passagem da canção. Você pára nesse ponto e ouve o áudio. Ele narra algum trecho da canção e faz comentários. Às vezes faz paralelos com outras obras correlatas, como a Saga dos Volsungos (uma versão escandinava do poema, composta no séc XIII), às vezes compara com O Anel dos Nibelungos, a versão em ópera do Wagner, que mistura tanto a versão burgúndia quanto a escandinava, além de criar novas coisas. Outras vezes apenas faz apontamentos sobre o poema em si.
Após terminar a primeira torre a gente atravessa o muro por cima e chega na segunda torre. Lá, se bem me lembro, tem mais alguns comentários ao estilo da primeira torre, e tem algumas réplicas dos manuscritos. O áudio-guia comenta sobre as discussões sobre qual é o original e as diferenças entre os manuscritos encontrados.

Assim, para um tarde à toa de quem mora perto, é um passeio legal. Pra quem mora mais longe, mesmo na Alemanha, não vejo muito propósito. O museu é bem simples e agrega pouco a mais pra quem já leu o poema.

A muralha achei mais legal que o conteúdo do museu, que é o áudio-guia basicamente.
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Uma pena que as torres estavam sendo restauradas e estavam com a rede verde por fora:
IMG_20200808_163152829_HDR (1).jpg

Além do museu a cidade tem vários motivos da canção espalhados, de nome das coisas a estátuas.
IMG_20200808_143408015.jpg
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E o meu preferido, o Siegfried jogando o tesouro dos Nibelungos no Reno:
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Infelizmente, por causa do sol, só consegui tirar foto melhorzinha com ele de costas:
IMG_20200808_172516543.jpg

Mas é isso. Foi um sábado agradável. Achei o passeio pela cidade melhor que o museu.
Pra quem mora perto é aprazível, mas não recomendo se deslocar muito pra vê-lo, não.
 
Última edição:
Eu não gosto de sair, então cês já podem imaginar que não faço planos para visitar os trem, não, mas acho chique, sim. E tem um lugarzinho, em particular, que eu sei que amaria conhecer: A Casa do Sol (casa da Hilda Hilst, um museu), que fica em Campinas-SP. Nunca estive em SP (cidade e estado), e duvido muito que apareça uma oportunidade para eu ir lá.

Apesar de não gostar de sair, em 2013, quando estive no Rio, vi esta placa mó fofa aqui, e, como meu coração é do Machado de Assis, fiquei muito feliz:

1642539227588.png

Em 2007, quando estive no Rio pela primeira vez (eu era bolsista de iniciação científica, e fui participar do III Encontro de Professores de Literatura Africana de Língua Portuguesa), eu conheci a Biblioteca Nacional. Adorei a experiência, mas não me lembro de nenhum detalhe da biblioteca mais. (E, não, eu não ingeri uma única gota de álcool quando estive no Rio pela primeira vez. Eu só tenho a memória ruim, mesmo).​
 
Nunca fiz viagem alguma com esse fim e não sei se farei um dia, embora sonhe conhecer o Egito, a Rússia e a Inglaterra (em especial Londres e a região da Cornualha) por causa de histórias lidas.

Por enquanto me contento em ser a lôca do Google Maps e (nas história que se passam em locais reais, claro) estou sempre tentando localizar os lugares ou pelo menos tentando imaginar como seria determinado lugar.
Fotos antigas pra ilustrar romances de época também ajudam e me fazem muito feliz. =]

Machado de Assis por exemplo, o Rio de Janeiro foi muito fotografado a partir do fim do século XIX, de modo que existem fotos perfeitas pra gente imaginar os personagens de Dom Casmurro ou Quincas Borba andando na Rua do Ouvidor:

Ouvidor2.jpg

Ouvidor1.jpg


Me lembrei de uma coisa.
Meu segundo emprego foi na Rua Mário de Andrade, perto da Casa Mário de Andrade, no sobrado onde morou o escritor paulistano.

MA1.png

Quando saia pro almoço e passava em frente ao sobrado, imaginava ele vivendo ali, numa São Paulo mais calma e bucólica, como possivelmente era no início do século XX.

maran.jpg

O mais legal é que a casa do Mário de Andrade não fica na rua com o nome dele, mas numa travessa dela, a Lopes Chaves.
Recentemente descobri que ele fez um poeminha sobre a rua em que morava (e outras onde viveu) em São Paulo.

Na rua Aurora eu nasci

Na rua Aurora eu nasci
na aurora de minha vida
E numa aurora cresci.
no largo do Paiçandu
Sonhei, foi luta renhida,
Fiquei pobre e me vi nu.
nesta rua Lopes Chaves
Envelheço, e envergonhado
nem sei quem foi Lopes Chaves.
Mamãe! me dá essa lua,
Ser esquecido e ignorado
Como esses nomes da rua.
 

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