• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Tragédia em Santa Maria (RS) - Boate KISS

Na lista dos falecidos na uol, tem esta descrição sob um dos nome
(...)Adorava videogames, histórias em quadrinhos e assistir filmes como o Senhor dos Anéis...(...)

:(
 
Ah, discordo. Não acho que será fogo de palha essas verificações. Estamos cansados de ver ao longo do anos, acidentes que trouxeram benefícios posteriores.

Exemplo clássico: morte do Ayrton Senna, que desencadeou diversas mudanças nas regras e nos carros da categoria, para aumentar a segurança dos pilotos. Creio que a tragédia de Santa Maria pode muito bem servir como exemplo para uma postura que priorize mais as vidas dos frequentadores. Ocorreu o mesmo na Argentina após 2004.

Mas você tá falando de F1 e de Argentina, esse acidente aconteceu no Brasil, país onde as pessoas 2 semanas depois das eleições nem se lembram em quem votaram.
 
sim, sofremos de um mal de memória curta (agora mesmo li no uol uma entrevista com o autor de o espetáculo mais triste da terra, que fala sobre um incêndio em um circo que matou mais de 500 pessoas), mas eu ainda prefiro me manter otimista, de que não foi em vão e podemos mudar. será um processo difícil porque mexe com nosso hábito, não só com o dono da boate (temos uma postura muito mais "punitiva" do que "preventiva"). eu lembro de como meus alunos ficavam surtados com o que achavam ser frescura da empresa onde trabalhavam (que é gringa), quando na realidade tudo o que a empresa fazia era tentar prevenir acidentes (primeiro porque se algo acontecesse, a responsabilidade é da empresa, certo? mas segundo pq é da cultura dos americanos aqueles trocentos drills de fuga de incêndio e coisas do tipo). para ter uma ideia, quando parei de dar aula o assunto no momento era que mulheres não podiam trabalhar de salto alto. quando dava aula na empresa mesmo, uma aluna sempre chamava minha atenção para o meu hábito de enfiar o braço para fazer a porta do elevador detectar minha presença e permanecer aberta (era contra a política de segurança da empresa). enfim, é um porrilhão de regras, e nós odiamos regras. mas são regras que funcionam do mesmo jeito que o nosso código de trânsito. se as pessoas seguissem o que está lá à risca, os acidentes de trânsito seriam muito menores, porque o que tem no ctb é justamente prevenção contra isso. voltando para a questão de incêndio: quantos aqui pensam em dar uma revisada na instalação elétrica em prédios mais antigos? cuidam da saída de gás? não é só em boate que acontece incêndio.

enfim, não será fácil, mas preciso acreditar que não foi por nada.
 
enfim, é um porrilhão de regras, e nós odiamos regras. mas são regras que funcionam do mesmo jeito que o nosso código de trânsito. se as pessoas seguissem o que está lá à risca, os acidentes de trânsito seriam muito menores

Pois é mas o pessoal prefere dizer que leis de trânsito foram feitas para aumentar a arrecadação do estado através da multas. Como esses guris babacas que enchem o rabo de trago e saem por aí dirigindo, arriscando a vida de outras pessoas e quando levam uma multa (que é o mais leve que pode acontecer numa situação dessas) ficam putinhos com o governo.
 
Pois é mas o pessoal prefere dizer que leis de trânsito foram feitas para aumentar a arrecadação do estado através da multas. Como esses guris babacas que enchem o rabo de trago e saem por aí dirigindo, arriscando a vida de outras pessoas e quando levam uma multa (que é o mais leve que pode acontecer numa situação dessas) ficam putinhos com o governo.

né. tipo agora que saiu essa nova lei seca, o que eu ouvi de gente dizendo que era só pra arrecadar mais não tá escrito. quando na realidade ela está justamente arrumando uma falha da anterior, já que todo espertão flagrado bêbado podia se recusar a fazer o bafômetro e aí não tinha como ter provas.

é como disse, nossa mentalidade é mais punitiva do que preventiva. óbvio, falando de modo mais geral - não é todo mundo assim. mas no geral as pessoas estão mais preocupadas em apontar culpados por tragédias do que tomá-las como um exemplo do que deve ser evitado (ou mesmo feito) para prevenir que ocorra novamente.

eu fiquei pensando aqui na questão do isolamento acústico ser altamente inflamável, eu não saco nada disso mas fica a pergunta: tem como fazer isolamento com material que não seja inflamável? qual? porque assim: bar na cidade não funciona sem isolamento acústico. pelo menos aqui em curitiba, a prefeitura é um verdadeiro porre sobre a questão do barulho.
 
É tanta falta de prevenção no caso dessa tragédia que dá muita raiva. Fui procurar sobre isolante acústico não inflamável, achei um artigo do G1 com uma lista do que preveniria a tragédia:

Saiba quais são os principais recursos de segurança em caso de incêndio

Porta corta-fogo
A porta corta-fogo protege a saída de emergência, que não pode ter materiais inflamáveis. Para segurança, ela deve possuir uma barra “anti-pânico” como sistema de abertura. Só com a pressão das mãos sobre a barra a pessoa destrava e abre a porta.

Saídas de emergência
As saídas de emergência são obrigatórias, porém a quantidade e a posição onde devem ser colocadas são determinadas por uma avaliação técnica feita por um engenheiro ou arquiteto.

Treinamento de funcionários
No caso do treinamento de funcionários da casa para saber agir em caso de incêndio, é adotado o que estabelece as leis trabalhistas. “O Ministério do Trabalho pela CLT tem reivindicações, normas que obrigam afazer treinamento dos funcionários, brigadas de incêndio, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) etc.”, explica Carlos Wengrover Rosa.

Pirotecnia
Não há lei que proíba um show de fogos de artifício em ambientes fechados, de acordo com os especialistas. No entanto, para que a pirotecnia possa ser feira é preciso da liberação do Corpo de Bombeiros, que avaliará as condições do local. “A Constituição de 1988 coloca a responsabilidade da segurança contra incêndios para órgãos militares, ou seja, brigada militar e corpos de bombeiro. As prefeituras são responsáveis pelos prédios”, diz Rosa.

Materiais inflamáveis
Qualquer material derivado de petróleo é inflamável, o que inclui tecidos de sofás e de roupas. Esses materiais são vetados no revestimento das saídas de emergência. No entanto, a lei do Rio Grande do Sul não estabelece restrições ao isolamento acústico.
“Este isolamento é feito por uma espuma de polietileno, altamente inflamável, e que libera gases tóxicos quando entra em contato com o fogo”, explica Luís da Silva Souza, engenheiro civil especializado em segurança do trabalho e bacharel em Física. Segundo ele, quando é um ambiente fechado e ainda mais quando tem material inflamável, não se pode ter nenhuma atividade com fogo. “Não pode nem ter faísca num lugar com esse tipo de material.”

Extintores
Os extintores são obrigatórios e devem ser checados uma vez por ano. Quem calcula a quantidade do dispositivo e onde ele deve ser instalado também é o especialista técnico. Segundo as normas do Inmetro, existem três tipos de fogo: o fogo gerado por combustíveis líquidos, por líquidos inflamáveis e por equipamentos elétricos. Cada extintor, explica o órgão, traz as suas especificações.

Sprinkler
Uma rede instalada no telhado do prédio com diversos dispositivos com água resolveria quase que definitivamente um incêndio como o que aconteceu em Santa Maria, de acordo com o diretor do Instituto Sprinkler Brasil (ISB), Marcelo Lima. Esses dispositivos, os chamados sprinkler, cobrem uma área de 10 a 14 metros quadrados e conseguem, segundo Marcelo, conter a fumaça e o calor logo no início, o que evita possíveis mortes por asfixia. No entanto, a obrigatoriedade vai depender da avaliação de cada situação.
“Com o calor, o sprinkler dispara jatos de água sobre a fumaça e sobre o fogo, o que garante um nível bom de oxigênio para sustentar a vida, perto de 21%”. O diretor do ISB explicou ainda que, sem esse tipo de dispositivo, em menos de 60 segundos a taxa de oxigênio cai bruscamente eliminando qualquer possibilidade de uma pessoa conseguir respirar.

Dispositivo de extração de fumaça
São dutos no teto que ajudam na circulação de ar e na evacuação da fumaça, caso comece um incêndio. No entanto, o dispositivo não ´e obrigatório em todos os estados.

Detector de fumaça
O detector de fumaça aciona automaticamente um alarme sonoro sobre a existência de um incêndio. Ele pode ser equipado ainda com um dispositivo de localização, que envia um sinal de emergência ao Corpo de Bombeiros. No entanto, não é obrigatório em todos os estados, apenas o alarme de emergência manual, acionado por um botão.

Fora isso, achei uma empresa especializada em isolantes térmicos e acústicos. No FAQ, dizem que o produto usado não é inflamável (pergunta 6).
 
Existem espumas não inflamáveis.
Eu conheço para isolamento térmico. Acústico eu não sei.
E são mutio mais caros.


Eu ainda não sei o que pensar.
Mais de 200 mortes em uma boate é um numero muito surreal. Muita coisa tem que ter acontecido de errado ao mesmo tempo pra morrer tanta gente.
Aguardemos as investigações.
 
provavelmente bate no que o fusa falou, sobre o valor do isolamento não-inflamável. uma pena que as coisas acabem sempre caindo nisso.
 
A mesma coisa acontece com o isolamento de fios e cabos elétricos, que normalmente é não propagante e anti-chama. Pedaços do cabo até queimam, mas o fogo não se espalha pelo cabo e o aquecimento não cria uma chama nova. Não sei nem se cabos sem essa propriedade ainda são certificáveis no Brasil, mas devem existir aos montes em prédios antigos e tralhas importadas da China.
 
Pois é mas o pessoal prefere dizer que leis de trânsito foram feitas para aumentar a arrecadação do estado através da multas. Como esses guris babacas que enchem o rabo de trago e saem por aí dirigindo, arriscando a vida de outras pessoas e quando levam uma multa (que é o mais leve que pode acontecer numa situação dessas) ficam putinhos com o governo.

né. tipo agora que saiu essa nova lei seca, o que eu ouvi de gente dizendo que era só pra arrecadar mais não tá escrito. quando na realidade ela está justamente arrumando uma falha da anterior, já que todo espertão flagrado bêbado podia se recusar a fazer o bafômetro e aí não tinha como ter provas.

é como disse, nossa mentalidade é mais punitiva do que preventiva. óbvio, falando de modo mais geral - não é todo mundo assim. mas no geral as pessoas estão mais preocupadas em apontar culpados por tragédias do que tomá-las como um exemplo do que deve ser evitado (ou mesmo feito) para prevenir que ocorra novamente.

eu fiquei pensando aqui na questão do isolamento acústico ser altamente inflamável, eu não saco nada disso mas fica a pergunta: tem como fazer isolamento com material que não seja inflamável? qual? porque assim: bar na cidade não funciona sem isolamento acústico. pelo menos aqui em curitiba, a prefeitura é um verdadeiro porre sobre a questão do barulho.
Não cabe aqui discutir, mas a questão é muito superior à isso.

Quem enche o rabo de cerveja e dirige continuou fazendo isso, com ou sem lei seca. E a questão da indústria de multa é uma realidade em muitas capitais (RJ incluso).
 
Existem espumas não inflamáveis.
Eu conheço para isolamento térmico. Acústico eu não sei.
E são mutio mais caros.

Existe sim, e pelo que li, é mais que o dobro (o preço). Aí...

Eu tava vendo imagens da balada antes do fogo, era TOP, parece. E mesmo assim não investiram em segurança. =/
 
Não cabe aqui discutir, mas a questão é muito superior à isso.

Quem enche o rabo de cerveja e dirige continuou fazendo isso, com ou sem lei seca. E a questão da indústria de multa é uma realidade em muitas capitais (RJ incluso).

Pode até existir uma indústria da multa. Mas tu só é multado se infringir uma regra específica. Ou não é?
 
Última edição:
A legislação é muito estranha. Por exemplo o uso sprinkler não é obrigatório em casas noturnas, mas é obrigatório em cinemas. Infelizmente, é só acontecendo uma tragédia dessas para as coisas mudarem. Lamentável.
 
Existem espumas não inflamáveis.
Eu conheço para isolamento térmico. Acústico eu não sei.
E são mutio mais caros.

O fator $$$$ é o que sempre faz com que muitos optem pelo mais barato sempre e ainda ficam rezando pro fiscal que vier não perceber, porque se formos fazer seguindo fielmente todas as normas de segurança qualquer instalação elétrica, hidraulica e de segurança com material de primeira qualidade nunca será barato.
 
isso sem contar q o fiscal pode aparecer e fingir q não viu. sacumé, essa coisa de aliviar quase nunca acontece. acaba que esse é um dos maiores problemas: quem fiscaliza o fiscal?
 
sim, sofremos de um mal de memória curta (agora mesmo li no uol uma entrevista com o autor de o espetáculo mais triste da terra, que fala sobre um incêndio em um circo que matou mais de 500 pessoas), mas eu ainda prefiro me manter otimista, de que não foi em vão e podemos mudar. será um processo difícil porque mexe com nosso hábito, não só com o dono da boate (temos uma postura muito mais "punitiva" do que "preventiva"). eu lembro de como meus alunos ficavam surtados com o que achavam ser frescura da empresa onde trabalhavam (que é gringa), quando na realidade tudo o que a empresa fazia era tentar prevenir acidentes (primeiro porque se algo acontecesse, a responsabilidade é da empresa, certo? mas segundo pq é da cultura dos americanos aqueles trocentos drills de fuga de incêndio e coisas do tipo). para ter uma ideia, quando parei de dar aula o assunto no momento era que mulheres não podiam trabalhar de salto alto. quando dava aula na empresa mesmo, uma aluna sempre chamava minha atenção para o meu hábito de enfiar o braço para fazer a porta do elevador detectar minha presença e permanecer aberta (era contra a política de segurança da empresa). enfim, é um porrilhão de regras, e nós odiamos regras. mas são regras que funcionam do mesmo jeito que o nosso código de trânsito. se as pessoas seguissem o que está lá à risca, os acidentes de trânsito seriam muito menores, porque o que tem no ctb é justamente prevenção contra isso. voltando para a questão de incêndio: quantos aqui pensam em dar uma revisada na instalação elétrica em prédios mais antigos? cuidam da saída de gás? não é só em boate que acontece incêndio.

enfim, não será fácil, mas preciso acreditar que não foi por nada.

Eu queria ser mais otimista do que sou nesse sentido. A experiência infelizmente mostra que as pessoas, em geral, só mudam quando são coagidas ou quando os incentivos mudam. No presente caso, não acho que os incentivos mudam por causa da tragédia. No começo as pessoas podem até adotar um comportamento mais preventivo, mas será como reflexo de um grande evento recente. Passa algum tempo, cai no que você disse da memória curta. E não somente isso: cai no conforto o no problema do free-rider: se eu acho que todo mundo está fiscalizando, logo eu não preciso fiscalizar, certo? O fato de eu não fiscalizar não muda as coisas, pq os demais estão fiscalizando por mim. O problema é que com o tempo todo mundo começa a pensar assim. E ninguém fiscaliza. Um clássico problema de ação coletiva.

Talvez (talvez) ao longo de muitos anos venhamos a desenvolver hábitos mais fiscalizadores (infelizmente com a ajuda de alguns empurrões como essas tragédias). Mas isso não começa a acontecer do dia para a noite. Leva, no mínimo, algumas gerações para ocorrer. Até lá, o que nos resta é a coerção, que se traduz em aplicabilidade da lei. Mas no Brasil isso também é muito deficitário. Temos um porrilhão de leis, mas quem cumpre? Aí cai nisso:


Pois é mas o pessoal prefere dizer que leis de trânsito foram feitas para aumentar a arrecadação do estado através da multas. Como esses guris babacas que enchem o rabo de trago e saem por aí dirigindo, arriscando a vida de outras pessoas e quando levam uma multa (que é o mais leve que pode acontecer numa situação dessas) ficam putinhos com o governo.

né. tipo agora que saiu essa nova lei seca, o que eu ouvi de gente dizendo que era só pra arrecadar mais não tá escrito. quando na realidade ela está justamente arrumando uma falha da anterior, já que todo espertão flagrado bêbado podia se recusar a fazer o bafômetro e aí não tinha como ter provas.

O brasileiro tem uma cultura de não respeitar regras. O motivo? O enforcement aqui é uma piada. Se as pessoas saem impunes, pq cumprir as regras do jogo, né?
E sim, tudo aqui vira motivo para não cumprir regras: "é indústria da multa", "isso aí é mera burocracia", "essa lei é do tempo da ditadura", "mas eu sou parente de fulano", "vou sonegar o IR pq o governo não faz nada mesmo e meu dinheiro vai pro bolso de alguém", e a lista continua infinitamente.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo