Obrigado por tirar essa dúvida. Quando você escreve tengwar em portguês, é preciso passar por uma adaptação fonética para depois ser escrito? Exemplo: portugues -> adptar -> tengwar / cabo -> kabu -> tengwar. Já que eu não compreendo as regras dessa adaptação eu escrevo normalmente (cabo).
Sim, segundo o que foi convencionado no
Modo Tengwar Português que você encontra aqui na Valinor. As convenções de pronúncia são explicadas de forma bem prolongada no próprio documento do MTP e eu sugiro que você tire dúvidas sobre as regras lá e tente reproduzí-las.
A lógica por trás das regras é que o Tengwar é um alfabeto fonético, não um alfabeto ortográfico. A ortografia portuguesa presume que nós vamos convencionar uma forma de escrever que vai ser mais ou menos igual para os 9 países lusófonos, independente de sotaques. Os sotaques vão se adaptar em torno dessa grafia, ao invés da grafia se adaptar ao que é falado em Moçambique, Portugal, Macau etc.
Essa questão dos sotaques não ocorre entre os elfos do mundo de Tolkien.
Segundo Tolkien, os elfos alteravam livremente a sua língua ao longo dos anos e se uma alteração feita por algum deles "colava", eles abandonavam não apenas a pronúncia anterior, como também a grafia anterior. Então, por exemplo, quando o fonema
z foi substituído por
r no Quenya, os elfos não se prenderam a uma grafia antiga. Eles começaram a escrever as palavras que usavam o caractere
áze (que representava o
z) com o caractere
óre (que representa o r no meio da palavra), e acharam um novo propósito para o caractere
áze, transformando-o em
esse (que serve para representar um "s" longo ao invés de curto).
O que o MTP está tentando fazer é criar uma norma de ortografia que seja baseada na fonética, trabalhando dentro do espírito onde existe uma fonética "padrão" no Brasil e a gente segue ela para escrever, de forma que o brasileiro consiga se comunicar em Tengwar entre si.
Para fazer isso, o primeiro passo é padronizar que o som de consoantes que cumprem a mesma função (todos os casos onde
c,
s e
ç cumprem a função de sibilantes aveolar surdas, por exemplo) e usar o mesmo caractere para todas (nesse exemplo, o tengwa
essë). O segundo passo é analisar padrões fonéticos comuns nas vogais (como, por exemplo, a redução do
o final na nossa ortografia para
u átono).