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Suíça votará projeto de renda básica a todos os seus cidadãos

Uai, é claro. Cada país faz o que quiser. Se der merda depois pq a Suiça está impedindo imigrantes, bem, o problema é da Suiça.

Sim sim.

O que quero dizer é, a democracia em si é uma ideologia mais importante que a direita e a esquerda.

Que a população seja capaz de fazer de forma massiva escolhas de tão alto nível, mesmo que com todos os seus percalços, é massa porque atesta o bom funcionamento do sistema democrático, e isso em si é algo para ser festejado.

Não que uma série de decisões equivocadas não estraguem a democracia com o tempo. Mas isso é a prazo mais longo.
 
Eleitores suíços rejeitam projeto de renda mínima para toda a população
Proposta, rejeitada por 77% dos votos, defendia pagamento de R$ 9 mil mensais

05/06/2016 15:06 / atualizado 05/06/2016 20:01
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Votação em um escola em Berna - Reuters

ZURIQUE e BERNA — Eleitores suíços rejeitaram por ampla margem, neste domingo, proposta para implementar uma renda básica garantida a todos os habitantes do país, mesmo aqueles que não trabalham.

O projeto previa estabelecer o pagamento de um salário de 2,5 mil francos suíços (cerca de R$ 9 mil) por adulto e 625 francos (R$ 2.350) por cada menor de 18 anos, independentemente se a pessoa trabalha ou não. Seus apoiadores argumentavam que a renda mínima é essencial para a dignidade da população menos favorecida, enquanto os opositores — entre eles o próprio governo — criticavam a proposta pelo custo e pelo suposto potencial de enfraquecer a economia.

Segundo os resultados finais da votação, ainda preliminares, 76,9% dos eleitores se opuseram à ideia, proposta pelo dono de um café na Basileia, Daniel Haeni, e seus aliados por meio do sistema suíço de democracia direta. Haeni reconheceu a derrota mas reclamou uma vitória moral.

— Como empresário, sou realista e contava com um apoio de 15%, mas agora parece que são mais de 20% ou mesmo de 25%. Eu acho isso fabuloso e sensacional — afirmou ele. — Depois de ver o interesse da mídia, inclusive a estrangeira, eu posso dizer que estamos iniciando uma tendência.

A conservadora Suíça é o primeiro país a promover um referendo nacional sobre uma renda mínima incondicional, mas outras nações, como a Finlândia, estão avaliando planos semelhantes conforme as sociedades se preocupam com a possível substituição de mão de obra humana por robôs na economia.

Entre os mais conhecidos proponentes da idéia está o ex-ministro das finanças da Grécia Yanis Varoufakis, que sustenta que a renda mínima aliviaria os impactos da eliminação de postos de trabalho pela automação. No Brasil, o ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP) notabilizou-se ao defender por décadas a instituição de uma “renda básica da cidadania”. O projeto de lei foi aprovado no Senado e sancionado pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em 2004, mas até agora não foi implementado.

Olivier, um carpinteiro de 26 anos que trabalha na construção civil e gerencia um pequeno negócio de design de móveis, integra a minoria que votou pelo “sim”.

— Para mim, seria uma grande oportunidade focar no que eu amo e não ir para o trabalho apenas para garantir minha subsistência — disse.

Por causa do seu modelo de democracia direta, a Suíça é um dos países que mais promovem plebiscitos nacionais no mundo (geralmente quatro vezes ao ano). São necessárias pelo menos 100 mil assinaturas para que um projeto seja apreciado em referendo.

— Eu votei “sim” porque acho que o dinheiro não tem lugar nesse mundo, é tão arbitrário e ligado a jogos de poder — reclamou Ronnie Lehmann, de 37 anos, que ganha cerca de 4 mil francos (quase R$ 14,5 mil) por mês como mecânico de bicicleta. — Mas não me surpreende que a proposta tenha sido rejeitada. O mundo não está preparada para isso ainda.

Uma mulhar, que se identificou como Meleanie, votou “não” por considerar o projeto “perigoso”.

— Eu acho que isso é um perigo real porque, quando as pessoas tiverem todas suas necessidades básicas cobertas, a sociedade não se sentirá mais responsável por cuidar daqueles que não conseguem se virar sozinhos — argumentou.

PLANO DE PROIBIR ESTATAIS DE BUSCAR LUCRO TAMBÉM É REJEITADO

Além da renda mínima, outra proposta polêmica rejeitada pelos suíços neste domingo foi uma que previa limitar o salário de executivos na operadora de telefonia pública Swisscom, na companhia ferroviária SBB e no serviço postal nacional. Se aprovada, a proposta impediria que esses executivos ganhassem mais que o salário dos ministros suíços. No caso da Swisscom, o salário do seu diretor-executivo seria reduzido em 75%. Além disse, proibiria essas companhias de buscarem o lucro em seus serviços.

Empresas e o setor financeiro suíços comemoraram o resultado, embora a proposta tenha dividido a população.

“O “Não” é um voto em favor de um serviço público moderno”, afirmou a operadora em comunicado.

— O resultado reforça a Suíça como um lugar favorável para se fazer negócios e fiscalmente prudente —disse Jon Cox, da firma de serviços financeiros Kepler Cheuvreux, em Zurique. — É um alívio para os negócios e para a reputação da Suíça.

Fonte
 
Não que isso seja um fator de influência decisivo, mas tenho um palpite que se fosse num outro momento sem tantos refugiados chegando a Europa os suíços até aprovassem.
 
Não que isso seja um fator de influência decisivo, mas tenho um palpite que se fosse num outro momento sem tantos refugiados chegando a Europa os suíços até aprovassem.

Mas não sei, deve dar para harmonizar com isso. Inclusive é uma boa política de promoção da integração. Quem chega ao país vindo de fora não tem direito, num primeiro momento, ao benefício. À medida que vai caminhando rumo ao status de cidadania (tempo de estadia, não se envolver em confusão, proficiência em idioma, domínio dos conceitos cívicos básicos da nação anfitriã, etc.), o imigrante vai adquirindo uma fatia cada vez maior dos benefícios concedidos aos nativos, até que, em caso de ganho definitivo da sociedade, o valor da renda obviamente se iguale ao valor pago aos concidadãos.

Claro, isso gera outro problema: como garantir que, sem salário mínimo e a seguridade social padrão do país anfitrião, não haverá exploração desumana da força de trabalho? Essa questão não pode ser solucionada sem alguma burocratização no trato com estrangeiros, creio eu.

E claro, o programa substituiria vários outros, ao menos no prazo mais longo: salário mínimo (seja um piso nacional, sejam acordos coletivos setorizados, comuns na Europa germânica), aposentadoria, bolsas de combate à pobreza, seguro-desemprego, e, em versões mais radicais, ao gosto dos liberais, saúde e educação. Poderia haver ganhos econômicos com a diminuição enorme de burocracia e a dinamização do mercado de trabalho.

Não sei se sou completamente a favor, porque o debate é quente mesmo. Além disso, em países como o Brasil, extremamente desigual e ainda razoavelmente pobre, programas focalizados como o nosso Bolsa Família têm uma dianteira sobre os universais (como a renda mínima) no que eles concentram a alguma receita que o governo tem naqueles que mais precisam dela

Mas os atrativos são tantos que qualquer solução adotada para a rede de proteção social no século XXI terá algo em comum com a ideia de uma renda básica inconcidional.

Ranza disse:
Achei interessante o motivo do não da mulher.

É um argumento pelo qual conservadores americanos (gente como um Ted Cruz ou um Rand Paul) têm um apreço especial: o de que a caridade compulsória estatal elimina a disposição das pessoas de ajudar os mais necessitados. Só que isso levanta algumas questões:

1) A livre iniciativa pura num ambiente de Estado mínimo (o que não existe em nenhum país do mundo) é capaz de sozinha erradicar a miséria e promover condições de crescimento às classes desfavorecidas?
2) O Estado tem o direito de impor obrigações positivas aos cidadãos conforme o consenso relativo aos preceitos éticos e morais? Ou não, o monopólio da violência não deve ser utilizado para obrigar alguém a dar esmola a um mendigo?
3) Last not least: seria algo tão ruim assim? Tal como a evolução das espécies animais na Natureza, o ser humano perde sua adaptação aos ambientes anteriores com adaptações da sociedade e mudanças tecnológicas. É só experimentar viver um ou dois dias sem eletricidade e qualquer um entenderá o que estou dizendo. O que é mais importante: a existência do sentimento de compaixão ou a eliminação das urgências humanas que o suscitam? Parece-me um apego excessivo à moralidade cristã, o que, se é compreensível por um lado, dada a sua milenar exaltação em nossa cultura ocidental, por outro talvez não faça muito sentido. E também a um sobrevivencialismo estilo americano, de cowboys e zumbis.
 
Acho ótima a ideia, justamente para não vincular dinheiro à subsistência.

Eu AMO trabalhar, amo mesmo, mas não pra sobreviver e sim para gerar algo de bom p a humanidade.

Desvincular ambas as coisas (trabalho e sobrevivência) seria algo ótimo, porém se nem a Suíça está pronta pra isso, fico imaginando quando o Brasil estaria.
 
Acho ótima a ideia, justamente para não vincular dinheiro à subsistência.

Eu AMO trabalhar, amo mesmo, mas não pra sobreviver e sim para gerar algo de bom p a humanidade.

Desvincular ambas as coisas (trabalho e sobrevivência) seria algo ótimo, porém se nem a Suíça está pronta pra isso, fico imaginando quando o Brasil estaria.

Não sei se a Suíça merece ser referência no quesito "ousadia experimental", sendo um dos países mais conservadores da Europa ocidental.

A Finlândia tá para fazer um projeto piloto sobre o assunto, então vamos ver.
 
Mas não sei, deve dar para harmonizar com isso. Inclusive é uma boa política de promoção da integração. Quem chega ao país vindo de fora não tem direito, num primeiro momento, ao benefício. À medida que vai caminhando rumo ao status de cidadania (tempo de estadia, não se envolver em confusão, proficiência em idioma, domínio dos conceitos cívicos básicos da nação anfitriã, etc.), o imigrante vai adquirindo uma fatia cada vez maior dos benefícios concedidos aos nativos, até que, em caso de ganho definitivo da sociedade, o valor da renda obviamente se iguale ao valor pago aos concidadãos.
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É claro que a Suiça ainda está longe de ser a grande "menina dos olhos" preferida dos imigrantes, pois é um país que já não facilita a permanência temporária, quanto mais a definitiva dos mesmos.

Mas em tempos em que vários países europeus atravessam o velho problema da baixa natalidade associada ao envelhecimento crescente de sua população, justamente num momento em que muitos refugiados de outros continentes buscam dias melhores na Europa e várias nações como Grécia, Itália, França e Alemanha não querem bancar isso sozinhas, posso até queimar a língua, mas acredito que indiretamente fica uma certa pressão por menor que seja em países considerados bem mais estáveis como a Suiça e os escandinavos em algum momento terão que adotar uma nova postura em relação a essa questão como nessa notícia por exemplo:

O vilarejo da Suíça que preferiu pagar R$ 1 mi em multa a receber dez refugiados
 
Última edição:
É um projeto bem ousado e que poderia representar um paradigma em termos em termos de alcance social. Só esta ajuda eliminaria a pressão sobre a família em geral; com uma receita constante e estável, pais e até avós poderiam focar esse ganho extra na qualidade de vida dos filhos e até mesmo a dedicarem maior tempo a si mesmo e aos parentes.

Trabalhar nos padrões atuais é sinônimo de stress constante, horas e horas longe de casa e frustração diária ao ter de eliminar pequenos hobbies como ler sem contas martelando na mente, viajar para algum lugar quando tiver vontade e não simplesmente ir com hora marcada para voltar só para atualizar o Instagram e nem aproveitar o local.

Claro, o ônus seria a zoeira sem fim de vadios gastando os tubos em festas 7 dias por semana... mas até sem grana eles incomodam, então, que venha a renda básica para todos.
 
É claro que a Suiça ainda está longe de ser a grande "menina dos olhos" preferida dos imigrantes, pois é um país que já não facilita a permanência temporária, quanto mais a definitiva dos mesmos.

Mas em tempos em que vários países europeus atravessam o velho problema da baixa natalidade associada ao envelhecimento crescente de sua população, justamente num momento em que muitos refugiados de outros continentes buscam dias melhores na Europa e várias nações como Grécia, Itália, França e Alemanha não querem bancar isso sozinhas, posso até queimar a língua, mas acredito que indiretamente fica uma certa pressão por menor que seja em países considerados bem mais estáveis como a Suiça e os escandinavos em algum momento terão que adotar uma nova postura em relação a essa questão como nessa notícia por exemplo:

O vilarejo da Suíça que preferiu pagar R$ 1 mi em multa a receber dez refugiados

Sobre os países nórdicos, e com exceção da Finlândia, estes são bem mais abertos à imigração que a média europeia. Pelo menos até agora, porque até lá a direita tem crescido bastante.

Também na taxa de fecundidade, eles conseguiram até dar uma volta por cima - ainda que parcial. Suécia, Dinamarca e Noruega tem taxas por volta de 1,7-1,9 nascimentos por mulher, graças em parte às políticas generosas de auxílio-criança, licença-maternidade e de creches de qualidade. O restante da reposição é realizado pela imigração. Enquanto isso, a Alemanha, a Itália e a Espanha afundam em 1,4.

Mas sim, não tem jeito de a Europa escapar à globalização inventada por ela própria. É claramente um continente que precisa de gente.
 

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