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Libertada e ferida, Giuliana Sgrena divide Itália entre dor e alívio
A jornalista italiana Giuliana Sgrena, seqüestrada em 4 de fevereiro no Iraque, foi solta nesta sexta-feira, mas o alívio trazido com sua libertação se arrefeceu após o anúncio dos ferimentos provocados por disparos americanos em Bagdá, que também deixaram um morto e dois outros italianos feridos.
Reuters
Giuliana Sgrena foi libertada no Iraque
Pouco depois de ser libertada, Giuliana foi ferida no "ombro esquerdo" por tiros americanos contra o comboio que a levava ao aeroporto da capital iraquiana, disse o presidente do Conselho Italiano, Silvio Berlusconi, em uma entrevista coletiva. Os disparos partiram de "um posto de controle", informou.
"O chefe da equipe dos serviços especiais italianos no Iraque, Nicola Calipari, foi morto pelos tiros ao proteger a jornalista com seu corpo", explicou Berlusconi, acrescentando que ela foi levada para um hospital militar americano.
"Alguém deve assumir a responsabilidade", frisou Berlusconi, anunciando que convocou o embaixador americano na Itália, Mel Sembler, e que ele "já falou com Washington".
Em Bagdá, o Exército americano no Iraque confirmou que seus soldados atiraram no comboio da jornalista italiana na estrada do aeroporto da capital.
Especialista em Iraque desde a primeira guerra do Golfo, Giuliana Sgrena se opôs com vigor à campanha militar realizada pelos Estados Unidos desde março de 2003.
"Ela quase foi morta pelos americanos", revoltou-se o colega de Giuliana, Pier Scolari, ao saber do incidente, por volta de 16h (hora de Brasília). A notícia de sua libertação foi confirmada pouco antes das 15h (de Brasília) pelo presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi.
Anteriormente, a emissora de TV Al-Jazeera divulgou um vídeo em árabe, mostrando a jornalista italiana, de vestido preto, atrás de uma mesa onde havia frutas, agradecendo aos seqüestradores "pelo bom tratamento".
Na sede do jornal, no centro histórico de Roma, a notícia foi recebida, inicialmente, com euforia e lágrimas, seguido de espanto pelo ferimento.
"Alegria, alívio, satisfação" pela libertação, mas também "dor" pela morte do funcionário: de um modo geral, estas foram as palavras usadas pelos políticos italianos, de esquerda e direita.
Do Hospital Gemelli, em Roma, onde se recupera de problemas respiratórios, o Papa João Paulo II disse estar "muito contente" com o desfecho do seqüestro, de acordo com o Vaticano, antes do anúncio de que a jornalista foi atingida.
O prefeito de Roma, Walter Veltroni, disse que o Coliseu ficará iluminado por toda a noite para comemorar a libertação da jornalista.
Enviada especial do jornal independente de esquerda no Iraque, Giuliana Sgrena foi seqüestrada quando preparava uma reportagem sobre os refugiados de Fallujah que foram procurar abrigo em uma mesquita de Bagdá após os bombardeios americanos contra o bastião sunita.
Uma gravação de vídeo foi divulgada em 16 de fevereiro, na qual Giuliana Sgrena, aos prantos, pedia ao povo italiano para pressionar o Governo para que as tropas estrangeiras se retirassem do Iraque.
Um protesto, organizado pelo jornal, reuniu 500.000 pessoas no dia 19 de fevereiro, na capital italiana. No ato, os manifestantes também pediram a libertação da jornalista francesa do "Libération" Florence Aubenas, feita refém em Bagdá em 5 de janeiro, junto com seu guia iraquiano Hussein Hanun al-Saadi.
A Itália apoiou a intervenção americana neste país árabe e enviou um contingente de 3.000 homens para Nassiriyah (sul), em junho de 2003
Por Patrick Crampont
fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2005/03/04/ult34u119685.jhtm
A jornalista italiana Giuliana Sgrena, seqüestrada em 4 de fevereiro no Iraque, foi solta nesta sexta-feira, mas o alívio trazido com sua libertação se arrefeceu após o anúncio dos ferimentos provocados por disparos americanos em Bagdá, que também deixaram um morto e dois outros italianos feridos.
Reuters
Giuliana Sgrena foi libertada no Iraque
Pouco depois de ser libertada, Giuliana foi ferida no "ombro esquerdo" por tiros americanos contra o comboio que a levava ao aeroporto da capital iraquiana, disse o presidente do Conselho Italiano, Silvio Berlusconi, em uma entrevista coletiva. Os disparos partiram de "um posto de controle", informou.
"O chefe da equipe dos serviços especiais italianos no Iraque, Nicola Calipari, foi morto pelos tiros ao proteger a jornalista com seu corpo", explicou Berlusconi, acrescentando que ela foi levada para um hospital militar americano.
"Alguém deve assumir a responsabilidade", frisou Berlusconi, anunciando que convocou o embaixador americano na Itália, Mel Sembler, e que ele "já falou com Washington".
Em Bagdá, o Exército americano no Iraque confirmou que seus soldados atiraram no comboio da jornalista italiana na estrada do aeroporto da capital.
Especialista em Iraque desde a primeira guerra do Golfo, Giuliana Sgrena se opôs com vigor à campanha militar realizada pelos Estados Unidos desde março de 2003.
"Ela quase foi morta pelos americanos", revoltou-se o colega de Giuliana, Pier Scolari, ao saber do incidente, por volta de 16h (hora de Brasília). A notícia de sua libertação foi confirmada pouco antes das 15h (de Brasília) pelo presidente da República, Carlo Azeglio Ciampi.
Anteriormente, a emissora de TV Al-Jazeera divulgou um vídeo em árabe, mostrando a jornalista italiana, de vestido preto, atrás de uma mesa onde havia frutas, agradecendo aos seqüestradores "pelo bom tratamento".
Na sede do jornal, no centro histórico de Roma, a notícia foi recebida, inicialmente, com euforia e lágrimas, seguido de espanto pelo ferimento.
"Alegria, alívio, satisfação" pela libertação, mas também "dor" pela morte do funcionário: de um modo geral, estas foram as palavras usadas pelos políticos italianos, de esquerda e direita.
Do Hospital Gemelli, em Roma, onde se recupera de problemas respiratórios, o Papa João Paulo II disse estar "muito contente" com o desfecho do seqüestro, de acordo com o Vaticano, antes do anúncio de que a jornalista foi atingida.
O prefeito de Roma, Walter Veltroni, disse que o Coliseu ficará iluminado por toda a noite para comemorar a libertação da jornalista.
Enviada especial do jornal independente de esquerda no Iraque, Giuliana Sgrena foi seqüestrada quando preparava uma reportagem sobre os refugiados de Fallujah que foram procurar abrigo em uma mesquita de Bagdá após os bombardeios americanos contra o bastião sunita.
Uma gravação de vídeo foi divulgada em 16 de fevereiro, na qual Giuliana Sgrena, aos prantos, pedia ao povo italiano para pressionar o Governo para que as tropas estrangeiras se retirassem do Iraque.
Um protesto, organizado pelo jornal, reuniu 500.000 pessoas no dia 19 de fevereiro, na capital italiana. No ato, os manifestantes também pediram a libertação da jornalista francesa do "Libération" Florence Aubenas, feita refém em Bagdá em 5 de janeiro, junto com seu guia iraquiano Hussein Hanun al-Saadi.
A Itália apoiou a intervenção americana neste país árabe e enviou um contingente de 3.000 homens para Nassiriyah (sul), em junho de 2003
Por Patrick Crampont
fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2005/03/04/ult34u119685.jhtm