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Sobre Beren e Luthien

Bekasobiskie

Usuário
Olá meninos e meninas deste fórum maravilhoso. Eu gostaria de perguntar a vocês o que vocês acham que Luthien viu em Beren em seu primeiro encontro com ele para amá-lo logo a primeira vista. O que ele tinha de especial que Luthien logo percebeu e ninguém mais, à exceção de Melian? Isso já era algo determinado por Eru?
 
Beren e Luthien para mim representam mais uma faceta do amor romântico mesmo. Tipo Romeu e Julieta ou Thingol e Melian.

É aquele amor impossível e ao mesmo tempo inevitável. Que tem infinitas razões e ao mesmo tempo não tem nenhuma razão. Tem um poema, acho que do Fernando Pessoa, que ele fala das "Cem Razões para Amar", captou (cem/sem)?

Só comparando um pouco com Thingol e Melian... eles se encontram na floresta (como Beren e Luthien), mas o encontro deles é formal, limpo, nobre. Thingol, um dos reis élficos a caminho de Valinor, Melian uma Maia da floresta. Quando um olha para o outro eles ficam anos só olhando um para o outro, a floresta nasce, cresce e morre e nasce de novo ao redor deles enquanto eles apenas se olham, muito romântico isso.

Beren e Luthien é um pouco diferente. Beren não é um grande líder como Thingol (ou pelo menos não aparentava isso quando Luthien o viu). A primeira vez que a filha de Melian o vê, ele está maltrapilho, sozinho, cansado, com fome e sede, cheio de ferimentos. Ela vê um Beren moribundo, praticamente procurando um lugar para morrer entre uma árvore e outra. Será que não é isso que captura o coração da elfa? A morte?

Porque é isso que ela vê, um homem mortal, morrendo. O que para ela seria, num primeiro momento impossível, o "destino" dela a priori era outro. E talvez seja isso que a fascine, talvez Luthien tenha se apaixonado pela morte primeiro e só depois passou a amar o herói Beren. O que justificaria todas as suas atitudes pelo resto de sua vida, todas as suas ações loucas e desmedidas, todas as suas decisões imprudentes e mortais, toda a sua vida... apaixonada. Quem sabe?
 
Última edição:
ela se apaixonou oras... isso acontece nas melhores familias... não há nada que determine o 'porque' dessa paixão... o fato de Beren ser humano só torna o romance mais atraente e diferenciado, mas nada além de um romance...
 
Porque é isso que ela vê, um homem mortal, morrendo. O que para ela seria, num primeiro momento impossível, o "destino" dela a priori era outro. E talvez seja isso que a fascine, talvez Luthien tenha se apaixonado pela morte primeiro e só depois passou a amar o herói Beren. O que jutificaria todas as suas atitudes pelo resto de sua vida, todas as suas ações loucas e desmedidas, todas as suas decisões imprudentes e mortais, toda a sua vida... apaixonada. Quem sabe?


Podemos dizer também que ela se encantou pela "saudade" pelo que ainda poderia perder e ter somente nas lembranças, algo muito enraizado no sentimento do Homem, a vida passageira que é levada pelo dom da morte.

Ela se apaixonou por isso, pelo Homem e viu que em Beren estava sua metade, seu complemento.
 
Podemos dizer também que ela se encantou pela "saudade" pelo que ainda poderia perder e ter somente nas lembranças, algo muito enraizado no sentimento do Homem, a vida passageira que é levada pelo dom da morte.

Ela se apaixonou por isso, pelo Homem e viu que em Beren estava sua metade, seu complemento.

O Elessar sempre tem um jeito metodico de responder. :)

Lembro do tolkien abrindo uma aspa no Silmarilion comentando exatamente o que elessar acabou de dizer.. o que chamou a atenção em Luthien foi a parte humana de Beren^^
 
O Elessar sempre tem um jeito metodico de responder. :)

Lembro do tolkien abrindo uma aspa no Silmarilion comentando exatamente o que elessar acabou de dizer.. o que chamou a atenção em Luthien foi a parte humana de Beren^^

Mas se simplificarmos a atração dela por Beren justificando apenas como sendo por causa da parte humana dele, ela poderia ter se apaixonado por qualquer outro homem que tivesse em sua personalidade essa latência humana.

Não acho que tenha sido somente por isso (apesar de isso fazer parte) havia algo a mais em Beren, algo que o distinguia dos outros homens e mesmo dos elfos. Algo de romântico, corajoso, doce, forte... espiritual... talvez o destino para mudar totalmente a história de Arda. :think:
 
Porque é isso que ela vê, um homem mortal, morrendo. O que para ela seria, num primeiro momento impossível, o "destino" dela a priori era outro. E talvez seja isso que a fascine, talvez Luthien tenha se apaixonado pela morte primeiro e só depois passou a amar o herói Beren. O que jutificaria todas as suas atitudes pelo resto de sua vida, todas as suas ações loucas e desmedidas, todas as suas decisões imprudentes e mortais, toda a sua vida... apaixonada. Quem sabe?

Por que você acha que ela se apaixou pela morte primeiramente? Nesse caso, o que ela viu e compreendeu sobre a morte humana? Será que Beren não tinha outras qualidades que a fizeram se apaixonar logo de cara? Pois se for apenas pela mortalidade inicialmente, ela poderia se apaixonar por qualquer mortal que ela visse, não?

E ainda mais, será que Luthien viu realmente um Beren morrendo ou ela o viu como ele era no "mundo invisível" (assim como Frodo viu Glorfindel no vau de Bruinen) em seu primeiro encontro com ele?

Pode ser que ela tenha enxergado o mesmo que Arwen viu ao se encontrar com Aragorn pela segunda vez em Lórien, não é?
 
Última edição:
Beren certamente deveria ser nobre, + ate do q Aragorn. Devia ter aquele ar profundo e de líder como todos os grandes herois da historia. Luthien viu sua nobreza, q por ser diferente da nobreza dos elfos a encantou, e ao mesmo tempo viu seu lado humano, fragil e encantador para a elfa. E gostou de Beren tanto por seu lado humano e fragil, quanto por seu espirito de lider e nobreza unica. Pelo menos, foi assim q sempre interpretei seu primeiro encontro.
 
Na época que li a primeira vez o Silma eu mal tinha percebido como era sutil a forma como Elfos e Homens haviam sido construídos. Se por um lado eles tinham características que os definiam como espécies distintas, por outro tinham características que os uniam como seres de uma mesma espécie conseguindo inclusive ter descendentes férteis.

Se na mente de Eru havia a relação de irmandade (filhos primogênitos e caçulas)... O que então isso significava diante do amor que os seres poderiam desenvolver entre si? E qual seria então o conceito de amor que Manwe e Eru tinham?

Fiquei tão curioso que abri até um tópico para tentar explorar o coração de Andreth, que era uma humana apaixonada por um elfo.
 
Por que você acha que ela se apaixou pela morte primeiramente? Nesse caso, o que ela viu e compreendeu sobre a morte humana? Será que Beren não tinha outras qualidades que a fizeram se apaixonar logo de cara? Pois se for apenas pela mortalidade inicialmente, ela poderia se apaixonar por qualquer mortal que ela visse, não?

E ainda mais, será que Luthien viu realmente um Beren morrendo ou ela o viu como ele era no "mundo invisível" (assim como Frodo viu Glorfindel no vau de Bruinen) em seu primeiro encontro com ele?

Pode ser que ela tenha enxergado o mesmo que Arwen viu ao se encontrar com Aragorn pela segunda vez em Lórien, não é?

Bekasobiskie, eu acho que Lúthien se apaixonou primeiro pela morte porque isso é uma coisa que ela nunca tinha visto. Isso, na minha opinião, é que deve ter atraído o coração de Lúthien. Claro que Beren era cheio de qualidades, mas na ocasião em que os dois se encontraram, ele não aparentava ser mais que um mendigo moribundo, e na minha opinião foi exatamente isso que encantou a princesa.

Talvez ela poderia se apaixonar por qualquer homem mortal, e talvez foi justamente isso que ela fez, pois Beren foi o primeiro homem que ela viu. Imagina, filha de Thingol de Doriath, o rei não deixava nem que os príncipes noldor entrassem em seus domínios, imagina homens mortais? Beren foi o primeiro homem que Lúthien viu e que roubou o seu coração, não grandes príncipes élficos, absolutamente nobres, limpos, lindos e imortais, mas sim o "mendigo moribundo" do Beren. É muito bonito isso. :obiggraz:
 
Última edição:
Eu encaro as coisas dos elfos da seguinte forma. Eles era perfeitos aos olhos humanos mas muito imperfeitos ao seus próprios olhos. Não saber como uma coisa funcionava atiçava um pouco as coisas de "dentro" dos elfos.
A morte humana, para os elfos era algo que lhe despertava a curiosidade. Simplesmente porque por mais "poder" que eles tivessem nunca poderiam sentir.
 
Voltando um pouco no que aconteceu com Thingol acho que começo a entender um pouco o significado do encontro dos dois e de alguns detalhes que podem ter acontecido.

Para aquele que ama o amor é o lugar e o tempo perfeito o qual não precisa de retoques, nem de passado ou futuro. Os que amam desejam que o tempo permaneça inalterado como o que aconteceu durante o encontro encantado na floresta de Doriath entre o rei elfo e a Maia. E buscam fazer com que o amor perene seja a única coisa capaz de sustentá-los vivendo naquele sentimento sem perdas.

Os amantes não querem ficar para trás do que viveram ou serem deixados no passado por aquele momento de amor que viveram e que num mundo perecível passa e não volta e na melhor das hipóteses se torna uma lembrança. Eles buscam uma complementaridade incansável e um lugar no mundo, uma casa para construir e viver.

Infelizmente como diz em um dos livros, os modos desse mundo são encontrar e perder e Beren ao ser expulso de sua casa na verdade foi expulso daquilo que amava e acreditava.

Ao vagar perdido com frio e fome este era apenas a metade do significado de ser expulso de casa. A outra metade foi ser obrigado a vagar sem ter um tempo e lugar de repouso, como uma pedra a rolar igual Gandalf dizia ter que viver como uma obrigação, diferente do espaço próprio encontrado por Tom Bombadil.

Ser abandonado pelos momentos bons era algo que os homens sofriam com rapidez, perdendo agudamente o seu lugar no mundo, com um tempo mínimo para amar e se lembrar do amor. E bem era verdade que a infelicidade sempre foi um dos fatores mais prejudicias da memória pois quem sofre não consegue se lembrar dos dias felizes e daquilo que vale a pena.

Beren precisava muitíssimo de alguém que pudesse curar a memória e lembrá-lo de que ele não era a escuridão e esta pessoa não poderia ser um humano comum pois seu sofrimento interior já havia passado do ponto de retorno e ele havia caminhado na beira do precipício de Morgoth, vislumbrado os filhos horrendos de Ungoliant e se perdido nos caminhos confusos de Melian (que representa os caminhos cruéis do mundo tanto quanto Melkor, funcionando como uma das representantes dos poderes).

O personagem Beren perde o lar muitas vezes, incluindo ter que morrer 2 vezes.

Lúthien viu o pior caso de abandono que já houve, alguém que deveria ter saído do futuro, do fim dos tempos quando o mundo estivesse a beira de ser jogado na destruição para ser novamente refeito, antes da derrota definitiva de Melkor. Para alguém que vive de curar a natureza como Melian vivia, Beren deve ter se apresentado a ela com uma aparência tão indecentemente machucada que ela nunca havia visto tamanha necessidade de ajuda em uma criatura de natureza indomada (pois em essência ele nunca havia se dobrado ao mal. Devia ser como encontrar um homem com a pele toda queimada se arrastando para pedir ajuda.
 
Voltando um pouco no que aconteceu com Thingol acho que começo a entender um pouco o significado do encontro dos dois e de alguns detalhes que podem ter acontecido.

Para aquele que ama o amor é o lugar e o tempo perfeito o qual não precisa de retoques, nem de passado ou futuro. Os que amam desejam que o tempo permaneça inalterado como o que aconteceu durante o encontro encantado na floresta de Doriath entre o rei elfo e a Maia. E buscam fazer com que o amor perene seja a única coisa capaz de sustentá-los vivendo naquele sentimento sem perdas.

Os amantes não querem ficar para trás do que viveram ou serem deixados no passado por aquele momento de amor que viveram e que num mundo perecível passa e não volta e na melhor das hipóteses se torna uma lembrança. Eles buscam uma complementaridade incansável e um lugar no mundo, uma casa para construir e viver.

Infelizmente como diz em um dos livros, os modos desse mundo são encontrar e perder e Beren ao ser expulso de sua casa na verdade foi expulso daquilo que amava e acreditava.

Ao vagar perdido com frio e fome este era apenas a metade do significado de ser expulso de casa. A outra metade foi ser obrigado a vagar sem ter um tempo e lugar de repouso, como uma pedra a rolar igual Gandalf dizia ter que viver como uma obrigação, diferente do espaço próprio encontrado por Tom Bombadil.

Ser abandonado pelos momentos bons era algo que os homens sofriam com rapidez, perdendo agudamente o seu lugar no mundo, com um tempo mínimo para amar e se lembrar do amor. E bem era verdade que a infelicidade sempre foi um dos fatores mais prejudicias da memória pois quem sofre não consegue se lembrar dos dias felizes e daquilo que vale a pena.

Beren precisava muitíssimo de alguém que pudesse curar a memória e lembrá-lo de que ele não era a escuridão e esta pessoa não poderia ser um humano comum pois seu sofrimento interior já havia passado do ponto de retorno e ele havia caminhado na beira do precipício de Morgoth, vislumbrado os filhos horrendos de Ungoliant e se perdido nos caminhos confusos de Melian (que representa os caminhos cruéis do mundo tanto quanto Melkor, funcionando como uma das representantes dos poderes).

O personagem Beren perde o lar muitas vezes, incluindo ter que morrer 2 vezes.

Lúthien viu o pior caso de abandono que já houve, alguém que deveria ter saído do futuro, do fim dos tempos quando o mundo estivesse a beira de ser jogado na destruição para ser novamente refeito, antes da derrota definitiva de Melkor. Para alguém que vive de curar a natureza como Melian vivia, Beren deve ter se apresentado a ela com uma aparência tão indecentemente machucada que ela nunca havia visto tamanha necessidade de ajuda em uma criatura de natureza indomada (pois em essência ele nunca havia se dobrado ao mal. Devia ser como encontrar um homem com a pele toda queimada se arrastando para pedir ajuda.

Cara, ia te dar um karma por este post seu. Mas o sistema não deixou, preciso dar karmas para outras pessoas também, rs.

Mas gostei muito do que você falou sobre o encontro de Melian e Thingon. Acho que é bem isso mesmo, eles são o amor romântico na fase boa, perenes, se alimentando só de amor e o mundo que se dane, porque pra eles o mundo é apenas o outro.

Já Luthien e Beren são o amor num fase mais doentia, moribunda, tuberculosa. Não deixa de ser bonita e não deixa de ser amor, tudo o que um passa pelo outro e tal. Mas já não é mais aquela fase que borboletinhas voando deixam o casal felizes, como imagino acontecer com Melian e Thingol (principalmente no começo).

Muito legal seu post, Neoghoster Akira, parabéns.
 
Acredito que foi um alívio romântico que Tolkien quis por na história, para continuar com o enredo sem que houvesse apenas maldições e violência. De qualquer modo, é um bom alívio, e não uma fuga do enredo, de modo que todo aquele amor, tem propósito e não interfere na história.
 
Eu não sei oq ela viu nele não... todo estrupiado...rs. Mas é o amor né...não precisa ter um porque...ele existe, por que tem que existir....
É lindo por um lado...e muito estranho do outro...agora o de Melian e Thingon, é quase épico... o modo como ele descreve tudo...
 
Cara, ia te dar um karma por este post seu. Mas o sistema não deixou, preciso dar karmas para outras pessoas também, rs.

Mas gostei muito do que você falou sobre o encontro de Melian e Thingon. Acho que é bem isso mesmo, eles são o amor romântico na fase boa, perenes, se alimentando só de amor e o mundo que se dane, porque pra eles o mundo é apenas o outro.

Já Luthien e Beren são o amor num fase mais doentia, moribunda, tuberculosa. Não deixa de ser bonita e não deixa de ser amor, tudo o que um passa pelo outro e tal. Mas já não é mais aquela fase que borboletinhas voando deixam o casal felizes, como imagino acontecer com Melian e Thingol (principalmente no começo).

Muito legal seu post, Neoghoster Akira, parabéns.

Valeu pela intenção e obrigado pelas palavras Gerbur! :)

O caso de Melian nesse ponto pode ter sido igual ao de Luthien ao observarmos até que ponto a reação de piedade de Melian estava coerente com sua sabedoria.

Se pensarmos que Melian não chorou nem ficou com pena e se Lúthien se apaixonou significa que a reação de piedade para com Beren possa ter sido premeditada pelo autor. A miséria física de Beren ocultava a bem-aventurança, de uma forma a que a maioria fique com pena mas que diante de olhos atentos como os de Lúthien e Melian revelavam que a maioria (incluindo Thingol) não conseguiu ver que os que precisam de piedade são os que não têm bem-aventurança.

Realmente, é difícil ver riqueza aonde externamente só vemos pobreza. As vezes vemos um bilionário andando com roupas surradas na rua e nem imaginamos que ele tem tudo aquilo guardado. Beren possuía uma riqueza interior que encantou Lúthien e os dois se encontraram aonde ninguém podia ver, que é aonde os corações se encontram, já que tudo mais havia sido corrompido por Melkor.
 

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