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Sombras

  • Criador do tópico Calib
  • Data de Criação
C

Calib

Visitante
SOMBRAS

Na ausência do conforto, me conformo
em ser e estar. Só vivo.
O lar sem vida convida ao inferno,
e o sangue é mais que um elo:
é já grilhão pesado.

Três sombras sobre a mesa ora se encurvam:
no prato, a fome crua;
na taça, a sede de escapar ao fado.
À luz de vela, o Vulto
maior chora insepulto.

É uma família, como as têm também
os fungos, os insetos,
os gases e os metais, e as línguas mortas.
E há traços em comum
em todas e entre si.


(22 DEZ 2008)
 
Minha primeira e única tentativa de compor um poema com versos livres e brancos.
Acabei cedendo inteiramente à força do metro (deca- e hexassílabos misturados com evidente regularidade) e fraquejei um tantinho ante a força da rima (dois versinhos com rima externa).
Fracassei no propósito, mas de alguma forma simpatizo com o resultado.
Nem lembrava deste poema (bem, não de cor, pelo menos) e achei-o hoje ao acaso num CD de back-up que fiz em 2008... Hahaha. :D
Baseado em fatos reais (well, kind of...).
 
O resultado ficou bom, de fato; mas que você poderia ter potencializado ele mais se adicionasse o metro e as rimas, acho que você mesmo deve ter percebido... Tanto é que, quando se metrifica por um período, você passa a pensar o verso num ritmo próximo daquele em que o visualizara em sua mente, como pensar as ideias gerais do poema em decassílabos ou em redondilhas maiores: e deve ter sido esse descompasso que deu ao poema uma forma algo estranha... Talvez porque foi sua primeira tentativa, não sei. Mas eu ainda acho que o Calib usando o bom e velho decassílabo heróico tem uma expressão mais acabada que esse dos versos livres, verdadeiras Sombras dos metrificados.
 
Por motivos até meus mesmo, talvez esse seja o poema seu de que mais gostei, Calib.

Com destaque para o grupo luz / vela / vulto e para o curioso e interessantíssimo parêntese que é a terceira estrofe.
 
Obrigado, galera. Mesmo. :D

@Mavericco: o poema não tem rima, mas tem metro (não é sempre o mesmo, mas há a preocupação da forma nesse aspecto; e você sabe como é tradicional combinar versos hexassílabos e decassílabos).


E olhem só... Eu encontrei um CD de back-up né, e resolvi compará-lo com o que eu tinha aqui de mais recente e organizar definitivamente a minha produção poética em ordem cronológica. Deletei alguns poucos poemas (digamos cerca de 10%) e cheguei ao que eu considerarei minha coletânea definitiva para os anos de 2004-2011. Mas vejam só...

Esse poema aí que eu postei - minha primeira e única tentativa de fazer versos mais livres e brancos, como disse - é de dezembro de 2008.
Depois dele, o único poema que escrevi foi um poemeto lá no tópico dos acrósticos, em março de 2011 (que estou incluindo na coletânea oficial porque o achei legalzinho, apesar de ser jocoso).
Ou seja, este poema aqui das "Sombras" é minha última produção séria. E isso foi TRÊS ANOS E MEIO ATRÁS.
:vergonha:



Preciso retomar a prática de escrever versinhos.
Aliás, preciso adquirir a prática de escrever - ponto. :D
 

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