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Tudo Sobre Tolkien

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John Ronald Reuel Tolkien <small>CBE</small> (Bloemfontein, 3 de Janeiro de 1892Bournemouth, 2 de Setembro de 1973) foi um escritor, professor universitário e filólogo britânico.
Tolkien nasceu na África do Sul e aos três anos de idade, com sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pela lingüística, cursou a faculdade de Letras em Exeter. Lutou na Primeira Guerra Mundial, onde começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário" complexo e cheio de vida, denominado Arda, palco das mundialmente famosas obras O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão, que, postumamente publicada, é considerada sua principal obra, embora não a mais famosa.
Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e considerado um dos maiores especialistas do assunto) na Universidade de Oxford de 1925 a 1945, e de inglês e Literatura inglesa na mesma universidade de 1945 a 1959. Mesmo precedido de outros escritores de fantasia, tais como William Morris, Robert E. Howard e E. R. Eddison, devido à grande popularidade de seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o "pai da moderna literatura fantástica"<sup id="cite_ref-0" class="reference">[1]</sup>. Sua obra influenciou toda uma geração.
Católico fervoroso, foi grande amigo de C.S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia, ambos membros do grupo de literatura The Inklings.
<table id="toc" class="toc" summary="Índice"> <tbody><tr> <td> Índice

[esconder]

</td> </tr> </tbody></table> <script type="text/javascript"> //<![CDATA[ if (window.showTocToggle) { var tocShowText = "mostrar"; var tocHideText = "esconder"; showTocToggle(); } //]]> </script>
[editar] Biografia


[editar] A família Tolkien

<dl><dd> Ver artigo principal: Árvore genealógica de Tolkien
</dd></dl> Até onde se sabe a maioria dos parentes paternos de Tolkien eram artesãos. A família teve origem na Saxônia (Alemanha), mas viveu na Inglaterra desde o século XVII, tornando-se "rápida e intensamente inglesa (mas não britânica)" <sup id="cite_ref-1" class="reference">[2]</sup>.
O sobrenome Tolkien é um anglicismo de Tollkiehn (em alemão, tollkühn, temerário, imprudente, que em uma tradução etimológica deveria ser dull-keen, algo como estúpido-sagaz, uma tradução literal de oxímoro; no conto The Notion Club Papers, Tolkien cria um personagem com o nome John Jethro Rashbold, fazendo piada com o seu próprio nome, já que Jethro e Reuel são nomes do mesmo personagem bíblico, o sogro de Moisés). Mesmo sendo um Tolkien, considerava-se mais um Suffield (sua família materna) do que propriamente um Tolkien.
Aos três anos parte com a sua mãe, Mabel Suffield, dona de casa, e com o seu irmão, Hilary Arthur Reuel Tolkien, para a Inglaterra, onde pretendiam passar apenas uma temporada devido a questões de saúde de Mabel e dos seus filhos, mas devido à morte de seu pai, eles ali permaneceram por toda a vida. O pai, Arthur Tolkien, um bancário que trabalhava para o Bank of Africa, contraiu febre reumática e morreu em 1896 na África do Sul, antes de se juntar à família, e foi enterrado na própria África. Em 1900 a situação financeira da família se complicou. Mabel Suffield fazia parte da Igreja Anglicana, e quando tornou-se católica, sua família cortou a ajuda financeira que lhe dava, e assim ela morreu, por diabetes, sem tratamento na época. Tolkien, que considerava esse fato um sacrifício da mãe em nome da fé <sup id="cite_ref-2" class="reference">[3]</sup>, converteu-se ao Catolicismo. Tolkien e seu irmão passaram então aos cuidados do Padre Francis Xavier Morgan, que Tolkien mais tarde descreveria como um segundo pai, e aquele que lhe ensinara o significado da caridade e do perdão.
Conheceu Edith Bratt em 1908, quando ele e seu irmão Hilary foram alojados no mesmo local que a jovem, três anos mais velha que ele, e os dois começam a namorar escondido, mas seu tutor, o Padre Francis Morgan, descobriu a situação e, acreditando que este relacionamento prejudicaria a educação do rapaz, proíbiu-o de vê-la até que completasse vinte e um anos, quando Tolkien alcançaria a maioridade. Na noite do seu vigésimo primeiro aniversário, Tolkien escreveu a Edith, e a convenceu-a a casar-se com ele, apesar de ela já estar comprometida, e também a converteu ao catolicismo. Juntos eles tiveram quatro filhos: John Francis Reuel Tolkien (19172003), Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984), Christopher John Reuel Tolkien (1924-) e Priscilla Anne Reuel Tolkien (1929-). Muitos dos seus descendentes e ascendentes podem ser vistos aqui.
Tolkien era um pai devoto. Essa característica mostrava-se bastante clara nos livros, muitas vezes escritos para seus filhos, como Roverandom, escrito quando seu filho perdeu um cachorrinho de brinquedo na praia. Além disso, Tolkien mandava todos os anos cartas do Papai Noel quando os filhos eram mais jovens. Havia mais e mais personagens a cada ano, como o Urso Polar, o ajudante do Papai Noel, o Boneco de Neve, Ilbereth (um nome semelhante ao da rainha Elbereth, a Valië), sua secretária, e vários outros personagens menores. A maioria deles contava como estavam as coisas no Pólo Norte. Mestre Gil de Ham foi uma história contada para entreter os filhos também.

[editar] A vida na sua obra

A infância de Tolkien teve duas realidades distintas: a vida rural em Sarehole, ao sul de Birmingham, lugar que inspirou o famoso Condado, e o período urbano na escura Birmingham, onde iniciou seus estudos. Nesta frase Tolkien fala sobre Sarehole:

<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>A ancestral Sarehole há muito se foi, engolida pelas estradas e por novas construções. Mas era muito bonita na época em que vivi lá...</td> <td valign="bottom">
— <small>Tolkien</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Ainda criança, mudou-se para King's Heat, numa casa próxima a uma linha de trem. Foi aí que ele começou a desenvolver uma imaginação lingüística, motivada pelos estranhos nomes das paradas do percurso, tais como Nantyglo, Perhiwceiber e Seghenydd. Sua infância foi muito marcada pelos contos de fadas, que estimularam sua imaginação para o Faërie, Belo Reino, como ele se referia ao mundo dos seres fantásticos. <sup id="cite_ref-3" class="reference">[4]</sup>
Em 1900, sua mãe abraçou a religião católica, fato que o influenciou profundamente, mesmo sem a menção direta de Deus na sua obra (Tolkien representa Deus por Eru, o qual cria todo universo e os seres que lá habitam). Tolkien disse que os mitos não-cristãos guardavam em si elementos do Grande Mito, o Evangelho, que adentraram o Mundo Primário, isto é, o mundo real, fato este que não vai contra a Igreja Católica.
Sua mãe Mabel apresentou a ele e a seu irmão os contos de fadas em línguas como o latim e o grego. Depois da morte de Mabel, em 1904, por diabete, Tolkien e seu irmão foram deixados aos cuidados do padre Francis Morgan, sacerdote de Birmingham. A partir de então, o rapaz se dedicou aos estudos demonstrando grande talento lingüístico. Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviu de base para criação do idioma élfico Quenya e o galês, base para o outro idioma élfico, o Sindarin. Em 1905 os órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908, deu início à sua carreira académica, ingressando no Colégio de Exeter, da Universidade de Oxford.
Em 1914, ano em que começa a Primeira Guerra Mundial, Tolkien ficou noivo de Edith Bratt. No ano seguinte, recebeu com honras o diploma de licenciatura em Literatura de Língua Inglesa. A graduação e os méritos não o libertam da convocação e em 1916, depois de se casar com Edith Bratt, foi chamado à guerra. Tolkien sobreviveu à Batalha do Somme (província de Soma), uma mal-sucedida incursão na França/Bélgica onde morreram mais de 500 mil combatentes. Em 1917 nasceu o seu primeiro filho, John Francis Reuel Tolkien (mais tarde padre John Tolkien) e no ano seguinte, depois de contrair febre da trincheira (tifo), J.R.R.Tolkien foi enviado de volta à Inglaterra. Foi neste período que Tolkien iniciou o Livro dos Contos Perdidos (The Book of Lost Tales), que mais tarde se converteria em O Silmarillion, em 1919 quando ele retornou a Oxford.
Depois do fim da guerra Tolkien dedicou-se ao trabalho acadêmico como professor, tornando-se um dos maiores filólogos do mundo. Nesta mesma época ingressou na equipe formada para preparar o New English Dictionary, o equivalente inglês do dicionário brasileiro Aurélio. O projeto já havia chegado à letra W, e seu supervisor, impressionado com o trabalho de Tolkien, afirmou que: <sup id="cite_ref-Biografia_4-0" class="reference">[5]</sup>
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>"Seu trabalho [de Tolkien] dá provas de um domínio excepcional de anglo-saxão e dos fatos e princípios da gramática comparada das línguas germânicas. Na verdade, não hesito em dizer que nunca conheci um homem da sua idade que se igualasse a ele nesses aspectos."</td> <td valign="bottom">
— <small>'</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Mas foi só em 1925, depois do nascimento de seus filhos Michael Hilary Reuel Tolkien (1920) e Christopher John Reuel Tolkien (1924) que Tolkien publicou seu primeiro livro, ao lado de E. V. Gordon: Sir Gawain & the Green Knight, baseado em lendas do folclore inglês. A sua filha mais nova, Priscilla Anne Reuel Tolkien, nasceria dali a cinco anos.

[editar] Tolkien e as Sociedades


O pub The Eagle and Child


Tolkien foi muito ligado a sociedades. Nas que participou, a literatura era o tema fundamental, algo que o ajudou na criação de suas obras, pois nestas sociedades encontrou seu primeiro público e encorajadores.
Em sua juventude, sua primeira sociedade foi a T.C.B.S. (Tea Club, Barrowian Society), formada por Tolkien e três amigos. Não era dedicada apenas a literatura, mas ela estava presente. A Primeira Guerra Mundial dissolveu o grupo, matando Rob Gilson, e algum tempo depois G. B. Smith. Os dois restantes, Christopher Wiseman (inspiração para o nome do terceiro filho de Tolkien) e Tolkien, foram amigos até o fim da vida de Wiseman. A frase a seguir é de G.B.Smith, pouco depois da morte de Rob Gilson<sup id="cite_ref-Biografia_4-1" class="reference">[5]</sup>
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>A morte pode nos tornar repugnantes e indefesos como indivíduos, mas não pode acabar com os quatro imortais!</td> <td valign="bottom">
— <small>G.B.Smith</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Anos depois, fundada por Tolkien, The Coalbiters se dedicava à literatura nórdica, muito apreciada por Tolkien, que incluía Beowulf e o Kalevala, por exemplo. Chamavam-se de Kolbitars, ou, "homens que chegam tão perto do fogo no inverno que mordem carvão", o que originou no nome Coalbiters (mordedores de carvão). Entre seus membros estavam R. M. Dawkins, C. T. Onions, G. E. K. Braunholz, John Fraser, Nevill Coghill, John Bryson, George Gordon, Bruce McFarlane e C. S. Lewis.
Outro grupo de que participava era chamado The Inklings, também dedicado à literatura, que se reunia no pub The Eagle and Child (em português A Águia e a Criança) que os integrantes chamavam O Pássaro e o Bebê (The Bird and Baby em inglês). Os Inklings incluíam C. S. Lewis e seu irmão H. W. Lewis, Charles Williams, Owen Barfield e Hugo Dyson.
Quando Tolkien conheceu C. S. Lewis, este era agnóstico, e Tolkien logo se empenhou para convertê-lo ao catolicismo romano. No entanto, Lewis preferiu o anglicanismo, movimento protestante cristão no qual fora educado. A religião sempre foi um motivo de afastamento entre Tolkien e C.S.Lewis, especialmente pela forma de tratamento dela, diferente em ambos os escritores. Tolkien inclusive não apreciou muito a obra As Crônicas de Nárnia, por considerá-la demasiadamente alegórica (entretanto, Tolkien não odiou o livro, como pensam alguns). A religião no livro de Lewis é bem explícita, ao passo que nos de Tolkien ela é oculta em personagens, lugares e até atitudes, embora sem ser alegórica, construção que Tolkien não gostava. Apesar dos desentendimentos Tolkien e Lewis foram grandes amigos, amizade essa explorada no livro O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis <sup id="cite_ref-5" class="reference">[6]</sup>. De fato, O Senhor dos Anéis provavelmente não existiria sem o incentivo de C. S. Lewis, que aliás foi o primeiro a ouvir a história, e Tolkien jamais deixou de admirar a grande inteligência de Lewis.

[editar] "Num buraco no chão vivia um hobbit"

A idéia de seu primeiro grande sucesso, O Hobbit, surgiu em 1928, enquanto Tolkien examinava documentos de alunos que queriam ingressar na Universidade e Tolkien contou que:
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>Um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: Em um buraco no chão vivia um hobbit, não sabia e não sei porquê.</td> <td valign="bottom">
— <small>Tolkien</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Foi a partir desta frase que ele começou a escrever O Hobbit, somente dois anos depois, mas o abandonou no meio.

Casa de Tolkien, na Nothmoor Road 20, Oxford. Lugar onde escreveu O Hobbit e O Senhor dos Anéis


Tolkien emprestou o manuscrito incompleto para a Reverenda Madre de Cherwell Edge na época, quando esta estava doente, e ele foi visto por Susan Dagnall, uma bacharel de Oxford , que trabalhava para Allen & Unwin (comprada em 1990 pela Editora Harper Collins) e analisado depois por Rayner Unwin (Filho de Stanley Unwin, fundador da Allen & Unwin, na época com 10 anos de idade) que ficou maravilhado pela história. Dagnall ficou tão encantada com o material que encorajou Tolkien para que ele terminasse o livro, e em 1937 é publicada a primeira edição de O Hobbit.
A saga do hobbit Bilbo – um ser baixo, pacato, de pés peludos e grandes, que se aventura na Terra Média ao lado do mago Gandalf e mais treze anões – teve tanto sucesso que Tolkien foi sondado para novas aventuras. Tolkien oferece O Silmarillion, que ele considerava sua principal obra, mesmo que, hoje, não a mais conhecida. Stanley Unwin preferiu não arriscar e não publicou a obra. Mesmo depois da recusa, Tolkien concordou em continuar a saga dos hobbits e começa a dar forma a uma nova obra, que lhe consumiu doze anos de trabalho desde os primeiros rascunhos até a sua conclusão, mas que o tornaria um dos mais conceituados escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.
O elo para a nova aventura surge no Anel que Bilbo rouba de Gollum em O Hobbit. Os primeiros rascunhos da obra datam de 1937, mas devido ao seu perfeccionismo, que o impelia a ter de fazer vários rascunhos para cada uma de suas obras, foi somente em 1949 que O Senhor dos Anéis foi para as mãos de sua editora. Durante este longo tempo, Tolkien também escreveu Leaf by Niggle em que o autor se manifesta de forma autobiográfica, projetando-se em Niggle, com suas dúvidas sobre o trabalho que estava escrevendo, "O Senhor dos Anéis", e sua relevância. Em princípio o texto foi recusado, pois a idéia de Tolkien era lançar dois volumes, sendo eles "O Silmarillion" e "O Senhor dos Anéis", já que ele os considerava interdependentes e indivisíveis. Entretanto o editor da Collins, uma outra editora, havia gostado da idéia e começou a encorajar Tolkien a publicar os livros pela editora Collins. Depois de grande atraso na publicação, Tolkien perde a paciência e desiste do acordo. Posteriormente, após algumas conversas com Rayner Unwin (já adulto e trabalhando na empresa do pai, Rayner foi um dos que recebiam os rascunhos de "O Senhor dos Anéis" de Tolkien ao longo de sua composição), a decisão da Allen & Unwin foi reconsiderada e, em 1954, foram publicados os dois primeiros volumes (A Sociedade do Anel e As Duas Torres). Em 1955 foi publicado o terceiro e último volume (O Retorno do Rei). A idéia original era lançar a obra toda num único volume, mas para baratear os custos de impressão, foi dividida em três volumes.
Esse livro consolidava então o que Tolkien chamava de Mundo Secundário, com novas normas, novos povos, uma realidade à parte: Arda, o cenário de uma das maiores obras literárias de todos os tempos. "Arda" é a Terra, povoada por seres fantásticos, como os Valar, os Maiar, e os mais conhecidos, hobbits, elfos, anões, trolls, orcs e cercada de mistérios e magia:
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>[Criei] um Mundo Secundário no qual sua mente pode entrar. Dentro dele, tudo o que ele relatar é "verdade": está de acordo com as leis daquele mundo. Portanto, acreditamos enquanto estamos, por assim dizer, do lado de dentro.</td> <td valign="bottom">
— <small>Tolkien <sup id="cite_ref-6" class="reference">[7]</sup></small>​
</td> </tr> </tbody></table> Apesar dos ataques da crítica, o livro teve grande sucesso dos dois lados do Atlântico, mas seus livros só alcançaram a classe de cult nos anos 60, devido ao fato de sua obra ter se tornado mania entre os universitários dos Estados Unidos com a chegada de uma edição pirata norte-americana neste país.
O nome de Tolkien ganhou notoriedade mundial, fato este que provocava mais transtornos que prazer ao autor, pois visitantes excêntricos afluíam ao seu encontro: fãs norte-americanos telefonavam-lhe durante a madrugada sem se lembrar do fuso horário por exemplo. Tais fatos tiveram grande peso em sua decisão de se mudar para Bournemouth.

[editar] Exímio lingüista


Alfabeto rúnico criado por Tolkien, chamado Angerthas ou Cirth.


Tolkien era um homem apaixonado por idiomas. Quando criança se encantava com nomes galeses que via nos camiões de carvão. Com suas primas aprendeu rapidamente uma língua artificial e bem simples criadas pelas garotas, chamada Animálico, com base nos nomes de animais. Juntos criaram outra língua, uma mistura de vários outros idiomas. Chamava-se Nevbosh, traduzido como Novo Disparate. Mais tarde criou o Naffarin, mais complexa e baseada na língua de seu tutor padre Francis Morgan: o espanhol.
Tolkien, em Dezembro de 1910, tornou-se aluno do curso de literatura clássica na Universidade de Oxford, onde obteve uma bolsa de estudos do Exeter College, mas desinteressou-se por este curso e começou a gastar mais tempo no estudos de filologia, sendo orientado por Joseph Wright, um dos grandes pesquisadores britânicos desta ciência e grande conhecedor do tronco linguístico indo-europeu. Pediu transferência para a Honour School of English Language and Literature, onde teve um notável melhora devido ao seu interesse pela filologia germânica.

O primeiro artigo da Declaração dos Direitos Humanos escrita nos caracteres Fëanorianos: as Tengwar.


Desde criança já tinha em sua volta línguas clássicas como grego e o latim, e mais tarde com o espanhol. Sempre achou o italiano muito elegante e, é claro, o inglês e o anglo-saxão o fascinavam. O francês não o cativava tanto, apesar de ser (como ainda é) aclamada como uma belíssima língua. Quando se deparou com a língua finlandesa ele se encantou, e usou sua gramática, junto com a galesa, como base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus livros. Línguas de gramática complexa e vasto vocabulário. Línguas que seriam estudadas a fundo por muitos de seus fãs: o Quenya, cujo exemplo máximo é expressado pelo poema Namárië, e o Sindarin, este último baseado no galês, as Línguas Élficas, todas movidas pelo som bonito (eufonia) e pela estética, como o "Repicar dos sinos" dizia ele. Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver seu mundo. Para ele, primeiro vinha a palavra, depois a história. A composição para ele não era um passatempo (como foi 'acusado' na época), mas um trabalho filológico. Ele criou um mundo onde suas línguas pudessem ser faladas, e lendas para rodeá-las.
Tolkien, consciente da língua como um organismo mutável, totalmente relacionado com as histórias de um povo, afirmou certa vez que:
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>O Volapuque, Esperanto, o Ido, o Novial, são línguas mortas, mais mortas do que antigas línguas sem uso, porque seus inventores jamais criaram lendas para acompanhá-las.</td> <td valign="bottom">
— <small>Tolkien</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Mais tarde afirmou num artigo sobre filologia:
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>Meu conselho a todos que dispõem de tempo ou inclinação a se ocuparem com o movimento por uma língua internacional, seria: "Apoiem lealmente o Esperanto".</td> <td valign="bottom">
— <small>Tolkien</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Criou várias outras línguas (como o Khûzdul e o Valarin), mas nenhuma tão elaborada quanto as duas élficas. Também desenvolveu alguns sistemas de escrita, as Angerthas (ou runas) e as Tengwar. Acreditava que uma língua bonita devia ter também um alfabeto elegante.
Além do inglês, Tolkien conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (à excepção dos criados por ele mesmo) que eram os seguintes: grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês e finlandês.
Quando O Hobbit foi traduzido para o islandês, Tolkien ficou encantado, porque, além de esta ser uma de suas línguas favoritas, ele achava que o livro combinaria muito com ela. Muitos nomes, como Gandalf, foram retirados do antigo islandês.<sup id="cite_ref-7" class="reference">[8]</sup>

[editar] Aversão à tecnologia


O Um Anel


Se por um lado Tolkien exerceu grande influência na era da informática, por outro, isso bate de frente com a visão nostálgica e radical do autor. Ele sempre foi avesso a trens, automóveis, televisão e comida congelada, a indústria em si. Tolkien acreditava que essa dominação e controle que a tecnologia moderna exerce sobre o Homem, mesmo que usadas para o bem, “trazem sofrimento à criação” (referindo-se ao seu Mundo Secundário). Este ponto de vista foi criado devido a sua experiência como veterano da Primeira Guerra Mundial e pai de rapazes que lutaram na Segunda Guerra Mundial, e ele não alimentava mais a ilusão do papel benéfico e salvador do desenvolvimento das tecnologias. Com esse pensamento, ele coloca o problema da tecnologia no coração de O Senhor dos Anéis. O Um Anel é o instrumento máximo do poder. Poder esse que até Gandalf preferiu não arriscar, deixando o fardo para Frodo. E cabe ao pequeno hobbit o dilema da saga: ter o poder não é possuir o Um Anel, e sim destruí-lo. Frodo deve então renunciar ao poder porque ele corrompe. Só assim ele será capaz de destruir Sauron. Mesmo assim, sua obra foi a inspiração que faltava para novos jogos de computados, para o cinema e a televisão.

[editar] "Aqui, no fim de todas as coisas..."


Túmulo de J. R. R. Tolkien e sua mulher no Cemitério de Wolvercote. Nele, as inscrições: Edith Mary Tolkien, Lúthien, 1889-1971. - John Ronald Reuel Tolkien, Beren, 1892-1973.


Além de "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis", foram publicados Sir Gawain and the Green Knight (1925), Mestre Gil de Ham (1949), As Aventuras de Tom Bombadil (1963), Smith of Wootton Major (1967) e Sobre Histórias de Fadas (1965) entre outros (vide Obra de Tolkien). O escritor então se aposenta e junto de sua mulher se muda para Bournemouth. Com a morte de sua esposa em 19 de Novembro de 1971, após 55 anos de casamento, Tolkien refugiou-se na solidão em um apartamento na Universidade de Oxford. Numa carta ao seu filho Christopher, John Ronald Reuel Tolkien escreveu, sobre sua mulher Edith Bratt:
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>[...]o cabelo dela era preto e sedoso, a pele clara, os olhos mais brilhantes do que os que vocês viram, e sabia cantar... e dançar. Mas a história estragou-se, e eu fiquei para trás, e não posso suplicar perante o inexorável Mandos.[...].</td> <td valign="bottom">
— <small>Tolkien</small>​
</td> </tr> </tbody></table> No texto, Tolkien decide que no epitáfio de Edith estaria escrito Lúthien. Lúthien é uma personagem de "O Silmarillion" inspirada na esposa de Tolkien, como afirma o trecho da mesma carta:

<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>É breve e simples [o epitáfio], a não ser por Lúthien, que tem para mim mais significado do que uma imensidão de palavras, pois ela era (e sabia que era) a minha Lúthien [...] Nunca chamei Edith de Lúthien, mas foi ela a fonte da história que, a seu tempo, se tornou parte de O Silmarillion.</td> <td valign="bottom">
— <small>Tolkien</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Lúthien era elfa, imortal, mas se apaixona por um mortal, Beren. Ela então desiste de sua imortalidade. Ambos enfrentam muito para ficar juntos e, quando ele morre, Lúthien vai até os Palácios de Mandos, o guardião das Casas dos Mortos. Beren a aguardava nos Palácios, e ela canta diante de Mandos que, então, se comove, a única vez em toda sua existência, e permite que ambos voltem, como mortais. E assim foi. No túmulo, abaixo do nome Edith Tolkien está escrito Lúthien, que, nas histórias, é a mais bela das elfas, a mais bela dos Filhos de Ilúvatar. A história dos dois está contada na Balada de Leithian.
Em 1972, J. R. R. Tolkien recebeu o Doutorado Honorário em Letras da Universidade de Oxford, e conseguiu seu último e mais importante título: a Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth, uma das maiores honras britânicas. Era agora Sir John Ronald Reuel Tolkien.
No dia 28 de Agosto de 1973 Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do outro dia foi internado, com úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se uma infecção no peito.
Aos 81 anos de idade, então, nas primeiras horas do domingo de 2 de Setembro de 1973, J. R. R. Tolkien morre na Inglaterra. Enterrado junto com a esposa, no Cemitério de Wolvercote, no túmulo feito de granito da Cornualha, abaixo do seu nome há a inscrição Beren.


As Duas Árvores.


O obituário escrito ao jornal The Sunday Times diz:
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>Dois de Setembro de 1973, Londres. J.R.R. Tolkien, lingüista, estudioso e autor de sucesso, faleceu hoje em Bournemouth. Ele tinha oitenta e um anos...</td> <td valign="bottom">
— <small>The Sunday Times</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Após sua morte, o seu filho Christopher editou e publicou "O Silmarillion" (em 1977), além de nos anos 80 e 90 lançar a série The History Of Middle-Earth (A História da Terra-Média), uma gigantesca coletânea dividida em doze volumes, e Unfinished Tales of Númenor and Middle-Earth (Contos Inacabados)
Em 1992, ano em que Tolkien completaria 100 anos, duas árvores foram plantadas em seu tributo em Oxford pela Tolkien Society e pela Mythopoeic Society, grupos de leitores e estudiosos de sua obra. Essas duas árvores fazem alusão às Duas Árvores de Valinor, que davam luz a Valinor nos Dias Antigos.

[editar] O Legado de Tolkien

Apesar de ter dado início em 1937 com O Hobbit, o livro infanto-juvenil que fez tanto barulho quanto Harry Potter em sua época, foi somente após o lançamento da trilogia de "O Senhor dos Anéis" (1954-1955) que Tolkien passou a ser conceituado por milhões de fãs. Em 1996, uma pesquisa feita pela livraria londrina Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda Grã-Bretanha, em parceria com um canal de TV britânico, entre cerca de 25.000 leitores, coroou O Senhor dos Anéis como o melhor livro do século e O Hobbit entre os 20 melhores. Uma outra pesquisa mais recente, datada de 2003, feita pela BBC, perguntando às pessoas qual o livro favorito delas, "O Senhor dos Anéis" ficou em primeiro, e "O Hobbit" em 25°. São mais de 50 milhões de exemplares vendidos em vários países, traduzido para 34 idiomas, juntamente com legiões de fãs que se dedicam a ler e estudar a obra do autor.
O mundo artístico também foi muito influenciado por Tolkien. Na música (como a banda Blind Guardian e até na banda Led Zeppelin), o RPG, liderado pelo D&D, que guarda muito da obra Tolkieniana, o cinema (dirigidos por Peter Jackson, os três filmes ganharam dezessete Óscares), os desenhos animados, a literatura e até mesmo a Internet, com milhares de websites dedicados a sua obra renderam-se ao legado deixado por este escritor freqüentemente aclamado como o maior autor do século XX em pesquisas de opinião.
Ao contrário de muitos escritores que contaram mais com a sorte do que com um respaldo acadêmico para a criação de suas obras, John Ronald Reuel Tolkien foi membro da diretoria do New English Dictionary (1918-1920), professor de Língua Inglesa na Universidade de Leeds, cátedra Rawlinson & Bosworth, posto ligado à Faculdade Pembroke (em Oxford) (1920-1925), professor de anglo-saxão (inglês arcaico) em Oxford (1925-1945) e professor de Língua e Literatura Inglesa em Merton (1945-1959), o que caracteriza um jeito próprio de lidar com os livros e a mitologia sempre presente em seus livros.
Mesmo com o sucesso de "O Senhor dos Anéis", Tolkien só virou celebridade nos anos 60. Nessa época os fãs do autor se reuniam pelos campus das universidades com o único objetivo de discutir sua obra.
Estes fãs tiveram a mesma importância que os trekkers em Star Trek, os "star warriors" em Star Wars e os "excers" em Arquivo X para tornar a obra de Tolkien conhecida. Desde os encontros da primeira sociedade Tolkien, que se comunicava através de frases em cartazes no metro de Nova York, a tolkienmania só cresceu e continua a influenciar muita gente. No auge da contracultura, a obra era considerada uma espécie de bíblia da Sociedade Alternativa. Com broches como "Frodo Vive" e "Gandalf para Presidente", os fãs se reuniam para celebrar Tolkien. O público nessa época era composto, quase sempre, por geeks da computação e hippies. De certa maneira, esse público buscava justamente o que Tolkien queria: uma nova realidade (mas não a mesma visão dessa nova realidade).
A criação de mundos complexos como a Terra-Média também deram uma arejada à literatura ficcional, além de inaugurar um novo gênero literário, a literatura fantástica, algo de que Tolkien sentia falta na literatura. Muitos autores também criaram seus mundos próprios e essa realidade virtual criada por Tolkien foi o elemento-chave para a ficção científica de Duna (de Frank Herbert), para a fantasia de A Cor da Magia (de Terry Pratchett). Talvez até para o universo de Harry Potter de J. K. Rowling, tenha servido de base, apesar de Rowling gostar muito da obra tolkieniana, ter declarado:

<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>Penso que, se deixarmos de lado o fato de que os livros falam de dragões, varinhas mágicas e magos, os livros de Harry Potter são muito diferentes, especialmente no tom. Tolkien criou toda uma mitologia. Não penso que alguém possa dizer que eu tenha feito isso.</td> <td valign="bottom">
— <small>J.K.Rowling <sup id="cite_ref-8" class="reference">[9]</sup></small>​
</td> </tr> </tbody></table> .
Além disso, o autor David Colbert escreveu em seu livro "O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis":
<table style="border-style: none; border-collapse: collapse; background-color: transparent;" align="center" cellpadding="10"> <tbody><tr> <td valign="top" width="20"></td> <td>Muitas pessoas tentam comparar J. R. R. Tolkien e J. K. Rowling só porque ambos contam histórias sobre mundos imaginários habitados por magos. Não há muita coisa semelhante entre suas histórias.</td> <td valign="bottom">
— <small>D.Colbert</small>​
</td> </tr> </tbody></table> Não se pode deixar de citar também uma obra que é muitíssimo parecida com a de Tolkien: Eragon, de Christopher Paolini. Nela, os elfos são ainda criaturas belas e os anões os mineiros rabugentos também.
Muitas outras áreas sucumbiram ao poder dos Anéis. Em 1974, Gary Gygax e Dave Anderson arrumaram uma maneira de interagir com esta realidade e criaram o Role-Playing Game (RPG) Dungeons & Dragons, um jogo de personificações com temas fantásticos, claramente inspirados na Terra-Média de Tolkien. Com o RPG foi possível se aventurar no universo de orcs, anões, elfos, dragões e até os hobbits, os Halflings do D&D, que mantêm muitas características dos Hobbits com leves alterações (inclusive o próprio Tolkien usava o nome halfling para os seus hobbits). O RPG serviu de estímulo para o público explorar e conhecer novos mundos. A própria Terra-média chegou a ter seu RPG, o MERP (Middle-Earth Role Playing), em 1982, só que o complexo sistema de regras e os freqüentes equívocos em relação à trama atrapalharam sua difusão, e o MERP não saiu.
Do papel para o computador foi um pulo. Na década de 70, um hacker fã de Tolkien deu uma ajuda ao programador do arcaico RPG Adventure. O jogo foi transformado, ganhou o nome de Zork e virou hit entre os usuários da Arpanet (embrião da Internet) porque estava cheio de referências ao mundo de Tolkien. Nos primórdios da rede, essas realidades virtuais ganharam uma versão em texto, batizadas de MUD (Multi-User Dungeon/Dimension, que em português soa algo do gênero Dimensão Múltipla de Usuários). Hoje, graças aos avanços da tecnologia, os MUD caíram em desuso e o que é sucesso são jogos multiplayer como EverQuest, Última Online, Asheron’s Call, Warcraft e Kingdom Under Fire. Todos têm em comum cenários fantásticos e referências às obras de Tolkien. A Internet teve papel importante na propagação dos trabalhos do autor. Através dela foi possível reunir fãs do mundo inteiro, que demonstram sua admiração e discutem a política, sociedade, as línguas, a biologia e a história da Terra-Média. Há milhares de sites dedicados aos trabalhos de Tolkien que trazem ensaios, poemas, fan-fictions (contos de ficção escritos por fãs), sátiras, críticas, notícias, grupos de estudos, de discussão, fóruns e, é claro, humor (vide Ligações externas).

[editar] Tolkien multimídia

Ao contrário dos trekkers e dos “star warriors” que aprovam e incentivam as seqüências das obras originais em livros, filmes, seriados, produtos e HQs, os fãs de Tolkien preferem manter seu próprio ponto de vista sobre a obra. Com uma visão muito pessoal e particular da saga de Frodo, os fãs não se arriscam a tocar na Terra-média. E esse é um dos motivos que impediram uma proliferação ainda maior do legado do autor. A única exceção talvez seja o livro The Black Book of Arda, escrito por duas jovens russas no início dos anos 90, que recontavam os acontecimentos de O Silmarillion, só que do ponto de vista dos vilões.
A influência de Tolkien também pode ser percebida nas mais diversas formas de artes. Pintores como John Howe, Roger Garland, Ted Nasmith, Alan Lee, Tim Kirk e os irmãos Hildebrandt entre outros figuram em enciclopédias ilustradas e centenas de galerias de imagens na Internet. Eles retratam com primazia várias passagens dos livros. A obra do autor também aparece nas músicas de bandas como Led Zeppelin, Blind Guardian, a banda sueca Za Frûmi’s (que compôs uma música com uma versão modificada do idioma orc) entre várias outras influenciadas.
O cinema e a TV não poderiam ficar de fora, o desenho animado Caverna do Dragão e o filme Dungeons & Dragons (ambos baseado no RPG D&D) são claramente influenciados por Tolkien. Podem-se citar outras produções cinematográficas como O Cristal Encantado (1982), A História Sem Fim (1984), Labirinto (1986), A Lenda (1986), Willow – Na Terra da Magia (1988) e Coração de Dragão (1996).
Em 1978, o animador britânico Ralph Bakshi (o mesmo de Super Mouse e Gato Felix) tentou adaptar O Senhor dos Anéis para o cinema num longa-metragem de animação de duas horas. Mas o roteiro era fraco e mesmo usando uma técnica de animação interessante (a rotoscopia, onde os movimentos humanos são sobrepostos pelo desenho) a produção não agradou e parece terminar em algum ponto no meio de As Duas Torres. Outras duas obras de Tolkien viraram longas animados para a TV inglesa: O Hobbit (em 1978) e O Retorno do Rei (1980), ambas criadas para especiais de TV e dirigidas por Jules Bass, o mesmo produtor de Thundercats e Silverhawks e co-diretor do longa metragem Rudolph, a rena do Nariz Vermelho. Tolkien também marcou presença nas HQs. Há influência dele em Bone, a HQ fantástica de Jeff Smith e na mega-série Elfquest, que já tem mais de vinte anos de publicação e conta a história de um mundo recheado de elfos. Também existe Lodoss, uma série criada por fãs-japoneses de RPG, que durante anos, anotaram suas aventuras e transformaram em duas sagas animadas. A primeira é The Record of Lodoss War (de 1991) e a mais recente saga chama-se Chronicles of the Heroic Knight (de 1999), ambas trazem um mundo mágico de deuses, dragões, demônios, magos e guerreiros lutam pelo poder.
Com seus tentáculos se espalhando por todos os lugares, no início do século XXI a saga dos Anéis chega ao cinema. Graças a Peter Jackson, um antigo fã, isso se tornou realidade, e a realidade dos três filmes produzidos simultaneamente (divididos do mesmo modo que os livros, lançados em 2001, 2002 e 2003), rendeu 17 Oscar à série, 4 ao primeiro, 2 ao segundo e 11 concedidos ao terceiro, igualando-o aos recordes de Titanic e Ben-hur.

[editar] Cronologia


  • 1892 - No dia 3 de Janeiro nasce John Ronald Reuel Tolkien em Bloemfontein, África do Sul. É batizado em 31 de janeiro, na Catedral Anglicana de Bloemfontein. Seus padrinhos eram Edith Mary "May" Incledon, G. Edward Jelf e Tom Hadley.
  • 1895 - No início de Abril, Mabel Tolkien parte para a Inglaterra com seus dois filhos, Ronald e o seu irmão mais novo, Hilary e desembarcam três semanas depois em Southampton, Inglaterra. O pai, Arthur Tolkien, permanece na África do Sul.
  • 1896 - Morre Arthur Tolkien no dia 15 de Fevereiro. O restante da família passa a viver em Sarehole (uma aldeia ao sul de Birmingham). Tolkien aprende a ler.
  • 1899 - É possível que Mabel Tolkien tenha começado a levar seus filhos a St. Anne's, uma igreja católica em Alcester Street, Birmingham, no fim deste ano.
  • 1904 - Morre Mabel Tolkien no dia 14 de Novembro aos 34 anos de idade.
  • 1905 - Ronald e seu irmão instalam-se na casa de sua tia Beatrice.
  • 1908 - Ronald conhece Edith Bratt. Também neste ano ou no próximo, Tolkien teria comprado o livro A Primer of the Gothic Language, de Joseph Wright, de um amigo da escola; começa a desenvolver uma língua baseada no gótico.
  • 1909 - Ronald fracassa na seu intenção de obter uma bolsa de estudo em Oxford.
  • 1910 - Ronald ganha uma bolsa de estudos para a Exeter College de Oxford.
  • 1911 - Forma-se o T.C.B.S. (Tea Club, Barrowian Society).
  • 1915 - Ronald recebe Honra de Primeira Classe em seus exames de graduação. Alista-se nos Lancashire Fusiliers e inicia seu treino em Bedford e Staffordshire.
  • 1916 - Ronald casa-se com Edith, e alguns meses mais tarde, em junho, embarca rumo à França. Dirige-se à Somme como subtenente do II de Lancashire Fusiliers e serve como oficial de sinais do Batalhão. Em Novembro retorna à Inglaterra e adoece da febre das trincheiras.
  • 1917 - Convalescente, começa a escrever O Livro dos Contos Perdidos, que se converterá mais tarde em O Silmarillion, sua mais importante obra. Em Novembro nasce seu filho mais velho, John.
  • 1920 - É nomeado Professor Adjunto de Língua Inglesa na Universidade de Leeds. Nasce seu segundo filho, Michael, a quem é dedicado o livro Roverandom.
  • 1922 - Tolkien trabalha em conjunto com E. V. Gordon no livro Sir Gawain & The Green Knight
  • 1925 - Tolkien é designado à Cátedra de anglo-saxão Rawlinson & Bosworth, em Oxford. Nasce seu terceiro filho, Christopher Tolkien.
  • 1926 - Começa sua amizade com C. S. Lewis. Formação do The Coalbiters.
  • 1929 - Nasce sua filha mais nova, Priscilla.
  • 1930 - Tolkien começa a escrever O Hobbit, mas o abandona antes de terminar.

O interior do pub The Eagle and Child onde Tolkien se reunia com seus colegas Inklings



  • 1931 - Formação do The Inklings (veja a figura ao lado).
  • 1936 - Susan Dagnall, da editora londrina Allen & Unwin, lê o manuscrito de O Hobbit, e Tolkien conclui o livro a pedidos dela. É acertada sua publicação.
  • 1937 - Publicação de O Hobbit, no outono. Atendendo a um pedido de Stanley Unwin, Tolkien começa a escrever uma segunda parte que se converterá em O Senhor dos Anéis, sua mais famosa obra.
  • 1940 - Segundo filho de Tolkien, Michael, alista-se no serviço militar e começa a treinar como artilheiro antiaéreo. No ano seguinte, vira Oficial Cadete da Faculdade Militar Real.
  • 1943 - Terceiro filho de Tolkien, Christopher, é convocado pela Força Aérea. Anos difíceis para Tolkien, sendo ele o seu filho preferido e de grande ajuda para o pai no desenvolvimento de O Senhor dos Anéis.
  • 1945 - Morre Charles Willians, escritor e amigo de Tolkien, membro dos Inklings; Tolkien é nomeado para a Cátedra de Língua e Literatura Inglesa de Merton e deixa a faculdade de Pembroke.
  • 1949 - O Senhor dos Anéis é terminado; O livro Mestre Gil de Ham é publicado pela Allen & Unwin.
  • 1954 - Publicação dos dois primeiros volumes de "O Senhor dos Anéis.
  • 1955 - Publicação do terceiro volume de "O Senhor dos Anéis".
  • 1962 - Publicação de As Aventuras de Tom Bombadil.
  • 1964 - Publicação de Tree and Leaf.
  • 1967 - Publicação de Smith of Wootton Major.
  • 1971 - Edith Tolkien morre em Novembro, com oitenta e dois anos
  • 1972. - Tolkien recebe o Doutorado Honorário em Letras da Universidade de Oxford e a Ordem do Império Britânico, tornando-se Comendador do Império Britânico.
  • 1973 - No dia 28 de Agosto viaja para passar uns dias com seus amigos de Bournemouth. Adoece e morre numa clínica nas primeiras horas de Domingo, 2 de Setembro, aos oitenta e um anos de idade.
  • 1992 - No ano do Centenário de Tolkien, a Tolkien Society e a Mythopoeic Society plantam em Oxford duas árvores em seu tributo, relembrando a história das Duas Árvores de Valinor criada por Tolkien, em seu livro "O Silmarillion"

Referências


  1. Mitchell, Christopher. J. R. R. Tolkien: Father of Modern Fantasy Literature (Google Vídeo). séries "Let There Be Light". Televisão da Universidade da Califórnia..
  2. The Letters of J.R.R. Tolkien
  3. O Senhor dos Anéis, Colecção 100 Respostas.
  4. Sobre Histórias de Fadas
  5. ↑ <sup>5,0</sup> <sup>5,1</sup> Tolkien: A Biography
  6. O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis
  7. Sobre Histórias de Fadas
  8. O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis, Mitos, Lendas e Histórias Fascinantes.
  9. J.K.Rowling, uma biografia do génio por trás de Harry Potter.

Extraído:

http://pt.wikipedia.org/wiki/J._R._R._Tolkien
 
Última edição:
Na Valinor tem um artigo mais bonitinho e simples:
J.R.R. Tolkien

E vocês podem começar pel'O Hobbit, é um livre simples e fácil de entendimento, pra depois aventuratem-se no Senhor dos Anéis. Porque geralmente, essa ordem SdA, Hobbit, depois Silmarillion e Contos Inacabados e mais pra quem conheceu a obra pelo sucesso que os filmes fez, e vocês parecem ser leitores mais maduros, então a ordem legal pra vocês é:
O Hobbit, Senhor dos Anéis (A Sociedade do Anel, As Duas Torres, O Retorno do Rei), O Silmarillion e Contos Inacabdos.
 
Ctrl + a, Ctrl + c, Ctrl + v
Sinceramente eu acho que você poderia ter feito bem melhor do que isso. Até os links de edição da wikipedia vieram juntos.

Você poderia propor alguma discussão ou deixar sua impressão sobre o tema.
 
Para ler e compreender melhor...
Dica: 1º O Silmarillion
2º O Hobbit
3º O Senhor dos Anéis (Trilogia: A Sociedade do Anel, As Duas Torres, O Retorno do Rei)
4º Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média
5º As cartas de J. R. R. Tolkien
6º e depois as outras obras...

Seu tópico está bom e bem completo, procure aqui na Valinor, existe inúmeros artigos sobre as obras tolkeinianas ajuda acompreender melhor detalhes das obras, passagens, personagens, lugares, etc e tal, procurar também um Mestre aqui na Valinor para orientar.. e tudo fica mais fácil.
 
Eu não recomendaria ler o Silmarillion pra quem é de primeira viajem com Tolkien.
É uma leitura mais complexa, só iria confundir pra quem nunca leu nada.

Talvez seja melhor Hobbit > O senhor dos anéis > Silmarillion.
 
Sinceramente eu acho que você poderia ter feito bem melhor do que isso. Até os links de edição da wikipedia vieram juntos.

Você poderia propor alguma discussão ou deixar sua impressão sobre o tema.

Lucia, tenho que concordar com o Vilya. Você poderia propor uma discussão em cima de algum assunto ao invés de simplismente postar um tema que não gere discussões.
 
Lucia, tenho que concordar com o Vilya. Você poderia propor uma discussão em cima de algum assunto ao invés de simplismente postar um tema que não gere discussões.
Até porque, isso que ela fez já existe aqui na Valinor, de maneira bem mais completa e confiável (até porque Wikipedia não é confiável). Sem contar que é mais organizado e bonitinho também: o link que o Asca postou aí pra cima.
 
Acho que foi o clássico Ctrl + C e o Ctrl + V não? lol
Mais valeu a intenção, tem coisa legal ai.
Porém a Enciclopédia Valinor é a mais adequada.
 
Belfalas...
Obs.: É complexo eu sei disso, mas só indiquei O Silmarillion primeiro por ser em parte o começo de tudo e entender melho a Terra-Média...eu achei que seria mais interessante não levei em conta o fato da Lúcia ser de "primeira viagem", mas quem sabe ela é uma leitora nata e entenderá fácil as obras Tolkeinianas.

Lúcia ...O Silmarillion trata da criação do mundo e dos primeiros acontecimentos marcantes, antes mesmo do surgimento dos elfos e homens. O Quenta Silmarillion é o maior dos livros, e conta os feitos da Primeira Era, principalmente a guerra dos elfos contra Morgoth, o Senhor do Escuro. Nas duas partes finais é contada a história da Segunda e Terceira Eras, com os livros "Akallabêth" e "Dos Anéis do Poder e da Terceira Era", respectivamente. A narrativa principal gira em torno do livro "Quenta Silmarillion", sobre a guerra pela recuperação das três Silmarils. Criadas por Fëanor, o mais talentoso entre os elfos, as Silmarils eram pedras preciosas de incrível beleza e perfeição. Feitas em Valinor, onde os elfos viviam em perfeita harmonia com os Valar - uma espécie de deuses - as pedras são roubadas por Morgoth, o Grande Inimigo, levadas de volta à Terra-média e incrustadas em sua Coroa de Ferro. Na ânsia de recuperar as pedras, Fëanor reune uma grande quantidade de seguidores e decide retornar à Terra-média, abandonando a bem aventurança em Valinor, mesmo contra a vontade dos Valar. Os feitos que se seguem a essa decisão são contados de forma apaixonante, com uma incrível riqueza de detalhes no que se refere a personagens e geografia.
 
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