Ok, eu vi, pela terceira vez, o 22º episódio. Foi mais forte do que eu. Tive de rever antes de ver o 23º. Então, eis o diálogo da April com os examinadores, na íntegra:
- Você descobre que o paciente tem metástase avançada, sem cura, o que você faz?
- Honestamente? Rezo por ele. Sei que não é a resposta certa, mas é o que eu faria. Se me perguntassem ontem, é o que eu faria. Hoje, já não sei se Ele está ouvindo.
- Doutora Kepner, isso é inapropriado.
- Como sexo antes do casamento com um bom amigo. Mas acontece. Estou cercada de cientistas há uma década. Fiquei quieta sobre minha relação com Deus porque temia que rissem de mim ou me julgassem "menos" médica. Escondi, com vergonha de admitir que eu O amo. Ele é o único com quem posso contar. E agora não sei se ferrei com tudo ou me livrei das contenções. A única coisa que sei é que cansei de esconder.
- Doutora Kepner, fizemos uma pergunta.
- Sim, faria um tratamento endoscópico com stent. Se falhasse, e o paciente continuasse vivo e com dor, eu faria um desvio bilioentérico.
Vou gargalhar, eternamente, do "honestamente? Rezo por ele".
Agora, sobre o 23º episódio:
Eu estava achando o episódio ok, mas nada espetacular, até a cena final, na qual há uma alternância, como a troca de passos em uma dança, entre cenas do povo no avião e cenas do Owen apagando o nome deles do quadro. Isso foi belíssimo. Uma ótima sacada. Mas depois de oito temporadas, a gente já sabe que em Grey's Anatomy as coisas nunca são tão simples como parecem ser. Eu já comecei a sentir um aperto no peito. Eu sabia que daria merda. E os destroços do avião, e a Meredith, no chão, ali no fim... NÃO QUERO VER O ÚLTIMO EPISÓDIO, NÃO QUERO. Eu não gosto de despedidas (eu não gosto de quão doloroso pode ser o fim, eu não gosto, mas eu sou pessimista, e acho que tudo vai acabar em merda), e o episódio anuncia isso, desde os primeiros segundos. Aí já fiquei deprimida. Eu não quero me despedir de Grey's Anatomy. Não quero me despedir, não quero. Não quero que ninguém morra, não quero.
Ok, tentarei fazer um comentário menos mórbido.
"Hey! Bom trabalho, ovelha negra". Ri muito quando a a Cristina abraçou o Alex e lhe disse isso. O Alex sempre foi a ovelha negra da turma, mesmo. Mas eu sempre adorei o Alex. Ele já agiu como um idiota algumas vezes? Sim. Ele é estúpido? Sim. Mas, sério, ele é uma das personagens mais humanas da série. O jeito estúpido do Alex é um mecanismo de defesa. Ele já passou por muita coisa difícil na vida, e acha que tudo vai feri-lo. Por isso, ele usa uma armadura (não posso julgá-lo! Eu costumo evitar me aproximar das pessoas para não ter de deixá-las, para não correr o risco de me ferir. Claro que nunca dá certo, claro que, vez ou outra, aparecem pessoas que quebram as nossas defesas, E A GENTE SÓ SE FERRA.). Por trás de toda a grosseria, a estupidez, a impulsividade, existe uma pessoa fantástica.
Putz! Velho, dá para acreditar que já chegaram tão longe? Eram tão imaturos, ansiosos, desesperados, na primeira temporada. E agora já estão assim, sendo cortejados pelos hospitais mais importantes em suas respectivas especialidades. Tô me sentindo nostálgica. Quando comecei a ver Grey's eu era uma graduanda. Agora sou uma mestranda (quase jubilada, mas, ainda assim, uma mestranda. Tá, paro de falar sobre o mestrado ou vou começar a chorar COPIOSAMENTE). Céus! É como se eu tomasse café da manhã com Meredith, Alex, Cristina, Avery e April (posso citar o George e a Izzie, mesmo que eles não façam mais parte da turma?). É como se eles fizessem parte da minha vida. Deus! Como eu amo essa série!
P.S.: Por que raios eu estou sentindo que estou me despedindo da Valinor, com este post?