Tem aqui também, viu?
Soneto do Amor Envelhecido.
"Pois o sol é mais sol quando é inverno,
E a neve é menos neve quando brilha."
(Guilherme de Almeida, Camoniana)
Posto que desvanece a tolerância
De reaver a chama que nos chama,
Se o fogo se estendesse pela cama
E roçasse a indecente discrepância,
Não sondemos aquela exuberância
Que já não nasce, já não se proclama
Nem se emaranha na teia de lama
Eterna como eterna é a circunstância.
Beijemos o restante que nos sobra
E, das salivas fáceis e longevas,
Do suor que persiste e que soçobra,
Como se fossem cópulas primevas,
Ousemos uma última manobra
Antes do amor se consumir nas trevas.
*: sim, o último verso é a boa e velha muleta da métrica heróica: o ilustríssimo decassílabo sáfico.
Soneto do Amor Envelhecido.
"Pois o sol é mais sol quando é inverno,
E a neve é menos neve quando brilha."
(Guilherme de Almeida, Camoniana)
Posto que desvanece a tolerância
De reaver a chama que nos chama,
Se o fogo se estendesse pela cama
E roçasse a indecente discrepância,
Não sondemos aquela exuberância
Que já não nasce, já não se proclama
Nem se emaranha na teia de lama
Eterna como eterna é a circunstância.
Beijemos o restante que nos sobra
E, das salivas fáceis e longevas,
Do suor que persiste e que soçobra,
Como se fossem cópulas primevas,
Ousemos uma última manobra
Antes do amor se consumir nas trevas.
*: sim, o último verso é a boa e velha muleta da métrica heróica: o ilustríssimo decassílabo sáfico.