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Tiros em Columbine por Michael Moore

Little Big

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Esse foi um assunto que ocorreu a algum tempo comigo na faculdade; o fácil acesso à armas nos EUA. O que pensam sobre isso?


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Documentário que investiga a fascinação dos americanos pelas armas de fogo.Michael Moore, diretor e narrador do filme, questiona a origem dessa cultura bélica e busca respostas visitando pequenas cidades dos Estados Unidos onde a maior parte dos moradores guarda uma arma em casa. Entre essas cidades está Littleton, no Colorado, onde fica o colégio Columbine. Lá, os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris pegaram as armas dos pais e mataram 14 estudantes e um professor no refeitório. Michael Moore também faz uma visita ao ator Charlton Heston, presidente da Associação Americana do Rifle.

Este documentário apresenta como sua base, o fascínio dos americanos por armas e como isso afeta a população como um todo. Como foco dos filmes de Moore sempre são de modo crítico há algo, onde o mesmo já disse sem medo algum que seus filmes são militantes mesmo, percebemos a angústia de cidadãos comuns para com as armas.

O ocorrido no colégio de Columbine, na cidade de Littleton, em 20 de Abril de 1999, mostra que dois jovens, Dylan Klebold e Eric Harris, em certo dia, entraram em sua escola fortemente armados e simplesmente começaram a disparam contra alunos e professores. Esse massacre deixou 13 mortos e 24 feridos. Mas o que motivou esses jovens a fazerem isso? Ninguém sabe, afinal, os dois jovens se mataram depois de tudo. Outro fato, é que um dia antes do massacre, a maior fábrica de mísseis do país, bateu todos os seus recordes, e teve o maior número de seu conteúdo destrutivo atirado em Kosovo.




Uma comparação interessante que achei em uma crítica: " Os Estados Unidos são assim. Seus soldados são assim. Despejam sobre a população afegã ou a de Bagdá ouvindo peças de rock e mascando chicletes. Que diferença têm dos nazistas que testaram seus engenhos mortíferos em Guernica?

O mais estranho, ou irritante, dependendo do seu ponto de vista, é que dez dias após o massacre, o presidente da NRA (algo como Associação Nacional do Rifle) Charlton Heston, apareceu em Littleton fazendo um evento contra a proibição das armas, alegando que os americanos precisam se proteger, e com armas em casa eles se sentiriam mais seguros. Diante disso, Michael se dirigiu à casa de Heston para fazer uma entrevista com ele, e entender seu ponto de vista.
Moore queria entender como ele poderia defender as armas diante desse evento de Columbine (e muitas outras escolas que ocorreram algo do gênero). Ele se defende dizendo que os americanos tem o direito de possuir armas em casa para se proteger, que a grande quantidade de mortos no país é devido grande população e quantidade de armas. Entretanto, o Canadá, seu vizinho, possui uma quantidade de armas tão grande quanto eles, devido a grande quantidade de atividades de caça, mas quantia absurdamente menor de armas e uma facilidade muito grande para se comprar uma.
Charlton diz que o Canadá não teve um passado de conquista sangrenta como eles, mas ele usa isso a todo momento como desculpa para a violência (chega a ser irritante).

Em visita à algumas cidades do Canadá, Michael descobre que as pessoas não trancam a porta, porque ninguém rouba, nem invade, nem nada. Ele faz teste em casas, e olha só era verdade mesmo, haha. E também conversou com um xerife que nem se lembrava de quando tinha ocorrido o último assassinato, Ele acreditava que tinha sido talvez a dois ou três anos.

Apesar dos EUA, investir muito em armamento bélico, e muito de sua riqueza vir por causa disso, o grande fator da violência vem da mídia (olha o sensacionalismo ai gente). Onde tenta causar medo nas pessoas e procurar soluções fáceis, como por exemplo, filmes violentos, desenhos, games (como sempre) e também o rock e neste caso o Marilyn Manson pelo massacre.

E sabe, o curioso, é que na manhã do massacre de Columbine, os dois jovens jogaram boliche. O boliche é culpado pelo massacre também?




Uma parte interessante do filme é quando Moore fala sobre como a democracia americana é uma abstração diante da truculência invencível da indústria de armamentos. As bombas, como os canhões não querem os museus e o capitalismo americano, para sobreviver, necessita a injeção de 500 bilhões anuais na indústria de armamentos. Sozinho, esse orçamento é o equivalente ao orçamento militar das dez maiores potenciais mundiais depois dos Estados Unidos. E desse modo, dinheiro público financia a indústria privada para matar e destruir o público.
 
Última edição por um moderador:
o filme é mt bom, mas eu já assisti há muitos anos, então não lembro de grandes detalhes. lembro, no entanto, que um dos pontos do filme é que a grande quantidade de armas nos EUA é uma das causas de tragédias como a que ocorreu em Columbine. e eu não sei se isso é realmente verdade, pois não conheço nenhum estudo sério que aponte essa relação de causalidade.

acho que o que acontece é que esses eventos extremos (massacres em escolas, por exemplo) chamam muito a atenção de toda a sociedade e automaticamente reascendem o debate sobre controle de armas só que se pensarmos que os psicopatas envolvidos nesses casos são doentes mentais (por definição), então é difícil não pensar que eles não procurariam obter as armas e outra forma. isso faz sentido especialmente qnd pensamos que esses massacres são planejados ao invés de atos puramente impulsivos. se fossem eventos não-planejados, então eu até tenderia a concordar com o argumento de controle de armas.

sobre esse vídeo da NRA, eu acho um tanto quanto cínico. não é que as filhas do presidente sejam mais importantes que os filhos das outras pessoas. o que acontece é que elas estão expostas a um risco muito maior do que as demais crianças e adolescentes, justamente por serem as filhas do presidente. acho covarde e fraco o argumento.
 
Calma, calma, covarde não, né! :) Mas não deixa de ser verdade. Aqui no Brasil criticamos os parlamentares por terem remunerações astronômicas pagas quinze vezes por ano. Por que não têm 13, como todos os brasileiros? O representante tem que servir de exemplo. Por que, do contrário, como legitimar os guardas na escola das filhas do Obama? É uma questão de direito, certo? Então, eu também, caso me sinta ameaçado, também gostaria de segurança na porta da escola de meus filhos. Digamos que eu seja bilionário, e eu seja uma vítima ideal para um sequestro. Por que eu não poderia colocar segurança armada lá?
 
Calma, calma, covarde não, né! :) Mas não deixa de ser verdade. Aqui no Brasil criticamos os parlamentares por terem remunerações astronômicas pagas quinze vezes por ano. Por que não têm 13, como todos os brasileiros? O representante tem que servir de exemplo. Por que, do contrário, como legitimar os guardas na escola das filhas do Obama? É uma questão de direito, certo? Então, eu também, caso me sinta ameaçado, também gostaria de segurança na porta da escola de meus filhos. Digamos que eu seja bilionário, e eu seja uma vítima ideal para um sequestro. Por que eu não poderia colocar segurança armada lá?

eu não acho que o exemplo dos parlamentares seja um bom paralelo com a situação das filhas do Obama. as filhas do presidente dos EUA estudam em escola com segurança pq elas são um alvo em potencial. se vc fosse um bilionário, então poderia contratar um segurança particular. veja, no entanto, que o exemplo que vc deu é justamente de alguém (um bilionário) cujos filhos são alvos em potencial. vc gostaria de ter seguranças na escola dos seus filhos pq vc tem medo de um evento extremo e (teoricamente) imprevisível como Columbine. no caso dos nossos parlamentares, eles recebem salários exorbitantes pq não tem vergonha na cara. eles não precisam desses salários pq não tem necessidades especiais. eu concordo, no entanto, que os representantes devem dar o bom exemplo, mas acho que se o Obama dispensasse a segurança para as filhas dele, essa seria uma decisão muito imprudente.
 
Sim, mas em momento algum eu falei que o Obama deveria dispensar seus seguranças. Só não creio que seja coerente que ele mantenha-os ao mesmo tempo que cria embaraços para que outras pessoas também o tenham! Afinal, há 300 milhões de armas nos Estados Unidos... Quantos dos cidadãos adquiriram armas primariamente para atacar? Não creio que você ache muitos. Armas são para segurança. Talvez sejam exatamente os doentes mentais que se encaixariam na descrição dos que promoveram massacres escolares.
 
Achei esse o filme mais fraco do Moore. Fraco e piegas, na real.

Mas, se ele tem algum mérito, é justamente o de mostrar que a venda facilitada de armas, por si só, não é a responsável pelos incidentes como Columbine. E isso fica comprovado quando o mesmo Moore vai ao Canadá e verifica que lá também a venda de armas é tão liberada quanto nos EUA, sem no entanto haver o mesmo índice de criminalidade, de mortes por armas de fogo, etc. que há nos Estados Unidos.

A hipótese que o filme levanta é a da "cultura do medo" para justificar esses casos. E exemplifica com as notícias de jornais e telejornais, que dão ênfase especial à violência e desencadeiam uma "necessidade" de armar-se e de se defender, alimentando a indústria armamentícia.

O que eu acho ruim no filme é precisamente que ele começa com um intuito, depois muda de rumo e acaba por não dar resposta nenhuma. Moore faz as perguntas certas para as pessoas erradas. Não adianta questionar o Charlton Heston sobre o porquê de os EUA serem violentos. O cara é um cidadão como qualquer outro e nunca estudou isso, nunca parou para pensar nisso. Daí as respostas que ele obtêm são as mesmas bobagens que ele mesmo põe por terra: de que os EUA são muito miscigenados, e isso explicaria uma cultura violenta etc. Ora, mas não adianta pôr isso por terra e não sugerir nada.

A nítida impressão que o Moore me passou foi de querer pôr o Heston e outros contra a parede só pelo prazer de pagar de bonzão, só porque eles defendem a liberdade de portar armas. O Moore faz com que eles pareçam os vilões do filme. E aquela ceninha dele levando os guris a devolver as munições no mercado e fazendo protestinhos - aquilo ali é só pra inglês ver porque não acrescenta nada ao documentário nem à discussão das causas do problema e de suas possíveis soluções; só serve para enaltecer a imagem do próprio Moore. Achei de uma egolatria desmedida.
 
Sobre o mesmo tema, mas totalmente diferente, recomendo o filme Elephant, 2003. Acho que ganhou a Palma de Ouro, em Cannes.
 
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