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Tolkien X Lewis

Melkor, o 1º filme é até bem fiel como disse o Belfalas.

Mas o 2º é uma desgraça... desconsidere-o. Eu fiquei encantada com as descrições quando li o livro e tive um choque quando vi o filme. Muita coisa maravilhosa foi cortada!!!

Já o 3º filme foi FANTÁSTICO!!! Como é uma história longa, muita coisa foi cortada também... mas pelo menos não ficou tão banal!

É importante saber que - não sei porque - os filmes não foram gravados na mesma ordem do livro. Então, "O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa" não é a 1ª história. A primeira é "O Sobrinho do Mago", que é onde muita coisa se explica, especialmente sobre a criação de Nárnia.

"O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa" corresponde à 2ª história.
"Príncipe Caspian" é a 4ª história e "Peregrino da Alvorada a 5ª.

Minha preferida é "O Cavalo e Seu Menino" (no livro a 3ª história).

As 2 últimas, "Cadeira de Prata" e "Última Batalha" achei as mais forçadas. A "Cadeira de Prata" achei a pior.

É um livro que vale a pena ler sim!
Mas não sou tão fã quanto sou de "Senhor dos Anéis" e "Harry Potter". Achei que esse excesso de mistureba e falta de coerência mitológica deixou muito a desejar!!!
E o final é SUPER decepcionante [bom, EU achei]. Mas meu pai ia gostar... ele sempre disse que queria escrever uma história que acabasse assim =P
 
Os filmes estçao sendo gravados nessa ordem, porque é a ordem de publicação dos livros, ainda que realmente isso esteja contra a linha do tempo.

Não religioso para fazer criticas sobre "heresia" ou "paganismo" acho apenas que o uso excessivo de alegorias prejudica, e o fato de criaturas de mitologias variadas juntas. Além de portais interdimensonais em lagos e guarda roupas é muito estranho.
 
Não religioso para fazer criticas sobre "heresia" ou "paganismo" acho apenas que o uso excessivo de alegorias prejudica, e o fato de criaturas de mitologias variadas juntas. Além de portais interdimensonais em lagos e guarda roupas é muito estranho.

De fato, espadas que brilham na presença de Orcs são super normais. E qual é o lance com as criaturas mitológicas? Não saquei aonde isso prejudicaria se a obra for bem harmonizada. Mudaria o sentido da obra se no lugar de faunos, centauros e um Leão fosse alguma outra coisa menos alegórica segundo seus conceitos?
 
Última edição:
Só que existe toda uma história por trás da história de "uma espada que brilha perto de orc", uma magia mais sútil doque a presença de seres mitológicos que se desenvolveram num mundo fantasioso. Mas isso não é o problema, porque um mundo de fantasia não tem nada de mal. O problema de Nárnia é fazer isso ligando o nosso mundo real, com um mundo de fantasia de centauros e minotauros simultaneamente.
 
O problema de Nárnia é fazer isso ligando o nosso mundo real, com um mundo de fantasia de centauros e minotauros simultaneamente.

O que eu acho que Lewis quis passar com essa ligação, é que podem haver mundos distintos, porém ligados, que se assemelham em alguns aspectos... ele não via problema em misturar mitologias, assim como existem leitores que gostam desse tipo de leitura...
Mas é só a minha opnião !
 
Se alguém pegar o rascunho original das Crônicas e torcer vai sair cristianismo por todos os cantos, acho que isso que Tolkien não gostava, alegorias e papai noel junto com texugos falantes e para completar feiticeiras semi nórdicas. :mrgreen:


Com certeza, a noção de sincretismo mitológico excessivo desempenhava algum papel na percepção de que havia deficiência na construção de realidade secundária, a sua menção em contextos separados na frase acima foi feita à guisa de enfatização.

Mas, ao que parece, falando especificamente de outros aspectos do http://en.wikipedia.org/wiki/Worldbuilding que poderiam ser falhos na visão de Tolkien, acho que poderíamos enfatizar:

a)A existência de um evento Natalino sem a presença do Cristo que lá é Aslan, mas o Papai Noel é uma figura "santa" do nosso Mundo e parece ter dado as caras por lá como se fosse próprio da sua natureza ao invés de estar seguindo os Filhos de Adão e as Filhas de Eva da nossa realidade para lá. Tolkien preferiria que fosse criado um análogo para desempenhar o papel, como várias pessoas independentemente umas das outras, ( incluindo eu) estão presumindo e concluindo que Tom Bombadil, em parte, era, e não que fosse feito um crossover explícito entre dois mundos com mitologias diferentes.

b) Explicações inexistentes ou inadequadas para coisas como a formação do reino da Calormania, para o retrocesso na forma de expressão dos habitantes de Narnia para o que seria um correspondente do que era próprio do período medieval , já que os primeiros colonos vindos do nosso Mundo eram do período Edwardiano

c) A maneira randômica com que C.S. Lewis sanitizava as suas fontes, mas justapunha subtextos e registros diferentes de um modo que, no fim das contas, dava um efeito geral meio parecido com a Disneyficação promovida pelos estúdios norte-americanos ( como quando a Disney colocou musas negras cantando música gospel no filme animado do Hércules) mas passava como sendo fake aos olhos de Tolkien. Um problema que se manifesta muito na "puritana" ( em todos os sentidos do termo)cultura ianque, inclusive contemporânea sintetizada no seguinte lema: sanitize o sexo, glamourize e glorifique a violência.Ou seja: é absolutamente perfeito que Narnia estivesse sendo adaptada para o cinema pelos Estúdios Disney. E eu confesso: adorei O Leão , a Feiticeira e o Guarda-Roupa. IMO, ficou ótimo.

Vide abaixo discussão sobre o problema do fauno

d)Tolkien desaprovava o conceito de Multiverso como contendo mundos paralelos "não contíguos", não pertencentes ao mesmo Universo, como artifício narrativo, provavelmente porque ele complicava de maneira exponencial o Problema do Mal já que sugeria a noção de que a Providência Divina iria tolerar múltiplas Quedas em vários Contiuuns Espaço-Temporais, "simultaneamente" e paralelamente, de uma em relação à outra e de todas elas em relação a um referencial "único", ao Aeternitas de Deus e ao Aevum dos Anjos.

Falando para as pessoas do fórum em geral, já que o tópico trouxe o assunto à baila: provavelmente, mais de um fator estava envolvido no gradual afastamento dos dois amigos. A verdade, verdade mesmo, deve estar incluída no livro "censurado" de Tolkien, aquele onde ele discorreu sobre sua reação ao livro Cartas para Malcom, livro póstumo de Lewis onde o Anti-catolicismo do autor era exposto de forma nua e crua. Se chama o Motivo Ulsterior ( trocadilho com a região da Irlanda do Norte anglicana onde Lewis nasceu) e a expressão "motivo ulterior" que significa "segundas intenções".

O texto mais detalhado e bem feito sobre os pomos da discórdia entre os dois autores britânicos é esse daí:

Letters to Malcolm and the trouble with Narnia: C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien, and their 1949 crisis.

Mas, nas linhas gerais, podemos incluir alguns fatores com base em certas declarações dos autores ou de conhecidos:

a) O Anglicanismo de Lewis era bem radical no tocante ao repúdio a peculiaridades da Ortodoxia Católica onde, principalmente a Dulia ( culto aos Santos) e a Hiperdulia ( culto à Virgem Maria) eram criticadas (Tolkien aludiu a isso num trechinho publicado de O Motivo Ulsterior. Por outro lado, a crença de Tolkien na indissolubilidade do matrimônio o levou a não simpatizar muito com Joy Gresham a esposa divorciada de Lewis, que, segundo consta, pode ter casado com ele para obter a cidadania britânica.

Entretanto, segundo a biografia, essa aversão também incluía o fato de que Lewis gostava de excluir as mulheres , como a mulher de Tolkien do "clube do Bolinha" dos Inklings mas, no tocante a Gresham, queria que eles a acolhessem de braços abertos. Ironicamente, como diz o biógrafo, Edith e Joy Gresham se tornaram amigas ( a Edith ADOROU que uma outra mulher, finalmente, se interpusesse entre Tolkien e Lewis porque era ela que tinha ciúme da amizade entre os dois).

b) Tolkien não gostava da miscelânea de mitologias que Lewis incluía em Narnia onde ele adaptava elementos de nossas mitologias na forma com que apareciam em nosso mundo sem converter ou refundir.Então, Papai Noel, o Deus Baco e O Cristo Crucificado transfigurado ( Aslan) apareciam como personagens no mesmo contexto e isso jogava Tolkien "pra fora" da história.

c) Lewis começou seus livros fazendo analogias como Tolkien também fazia mas à medida que a tendência pedagógica e de teologia disfarçada da série Narnia foi ficando mais explícita a saga descambou para alegoria mesmo , um modo de apresentação com o qual Tolkien não concordava porque implicava em contar histórias "olhando por cima dos ombros da audiência", as crianças ( vide ensaio sobre os Contos de Fadas).Tolkien achava isso condescendente e injusto para com elas além de ser uma atitude que parece propaganda ou doutrinação subliminar, perigosa e perniciosa até para adultos.

d) Lewis era desleixado com a construção de Realidade Secundária para a qual Tolkien dava tanta atenção. E Tolkien, numa citação da biografia, ( não publicada nas Cartas ) parece que não conseguia engolir, logo de cara, a sequência inicial do encontro entre Lucy e Senhor Tumnus onde o subtexto sexual da fonte de Lewis, the Crock of Gold de James Stephens, era,sumariamente, "varrido para debaixo do tapete".

James Stephens, C. S. Lewis, and the Goat-God

Tolkien, por isso, considerava a sequência toda, provavelmente, de um mau gosto atroz como o trecho incluído abaixo dá a entender.E como Lewis escreveu Narnia para ser lido por uma menina chamada Lucy, filha de um dos seus amigos, o Owen Barfield, ( que já era uma moça adolescente quando o primeiro livro foi publicado) e como, no contexto da história, a gente pode dizer que Mr-Tumnus era uma espécie de alter-ego do próprio Lewis, então a gente pode inferir que Tolkien tinha bem mais de um motivo para achar a sequência perturbadora, ainda mais considerando precedentes anteriores de outros fantasistas como J.M.Barrie e Lewis Carrol.

Re‐Defining C.S. Lewis and Philip Pullman-Conventional and Progressive heroes and
heroines in The Lion, The Witch, and the Wardrobe and The Golden Compass




Como foi muito bem observado num artigo da última Mythlore

No sex in Narnia? How Hans Christian Andersen's "Snow Queen" problematizes C. S. Lewis's The Chronicles of Narnia.



e) À medida que a fama de Lewis como "teólogo de todo mundo" ( frase dita por Tolkien num contexto " não exatamente elogioso") aumentou, Tolkien foi se ressentindo com o fato de Lewis ter cooptado e transformado elementos tomados de empréstimo ( como Númenor que tem uma versão alternativa existente no mundo da Trilogia do Espaço-Exterior chamada Numinor) ou inspirados no Legendarium da Terra-Média, usando-os para propagação da doutrina anglicana e exercendo enorme influência no pensamento das igrejas pentecostais que criaram o Evangelismo, surgidas com a "popularização" da Teologia iniciada por Lewis.

concordo.:yep:
 
Pois é Deriel, esses dias quase saí no tapa com um amigo porque ele ouvou afirmar que Tolkien e Lewis se odiavam! E foi falando e o sangue foi me subindo a cabeça e eu fiquei mais puta do que puta em puteiro! Por pouco não esmurro um!
 
Pois é Deriel, esses dias quase saí no tapa com um amigo porque ele ouvou afirmar que Tolkien e Lewis se odiavam! E foi falando e o sangue foi me subindo a cabeça e eu fiquei mais puta do que puta em puteiro! Por pouco não esmurro um!

Mas eles tiveram um arranca rabo daqueles de se ficarem tipo um com raiva do outro principalmente devido um protagonista chamado Charles Williams, também um escritor inglês. Tem alguns enclaves entre as filosofias de Charles com os ideais do Tolkien dentro do contexto literário. Tinha lido isso num livro que fala da biografia de Tolkien escrita por Michael White.
 
Um motivo para o desentendimento de Tolkien com Lewis foi o casamento de Lewis com uma divorciada, Joy Gresham. Tolkien, como católico, não aceitava o divórcio, e acabou "brigando" com Lewis. Eles não passaram a se odiar. Foi mais um "afastamento" dos dois.
 
Um motivo para o desentendimento de Tolkien com Lewis foi o casamento de Lewis com uma divorciada, Joy Gresham. Tolkien, como católico, não aceitava o divórcio, e acabou "brigando" com Lewis. Eles não passaram a se odiar. Foi mais um "afastamento" dos dois.

Nossa, ponto contra para Tolkien, se afastar de um amigo por causa de crenças religiosas. Não sabia disso não.
 
Nem eu sabia dessa; mas eu fiquei puta dele ficar enchendo a boca pra falar isso, disse que "se detestavam", eu sei que houve desentendimentos em relação aos trabalhos de cada um; mas daí a ficar me enchendo o saco! Nem morta!
 
Falar das diferenças dos dois é fácil...
Mas desentendimentos entre eles, não tenho qualquer conhecimento maciço sobre!

Adoro as Crônicas e tudo, mas acredito que o maior problema sempre foi a implícita presença do cristianismo, e referência a outras histórias já existentes (não sei como se chama essas histórias) com Lewis apenas modificando alguns personagens e cenários. Acredito que foi um modo que Lewis viu para falar das próprias crenças e ideiais, mas... Tolkien foge a isso completamente, o que deixa SdA e outras obras, como obras primas (para mim, é claro ^_^)

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Falando em biografia, como citou o Elessar, além deste livro de Charles White, tem algum mais que seja bom realmente, que analise as obras de Tolkien X Lewis?

Fiquei curiosa sobre essas questão agora! E com certeza alguém deve ter feito tal livro, em algum lugar!!!^^
 
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