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Transexual 'crucificada' na Parada Gay 2015 gera polêmica

Você concordou com a encenação?

  • Sim

    Votos: 20 69,0%
  • Não

    Votos: 9 31,0%

  • Total de votantes
    29
Felagund, Grimnir, Bruce Torres e outros sabem do meu mau humor em relação a um certo radicalismo superficial, intolerante, mistificador que vem ganhando alguns desses movimentos identitários de minorias que aí estão.
Eu, particularmente, acho meio idiota destruição de imagens e "crucifixodomia" e talz, enquanto provocação que se esgota na provocação...

Mas vá lá, ao contrário de muita gente que classificou o ato aqui em questão como desnecessário ou como um erro de cálculo político, honestamente, achei o ato da crucificação da transexual de uma força simbólica realmente admirável. Deve ter sido o mais político dos atos em um evento que tem se caracterizado por uma crescente despolitização.

Ademais, acho que o meme que o Omykron colocou acima coloca uma boa questão. Rechaçar a manifestação da transexual como uma temeridade, tendo em vista uma possível reação da comunidade evangélica/católica/cristã/whatever e de sua representação política não é muito diferente de dizer que os jornalistas do Charlie Hebdo cavaram a própria cova por ousarem satirizar a religião, quando é da natureza da sátira ser agressiva a algo ou a alguém. Sim, seria ingênuo não esperar uma reação violenta. Mas por que os homossexuais não deveriam desafiar um universo simbólico que, de maneira geral, lhes é hostil? Não me sinto muito afeito a esse pudor politicamente correto diante desse caso em específico.

Além disso, a manifestação aqui em questão é bastante polissêmica, não? Pode ser vista como sátira, como desafio, como denúncia de uma violência sofrida (simbólica e de fato) e, sim, como insulto e desrespeito. E cabe sim pontuar: milhares foram crucificados além de Jesus. A cruz é um símbolo um tanto mais antigo que o cristianismo. Mas não vamos crucificar ninguém por isso. :dente:

E acho que vale aqui um comentário transversal. Recentemente, o Papa Francisco esteve nas Filipinas. Bem, o catolicismo filipino promove rituais bárbaros de flagelação, em que reproduzem crucificações usando pregos de verdade, em que crianças participam de espancamentos, em suma, onde rola muito sangue. Imagens fortes:

encena-a-crucificacao-de-jesus-nesta-sexta-feira-santa-em-manila-filipinas-1364579322689_956x500.jpg

FILIPINAS.jpg

Honestamente, a crucificação simbólica da transexual me parece um tanto mais inofensiva que o espetáculo acima, a respeito do qual, aliás, o Papa Chico nada disse.

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PS: a despeito do que alguns possam dizer, eu me considero cristão e acho que Jesus não se sentiria ofendido com a representação aqui em questão. Só que como o seu fandom (expressão surrupiada de um post que o @Bruce Torres compartilhou) é um tanto suscetível, ficamos aí nos atendo a mesquinharias...
 
Última edição:
Eu entendi a ideia que ela queria passar e não achei ruim. No entanto, estamos no Brasil (praticamente um País "Vitoriano" moderno), é lógico que isso ia ter a repercussão que teve.
Não tenho opinião formada sobre o caso, achei exagerado ter ido pelo lado da religião, mas por outro lado gostei da mensagem que ela passou.

Seria pior se eles tivessem usado a Conchita no lugar da outra. Imagina o caso? Trans, barbuda e crucificada. HA!
 
Please, Bruce, até parece que alguém aqui no fórum (tirando Paganus) não sabe o pq.
** Posts duplicados combinados **
Só acho que a pergunta da enquete meio dúbia (sorry, @Lissa). O que significa concordar? Se acho que eles/elas tinham o direito de usar a imagem daquela forma? Sim. Se discordo pq achei desrespeitoso? Sim. Se a ofensa delas não altera a minha fé? Sim. Se essas opiniões não são conflituosas pq não podemos proibir alguma coisa só pq não gostamos? Sim.
 
Você entendeu meu ponto, meu amigo liberal. E até o Paganus entendeu - é que ele não quer aceitar porque ele está num "plano acima da gente comum". :P

Sim, eu entendo. Só acho que isso não exclui ("estamos aqui debatendo... quando deveríamos nos perguntar...") a crítica sobre o mau uso da imagem. A crítica parece ser enviesada? Talvez sim, embora o caráter de protesto na Parada Gay seja bem diferente do caráter comercial do Neymar ou do filme do Mel Gibson. Mas enfim, sou pseudo-cristão, então não sei se a regra é clara (algo do tipo: "todo uso da imagem crucificação é errado"). Anyway, acho que outro ponto relevante, que entendo ter sido citado pelo @Felagund, é que os movimentos de minoria não são blindados ou a prova de críticas. Eles podem e devem ser criticados. Só que não devem ser abafados pela maioria.
 
Mas enfim, sou pseudo-cristão, então não sei se a regra é clara (algo do tipo: "todo uso da imagem crucificação é errado").

Geralmente quem enche mais o saco com isso são os católicos, que empregam a imagem de forma sacramental - seja com crucifixo ou orando e contemplando uma imagem da cruz. Os protestantes não ligam tanto pra isso - algumas denominações usam, mas não para contemplação, enquanto a maioria nem sequer pode ver um vitral. Como no caso do casamento gay, mexer nesse vespeiro geralmente aproxima ambos os grupos, sendo que pelas costas... :tsc:
 
@Grimnir, não tinha pensado nesses viés todos :lol:
No caso, você concorda que a crucificação pode ser encenada por lgbts?

Se é desrespeitosa a ideia, aí temos o propósito do tópico ^^
EU não achei nada desrespeitoso. Que tem um tom de provocação velada, tem, mas eu não diria desrespeito quando se usa um símbolo de tortura e morte para quem era considerado bandido, marginal e inimigo político para representar justamente isso que os lgbts sofrem. Não é como se a crucificação tivesse surgido primeiro com Cristo, tornando dessa forma o símbolo legitimamente cristão. A cruz já existia antes de Cristo, sabe lá quantas pessoas foram crucificadas justa ou injustamente, sofrendo aquilo tudo publicamente.
"Ah, mas tinha uma coroa de espinhos na trans'' - sim, um detalhe sutil que dá o tom da provocação e isso leva a outro choramingo de quem se sentiu ofendido com a encenação: ''ah mas é um absurdo comparar o que Jesus sofreu na cruz. Esse pessoal NUNCA vai sentir a dor que Jesus sentiu''. SERÁ? Será que ser perseguido, expulso de casa pelos pais, ser chamado de abominação, vergonha, desonra da família, bicho e dezenas de outros nomes pejorativos, sofrer agressões verbais, psicológicas e físicas, conviver diariamente com a hipocrisia de quem se diz gente de bem, ouvir que está condenado à danação eterna, ser obrigado a se esconder e se negar, MORRER de maneiras muitas vezes mais brutais que a crucificação, é menos do que Jesus sentiu? Ele, que passou por coisas muito semelhantes?
''Ah, mas um gay, inimigo de Deus, usar a imagem d'Ele só pode ser deboche'' - Por que? Não somos todo filhos de Deus? Não fomos feitos à imagem dele? Todos não pecamos? Jesus andou e cuidou de prostitutas, leprosos, bandidos, pessoas que sociedade cuspia e desprezava. A diferença é que um gay não pode mudar suas atitudes, não se pode exigir que ele se arrependa de seus ''pecados'' (aqui sendo pecado o fato de transar com pessoas do mesmo sexo), isso é exigir que ele negue sua natureza. Então por que é deboche? Jesus os acolheria do mesmo jeito, os amaria e respeitaria do mesmo jeito. Se ele concordaria ou não, aí eu não posso saber. Desrespeito maior é alguém, com a maior propriedade do mundo, afirmar o que Jesus faria ou deixaria de fazer, como se ele fosse um molequinho que não sabe nada de nada.
 
Última edição:
@Grimnir, vou editar a enquete. Não tinha pensado nesses viés todos :lol:
No caso, você concorda que a crucificação pode ser encenada por lgbts?

Se é desrespeitosa a ideia, aí temos o propósito do tópico ^^

Claro. Por mim a crucificação pode ser encenada por qualquer um ou qualquer coisa, contanto que não estejam: 1) invadindo propriedade privada e/ou 2) impossibilitando o exercício da liberdade religiosa.
 
Vamos inverter a pergunta: é desrespeitoso que uma Igreja condene um estilo de vida ou a sexualidade de alguém?

Quando uma instituição como a Igreja Católica ou alguma outra Igreja Protestante fala para seu fieis que homossexualidade é um "comportamento" e que deve ser combatido dentro das propostas de Igreja (evangelização, proselitismo, arrependimento e etc.) a Igreja está desrespeitando os gays, ou apenas afirmando a sua posição quanto ao tema?

Vejam: não estou me referindo aos pastores e padres deputados que insistem em institucionalizar suas crenças. Isso é outra história e entra no embate sobre o que é estado laico e tal, estou me referindo aos cultos e as orientações passadas aos fiéis.

O que os camaradas acham?
** Posts duplicados combinados **
''Ah, mas um gay, inimigo de Deus, usar a imagem d'Ele só pode ser deboche'' - Por que? Não somos todo filhos de Deus? Não fomos feitos à imagem dele? Todos não pecamos? Jesus andou e cuidou de prostitutas, leprosos, bandidos, pessoas que sociedade cuspia e desprezava. A diferença é que um gay não pode mudar suas atitudes, não se pode exigir que ele se arrependa de seus ''pecados'' (aqui sendo pecado o fato de transar com pessoas do mesmo sexo), isso é exigir que ele negue sua natureza. Então por que é deboche? Jesus os acolheria do mesmo jeito, os amaria e respeitaria do mesmo jeito. Se ele concordaria ou não, aí eu não posso saber. Desrespeito maior é alguém, com a maior propriedade do mundo, afirmar o que Jesus faria ou deixaria de fazer, como se ele fosse um molequinho que não sabe nada de nada.
Mais ou menos, Jesus CUROU leprosos, Jesus TIROU Maria Madalena da prostituição, existem de fato alguns Jesus no Evangelho: o Jesus do culto da montanha, que é benevolente, acolhe e abraça a todos e prega a paz, e existe o Jesus que diz que "traz consigo a espada" e que ataca e destroi todo o comércio no templo de Jerusalém, esse Jesus que representa a iniciativa mais combativa do cristianismo. Ver Jesus como um grande pacifista e tolerante não é a exata mensagem que os Evangelhos passam.

Por isso o discurso de muitos cristãos que os gays devem ser "curados" e abandonarem seus hábitos homossexuais: para muitos eles estão ou doentes como os leprosos, ou degenerados como as prostitutas de Israel, em um caso ou no outro, eles creem que Jesus é a salvação que irá curar ou regenerar o comportamento.

Vou frisar, antes que alguém intencionalmente me entenda errado: não estou dizendo que concordo com isso, estou apenas reproduzindo aqui o ponto de vista desse grupos que buscam "curar" a homossexualidade e porque na visão deles isso é possível e deve ser colocado.
 
Última edição:
Totalmente aceitável, já que ninguém é obrigado a seguir essa ou aquela religião. Novamente: o que não é aceitável é que exista perseguição ou violência ou institucionalização de crenças, como você citou.
 
Mais ou menos, Jesus CUROU leprosos, Jesus TIROU Maria Madalena da prostituição, existem de fato alguns Jesus no Evangelho: o Jesus do culto da montanha, que é benevolente, acolhe e abraça a todos e prega a paz, e existe o Jesus que diz que "traz consigo a espada" e que ataca e destroi todo o comércio no templo de Jerusalém, esse Jesus que representa a iniciativa mais combativa do cristianismo. Ver Jesus como um grande pacifista e tolerante não é a exata mensagem que os Evangelhos passam.

Sim, daí a premissa de que poderia existir uma cura gay. Já que não há limites pra graça de Deus, um gay poderia ser curado. Mas a biologia discorda :lol: E aí muitas pessoas se forçam a esconder o que elas realmente sentem, casam e têm filhos com pessoas do sexo oposto e descarregam toda a energia sexual reprimida em outro lugar. Por isso tantas igrejas expõem ex-gays, como prova de que existe uma cura.
 
Sim, daí a premissa de que poderia existir uma cura gay. Já que não há limites pra graça de Deus, um gay poderia ser curado. Mas a biologia discorda :lol: E aí muitas pessoas se forçam a esconder o que elas realmente sentem, casam e têm filhos com pessoas do sexo oposto e descarregam toda a energia sexual reprimida em outro lugar. Por isso tantas igrejas expõem ex-gays, como prova de que existe uma cura.
Exatamente, é uma visão atrasada, mas as Igrejas, principalmente as mais tradicionais (católica, luterana, batista e algumas outras) não se importam com o que a modernidade tem a dizer, para eles é um comportamento e pode ser regenerado, e caso não dê, eles incentivam aos gays fieis que não demonstrem seus desejos, escondam suas verdadeiras paixões e vivam dessa forma. É absurdo? Eu acho que sim, e os gays também devem achar, mas é a posição desses grupos religiosos, será que funciona, ou mesmo que se deve pressionar para que eles abandonem suas concepções? Não é mais fácil simplesmente abandonar tal fé?
 
Vamos inverter a pergunta: é desrespeitoso que uma Igreja condene um estilo de vida ou a sexualidade de alguém?

Quando uma instituição como a Igreja Católica ou alguma outra Igreja Protestante fala para seu fieis que homossexualidade é um "comportamento" e que deve ser combatido dentro das propostas de Igreja (evangelização, proselitismo, arrependimento e etc.) a Igreja está desrespeitando os gays, ou apenas afirmando a sua posição quanto ao tema?

Olha, se parasse ali... O problema é que levam isso para fora da Igreja - é como quando católicos pedem ajuda de protestantes para interferir em questões sociais: só fazem isso quando convém a eles, porque entre quatro paredes, haja ofensa mútua. Mas desde que não saia da igreja...
 
Não é mais fácil simplesmente abandonar tal fé?

Mas aí é que está: a maior parte das denominações que temos hoje surgiram de discussões internas. O molde contemporâneo do catolicismo levou séculos pra ser formado. Daí não achar difícil que muitos homossexuais se vejam como pertencendo a uma religião APESAR do dogma que os condena - é tipo manter a esperança de que um dia você será aceito, o que deve pesar bastante pra quem cresce nessas comunidades.
** Posts duplicados combinados **

Qual dos?
** Posts duplicados combinados **
Mais ou menos, Jesus CUROU leprosos, Jesus TIROU Maria Madalena da prostituição, existem de fato alguns Jesus no Evangelho: o Jesus do culto da montanha, que é benevolente, acolhe e abraça a todos e prega a paz, e existe o Jesus que diz que "traz consigo a espada" e que ataca e destroi todo o comércio no templo de Jerusalém, esse Jesus que representa a iniciativa mais combativa do cristianismo. Ver Jesus como um grande pacifista e tolerante não é a exata mensagem que os Evangelhos passam.

Os Evangelhos são um pesadelo pra entender a trajetória do sujeito. :lol:
 
Mas aí é que está: a maior parte das denominações que temos hoje surgiram de discussões internas. O molde contemporâneo do catolicismo levou séculos pra ser formado. Daí não achar difícil que muitos homossexuais se vejam como pertencendo a uma religião APESAR do dogma que os condena - é tipo manter a esperança de que um dia você será aceito, o que deve pesar bastante pra quem cresce nessas comunidades.
** Posts duplicados combinados **
Qual dos?
Talvez não aceite, mas aceitar que a religião não vai necessariamente apoiar todo o nosso comportamento, afinal a religião serve para isso: guiar o comportamento em busca de uma salvação pela ascese. Eu tenho muitos amigos católicos praticantes que transam com suas namoradas com camisinha, eles sabem que isso é moralmente condenado pela Igreja, mas idai? Eles estão preocupados com outras coisas, e sabem que nào adianta argumentar com o padre que sexo antes do casamaneto "é natural" e usar camisinha é um comportamento saudável. A Igreja não está ai para aceitar "o que é natural", pelo contrário, ela quer que o ser humano supere sua condição de "ser vivo natural" e se transforme em outra coisa. Isso é certo? Pros católicos sim, e se não achar é pq vc não deveria ser católico.
 
Última edição:
É que (nem) tudo é perdoável pelo Sangue do Cordeiro, @Felagund . (Antes que alguém ache que isso é troça, tá na Bíblia e na interpretação dos líderes religiosos.)
 
Aff bruce pq não sei pq tu posta essa lista de como opressores se fazem de oprimidos. Alguém aqui acha q os católicos estão sendo oprimidos? Desde quando achar alguma coisa um desrespeito torna o alvo do desrespeito um oprimido?
 

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