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Torto Arado (Itamar Vieira Junior)

Melian

Período composto por insubordinação.
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Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social.

Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.

Sinopse via Amazon.

O tanto de prêmio que este romance tem ganhado acabou por atiçar a minha curiosidade. Vou ver se começo a leitura do livro, hoje. E quis criar o tópico para o caso de alguém decidir me acompanhar na leitura. Se ninguém quiser ler o livrinho, não tem problema, eu fico falando, sozinha, sobre ele, no tópico.
 
Olha aí, por pouco não o lemos junto...
Esse era um dos cinco livros que mencionei noutro tópico [1] (copirraite Haran). Os outros eram: Marrom e amarelo; O acesso da pele; Sombrio ermo turvo; Redemoinho em dia quente. :dente:
 
Acho que você poderia abrir uma exceção para Torto arado, hein? (Ok, agora, estou me sentindo o diabinho que fala: "pode comprar mais um livrinho, só mais um, antes de vender outros dois, não tem problema").
 
Eu até poderia. É meio que a regra na minha vida há uns dez anos. Como aquela tirinha que postei hoje demonstra [1] (copirraite Haran) kkk mas não sei, não. Vou pensar. XD
 
Eu acho que esse tanto de prêmio e elogio e exaltação mais me assusta do que incentiva. Vi algumas pessoas afirmando até que "já nasceu clássico" e que "daqui a 30 anos será estudado nas aulas de literatura do ensino médio".

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mas não sei, não. Vou pensar. XD
O que eu preciso fazer para te convencer? :hanhan:

Eu acho que esse tanto de prêmio e elogio e exaltação mais me assusta do que incentiva. Vi algumas pessoas afirmando até que "já nasceu clássico" e que "daqui a 30 anos será estudado nas aulas de literatura do ensino médio".

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Tô me esforçando, aqui, para convencer o Lufe a ler o livro comigo, e o senhor faz isso, menino Loveless? :rofl:
 
Vá lendo aí no seu ritmo e deixando aqui suas impressões. Se pá você me poupa a decepção de mais um hype... Ou confirma de vez minha decisão de ir nessa modinha. :timido:
 
pior coisa chegar no rolê quando já está todo mundo dizendo que amou e pipipi pó pó pó pó, mas é que fazia tempo que eu não via tanta gente ~~dos livros~~ lendo e comentando um título ao mesmo tempo, tive que dar uma conferida. não me decepcionei, é realmente um baita livro - acho que o forte está nas imagens que o autor constrói, é uma coisa de misturar a terra constantemente com a vida daquelas pessoas. é quase como se a terra fosse uma outra personagem.

consigo entender o que faz tanta gente compará-lo aos clássicos nacionais: tem muito aquele tom dos romances da galera de 30 do século passado. se isso é positivo ou negativo eu não sei dizer (alguns poderiam pensar "hum, se é o mesmo tom quer dizer que não é algo novo", mas ao mesmo tempo me pergunto se uma obra só tem valor se trouxer algo novo? enfim, divago.).

tem um momento em especial, mais para o final do livro, que mexeu demais comigo

Severo, que com a morte do curandeiro da região acaba virando uma espécie de líder para as pessoas ali, é assassinado. A morte dele traz uma das imagens que comentei ali acima, o sangue misturando com a terra, é bonito e triste. Mas o que mexeu mesmo comigo veio um pouco para frente, como consequência desse assassinato, quando chegam para Bibiana e falam que ele foi morto... por causa de tráfico de drogas. Putalamerda, que pancada.

enfim, bem bão. eu tenho falhado bastante com minhas leituras de obras nacionais, fico tão concentrada nos lançamentos lá fora que algumas vezes esqueço que tem coisa boa aqui também. nesse caso em especial fiquei feliz pelo hype grandão porque não sei se teria lido o livro em outro contexto.
 
Tô bem no início da leitura, ainda, Anica, mas já achei impactante.
 
Li e gostei. Talvez o final perca um pouco do ritmo.

Ah, também li Marrom e Amarelo e O Avesso da Pele, em que encontro, com muitas ressalvas, algumas semelhanças de propósito.

Dos três, O Avesso da Pele foi o que mais me interessou.
 
Tenham em mente que tudo o que falarei, agora, é com base no que li do livro: 10%. Isso é para dizer que, obviamente, não é possível que eu tenha uma opinião formada sobre o estilo de escrita do Itamar Vieira, e que tudo o que eu disser, não será definitivo.

Até ontem, eu tinha lido 4% do livro, ou seja, nada. Ao retomar a leitura, decidi começar tudo de novo. A sensação inicial permanece. Os quatro primeiros capítulos são impactantes: brincadeira, proibida, de criança, que deu errado; visão geral do espaço em que se desenrola narrativa; tempo deslizante; objeto que, ao que parece, cortará a narrativa (sim, trocadilho intencional), evitando excessos e moldando o que for preciso, inclusive, e principalmente, os personagens e seus discursos... enfim, tá lá.

Os capítulos seguintes não me prenderam tanto quanto os iniciais. Achei a coisa meio repetitiva, e com uma certa pressão para manter um mistério lá. Pode ser que a retenção da informação realmente seja importante para o desenvolvimento da coisa toda. Veremos.

Aqui, faço uma ressalva: ontem, meus divertidamente estavam mais confusos do que as letras das canções do Djavan, porque a vida adulta não dá refresco. Pode ser que o meu estado de espírito tenha exercido influência negativa nas impressões que tive dos capítulos lidos.

Antes de retomar a leitura de Torto Arado, vou ler umas duas páginas do livro do Draccon, Espíritos de Gelo, que estou lendo para pagar promessa. É tiro e queda: depois de Draccon, qualquer leitura é ótima. Se ainda assim, o livro continuar a não me agradar, eu dou um tempo, e volto para Villette, que eu estou amando. Embora eu goste das três irmãs Brontë (sim, mais do que de Jane Austen. Na verdade, eu nem sou muito fã de Jane Austen. NÃO ME ODEIEM!), a Charlotte é, indiscutivelmente, a minha irmã Brontë preferida.
 
Última edição:
Terminei de ler o livro hoje. No início, achei muito bem escrito, principalmente na forma como o autor conjuga o espaço biológico e geográfico pra moldar a estrutura de narração. Tinha feito até um paralelo mental com Relato de um certo oriente, ao perceber uma influência da memória nessa narrativa entrecortada (com a diferença espacial e social do livro do Hatoum, naturalmente).

Como a Ana já comentou, as imagens que o livro evoca são a pièce de resistance dele: o rio de sangue, a ligação das personagens com a terra, as casas, bucólicas, enfim, o autor faz imprimir na mente do leitor uma viva imagem de cada elemento para, depois, carregá-la de um significado que ultrapassa o subjetivo. Também há, no desenrolar do livro, uma evocação do passado: dos ancestrais africanos, da fazenda em que trabalham, das famílias, do sofrimento, etc., o que, por assim dizer, universaliza o alcance do livro.

Também acho que o ritmo se perca um pouco no final. Na terça parte do livro, o autor inclui uma voz narrativa que não é bem explorada como as demais, mas mesmo essa ajuda a construir a comunicação entre o passado e o presente, e até alguns eventos últimos não são bem construídos, ao meu ver, como os primeiros. Mas, no todo, gostei muito do livro (avaliei com 4.5 no Skoob). Dos poucos livros de literatura nacional contemporânea que li, um dos meus favoritos rs...

Enfim, daqui a alguns anos com quase certeza vai ser cobrado em algum vestibular – além da escrita que evoca períodos literários passados, o livro engloba muitas temáticas, sociais, históricas, politicas e até geográficas, que podem ser analisadas mais a fundo. Agora, dizer que é clássico também acho um pouco cedo... Veremos
 
Matéria da Piauí sobre o sucesso do livro:

 
Enquanto isso, na Folha:

Quatro romancistas —e isso não é detalhe, tomando a forma romance como fruto de uma visão de conjunto sobre determinados tempo, espaço e experiência social, nesse sentido, portanto, uma forma mais difícil que o conto, a canção ou o poema.

Romance, mais difícil que conto, canção ou poema. Os caras mijam fora do penico de propósito, só pode.
 

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